A Provincia do Pará de 09 de março de 1947

Domingo. 9 de março de 194'7 E!XPERIENCIA AMARGA Conto. de Osvaldo ALVES ~ l/'I?, ,.m 1uandn C!OllA O!ifl– k ,,antava os 'llh..,:: ds. costu– r 1.i o.lhava Jnclee1aa pai:a n filhn, r,;,m templl\ v11-n s1leneio11anumtt– e volUWl'I t<:> tra011.lho, 'l"azla. lft a Jimns minutos que " rapar. e~– pera vn. também em silencio. .. A pr·ias persuntara ao ch~ar : A S"llhora precisa de alguma cqi– s:;, mamãe?" Dona 01\vla r01s– ponder:t sem levantar 11. cabeça : -- Quero falar com vocf ,l1Jnmal ,iabia que a mh \a repreemli!-lo, niin não r,odia a– tinar Ct'lnl n mot,ivi,. P'i:iiera um r3.pido exame dl" consciencia - t d!"pol~ rl' lcost.ou -se na par1Jdl! esperandn t.ranquilamentt-, os o-– lhois fixos na ligurl' de Don11 0- Jiv\,, sempre euri•adn .si,brf' 11 co1>tur:a . Mu começ;, va 11. ímp~ - cient11.r -.~I". poi1< qut-rl" Ir il. F.~– tl!.çi?o converru cnni .Regina e ~ mãe o retinha, parr.ci?ndo não ter 11enhuma i:,re~~a E>tn comr– Ç" f - ·'Que quererfa l'l:i'.' Pnr causa de que aquele visivel em baraço?" Conhecia-a suficientP.– mente pflra s;,.bl!r que ela ,t P– ,iava repreendê-ln por algum motivo que ele desconhecia, mas estava embaraçada, sem saber por onde começar. Dona Olivia era muito traneR - e sempre que chamava o fi– lh'l rlizia df' uma vez o que pr,.– ci~,w,, <li?:E>r. ~ >l'Stav:,, ao11l>ad o . ?,,-1115 11,1:nrft ;,;entia.-se realmente índ.,.ci~;, . '?o,· que, afinal. iriR re1,rerndr-lo .~e. nn ftmdo. não o considerava culpa.do? Para que dar ouvidos aos venenos distila– c:io~ pelas más línguas, quando Anh11 confiança no filho e sa - l:i.~- oue nada existia entre ele " Rnina quf' merec,e~se adyerten– eiP? Mas já n havia eh.amado e a1mra eni. nMessarlo llquJdar o a•fünto. embtlra compreende. •.<>. qu~. a1<indo dessa maneira, ao invés de f~ zer um bem, estav11 despertando no fllho um certo e;entimento de malícia que não existia nele. Olhou-o de novo e chamou: - Venh:1 par;i m3i~ 'pert,o, eu :!llho . ,ruvems I ob rJr1:et1. <lproximou– i,e sem dizer uma pa.lavre,, ~ ti– iou quieto na cadeira. esperando. Dona ouvia começou com rtlti– culdade: -\Toei\ Jii nào ,. 1.1m menino, l!abe? Ele fl!z um l!'e~to dr assenti• ment-0 enquanto pensava : "que pretenderá minha mãe? " - Você já fez 15 anos - prog- tP•u~ o~ ·•ntarlos Assoelaoos, ~eguíu el& - portanto, não fica bem estar todo o ti.ia juntfl com t?.Pglna. Deu,; ub., and:rndo par on.de . ,Juvenal r,lhava-11 <!Spantado. Náõ sabla de onde partir,3. Be:ne– llunte idl'ta. ma1; :s.-ntia-,ie·imr– preSQ, mago:.>,clo e infeli~ ·- -Mas is.<;<> 6: uma maldad,;,, m~mã.,. Qu;em inv<?nton essB bellteira ? Quem meteu isso n& cabeça da ;;enhor,1 ·: Dona O!ivlll, rsmb!!m ~nt ria. r,oli< r.onhedR per-reita.mentl°' n 1!lh(, - " ~entili. !litor:i, qut> nán tiver_,. h11 bllld:vle pal'" -:hamar ma at~nção .•em nft>nrié-Jo. M'ls continuou, Tl~ivelmentl!' pertur– b11da , come, 5e C'Umpr\s e nm de– ,·er peno11,, --.. 1l 1 ~,-1 r.1ut- 11âe1 ltí< 11ada. ,Juvim11J. Ma~ ~P. <l "el•• .. qne fa– lam!. ·- Ma~ ,,P li 11Anhorµ sab~ qu.. tsli.o hi; nad11 , que t:emo~ nós e.om " ~le&"'.' '!!:la ~., perdia rade vez mai~. sem encontrar argumentm, p11- r Justificar :-1 l'ltiturtP 'JUl' ~~­ sumira - ,. i~ro i<. afligi:;. mais <:ln que tudo mpre q11e n r !'