A Provincia do Pará de 16 de março de 1947

N pro n tur , como unt renexo de si meam de&• cobrt& como Que um. flwdo unl– ,-ersal de lascivia a animar a c:rlàçlo inteira: " que .mores qu sonham u (esferaa 1 A brisa é de volupl& em cal&• (!r!o". A. • mulher devia aMlm epre– sentar, e representou com o m&ior vigor, na vida intensa– mente vivida de Outro Alves • na sua poesia, um papel de e&pita.l preponderancia. Rapu que ainda não contava vinte anos de idade, era escandalo– aamente, ~em nenhum disfarce, em cidades ainda mais provin– cfanaa do Brasil de há. mata de oitenta. anos passado&, o amante de uma atrb:, Eu.genta CAmara, o "pássaro maldlto", a "fUha, da noite", a "bacante dos amores", e que tem, na !ma.ginação e na obra do poeta, mais que nenhuma outra, Utru1. tnnuêpcia poderosa e Ú'l'~~l.atl– 'Vel. Antes dela, concomitante– mente com ela e depois dela, hi várias outras. '11.adonas, querubins ou Ma4a– (lenaa", • mdas as quais éle amou com • intensidade do seu tempera– mento. Poucos poetas terão, relativa– mente, falado tanto em gelos • cabelos femininos, duas fe– cundas fontes de 1Mcfv1a, co– mo Cutro Alves nos seus poe– mas. Autentico ~ nsual, êle tinha J)l'O!u..'ldament.e desenvolvido o sentimento do olfato, que lhe i,ermma, sem a presença da mulher :i.mada. sentir-lbe na auaeneta os perfumes: • Longe de ti eu . bebo os teu.e [perfumtll". Disti11guia, em cada. perfume a sua !ragància caracter~tlc!J.: "Ora o cheiro é lascivo e pro– [vocante. Ora casto, infantil como a. 1no– tcencia" . "Ora propala os sensuais an• {seios D'alccva de Ninon . ou Mt.t• [prlda. Ora o mistério divinal do leito, OD~e sonha Ceeilia, adorn,.e– [el4a". Numa a.lcova., logo percebido o treaealar da essencia e (las fl6res. o que lhe fazia o eangue correr mais vivo e sensual nas ftlaa. Quando a. amante lhe fugia, recordava-a pelo olfato: •Inda a almofad&, em que pou- [saste a fronte, o teu perfume predileto exala". Pertencia à raça· de Rolinat. que tinha, essa nevrose: "tJu pertun chante em· moi cwmme un a.ir ob5édiant". ruru b1hUc&ll e de peregnnOB, m qu jamais houveMe apren– dido o df'!tnho. Mas esse emorial, esse au– ditivo, esse visual, também sabia, como dissemos, voitar– ee }7rôtundamente &õbre at mea– mo, e 5entia. e pintava. a treva. 1nter1or, a dúvida, conatt.nte. e para, essas· terriveis preocupa– ~ aconselhava ao viajante dC5tfts mundoa que acendesse a fé no coração. Da, meam& IOJ'te que o 1et1 mestre Hugo, êle tam~ u vezes se debruçava. sõbre o nustério dos D03809 des– tinos, e assim como o outro interrogava: "OU va., Setgneur. ou va la. ter– tre dans les ·cieux ? 61e por seu lado perguntava · também: "lllas quando os vendavais ru– [gindo, passam n'alrr.&, Quem pode resguardar a tte~ [mula, lanterna'' ? Dot.ado de tais qu&lidadea. Castro Alves realizou, dentro de breve artOI!, uma obra i:,oé- J)a1'& S-iMa , &Joelhada aos ~ de lllár1o moribundo, os seue pra..ntos &lo óleo umldo que derrama às plantas do amant.e. Se podemos enumerar as lmag m violentas de Castro Alves, Dlo no5 é powvel fazer o meamo com a 11ua. criação lf– rica, cuja. riqueza corre parelha, oom a ternura e o mtmo d& invenção. Para ele nem r:em– pre a arte se representava em toda a sua crueza. Dezenove anos antes que Eça. de Queiroz condenslt86e numa frue toda uina teoria estética - "Sobre a nudez forte da verdade, o man~ to diafano da fant:tsia", Jt Ca!l– tto Alves a havia revelado em vergos: "Um dia o artista, num mo- , emento lucido, Entre gazas de pedra a loura [Aspasl& Atnoroso envolveu, Depois, surpreso!. .