A Provincia do Pará 02 de março de 1947

f I ____ Do_mtn_gc.:__, _2_de_m_~...:..___ae_Iffl_ • _____________ A_P_RO_vm_• C_IA_DO __ PA_RA ___________________:A.::R.::TE :::...:E LITERATURA _ Página 5 NATURALISMO E HISTORIA ceblda da modo 1eneralludor e lndlferonte a valoru. Nu cl~nclu cullurala ou bl.,lórlcao o egplrtto ou a conscJencla. do homem deve aer compreeod1da. Bnlre o objeto da htelórla e o hlatorlador hi uma rdaçlo do vlda. José Honório RODRIGUES A bl.,lórla tem como foa, a parUcularlu,çlo do unlco e do que nio ocorre outra nz. Por 1.5ao ela nunca H repete. Por laao lambem llio 6 l)()Mlvel do– ~.rminar leb, tal como acon– tece nu cl~nclaa naturala, cm que a repeUçAo do6 fentmenos. obedecendo à mesma ordem de cuualdade, di lular a leu ge– neralltadora.s para todoa os te• nõmenoa produzidos segundo a.s meJmu clrcun.stanclu de cau– u e e!ello. tPara os .. Dü.rloa Aaodadot'") No •D15eurao 10bre o Mfto– do". escrito em 1837, wiçan Descartts o.s fundamentos do naturall.smo. 4ue per trfa H:• culoa dominou o uplrlto euro– peu. Nfle e,rpllcan porque u m&temátlcu. cheias de ce:rte– u e ev!dencl&, t&nto o &grada• vam. enqU&Illo A hbtórta, u ·1111-"UU, a tloquencla e a poesia, uttmact,., tmbora. eram colo– cadas em plano Inferior. Cl6nclu do J:splrlto• e a maia Importante obra IUoaollca doo fina do NCU!o XIX • o melhor oonJunto de ldflaa para ao ee– tudlOIOI das clfnclaa hlatóricaa. Coube, porfm, a Hermann RI• ckert. estudando a eatrutura ló• g1ca da hlll4rla, demon,tn.r n&o aó a opoalçlo capllal entre U citnclu n&tura.11 e u Cl!n• claa culturala, cerno ainda que naa clfnctaa culturala ou hll– lórtcaa 6 o cariter de Individua– lidade, de par ticularidade do aconteclmm.to que Informa 0 aeu oo ncelto e metodologla. To– da tmtaUn, prot&nto,de trnu– lerlr para a cltncla bl.,torica oa oonceltoa daa cltnclaa nalurala aerta um etTO de sr&ft:S conae• quenctu. De modo que temos. 1.5,51.m, aegundo Rlckert. uma maneira clara 'de dbllnguir os do!., obje– tos a realidade é natureza quando a comJderamos com re-– lertncla ao unlveraal; é hlsló· quando a conalderamoa com re– '1-etoçlo ao partlculu, ao Indivi– dual. Da1 .se origina uma con– sequencla metodológka : o pro– ceMO generalizador da cll ncla natural e o procuso 1nd1vtdua– l1zador da cllnc1a h btórica. o (1"3nde duenvol\1ment.o da.s clenclas nat.unll provo– cou um,. ruOJOfla naturallata, ou o qu.t ce ccnnnctonou eb.&– mar r.aturalLsmo. O naturaJU– mo é o tuncl&mento de um Ili· wna •• upreaaio po,alvelmen– ta matemática, de ltla, de rela– ção quantitativa, por melo du quais .. aUnce a llbertaçlo do ac&50 e c1u 1m~ vuua1a e o domin.10 aobre o que se re– pete. que oonatltul a mara"1- U-, - de todaa u Uenlcu q~ o homem ji oonheceu. A ele N devem os PfflCT'NIOI da ✓111AtemiUca. da utronomla, da fülca, da qulmlca, etc. Pol Kant que explicou ao rud.imefltoa meta.tt.dcoe du cien ':Ja.1 naturaLI, que ae checou ao esplendor do naturallamo. TI· · Ja.raa tnnuenct& a concettua– ç!o !Uosóflca de clfncla por tle felta no KDUdo de que aó e-:tUte clenci& quando, d.a.a ob– t~ções que conattt"uem o ob– Jtto d.e aeu Ntudo, H podem extrair leia de carater uninrsal, llio afeladaa J)llu oondlçõea de lupr e tempo, podendo eer ob– aervada.s LOdu u vezes que a.e repete o fenomeno. Kant che– aou meamo a aallentar q\JC' nAo haveria carit,r dentUlco nu– ma dleclpllna a llio eer que al entraaae a matemAtJea. Esae penaa.mento teve tnnu– fncla tio poderosa que llio 10- men os homen.a dedlc&doa à lnvutlr,,çio da naturua pare– ciam o-:c~dt" q_uando alruem lbea dlua nlo N re.melu oa 11nt– coa a trabalhar dentltlcamente como ate multos hlatorladorea continuaram a tentar transpor i,~ra u clfnclaa hlatór1 , cul• tunla ou IOCiab OI c:oneeltoJ das cl!nclaa matemltlC&3 cu fülcu. Quaae todu u clfnclaa aocJa.la ae conta.minaram em l(uaJ medida, por "1clo. M.u foi exatamente na 1nvest.l– aaclo hb tórlca em aenUdo e,.. trito que ae preaenclou, ainda recentemente. viva dlacusolo aobre oa m~todos naturata nu cl!nclu hlt6rlcaa. AA t enlatlvaa ae Karl