– preendia sabia bem por que e 1,1- presenta.va . razões com :e.1; nuais Ple concordava imediatamente. Mi,~ neste momento tudo lbP µ:irecifl errado •- - P •la n~o po– ,fü, reprimir um o;entimento <Jp rniva. por descobrir que ele coln– ~11,•a melhor o problema. do <tUf' ti;,. Bem : -- diss" por tiro -– <:ompreando t.ambem ')Ue você fique magoaà o e ofendido. Mas fl\l tinha que c11mprir o meu dP.– VP.r, NAn quem e~tar ouvindo indír!!ta! des;;a gente a todo in~– t ~ntP. 'F'e:i; um geMo lar o. indicanctn ~ ,, M n:r.inhe. a i:-011 ,. r.abeça ti~ noi·n .-,orno se de.~~e o assunto rnr terminado. mas ,Juvenal <'ontinuou assentado ao lado de- 1,., stbanando a cabeça. negativa– mente em sinal de desaprova– çio. Ubitamente levantou-se e r.11sse indignado : - Eli>s nã.n têm n11 d:i com ~ nos~ vid~. ma.mãe, Oo:ar,o mui– to de Regin:i e não deixarei de procurá-la por causa disto. 11 menos quP- 11. $!enhon, o proiba. Mas a senhora não pode fazer i11to, porque bem 1•é que tudo é maldad€. Donl\ OliYill nlha\'A- n or:,; dt. frente, J,iliz por VP,r •iue ,i;;– t.11,•a livre d~ obrigação moral criada- pela, falsa acusação -- e MONARQUIA (Páginas de outrora) I_A Kl!:MORU DO MEt 1 VELHO AMIGO DR, QUINCAS CABRAL) Romeu :MARIZ O!!. Acanr.mia '.Par1u11n~ o!,. l..etr,11,,• ,!'are  PROVINCIA DQ PA:RA 1 O • lo 1t ! findar. naquel~ Mite molt! de ehuviMos reni– te1ites. Erradiit. na la.ria VII.• randa onde a. palestra transcor– rera .frouxa e pesadl'!,, vairi..va a i;ombra. de 1m,11 tradlçio d' ,mt.em , envolvendo 0(1 ,r'UJ)OI' grande sonho. M>nhadn 11 re– ~letir. uquitetl!-do num'hor,; •nlt.vut11 df'. a.mor 1 l,ár,ri,a.. .. Menino - Q velho. a rugar o ~obre:M!ni\o. diMe: - ,i ,islii, da ,Jma e dn coracáo não ,-r1w·– lhece. O nervo ót1<'-0 do !len:io, ••• - ri .. u- o can- também J)Or sentir algo de fir– me e franco no earater do filho. Sorriu qua,se com Umid11z. eomCI ~e pedls$t' que r; tlerdoaasem. - F..stá. bem. meu filho; vod sabe o QUE> fa2,, J<;le explicou : -- E11 .,ó devo exi)licac;õe"' 3 ,enhora. mamãe. E ~e quer sa– ber por onde andamos. Regina ,. 1m. i> multo facil: vamos à bei– ra d(J rin_ passeamos (1P. eanoa. els.mo ~ sempr,. uma volta oeln r.ampo 1ela 1m~tr, mnit.o de ~n– ti11r nelqs r.ampos, m;imà,,,. 1 , fa– zemm~ viidta~ ao pes~nal da t.ur – m11 de r.onserva da Estrada. Re– i:rina di:-. frequ1mtemente q11e a– clni·11 <"onver~ar com as p('l:U!Oas q\mples. Mas a mai"" parte do r.pmpo l'Rtamo~ n,:1 Jl'.stação jo- 11.'Ando xa-drP.z - ·- ,, dona Aurea nunr.11 esra au~ente, ,Salmos ,;o– z.inho:< porque dona Aurt!a, qu,: ~- a única responsevel pelos atoi dPl:i, 11f!.o :sP. 1mport.a. E sabe d" uma coisa? Mesmo que se !m– oort.asse, Regina não daria ne– nhnma importa.nci"- 11 jsso. Rio- gina. :sente necessidad~ de ser li– '"'" como ;;ente neee~sidade de ar e de luz. E -::oncluindo a explicação ele diSRf': - Alem dP 1 udo a '-e11hora se PSQuece de ouP Regina tem 25 :mo~ - 10 ano11 mai11 velhit (!o QllP eu. Ela é para mim como umr. irmã . Aí. donB Olivia ...rriscou um 11nrnmento que esquecera : - E' por isto mesmo. Você "abe ,,orno Alice tem a língua grande . E' ela que anda espa– lhando por aí que Regina está pl'rvrrtendo você. Já fez muitai- 111sin11açõP1- 11 mim - "· diz pa– r• t.r,do mundo que "1s~o é um11. pnucn ,·er11:onh11 ... " .J1n·enA I Leve raiva, nã.o se pó• de conter: - Dona Alice devia olhar pa • ra si mesma, mamãe. Todos sa– bem que ela. não é "muito cer– t~ 1,. -~ Não fale a.