• viu-a inda tmat, languida..• Sonhou mail! doudo aquelas !or- rmas lúbr!eas••• Maia nuas aob um v~u". Crft1cos há. que, para lhe ne~ fContlnua. na o!taT& pâglna,) Há falta de documentos no Arquivo Público ERNESTO CRUZ . 1hr& A PllOVINCIA DO PARA') lD pouco tempo esteve . na Biblioteca • Arquf Pábllco d Estado, um deli ente pe11- qu!ador do no J)MS&do hl11- tôrico. Como tod os hl tol'1a• do?1/JIJ que ae prham do ff o, l& & proc:ura, d documentoll. Queria folhear OI J\OIAOI códf– cos nu.msscrlto.. P eu pro• fimdal!imt.e nos segredos do ar• qu(vo eolomàl. Investigar, con• cltllr, tr&m:ldo 6. tom para no– vu anil fatos e os vul• toe que enchem os da!$ sécu– los alfl;ados da rtllt.6rta d& ca~ eaplt&nla paraeE1se. D@tro d~– quela mod&tl& que s!nl'Ularlr:a os relia1 , ~e J. Camargo, tal era o nome do h11tmiad0r que túlha, em minha frent.e, pe• diu-me mra. ver os mmusert– tio3 do R'CUlo xvn. J!!ra au d Jo eeu desejo eo– ltgtr,. avol'Wll&r um bom doeu– mm~rio sobre aa atnid&dea dO padre Ant.onto Vietra, em Be• 16m, e anotar os detalha maiA interessantes da pasaagtm dn famoso prepdor em terra.s do Grão Pará. Co que atàfa,çio me !&lou o 11ad:re Camargo de sua vinda a Belém, para tudar aqueles manulCritoa tio vaile5os como à 11, tiro 11. EvJdentemente, a maior em()91o de um historia– dor, · é aebar o d~mento que esperança.damente, exaustiva- mente,· procura há multo tem– po. 3stA qua,nta,s vezes, nas li– nhas Q.ur.si apagadas dêsses ma– nuscritos, que resistem a inte– perança dos séculos, a significa– ção de um motim, a Junitica.• tiva de uma. aventura a.udado• , a tradução de um gesto, 11, interpretação definitiva de um episódio mal colhido na tracll– oão popular, e dêsse modo, de• feititosameute expogto nos com- 1)6nd1os histôrieos. Ter diante dos olhos aquelas peças era, p11,– dre Ca.margo, a recompensa da penósa vtagern que acamwa de fuer, desde o alto Ama ao litoral param11e. Certamente, quando penaou ccontrar no noao Arquivo pa– blJco. os códleos que ali dev!am peJmanecer coin o cu!.c: la.do e o carinho que 11e dlapensam aos teaouros dessa espécie. longe va de 1Dl inar a, decepção que o aguardava., Tive de revelar-lhe cata, a.m&r• p, verdade: -No nosso Arquivo hi fal– a deues documentos ! E ante a admiração do mw interlocutor, expl1que1-lbe à.~ causas que orlginarl!,m o de.;a– p&recimento de tanto11 e precio– sos manuscritoa. Na. noite de 'f de Fevereiro de 17115, naufrapva nas pro:x1- mi<1ades da bafa de Japt?rica, entre outras, a. canôa onde via– java o tabelião Antonio Mar– ques de AzevedO Melo. Fazia este pa,rte da comitiva de João da. Maia da Gama, governador dos Estados do Maranhão e Grão Pari\. Era costume de João da Gama, todas as vezes aue se transportava para São Lufs ou Belém, levar oon~ o arquivo das duas capitan!lls. Dessa vez, incumbira o nota- . (Continua na. .,. . "lins) ctar. ~en'ireteto. n1o nlftca que a mentalidade do artuta ae,a um fator dest1tuldo de sentido ou blo existente. O art!