A Provincia do Pará de 26 de março de 1947

Quarta-feira, 26 de Março âe 1947 A Pltô\'!HCIA DO PARA Banco rédito da Borracha S. A. Relatório do exercicio de 1946 a ser apresentado á Assembléia Gera Srs. Acionistas: que podem produzi•lo, mesmo de inferior q1.111lw.c11, quando o clima 'VBRBAS PARA UTILIZAÇÃO EM 1H6, UTJPULADAS l!IM não lhes permite outra escolha. óONTRATOS 111\'MADOfJ A1'T:ll8 D1I 1,.. E' a primeira vez que em cumprimento ao determinado pelo art. o Brasil proporcionou à humanidade o uso e a industrializaçl.o 17 n. VII dos Estatutos, compareço à presença de Vv. Ss. para :i.pre- da borracha; conservou durante mala de um iéculo o prlVlltfio de sua sentar o Rela.tório das operações e negócios do Banco de Cté- produção, facilitou com os tipos superiores que fornecia ao mercado to da Borracha, relativos ao exercicio de 1946, quando assumi a Pre- internacional, a eclosão de uma indústria que se tornou tio podero– sidênc!a deste ,estabelecimento de crédito. sa, que já. ·não podia viver com o reduzido continpnt.e que saía de Venho fu.ê-lo num momento cllmatico para a borracha e quan- nossas florestas; finalmente, na guerra que devastou o mundo, a.ln ~ do estamos em vesperas de assistir umn nova evolução na vida desse da compareceu como fator de relevante importAncla, com esu mes– produto, que há quarenta anos sofre todas as ameaças e enfrenta\ me. borxacha., que fora abaUda pelas semente&~ em 1811. · . todas as vicissitudes. Sabeis que a 30 de junho próximo termina o O Brasil não pode, pots, &bandonar essa matéria prima tão esaen- acôrdo americano de compra dO.!I no1soa excedentes, acôrdo que desde· clal como o petróleo e tão imperati,a como o aço dos canhõés. Local Nuf!Mros Belém (Séde) • _. • . • . • • • • • • • • • • • 1 M:anáus ....•••••••••••••••.....• 2 Rio Branco •.•.•••• ·••••••...... 1 :Põrto Velho .. , ••••••• •• .. . . .. •• a cutabé. •·····•·•·•··•·•··•·•·••· t ......i.- 20 ort OI'$ 1942 manteve uma base de preços firmes e sustentou a economia ama- , BMP~ BN Oc»n'A OORIIIIMTS zônica, dando-lhes estabilidade e criando no esp1rito do seringueiro, OPERAÇõE:S DE CR~DITO tranSàtõd comerciais. l!!mbora. Local Jfsfflffo, do serlngallsta e do exportador, a esperança de que, afinal, tinhamas O retraimento geral que se predomina.ssem e.ssas circunatan- Belém (l!éde) • . . . • • • • • • • • . . . . . • 2T ort entrado nos dias de 11e,urança para o trabalho e prosperidade do vem verificando em todos 011 ne- ctaa em 1946, o Banco de Cridlto Santarém . . . . •• •••. • •. •• •• • •. . . • 1 grande vale. E 1seo porque é inutll mascarar fenomenos passe.gel- gocios, em consequência da fi.se da Borracha S jA., numa conol- Manius . . . . .• ••• •••••• ••••••. ... a 10s de riqueza, quando é ainda a borracha a base, o cerne de toda de desassosségo que o mundo a• enciosa compreensão da sua fun- Põrto Velho ........ ·••••••..... J vida financeira desta resllo. Nio havendo borracha ou seu preço t1·avessa, em busca de uma. reor- ção de principal incentivador e Rlo Branco ...• ··•·•~······. ... 2 2'endo degradado a ponto de desmoralizar o seringueiro, tambem não ganização politlca e de um· rea- regulador da \!Conomta Alllall6n1- Oua,tai'f.-J.tirtm ••••-............ Aditivo haverá castanha e cairão as safras.de todos os outros produtos que justamento de sua vida econõmi- ca, nlo deixou, entretanto, de Valor 11&. 000,00 14.000,00 681.000,00 2. 271. 000,00 ffl.800,00 3. 406. 30ó,OO Valor 12. 8"/6. 000,00 D>.000,00 4.300.000,00 3.000.000,00 1. 