~sim, mim filho - Mas por que ele11 :se met~m cnm R vid'l. d:> genie, mamãe? Alil'ou de leve os cabelos da mãi>. e saiu devagar, dizendo a última pal;:ivra : - Não gosto dll fal:.r 'lll vid11 cte ninguem, mas certas coisas dão r11.iva - e ~u não posso me eonter. Pensou ns miseria daquela <ii– f'lmação. lembrou-se de tudo que já, ouvira a respeito de elo• ria Alice, suas relações com o dr. Tavares. <Seu comportamento 'lUase escandaloso. indi!erente à propria presença da filha. Toda irente sabia das grandes somas (!Ut' o mediC() perdia am, sabados, no pocker que o marido organi– zava. fingindo não perceber os nlhares significativos trocados Pntn a mulher e o medico, ou lll' pernas de ambos entrelaça– das sob -11 mesa. Como uma criatura. assim ti– nh~ a coragem de falar em per– versão? Sua filha t.inha apenas 13 anos - e certamente. via au• mentar dia a dia aquela intimi• clAd~ com o medico: por <i,ue não .~P preocupava ela com a. ama proprin ca11a? Ao encontrar-se com Reiina sentiu desejo de contar tudo. mas tal como sua niã.e, não sa– bia por onde começar, receando ofendê-la. Finalmente depais de muitos rodeios. fez alURÕU v· . Regina, Qorem. não au- A PROVÍNCIA DO PARA floi• hei<>< t.umulo~ do Cemitério "ª Soledade. Uni !l-, les. n <!~ e,quertl3, ~ n • 1,:, chl'fr -:'.e "~l!uadr~ P~dro da cunha, 11 ur comandou a e~(!U~dr:, impérial contra os cabanos. Na. lousa estão i:ra,·ados estes veuo1: '•.\ QUEM 'F'F-'RDEO TANTO AFPEC:TO NTNGUEM DIG.\ NUNCA isSQUP:CE 0UF ACABA O ALENTO A VIOA QIT ANDO A 6.~ rDADE ;',SMOR.lsC:Eº'. O CEM TERIO de Nossa Senhora da Soledade Até princípios do século :XIX. não existia em Belém. um ce– mitério público. 'F.' o que se depreende da Cz.rb Réitia. datada de 14 de janeiro de 1801, autorizando ri. Francisco de Sousa Coutinho. governador do Pará e Rio Ne– gro. a construir um ou mais cemitérios - "onde hajão de– ser · sepultados, sem excepção. tod;:;.s 11~ Pess6as que fallece– rem". Contudo. a determinação real não foi cumprida. Os nobres da terra continuaram lt· ser en– terrados nas igrejas, onde ain– da exi:stem lapides indicativas, enquanto os escravos, os conde. nados à morte. os acatolicos e os excumungados, no dizer dos cronistas coévos. eram· sepulta– do,; numa pequena area. do largo da Polvora, atual Praça ria República. entre as ruas de "Sio V!cenr.e de forl'l " e ,:\a "Cruz das Alm0-s." denomina– das hoje avenida Sezedelo Cor– r~A. e rua Arcipreste Manoel Teodoro, Nesse a,ntigo trecho da cam~ ptna funcionou por algum t.em - TEXTO E FOTOGRAFIA!> DF Ernesto CRUZ 1 Para A PROVINCIA DO PARA l dona.do logo apó~. No ano de 1850. i::hegavam ao porto de Belem, com pro· cedencia de Recife. a barca dina.marquezo "Poliu:,'' P. a charrúa brasileira ·'Perm, mbu– cana ·, trazendo a bordo doen– tes atacados de febre amarela. Rapidamentf' o mal alastrou– Sl'-. Apezar das providencias 11a– nitarias tomadas pelo gover– no. 12,000 pessoa~ !oram ata– cadas pela peste. Este numero representava, na época, um ter– ço da população da capital. To– dos os recursos foram mobi– lizados. não só para debelar o fragelo. -::omo pani soconer os doentes. Cênu impressionan– te~ ocorreram nesse periqdo ca• lamitoso. O presidente da província. conselheiro Jeronimo Franci6co Coêlho. numa das paginas do ~eu Relatório, datado de 15 dt, Ago1<to daquele ano. escreveu a proposito, a,,; seguintes li– nhas : ·'Muitos actos de charidade e devotação entre si praticaram durll.nte a criAe O!