A Provincia do Pará de 02 de março de 1947

.Domingo, 2 de mar~ lte I94'T NATURALISMO E HIS TORIA cebida. de modo seneralizador e indiferente a valores. Nas ciências cultura.Is ou históricas o espirito ou a consciencia do homem deve ser compreendida. Entre o objeto da história e o hist.oriador há. uma relação de vida. José Honório RODRIGUES A história tem como foco a particUlarização. do único e do que não ocorre outra vez. Por isso ela nunca. se repete. Por isso tambem não é passivei de– terminar leis, tal como acon– tece nas ciências natura.is . em que a repetição dos :fenêmenos, obedecendo à mesma ordem de casuaidade, dá lufar a leis ge– neralizadoras para todos os fe– nômenos produzidos segundo as mesmas circunstancias de cau– sa e efeito. tPara os "Dlir1011 Auoei&doa") No "D1scur!O sobre o Méto– do ". escrito em 1637, lançava Descartes os fundamentos do naturalismo. ,que por três sé– culos dominou o espirito euro– peu. Nêle explicava porque &1'1 matemáticas, cheias de certe– za e evidencia, tanto o agrada– vam. enquanto a história, as '1tnguas. a eloquencia e a poesia. estlmadt.a embora. eram colo. cadas em plano inferior. O grande desenvolvimento das ciencias naturais provo– cou uma filosofia naturalista, ou o qu(' ,e convencionou cha– mar r..aturalLsmo. o naturalis– mo é o fundamento de um si.s– tema a• expressão possivelmen– te IDA.temática, de leis, de rela– ção quantitativa. por meio das quais se atinge a libertação do acaso e das impressões visuais e o dominio sobre o que se re– pete, qae conatitui R, maravi– lho11a base de todas as tknicas quP o homem já. conheceu. A ele se devem os pro ressos da. An!I temática, da astronomia.. da fi~ica, de. qulmica, etc. Foi Ks.nt que explicou oi! rudimentos metaflsicos das cien -.:ias naturais, que se chegou ao esplendor do naturallsmo. Te– " !" hu-ga influencia a conceitua– çt.o lilosófica de ciência por ele feita no sentido de que 116 ~xiste ciencia. quando, das ob– l ervações que constituem o ob– j~to de seu estudo, se podem extrair leis de cara.ter universal, nl.l o a.fetadas pelas condições de lugar e tempo, podendo llel' ob– servadas todas as vezes que se rep!'tf'i o fenomeno. Kant che– gou mesmo a salientar que- não haveria caráter cientifico nu– ma li!scipllna. a. não ser que ai entrasse a matemAt!ca. Esse pensamento teve 1ntlu– t'!nciri tão poderosa que não :so– mente os homens dedicados à investigação da natureza pare– ciam O':e'.'!ôi::'.os quando alguem lhes dizia não se remeles os úni– cos a trabalhar cientificamente como até muitos historiadores continuaram a tentar transpor i,~ra as ciências históricas, cul– turais ou sociais os conceitos das c1encias matemáticas cu fisica.s. Quase todas as ciências sociais se contaminaram em igual medida, por es:se vicio. Mc.s foi exatamente na inve:sti– ga.ção histórica em sentido es– trit.o que se presenciou, ainda. recentemente, viva discussão sobre os métodos naturais nas ciências hltóricas. As tentativas ele Karl Lam– precht, com toda. a sua. ·massa de conceitos biologicos, como o tipismo, a excitabilidade, etc.. nada trouxeram em relação ao carater lógico do método hlstó- Ciências do Espirito" e . a mais importante obra filo110flca dos fins do século XIX e o melhor conjunto de idéias para os es– t.udioaos das ciências históricas. Coube, porém, a. Hermann Ri– ckert, estudando a estrutura ló– gica da história, demomtrar não só a oposição capital entre as ciências naturais e as ciên– cias culturais. como ainda que nu ciências culturais ou hi15- tóricas é o carAter de individua– lidade. de particularidade do acontecimento que informa o :;eu conceito e metodologia. To– da tentativa, protanto. de trnas– :ferir para a ciência