6:IO. 000,00 478.630,00 constituem o complexo da iDlensa planicie. Aqui o homem é antes ca, teve sua repercussão maxlma acudir os produtoru, oa a"1adô• de tudo serinaueiro; consequentemente tlnl. ca.stanha, explora sor- nas operações de crédito que por res e o oolftircl.o em 1Jer&l, tanto 0rt n .~ . eao.oo va, oorta madeira ou faz lenha. Sua finalidade, ·porém, é tirar borra~ sua próprio natureaa, repousando as.sim que p6de regietrar o mon- J!:MlllllllllrD •DfDU8TIIIM8 ..... 1. 300.000,00 cha, é aventurar-se na exploraç&o mais deshumana e mais amarga de em dois fatores distintos - ga- mtnto animador de 2.3H opera- Locol NafJIIJN» quantas enfrenta o caboclo corajoso e sofredor, humilde e sóbrio, de- rantias reais e confiança -, exi- 96ts no valOt de . . . . . . . . Man,us . . . •. . . . . . . ••. . • ••. . . . . . • 1 sajulzado e errAtico. A bOrracha. é uma especle de íman, é ainda a gem para seu completo desen- Ct$ 23,. set.ffl,tO, &Ntm diaorl– unica. coisa que tenta o homem ou que o leva para o interior na volvimento, a normaUdade das mlnadà$: ante-esperanç,,, de enriquecer ou de fazer vida menos dura do que no nordeste de onde veio ou á beira dos irrandes rio11, onde só a pesca. pede fornecer o alimento pobre e minguado. Depois de qua111 qut.tente. anos d.e descalabro e desespero, surgiu ~m 1940, com a guerra, possibllldade alviçareira. para a borracha sil– vestre. o acõrdo ameneano e posteriormente à f\lndação do Banco de Crédito da. Borracha, deram á economia amazônica a esperança de dias melhores e de um futuro mais assegurado pela estabilidade dos preços e ·tambem pela. melhor compreenslo do problema, em face não 86 da exper1encla Ford, como tambem da .ameaça, que sempre seri para a inddstrla americana a distancia dos centros produtores do Oriente, neste instante varridos pela onda.- de reivindicações ra– ciais e politlcaa e também pelá ingerência de ideologias extremas, que da India às ilhas do Pacifico, tentam destruir a concepção de- mocrática a~rlcana. · Infeltzmente não fol poss1vel iniolar a cultura racionalizada .da hévea. Não 1§ necenárlo delatar aqui as razões que para isso influi– ram e assim vemos eh.,.r a êJ,oca fatal em que ficaremos entregues aos nossos próprios recuraos e quando teremos que por em ação nos– sa energia e aa nossas qualidade.a de orgànizadores. E será. uma ter– rlvel decepção para todos, para. o Braall, como para a Amazônia, se não tivermos capacidade para enfrentar a crise e marchar para a uni– ca solução, preconlmda. hi tantos decênios e há tantos decênios adiada. O Instituto Agronômico do Norlie foi criado e organizado sobre– tudo para racionalizar e inoentlvar a cultura das especies vegetais Modalidade da operação N11.mero1 Adiantamento p/c de bottacha •• 813 Títulos descontados ••. ••. •. . •. . l . lM Empréstimos rurais . . . . . . . . . . •. . ~:1 Empréstimos em c/oorrentea •. . . 31 Empréstimos hipotecários •••. . • a Empréstimo~ industriais •••. . . . . l Valor Ort 107.819.410,60 41.N l.lTt,20 12.832. 864,70 21.t0,. eso.oo 1.080.000,00 1.300.000,00 2.Jl4. Crt U4.588.279,40 An&lizando detalha.damente cada um Clell'JtB tttulOá '\'eriflea-N a seguinte distribuição: ADIANTAMENTO POJII. CONTA t).t BOI\RAOIIA Local Número, Vlllor Belém (Séde) ... . ... . ... , . . . . . . 73 :Jrf 22.~0.000,00 Manáus .................... ,.... 30'6 M.09t.8ll0,10 Transporta . . . •. . . . . . . . . . •. •. . . . 370 Local Numeras Transporta . . . . . •. . . . . . . •. . . . . . . 379 Porto Velho ...•. ; •. . . . . . . •. . . . . 110 Rio Branco . . . . . •••.. ••••. . . •. . . 26 Guajará-Mtrim •. . . . . . . . . .. . . . . . 