< habitantes nesta capital. A muitos lnriivi– duos, a longo tempo inimiza- adros das mesma,s, ou em cl\• mitério:, a eles anexos. A ln– fração era punida com a multa d,~ qu~r1mta mil reis e 30 dias de pri~ão. O 1:R.rreno do cemité1·,o !koit dividido em quarteis, desti:1ado11 para os monumentos particula– res. para catacumbas. para se• pulturas de pessoas l!vr.-s e para escravos. A's irmandades. corporaçõe" de Ordens Terceiras e relig!o· se.s, ficava assegurado o direi– to de comprar separada ou as– sociadamente o terreno preci– so para o sepultamento dos seus compon entes. Custava cinco mil reis por bl:'aça quadrada. o terreno ad• quiridos pelas associações re– giosas. Il'mandades e Ordens, sendo obrlgatoria a construção da grade de madeira ou fer – ro. O Regulamento frizava. pa– i-em, que a Irmandade Militar do Santo Cristo pagaria, so– mentt> doi~ mil rei~ por bra– ça quadrada. "em atenção ao valioRo serviço que t.em preeta,• do as praças de linlla para 11 construção do cemitério''. Pars ime a Soledade :ficasse tl!Ola- ART'- ~ ..JTERA íRA Pá~na 5 -- PROVINCIA Ivonne JEAN , i>nr:,. "' "OládoA Aseocisdns" ) .\ cidadezinhH dormln ao sol. TJm ,ol ~er.o. hostil. matador dP– .,nerg13~- A luz cr11a. o!' doer nas pa.lpebrai;. fazl:i r~.o.saltar a. tri11t.e1-as ria~ rn 0~. As casa~ ei-– tr~it,a~;. P-pena; n1;J~>Uiada ~. :-;21n a min!m~, at.mosf,· ~:a ,-.~r,:nam lHdentio, Parech ':JU'' S!'US <)('U– p!!Utes 11n:;e~ prefE>rrnm sofrer rlo calor rlr.1 Qnt" í"'d~r o es{o1 - çn cte proteg1'r-~e" contrll ele. r,rocnri-i "'lll vi\,, um~ c1sRlnha branca. Llln jardim a!eg1'P.. -nrn patio com trPpMleit·u v"rme– lha.~ " c:➔,uPjr11 ile vime, O so– no que ,mvolvi~• i; 1:irhide parP– cl~ f Pito di> tod:,8 ii " renunr.1it~. :a b111ln~ ,H\"l7a<·,\e.!. e prer.uil.:a~ da :orovlnci:> . Dava vont... tJ,, ,;~ ar11 ar 0 11 pular parn quebrar uma mono• tonia que nada tinha de quie– tude cte l"erta~ cidade~ 1to i11 t.e• rinr, mas lembrava antes a ~or• rlidez das pensões dt' Balzac. Dava vontade de consultar o .. Conselheirn aa alegria e o breviário da s:1,bedo1·ia brejei– J·.a ·, onde ,Jules Romaini> ret1·a– i<t as trave~ura.~ d,' se1.e mo– ços - ·'L!l~ CopaJns" .. que resolveram acol'diir a~ monoto– nR~ cidadezinha» de Ambert P. Issoiro, transtornando gratui– tamente a ordem estabelecida pelas lei~ tacitas da imutavel. província Irancesa. Dava von– tade, Pnfim, de Cat~r qualquer r.oisa que fosse !ora dai; nor• mas df' r.onduta eterJ.1as. Ma~ continuei. simpll:l~llleut~ a passear até encoutrar uma praça com arvores. bancos. frescura e uma igreja tranquila no fundo. Na sombra conse– l(Ui P cordar o.~ pe11same111-0s já aneste~tarlo~. - - Será possível que não naJa aqui um único casal que tives– se aproveitado a quietude da cidade pequena para construir 11ma casa harmoniosa com jar• dim ah:gre, biblioteca colllot• te.vel, sala com tapetes claros cujas persianas fechadas de amanhii. conservam a frescura d·ct noite e sala de jantlLr onde Ir'1ta.s soniem em prat.os de bãrru e os ja.noi; contém Ilo– re~ ele- verdade? At.