&t& allte, como realidade atuante, como fundamento in– telectual da própria arte. Re• pr~enta um mundo de tendén– clas espontàneas, que na luta conir. 9.15 influências exterior oo sue impõr, l.s vezes, Cárac• terfstlcaa marcantes. A psicolo– gia do artista é, porém, e antes de tudo, forjada no melo IIÕbre o qual lança novas diretrizes. Tõdas as tendências natura!s não conseguem · fugir à •• pre11- eão" do social, qUe acaba sem– pre por triunfar em maiores :i.,roporç6es. sua influência sõ– bre o artista é decisiva.. Por 16.s.o a. arte tem eempre um eentfdo humano m relação ao am– biente em qUe 8Ulge. 'E #: lffl• tida e compreendida. pelos ho– mens de sua épocfl,, e por todos os outros cuja cultura os man– tém ligados à reaHdade histó• rica. Na literatura, êsse processo se d8$tae& e se torna mais com– preensível que em qualquer ou– tra arte. O escritor mi. contí– nuamente em contacto com a agitação 50clal do exterior. Tem :necessidade disso : a literatura, é a própria vida dos homens em movimento. O e&eritor tem de iu:omptl.ftha.t e eentfr de perto as mutações e os conflitos so– ciais. Eis porque, como instru– mento de critica, é ~ literatura, sem dll.vlda nenhuma, um dos mais eficiente$, por Bel' l>Nt&n– te objetivo para dizer claro o que quer, e sobretudo parque tem o lado qUe Ili! p6de chamar o lado verdadeiramente erJ&doT : pensa, exige, fala diretamente l, m.tellgeneia. P6de tomar par– tido mais fàellmente que a r>in• tun, a. nn1sfca, ou a eaeultura, na. defesa de qualquer coisa que com!dere seu !deal, se3& êle jul!I• to ou injusto. Litc 'atl.ll' & moderna é :mafg proprttmente aquela fôrça erla– dorá da literatura dirigida con– tTa o retn,a:r&do, o reacionârio. Moderno é tudo o que se opõe a velbN 1délu e resultantemen– t.e a velhas f6rm&11. Principal– mente a. velhas idéias, porque f.órma é uma consequência ape– nas, um re!ll!lto. Nlo se póde chamar . moderna a literatun. que ee apresenta em novos mo– delos, mas defendendo t~es ge.stll,S e antiquadas, ireradu e :o1ent1das pelas vovós. A revolu– ção lit.erária não se limita ao modo de ap&r. ~ uma questão de co~lenc!a, de cultura, de ffna.lidades. l!: preciao abt!t se o que a literatura quer e diz. é realment.e moderno e, nlo só is– so : mas também se está de acOrdo com a ciência e a rea– lidade de i;eu tempo no seu mata adiantado gráu. o Bra.sll tem atualmente 7'1- guns escritores moderno.. Ckn– te que fez de seus livros qual– coisa. mAis que diálogos e de!– crições, dando liberdade a êste aspecto verdadeiramente criador da literatura que é o de pensar e exigir. Mas tem tambl!m um maior número de escritores chamados modemo!l, ninguém sabe parque (talvez porque se– iam contemporâneos dos ou– 'tros) e que deveriam aceitar mais justamente a, classificação de conserva.dores, porque na verdade é o que ,;ão. Escrevem uaando a linguagem nova, oom tipos de impressão novos e no– vos estilos de encadernação. J!: só. Não compreenderam que a questão é ·de substância e não--.,_,_ de tórma, nora.uo ttidas as épO• ra7n"ão 06 '""Qüê·-~rãvêm--em determtnàda linguagem. Litera– tura moderna é algo mais que escrever histórias : ~ uma ati– tude. A questão, portanto, de ,;nber (de um modo geral), se a lite– ratura é ou não uma expressão social, sem dúvida que não com– J)Orta mafs discussões. Eviden– temente é. Reforçando : evi– dentemente