2lé! Salvador . •. . . . . . . . . . . . . . •. . . . . . • !\l 813 Ort 87.aü.820,70 Valor . tlT. 343. 820,70 8.184.289,10 1.7.0,000,00 2. 82"1'. 989,60 1.804.311,10 • CI$ 107.tlT9.410,IO __.MSTIMOS HIPO'l'IIOAN Local Béléln (llécie > , •••·......... , •••• Márabé. •..... . ........•..••....• Ma.náus •••••...•••..••.••••....• N1'1JIM'08 l 1 1 1 Ort Olt Volor 1. 000.000,00 20 .000,00 70.000,00 0rt · 1. 000. 000,00 MOVIMBNTO l)A OONTA "DIPB.118TD,(06 RURAlS" A conta "ltmpré8timos Rurais" no período de 1046, teve o seguin- te movimento: - retiradas Ct$115.425.4'4:,00, amortizações OI'$ !IO.ffl.531,-'0, aaitim discriminado: - Loool R,tiradas fklém (Séc;le) --·········.... ..• 12.784.042,00 Manáus . . . . . . . . . . . . . • . . . . .. . . . . • 15.721. 931,30 1 !'0rto Velho •. . . . •. ••• •. . . ••. . . • 22. 387 .. 706,30 • :Aio Branco . . . . .. . •. • •. ••• . •• ••• 28.317.067,IO Benjamin Constant •.••••• ,..... 1.270.654,'10 Altamira .......•.••••,•.••• • i ·.,.. 7 .05a.961,IIO Amorti~ác.t T. 681. 366,50 8.14.-2.7'77,90 13.909,116,10 14.271.281,00 '12'1 , 280;50 3.073.762,80 4 .652.796,80 6.174.119,40 1. 887. 008,40 Guajará-Mtrim •. •. ••• •• •. •. ••. • 13.«4.218,10 cutabé. . . . . . . . . . . . . . •. . . . . . . . . . . 11.957.091,10 B6ca do Acre . . .. . . . . . . . . . . . . . . a. "88. 774,20 Cr$ 115.425.444,00 PRODUÇAô Al'fO DI: li'4. :Produção • • • • •. 416. 802 quilos Exportaçio p/ U. S. A. Vendas no mercado interno : Vendas l"OB ..•....• 0 1'$ V,endas :Rio ........ ;' Vendas 81.o Paulo .. Vend•s Belím. ..... . 99 .108. 896,:IO 29.946. 795,30 40 .979. 68$,00 290.793,00 ANO DE 18t6 Produ91,o . . •. •. .. . .. 38. 5i8. soa Exporta9'o p/ U. S. A. vendas no marca.dó interno: Vendas FOB . . . . . . .. Ct1 Vendas Rio . . .. . _. . . Vendas São Paulo •• Vendas Belém .. . .. . · TOTAL ......... . 1111. 949 .183,i0 6.471. loá,70 26 .113. 5a3,00 486.141,80 ANO Dll 19U Pfoduoão . . . • M. O'll . MO quiloa Bl:portaçio p/ 11. S. A. Vtlldu no m6roa.do inWDO: Vendas :il'OB ....... °" Vendas Rio .......• , Veb.dlLI Slo Paulo .. vendas Beltm Vendu Manáus •••• , • · TOTAL ......... . * -1111.211,40 13. 064.8110,CI0 58.3&2.141,20 1.D.351,ao 258,1111,20 Cr$ 439. 881. 440,10 322.954.519,80 170.3a6.H;9.60 cr, 493. 280. Me,10 01"$ 466 .198. '108,10 Or$ 339. 346. 3'Jlll,90 184.013.956.70 Or$ 523. 358 . 336,60 crs 4!16. 483. 796.90 190. 776 .19Ul5 335.995 .8'14,70 Cr$ 526 :772. 066,51 Comparttçto entre a etlPOl'V,fio para 011 11!tado11 Unidos e os em b&rques para o .mi. JilXPOtl.TAQAO PAJ\A. U. 8. A. JlldAitqUE8 PARA O 8UJ. Ana! 1943 01) l &K l ha lH4I Quiios 10.l~.278 15.Nl.1&'7 18.69Í.10& í.811.341 Villor ém ar, 92.217 .937,60 312.tM.519,tto ait.3tf.t'ft,t0 lto. 'l'l't.1111,e& Q1dJo& t . 3.ff2 'J .1ff .1&7 í .401. 8" 11. 0N .l llt Villor em Cr.J IB.579. 1~.(b lh. t'fO .117,fo 1a1. ou .m,ao 340. 224.631,11 (b) Valor oorrlll)Ond.ente a : Antar.OtUcll. - Sul S.67&.611. daa Unidot 8.109.-MO. Nlo Am&Mõnisa - 168.t 'Jt l 212.IÍO re pectivameh.t-t. O &Mt> ,ó oomeçou a operar direta mel\t~ a partil" de 1 uteis e comerciais da Amuóni& e éntre essas as heveas, de todas as classe~ e familias. Pelo t>ecreto•lel n. 0 8.910, de 2T de setembro de 1944, foi autorizada a assinatura de um acôrdO entre o Mtntstério da Agricultura e o Banco de CYHito dei Borracha para o fim do mesmo Imtttuto fornecer ao Banco 80% da& mudtls e das sémentes de plan– uu lactiferas produzidas por aquele Imtituto e recomendadas para a região. Anteriormente, já o Decreto-111 n. 4.461, que constitue o Ban– co de Crédito da Borr:11.eha , determinava em nu a.rt. 7 letra. c) , como uma de suas finalidades, "saneamento e colonização das melhores .TrtULO~ :0:&lSOCNTAI>ôS Com o término da guerra de 1945 e a reabertura do.g 1erine:ais de plantações do Extremo Oriente, a opinllo geral éra que a procura A INDO- TNA N.AOIONAL Dll .ARTl!FATOS D.I: BORRAOJl4 ela borracha iria , dlm.ifmil: por haverem cell8a.do as pesentes neces- . Local Ntlmt!TOI Belém (Séde) •. . . . .. .. . . . . . .. . • ffl M:anáus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . •. . . 