historica 011 conceitos du ciências naturais seria um erro de graves conse– quencias. Natureza e história ou cultu– ra não são dois conceitos an– taironlos. . Distinguem-se · pelo aeu objeto e pelos seul'! métodos. Enquanto na natureza. se con– sidera. um ser, um fato ou um fenõme110 sem referência a va– lores, e buscam-se as relações universais, a :fim de procurar estabelecer leis que valham s.empre para todos os fenôme– nos, a História estuda o proces- 110 cultural na sua particulart– da., na aua individualidade. A tarefa, do historiador é a do particulariza.dor, não a do ge– neralizador, com() a. do físico, por exemplo. A natureza. na. ciencia natu• :ral, é um& realidade total, con~ De modo que temos, assim, segundo Rickert, uma maneira clara ·de distinguir os dois obje– tos a realidade é natureza quando a consideramos com re-– ferência ao universal ; é hlstó– quando a consideramos com re- . relaçã,o ao particular, ao indivi– dual. Dai se origina uma con– sequencia metodológica : o pro– cesso generalizador da ci~ncia natural e o processo individua– lizador da ciência histórica. Esse conceito de história não deve significar que ela, pelo seu método indlvidualizador e valo– rizador, deixe de investigar as conexões causais que existem en tre os processos singulares· indi viduais. A diferença está em que a causalidade na história é sempre particular, isto é. temos sempre de, apanhado o fato, o dado, estudar as cone– xões causais entre esse dado ou fato particular e os outros da– dos particulares que foram mo– tivo de seu nascimento. O que é diferente na .física , por exem– plo. em que a descoberta. de . • (Continua na sexta página) •, LUCIANO, SOSfNHO E INFELIZ Conto de lVlário COUTO (Para .A PROVINCIA DO PARA') O homem que estava sentado l última mezinha da esquer– da, já bastante irritado, bateu :palmas pela terceira- vez, vol– tando-se ainda para reforçar o chamado. Atrás do balcão, o terente a111i11tiu ao · gesto e 11eu primeiro impulso foi o de dis– pensar !mediatamente o gar– t-on, 1>6•1o no meio da rua, tão descuidado andava, tão pregui– ~ parecia ultimamente. Considerou entretant.o as com- 1>l1cações que dai poderiam re– sultar a. in:fallvel queixa do empregado ao Ministério do Trabalho, a !alta do aviso pré– Vio e. usl.u1ta.do com as pos– sibtlidad~ de vir a pagar algu– m:ts centenas de cruzeiros de indenização ao funcionário, se é que este não falaria ainda nas :férias Que nunca lhe fo– ram concedidas durante o tem- O homem empalideceu para., logo depois, ficar incrivelmen– te vermelho. -Como? Agarrou o rapaz pela gola, puxou-o contra seu peito. Franzino como era, qualquer reação fisica seria inútil e ri– dícula. Foram em vão os es– forços feitos para libertar-se. O agressor gritava: - Arrebento-lhe a cara, seu patife. - E executou, imedia– tamente, o desejo e ameaça, deixando cair o punho 11õbre o rosto do rapaz. Já o gerente estava segurando os braços do homem, já os outros empre– gados se haviam aproximado e afastado o colegA, já. o ca~al que estava sentado ao lado se encontrava distante, próximo à .porta, onde, de um momento para outro, surgiu uma verda- A PROV1NCIA DO PARA Sobre o romantismo Wilson MARTINS (Para os "Dlé.rlos Associados") CURITIBA, fevereiro - Pu– blicando em 1946 um livro de ensaios intitulado "Origens dei Iwmanticismo". Enrique de Gandia deixou assentas algu– mas idéias que, de :forma geral, ainda constituem novidades na– ra o Brasil: a de que o senti::nén– to e o sentido românticos exis– tiram em todas as épocas e não se limitam a uma simples escola literária, e a de que o Romantismo nâo é nada me– nos que uma concepção do mundo, da vida, da arte, tudo isso sendo, em sua essência, filosofia. Ma8, a