não póde deixar de aer. ae a literatura é feita pelo homem, e se no homem o que pensa antes dêle prõorio li sua comunidade, como dizia Gum– plow!ski, claro está que a lite– ratura, ou melhor, a arte, mes– mo nas suas manifestações mais originais, é a exuressão do meio, d& sociedade. Fóra daf, seria admitir que as idéias Uterãrlas cáem do céu como a ·chuva ou como bolidos 1luminadog. Penl!O que :não há o aue discutir Mbre ésse assunto. Está tudo dito e comprovado. Mp.s, e a questão de saber se a literatura deve ou não ser tendenciosa,? De saber se a li– teratura deve ser posta a, serviço de uma idéia não literária, que norventura seja conside,.ada útil li, vida dos homens ? Bem, isto parece uma questão não de todo resolvida, isto é, que pôde dar motivo a dlscuss6es. Da minha parte, penso que 11, literatura é eempre tendenclOISa. Se ela pretende impôr uma idéia tida como revolucionária por ser esta idél.a Cfflltrária ao que existe de estabelecido e de comum na sociedade, certo que tem uma tendência a (filai é inberente: 11e é contra esta ld&, se pretende se opõr à ten– d&ncla ehamada tevoluclonária,, claro qUe tem uma tendência oposta, mas igualmente vital a outra. N& htpótese ainda de qUe da– da Itt.eratura não objetive, de maneira contsciente e preesta– betedda, combater isto ou aqui– lo. nem assim ela deixa de ter ume, tendência, embora. passiva. Po,que ~ !mpol'>sível fazer Ute– r:atura RDl louvar determinados princlpios morais ou floclais e cont1eC1Uentemente mostrar a in• ferloridade de outro~. NLstn, 11, literatura. toma uma- posição, tende para um lado. Póde r.ão mostrar u claras ou organiza– dainente sua. intenção e talvez Ili.o a t.enha mei;mo de modo cometente, mat;, a intf'nçl'í.o existe. Desde que se pense nêste mundo desuniforme e compli• cado, ht intenção, há partido, há modo de vêJ' ... A arte pela arte. . . Torres eb\lrneas e não sei mata que, são admir!veis fantasias da imaginação humana. O homem, no seu ufOrço para, o perfeito, a todo instante foge à realida– de. QUer se desligar das impu– rezas. elevar a arte ao sublime pelo caminho do absoluto, e ise esquece que as impurezas fão a razão de ser das próprias coi11as e que o abl!Oluto é um i;onho divino do subjetivo. . "Ex nhll nhil", diziam os ho– mens do passado e parece que nisto êles estarão et.erm~mente presentes. Não é passível fazer a.rte pela arte, porque a arte vem dos homens e os homens re àifitam no meio d11.s neceui– dades, emoções, idéias. Quem Pôderia entender a art.e se ela fósse feita. para ela. própria., dentro de uma realidade trans– cedental ? por certo não eeriam os homens. Os homens t êm co– ceirall, dõr de bartiga, e morrein de vez enqUantlo como qualquer animal. Justo é concluir por isso que, a arte, partlcmarmente a lite- ativa ou passt mente. A q - tão aqui, debnl. de 1er, J)Qrt.anto, a de saber se a literatura deve ou não, ter uma te.ndênc!a, por– que isto ela tem venha de on.de vfer, mM, sim. de saber : que espécie de tendência deve ter a literatura? Ou dirfamos qtie o mundo é tão complexo e contraditório que a confusão nos impede de encontrar a tendência verdadei– ramente justa que uma litera– tura deve seguir, e dêsse :modo negarfamos a justiça de tódas, ou dlrfamos que tódas do na mesma medida justas, ou