é agora só i;i a casa cinzen• ta como uma prisão pertencen• te ao dr. X ., obstetrico, e a eb– cola minuscula e sujissima, e o bungalow arruinacto do dr. Z, advogado que vi salr de manhã com ar de cão batido, perse– guido pela voz aguda da mu– lher e o choro de um beliê. Ele tinha manchas no terno azul. <:aspas na gola e uma pasta– .surracta, mu respt!1tabilisslma em b&lxo do braço ! - Hei de encontrar côr lo– cal, resolvi. Mas toda& as lojas da üntca I'lUl de negocios apre– anta vam o me:1mo aspécto pu– !!lrento e vendiam as mesmas panelas e o:; mesmo~ sapatos que nos suburblos de qualquer - - •L-'l ,s,., __ .._,....,... 4.,....,.,.,a .,.. .,....,\:...,1~.n l dRs, mo~1;ai<; e mescas. Jii.nelas :sPm cort,ins.s cteixandn '!ntrar um l'Ol ,sempre mais ins11porta~ ve!. homE>n.• que ,.·ngu!iam o te!• j},o (,01n o~ ruidos lncrive!s, mil• thf'rl'~ <1ue palltavsm º" denr.es f' f'l'ltAva.m com ,,~ r.rianças •t!m llHtH:a t.lra1· n palir,o da boca. um i·adio baruJhP.nto que dav;1. JJot.tcia~ P';nort.ivas. en– fim alguma, pa.!meir~:< raqui• ,lcaf em Vl\,!,OS fi\1 j O~. . Não ,Sll pode Julgar 11ma r:tdsde em RlgUmfrn horas. disse meu msrido. Vamos pa11:-;ear um pouco? Levanr.ei -me r:om f:ut11:.ii1smo QW:• nii.o ,·iulw 1anto da pos11ibi– Jlelade (l,i encont.rar uma obra de :.tie milíi,gro~H ou uma Cf!lla p!– rnre;.ca ma~ da 1mpossibllidade d.:! aturar por mais tempo a inclifor1mç;, ~ t.udn flllP há· de oom nesia vida dlst11ada por cada hospede. A sorte nos ajudou. Numa. p,·ai;a larga erguia-se um pre• dio onde nme placa irn:hcava : Con~ervatorio de mmacl! e .\c11demii! cte BP-las Arte~ de A F:uiran,u~. Ga.m:t~ e trechos e ~l:ltt1do "t' calvalgavam numa. melodia surrealista. Um jo• vem de uns dezoito anos estava modelando uma cabeça. Contou-nos que trabalhava o clla todo f' aprovP.ltave ,; fol · do almoi;o para àesenhar e ~s- 1:ulp1r uni pouco. Era entusiai;ta,, e jovem. Adn'tlrei sua tenacida– de o imagina.va na capital, com professor de verdade. - Ist.C f'! do Nosso Professor, disse ele com voz orgulhosa. Macãf' muito vermelha11 ~ µecegoi, muito verdes se amon– toavi.m ao pe dl' um nopo d ,·1- dro azul cuja transparencla ar• tlstica deixava ver uma agua límpida, - Muito interessante. dir,;,'\e, usando a frr,,,;t! 1;1plca quc sem– pre perm1w encobrir 11. :fa!t,a absoluta de louvor passivei. -Mas isto. o que é? pergun– tou meu marido com voz enle• vada. Df::s<'ollrim uma cabeç!i de mnltle,- df' uma pureza 11dmi– ravel, da e11Cola impressionista, que pitrecia estranha nesta confusão de fusains e aquare– las de mocinhos. - E- de um antigo aluno que foi parn Pal'is há muitos, mui– t,issimo~, anos e nos mandou es~ ta cabeça de lembrança . Uma velhinha magra chegou co,íl um livro enorme guP. co– locou na l11esa e abriu. - Os Senho1-es 1-ã,o lembrar a<tul a p;,,,,11agem na Academia. nãv e'! perguntou com sorriso tão cheio de exl)f'ctativa que petluei na caneta. Pensava ra– pidamente . . ma.~ ai; citações !ull'lam e por mais que procu– rasi-e prepamr o clima do mo• menw genial não se !armava na minha cabeça o lampejo que

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