tese principal do livro já não é de tão fácil aceitação, pelo menos na ma– neira exclusivista que lhe deu o autor: a de que o Romantis– mo é um fenômeno tipicamen– te espanhol, não pa$Sàndo de imitação literária, inventada ou copiada dos livros, fora da Es– panha e da Argentina rosista . Sem conhecer êsse trabalho de Gandia, tive por diversas ve– zes oportunidade de acentuar o sentido romântico da litera– tura brasileira, derivado do temperamento de seu povo - e encontrei idênticos traços de rorrantismo por assim dizer ingênito também no povo e na literatura portugueses. nossa fonte imediata, etnoló~ica e li– terariamente. Não sei se o en– saio de Gandia foi divulgado anteriormente na Argentina, mas, se a sua primeira edição é a do livro. então as minhas idéias tiveram publicidade um pouco antes, notadamente por ocasião do reaparecimento da "História da Literatura Brasi– leira ", de Silv!o Romero . Cro– nologia que necessita de ser es– tabelecida não por uma ques– tão de vaidade, mas pela sua significação no debate dessas idéias e na elucidação de um ponto de estética e de psicologia coletiva que não tem merecido dos estudiosos as justas aten– ções. Se uma pessôa no Brasil e outra na Argentina, trabalhan– do na ignora.nela mútua de suas conculsões, chegaram ambas a um resultado essencialmente idêntico (pois a limitação ao ramo espanhol fixada por Gan– dla não pode subsistir pelos motivos que dentro em' pouco veremos), então ê porque já se pode assentar sõbre a matéria uma conceituação rigorosa e es– teticamnete certa, independente das id!osincrasias particulares · dos autores. E é realmente o que acontece. Que o Romantismo não consti– tue a.penas uma escola literária, mas. ao contrário, a escola sendo apenas uma das suas manife11tações, é ponto hoje completamente pacifico entre os entendidos. Ainda no mes– m~ ano de 1945, de que datam mmhas primeiras observações 1'\I'\. 1:1,..•• ;1 - ......,, ..._ - • trouve dan toutes les clvilisa– tions ". A respeite, das idéia11 de um reaparecimento do fenôme– no romântico nos dias que cor– rem. já identificado por Rous– seaux e Maurois, dlllia René Dumesnil, -nessa mesma revis– ta: "L'histoire contemporaine souffre .bien de raprochements avec celle des années 1830- 1850". Já se vê que essa coin– cidência de resultados em pes– quisadores que, à exceção dos europeus, pode-se presumir que trabalharam independentemen– te uns dos outros, oferece-nos um ponto de partida para am– plo estudo do Romantismo, to– mando-o como fenômeno cul– tural e não apenas ·por seus as– pectos literários, políticos ou artistices. O ensaio de Enr:que de Gan– dia eonstitue um dos melhores que conheço a respeito, não só por seu desenvolvimento, mais ou menos sistemático e multo seguro, como, principalmente. por derivar de uma prévia e rigorosa fixação de conceitos, essencial em trabalhos dess·a. natureza. R~sta, apenas, es– clarec~r o único ponto em que Entique de Gandia contradiz as snas próprias conclusões: dando o Romantismo como ocorrência de todas as épocM, tomando-o, portanto, muito justamente como um dos as– pectos da natureza humana, e restringindo-o, a seguir, inex– plicavelmente, à Espanha e à Argentina rosista. Quando defi– ni a literatura e o povo brasi– leiros como românticos em sua essência. não exclui da possibi– lidade de também se definirem como românticos outros povo~ e literaturas. Na verdade. nem cogitei do assunto, preocupado exclusiva.mente com o que me parecia um dado de importân– cia incomum para o 6lltudo de nossa literatura. O trabalho, recentemente li– do, de Gandla, veio renovar a questão, e parece-me que a.