então, teríamos que fázer uma análise cientfflca da sociedade para descobrir com exatitlão a ver– dade que deverfamos itdmitl.r. A primeira. hipótese é conformis– ta. De modo algum resolve a questão. A segunda, nos levaria a abandonar a literatura, por– que não seria nela própria que iríamos encontrar o que bueca– mos. Teríamos que penetrar na sociologia, na J)olitica, em ou– tras ciências. Porque só se en– contr riamos a justiça de deter– minada tendência, em !i,.ce dll,11 necessidades e das asplraçóes do.e; homens, E els o que .finalmente nos prova que a arte e a literatura estão ligadas de fórma indlllso– lúvel ao melo, á 1SOCiedade. Par– qué 86 no &tudo desta.. podere– mos E'.ncontrAr a razão de ser das tendências humanas, do '(lensamento, da própria arte. prio Alencl!.r, ,; Alvares <:le Azeve– do. a. Junqlletra Freire, a Fagundes Varela, a Porto Alegre, como 1nd1- da nova arte. expusera-lhes o estllo, a, ortglnalldade. a, posl.ção, o penaanuinto, e escondendo-os um t.c,nto na sua nuvem de incenso, adjetivam-lhes. sobrlami,nte, a. fR– m11,. EBtà,; crontcas de 1866 e 67 colaram-se à lmportanc1a daqueles autores como uma estampllha. o!l– da!; tiveram o prestigio das t1en– tença!l irreeorrivels. Mas s galeria ooinport.,.v& outros genlos. Es ps– la.vra de Alencar e:itlgla a preceden– cta. da vtslta, o Incomodo de a.tl– rar•le Machado de Ags!s em tatdfl de camaTa.l para. o borbortnho da rua. do ouvidor, subir as escadas de "Aux trêres Provencea.ux", ho• tel de atrizes e rapazes alegres. onde castro se hospedara corn Eu– genia. (4),e ~li f!ea.r horas !l. fio ouvindo-lhe o dmma. Deu notteta dlato em res:l)Ollta a.o solltar1o da Tljuca, no Dlirlo" do dia. 29. BôA VONTAD1'1 NO TRABALHO " ta citlberancle. que, V. E.,;:. com justa razão atribui à Idade (tinha Machado 28 anos!), concor– do que o poeta. he. de reprtml-lJJ core ot1 anos. Então consegulri t1e– para,r completamente a llngua. l!– rle& dB llngue, drsmattca". Mas :procl1tmava: "Achei um poete. orl• gtnaL. A musa do sr. Castro AI– '"es tem feição proprta. Se se adl 4 vinha. que a t1ua escola é a de \•tc– tor l'fügc. não é porque o copie t1erv11Mente, mas por qur. utna ln- POEMAS A OSCAR WILDE BltUNO DE MENEZES Noite. Luar florent,e. Sonhei eom a minha lua. Era ela lntE:gral, Toda ela o meu amor. a Uusio, o desejo. Na. paisagem lunar. que tornava o céü bfblico, Ela veiu :rutgjndo, No seu 11eifU de lf!tlda , Tótalmente mulher, esplrituaiment.e amada. Enqua,nto o plenilúnlo rendilhava o e nário. Tecendo um alvo crivo, Com os desenhos das frondes. Pondo um rastilho opalescente sõbre ~ água.,. Ela, CQmo ae t&,e flórea mão marinha, Emergia, cismando. do lago aeul elas nuYen~. E eu, num êxtue . míst co, A alma tramfigurada, no ansêio de querê-la, Sentia os dedos de anjo, da minha excell!A lua. E aa suas mãos táo mrigas, Que só merecem beij()S, Descendo, imaterialmente, pelos meu.e; cabelos. E como, no meu sonho, seus olhos me falavam - Seus olhos, que pareeem os vitrais de sua fl.lma, Qu e ela inteira revelam, Que dizem da emoção que lhe causa a Poesia, Olhos que acariciam, e que rezam, contritos! Nesta noite encrmtada, Que a.inda hoje me i~ira, E' que eu vi minha. lua, como sempre a sonhei : - A lipha, a. um tempo curva, e breve, e deiicada Dos seios se anin~e.ndo no