4117 Porto Velho . . . . . . . . ••. •. . . •. •.. 1~.:, Rio Branco .....•••••.......... Guajará-Mirim ••.• ; •• ••• . •.... . Salvador ..........••••••..•..•. ronas produtoras de borracha, expressamente para nelas ·serem plan- Benjamin constant ••••••••• ,, .. tados e-cultivados, seringais dáa espectec de hevea de maior resis- Cuiabá. ..........•••••.......... tencla e rendimento, indicados pelo Instituto Agronômico do Norte". Boca do Acre ••••••••••••• , •. • • O Decreto-lei n . 0 5.185. de 12 de janeiro de 1943, que modificou o acima citado, para reestruturar aua direoio e ampliar sua autori- 14 l dade no complexo amazônico, manteve aquelas atribuições do Banco, como a reafirmar a neceutdade 4e lembrar que nlo se poderia con– tinuar na eterna industria espedlciontr111., que levará a Amazônia às mesmas terríveis angustias doa anos que poderemos chamar, sem exa- gero ou dramatismo, de terrlvels 181'-19311 . _ Para. melhor acentuar que o Iru;tltuto Acronômico.do Norte de– veria colaborar na obra. ele repa.t• çio da. econ.om1a do vale, que é. 1.166 llllPRdTIM'OS RUR.A.Ie 8ltt>B . < l!eltlm 1 Municipio Número., Amapá. . . . . . . . .. ... . .. . .. ..•..•. 2 Altamlra • . . . . . . . . . . . . . •. . • . . . •. l Acará ......... :•······-··- -· . ~ Vl@r ia.:1'71.161,'10 19.908.489,10 4.731.&3',-'0 a. :11a. Tlli,OO 2.H0.72:UO 130.000,00 1.1311.814,iO i37.9ff,00 -42.000,00 O?$ 41.991.37UO VCIIOr 200.000,00 90.000,00 Oiw\ """IV"t $idades das indústrias bélieu e que, paralelamente, & otetta desN. 1 vem contribuindo deci81vámente para a establHdã<le do merna matéria prima aumentaria._em consequência da intróduçlo nos mer- do da bOrrach~ bta.atlelra o surtu e\.!'. prorre.~-.o.· C:'\ lnctu~tr1a na.cio cados da produção do Oriente e, dos estoques ali exiltentes, 0 que n;,I de artet&tos de borracha, c,~ :;(.,.- ~,,t~ co:r.•. n,ut!o p!!los $881.Jil'l. acarretaria a baixa dos preços com reflexo aem1ye1 wi. exploração tes dadoll relativos ao consumo de5ta matéria pr1i.m : da borracha. silvestre, que não estarla em COfflllçõe& de suportá-la;, A produção br1,111leira de bon'ách11. 1)11.teeii. sertarn.enté ameaça– da, porquanto, apesar dos esfôrços empregados, ainda nio possuimos plantações cm número apreciavel a com exceção da Concea&ão Ford, hoJe propriedade nacional, sua 1nnuencla no rolume da 11t.frt, i di– minuta. Esta. perspectiva, entt't!ntanto, nlo abalou a confianoa, dOB produtores na açt.o eflctmte l!o Banco dá Borriicha S/A 11ue, am– parado pela Ma vontade do Govêrno da República e a C?mpreen– l!lo inteligente das indústrias nacionaia, pôde acautelar os mtereSBes gerais defendendo eate produto que con&tltue a base econ6J:nica da vida de toda uma. vasta reg1lo. À~ 1931 1937 11111 lflN 1940 1941 1042 19@ lllü Qvot1tffiade .tte Borrach-a l m t1,neladu, 2.234 1.'i!lt :1.,20 3.09t ~- '> 5 ,.m t.361 lCUlN 1ft ..... s~cri Err::i~ :ilen.tl ! Brvt4 \Em tonelacta:il 2.SHJ ~l.-\48 ~ .'i26 s.:.55 13 .118 9 .~.i!! 11::10 13.167 "'"" ~-

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