~ suas restrições não podem Ber mantidas. Seria desconhecer um fato elementar, sõbre o qual não atentou o crftlco argenti– no: o da identidade de origem e (com as diferenciações histó– ricas facilmente identificáveis) de desenvolvimento, que mar– ca os povos espanhol e portu– guês, e os de11cendentes de 11uas colônias americanas. Um inte~ ressante ensaio do sr. Pidelino de Figueiredo estabeleceu o que êle chamou de "paralelis– mo e as11lneronia" na cultura dos dois povos peninl!Ulares.. Eslle paralelismo chega até a ae manifestar de maneira quue material, quanto ao teatro, por exemplo, sõbre o qual slo co– nhecidas as conclusões de Me– néndez y Pelayo: "No hay tea– tro português ni castellano, nl catalan. hav un t.eatrn ,.,.t ,1121.nl . Havia uma mulher, cujo no– me não se sa~. porem - não neete conto, mas na vida que leyou - foi chamada simples– mente Chanda. Dela se pode repetir o que jé. foi dito de muitas mulheres em relação á paisagem : parecia sempre es~ tar pasi;ando por ela pela pri– meira vez. E ali naquele bar, que em verdade era muito or– dinário, e embora não houvesse memoria de uma só noite sem Chanda, ela parecia tão nova e tão estranha, cada dia, como, se a tive.ssem admitido na Yes– pera. E novo era tambem cada dlà o seu gesto de alarme. D:• subito 11e enrijecia, parecendo mais alta. e mais ereta, prestes a partir como um alegre velei– ro. Em lugar de o fazer, ·aperta– ''ª nas mãos delgadas o guar– danapo. Era bastante seguir-lhe o olhar, e no ponto extremo desse olhar, detendo-C\ e enfei– xando-o estaria o homem, fato tão certo e infle::,:ivel, como re– sultado de uma soma de dois e dois. Era grande e gordo como um gato bem alimentado. Po– der-se-ia imaginá-lo de patas cruzados e erriçados bigodes, di– ante de um peixinho com esca– mas de prata. A sala enevoada pelo fumo dos ci:,rarros. indis– tinta e oscilante, aparecia tor– "ª e baça como de taverna. O peixinho se fragmentava e se tornava apenas uma chícara branca. De olhos de gato per– ma1iecia o :fulgor dos olhos miudos e f'mpapuçados do ho~ mem. Cha.nda se arrancava com esforço da hipnose. Então, se pedissemos creme de quei,io, ela traria café com leite. Fica– va depois imovel, alta e magra como a sua própria sombra olhando desamparada para os lados, até que puxada por in- ARTE E LITERATURA - Página 5 A PRESENÇA Conto de Ruth GUIMARÃES (Autorn de " Agua Funda") (Para os "Dlârlos Associados") v!siveis cordões ia em passos mecanicos para ele. Impossivel saber se era amor, cólera. ou medo o que a arrastava. mas nos seus olhos se lia angustia. Nada acontecia, afinal. Ouvia– se a voz dela, velada e doce, na. familiar pergunta: - Mas alguma coisa, meu se– nhor? O homem saia e com ele o mistério. Teria ela suspirado de alívio, ou isto tambem fazia parte da ilusão ?· O caso é que r,oderiamos então pedir sem susto creme de queijo e o fa– zíamos com a alegre certeza de que seriamos corretamente servidos. De qualquer manei– ra, estavamas bem certos de que h avia alguma coisa. Tinha– mos consciência de repentina densidade do ar. sempre que ele entrava e viamas como Chanda se endireitava e como o ceu olhar fixo se prendia ao canto da sala. •Não nos a tré– viamos a lhe perguntar nada, pois a~sim. de olhos mortos, ela parecia curiosamente ausente. E ele. . . Como saber o que quer que fosse sobre ele? Bem. Um de nós tentou se aproximar um dia, não sem procurar se ex– plicar, com certa timidez. - Perdão, cavalheiro, não há outro lugar .. . E depois, em falso tom de má vont.ade : - Isto e,stá animado hoje ... Mas imediatamente após di- zer isso. conteve o gesto de re• ; costar e permanecer rigido e espectrante. pois pressentiu que alguma coisa estava errada. O homem não topou a conversa. como se poderia esperar. Jo• gou o i.uarda-napo sobre a me• sa, afastou