aconchêgo da blusa, O aprumo natui-al do busto de escultura., O seu c.on ,1unto. enfim, De mulher e quimer::i", q,1e t:tnto me f PScin.. Que noite, para mim, minha <'!1"-ína lu!l, ! Sonhei que eras real, Que me estendiaR os braços e ,:;hama vas por mim Que vinhas toda esplendoro;;a. Numa réstea de luar, numa 1uga de "St,:éls . Assim como eu te espero e nunca chcgf!.r~"' ! . .. v,.r11tôe.. ~. no1t" o r~p1r11r" [de u■• O<!eano de t ue. i,.lm11., de cral'llo [tran.Gborda.1: 1.do, En chia a r..atmei:a de sentimento e (&mór, As noite~ eram n.lnhos de amantM {s'ocultando, O monte - ,1m braço erguido em [busca do Senhor. ....... ~ ............ ...... .............. . o hlno em que trabalha chama– se "Pesadelo de Huma.lti": reci• ta-o da sacada do "Diário do Rio" - à rua do ouvidor 89, !!obre u lojas de modas de madame Joa6- pl11ne - (8) na tarde de 4 de Mar• ço, quando se mult1pllc:a.m pela, ci– dade e.a manl!eataçõe:ll de jubilo pela "passagem" , A esqu•,dr1t, bn.• Etlelra. pr,i l9 de Ft>,vi,relro r,~m:r>e• ra as corrente.~ que lhe trane&,vam o rlo. a!rontare, as baterias da tor– t&leza, pass&ra intrepidamente IICtb o 1ogo df' duzent&s peças... 11:ra delirante, E ele, que depois do canto do "perlgrmo auda,z" deixo,– ra de -evocar a guerra, a el!!; apa.– Ter,tement& lnsenslvel de :tato torrado de pactflnrno na eua poesl& <l e rvd~,;ão dos 1\egres, de llbert&– .,~.o Ideal. se arrepela de entulM• moa heUcos, 1ntla o petto no lleu orgulho patriotleo, e dê. ac-s Vl;l'§.Q!I 1Jma, r.essona.ncle. de march:,, trlm:i.• f9 I, Ao 1mn, do~ rlnchOll '1011 ca.val011 [bravós, Que soltos pesse.m n ot,; ~ertões :re- [motoa, Ao .,.,,irmt1r10 trli;t~ :.lo cativo rio r~ue solta grites Fepulc,rals, tgnc;to:s~ Acorda nm dfo, Bumaltá eent!ndo Que a morte '171bra-1he o PMlldO [amez. Tr~me•lhe o manto tio!!' ·•i:ernla" [estens!!I E o vil tlt,Hlo ee lhe agarra. os , Qu..,., P. q,u<" acoM:-i ,. dde,llela [enorme Qu., t ~t cinge lie fatllJ• [ame1as1" Brada n rnso.r;t,,. d.o deserto I!, ee:• [J;I0!!3., Sentindo o s:mgue lhe correr naa [Vi!ilM. Dlzet -:-c•r:dore~ •1ue vods do nO'tte Dizei. 6 ventos, q 1 n l'.lo céu t'OfU [pe!EI Porq111, é que a hr~ tito. m"'u bro– l <1.ud soluça. :e:; o ,, li tirano f!~ ma 8.~arra aos [pêa?,. , ,'-lln111:l0 ! 1'.scuti-.1 lhe :respond [t!'emtt!.o. S!l,.nc1ol tilz-lhe do dl!J!erto 11, voz. Silencio! li' <>.le. •• - o Brullelr" [Atltlnte, De um grano'! P0'fl0 a, legião feroz. :Oc.~e~u, d<•S Andes... da Bala 111• I.U\Ta••• no <:'h 1s1111,tia,:a esta, m.ane.,o de [reli••• 'IY<>me, 6 dd~,d.,!. , º Se o Brasil [camlnhir. O vll tirano se lhe a.garra. &Ol!I [pis••• ·i,~;~. -~s~~;~-• ; ~~;: . ~;;,;;,."ci~~; . ~~~:· ttol Povo, abre o peito para a nova [vida! Talve7. arora. o pavilhão da Pi• (tria Açolte altivo HumB,itá rendida.. Bim : nela campe 4o~ soldadOft · [morto11: 6un r p1>1o tron o ctos hcrols, dos [reis; !:'jm • pe!.o 1' er.ço <fo·; rutl1.ros b:ra– [708, n v,J :.1,~11" t•{< d<? t,-,1Ja-lhi, o.s lP~, <) '·;J2'.\.r•ct ,r ·l U COt.U ebta'!l-s f.ír6• 1nen-r,1ras trores em 5 de roarr,o .. cv~tro r-~.otou à margem: "não se nu.bli.ca ·· t9). p,;~st" pelo tom guer.. reiro q_ne ~starln. e1r, desacordo com. a t1~u sa. l'..ncrucntn '" - sua repli• (Continua na oitava, página;

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