ruidosamente a ca• deira e resmungou numa vozi– nha cic!ante, pequena de mais ; para o seu grande corpo, e co• ' mo que sôlta dentro dele: -Já ia sair. . . Depois desse fra.casso, nada mais foi tentado. A, beira do Guajará Realmente, nada vimos de precioso. até que a cena atln• giu uma especie de silencioso climax. Vimos sim, nit!damen• te. quando ele se pôs em pé e agarrou com força o braço de Cho.nda, num repentino :furor sem palavras. Depois murmu• rou ou falou em tom normal - como se poderia sabê-lo _ 6 era estranho vê-lo mover os lé – bios corno num · filme mudo, Pareceu que Chanda ia gritar e houve quem se erguesse para. socorrê-la. Nos lablos entrea• bertos estava o grito sem som, e _olhava como se implorasse. 011 nao - era antes como se pro• curasse apolo como se preci– sasse de se segurar para resis– tir. Pensamos com a maligna. satisfação que advem de ter acertado uma profecia, que 0 que G.Jer que fosse de dramá• tico estava afinal se realizando, mas no minuto seguinte Chan• da curvou a cabeça gentilmente, concordando, e até sorriu. Po• dia ter sido ou nâo um sorriso desamparado, como desampara– do era sempre o olhar. Reti• rou o avental e saiu deslizando diante dele, sem ruido, sem se voltar, sombra apenas, sombra. Nem ficamos multo certos de tê-la visto desesperar. Nunca ~e poderia ter certeza de coisa nl• guma, naquela sala com fumaça e barulho de mais e iluminação de menos. Enéas FERRAZ (Para o• "Diários Associados") BEL1:M DO PARA'> foi a etapa amavel da minha via– gem aos confins da Amazô– nia (viagem essa que des– crevi em largos traços para "O Estado de São Paulo;' l , porque guardei lembranças e amizades. Instintivamente a gente 1lca querendo bem a cidade. Ela é só e sossegada nessa ponta extrema do Brasil que o Ouajará e o Guamá em– balam. Vista do avião, é um presépio; dentro das suas ruas arborizadas de mau- gueiras, ao crepúsculo, as mulheres se benzem ao ba– dalar dos sinos. Todos os nossoa passos vão acabar à beirada dos rios, onde :.is cri– anças brincam à ~omllra de palhoças lacustres. Além da agua sempre serena. come– çam as florestas agrestes e vive a solidão. Minha missão era vaga– 'h..... .-1.... ,. • n,.,.., il!"n i\nnhAl'i do Museu. Fiquei só. A Ma- . chado Coelho bastava-lhe que me avistasse das suas ja– nelas passeando ao azar das alamedas, mandava-me en– tão um cafesinho, que me servia um mameluco silen– cioso e de dorso nú. As ve– rz:es sempre à sua janela de diretor, Machado Coelho se– guia-me através de um bino– culo. Deixei nele um amigo sutil ... Tudo o que eu ia ver mais tarde nas Soledad es do Ta– pajós e do Rio Negro. multi– plicava-se nesse jardim de anunciação. Até o vento vi– nha alí tomar parte n os so– liloquios do palmeira! e das seringueiras e o pirarucú nadava no fundo dos lagos e as aves, a paca, o tatú, a on– ça, o jacaré, as serpentes, todos tinham a ima morada de exilio, ilustran do os con- tos da caronchinha da nossa infancia. Multo tempo depois, quando já. tinha sido esquecida. senti• mos novamente a presença. sa– biamos antes de ver que ele es• tava ali como antes. Era a m– tensidade do olhar, incidindo em nossa nuca, ponto imantado ou qualquer coisa assim, o. que nunca se conseguiu explicar bem. Foi bastante voltar-se pa • ra vêr-se o homem, um priuco menos gordo. e com a expre,s• são concentrada a tal ponto que parecia. estúpido. E era tão estranho estar ali, que o oi mos. quase esperando vê-lo dís– solver-se e subir ao teto cm grossos rolos de fumaça. Todos se puseram ~ perscrutar as en– tradas, impacientes como ~., Chanda devesse surgir por uma. delas, di> aventalzinho branco e guardanapos na:-: mão,i, Na-

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