Lam– prec.ht, com toda a aua musa. d e conceJtos bloloa1001. como o Uplamo, a ezcltabUldade, etc.. nada trouxeram em ralaçlo ao carater 10,lco do m6todo hlató– rlco. e.u, trabalbos hlstór1001 n&o colncldtm com o aeu ob– JeU,o. Lamprechl tonllnuava, oomo qualquer outro hlltorlador, a u;por u e..,luç6ea hllt6rlcu oln,u)are1 na aua alncularldade. aem proceder à maneira du eienc1aa naturala. No Brull, Pedro Luu, em lnteruaante trabalho lnUtula• do • li' a hlll6rla 11111& dfn• eia t • opinava pela necattn, porque ate entlo nlo fora poe– ll'rol tabelecer leia hlat6rlcu. O mftodo deacr!Uvo aplicado pelo hlltorlador permltla apenu ooledonar e dlapor ao materlala fatos em cuja obluvaçto e comparaç&o hauriam IUU ln· du90M n dlvenu cl6ndu.J:ra • ld& Mmpre de novo repecJda de que a exlltencla de uma dia· clpltna oomo clfncl& •" oon• dlolonada t. J)Olllbllldade ou 11io da formulação de l1la. Obltlnaram-• e ainda hoi. N ob<Unam alruna hlatorlado· res e n.t.urallat.u em nlo rt· oo""-1' aa hlll4rla urater clfnW!co. • bao, tem du'rlda, porque ,,. 116aclas natuarll ro· aavam .. ••1& tradição firme, Unham 11111 ~...,_iw mum. apruent..~.- ~– ln J)lla -. --•- de aua utru..,.. , laa'1a111 -11Udo prolft»OI '4mln"1o. Nada dlaeo -- - u eb&• madu ,._ 11.latdrleao ou oulWJ"a.111 mu 4,.:, muJlo mau Jove.na. 86 no akulo 19 allnatm a uma a1Lun. ln.upert.d.a e lm– pn.D\e,,(l teu ..,,...., , '14a cJtn– lWlm ,_ ♦- ..., -•lçio ao MIIN» u.___,. ~an– lam•• ta••• .lata.. OI-no d.la: tna1l1 ..m 1ck•rt. • f\&Jld.a• aeo.a.• · ., a.~ a... vrre– Ji"t &a, Una.IM ~ do Mftl• l'f • •MUtt.alik UNi1 dt 1•4' ..i• -MlhM • fhl\• d•-d-,,.. ..._..... h"n • t'lda ... ou.ltun. ■• ,e. •• ti..111 u rr,nd .• tmpw-, da fUo•!la .i.. ii.ta .- , •· -.......m .. ,-ne la, ,-tnolpala •- - .. ...i.. ra. .\Na ..,_ • .,.,.._ d• n- ••-• ... -<tu natu– rala ,........., , "'ª ooncel– t:.a9',> -lea. •mbem e ~ •--u,to du eltn.:.. ,-. .., tullurala po-. - 111-fOI .. tpQ.o 1 •.U-.&o •bto NU ..,._, ~'lm • • '"''&( • olu onm ou nAq YordadelrU oltn• e.IH. - conclltuaçio lllolotk:a u hlllórla foi filia na AJ.. manha. Wllholm OUU..y, UIII clol malono -- do& UI· llmOI temPol, !UDdamonloll o ooncelto lllooollco da hln6rla. ou melhor do todu aa ettnelaa eoelala e eullurala. ~u aa - da uma taorla do eonheel– mento hlltórt,o e, NS\IDdO ola proprlo no. eonta, foi deelsln– menta lnlllllllclado pelo trando movimento de 01tudoe hlatclr!– coe que p,-nelou ..., :a.11m, .... volta do 1860. Dlllhly • e,malderado o mala "1\00 • mala 41"Unto roiir-ntanta de hlato– ttetamo. mo'1mmto b..-ia e 111-1100 quo an •Pllllolo ao natu.ral!Jmo b\1- na ~ • f-to de 111N oo~ ao munao, eu.a --m~ u Noturua • hlal4rla ou cultu– ra n&o alo dolJ oonceltos an– t.aronlol. DlaUnruom-ae pelo NU objeto e peloa HUO métodos. Enquanto na natureza se coo• atdera um ser, um fato ou um fen6meno Mm retertncta a va.. tora. e b wcam•ae u relaç6e.s uninraa.ls, a fim de procurar eata b elear leia que Vlllham aempre para todos oe fenóme– nos, a H1at6r1a estuda o proce., .. ao cuJtural na aua particul&rt• da. na IU& Individualidade. A tarefa do hlatorlador l a do pa.rt1cularlz&dor, n&o a do ge• neraJiador, como a do fi!ico, Por ntmplo. A natureza, na cie.ncla natu• ral, 6 uma realidade total, con- Esae conceito de h lstórla não deve aliJl).flcar que ela. pelo M:U método incllvtduallzador e \'"alo– rlz.ador, delxe de ln\'estlgar u conexõe-& cau.sal.s que existetn en tre oa proce550s singulares 1ndi vtduab. A dl!erença está vn que a eau.salldade na história. é 10mpre parllcular. L,u, é, temos .sempre de. apanhado o fato, o dado, estudar •~ cone– xões causals entre esu dado ou fato particular e os outros da– dos put1culares que foram mo– Uvo de 6':U nasclmento. O que ê di!erente na !lsica. por exem– plo. em que a descoberta de . . <Continua na IOXta piglna) , , LUCIANO, SO SINHO E INFELIZ Conto de Mário COUTO (Para A PROVIHCIA DO PAJlA'l O homem taue esta•• sentado l âltlma mezinha da esquer– da, Ji bulante lrrltado. bateu pe.Jma, pela terceira vez. vol– t&ndo-ae ainda para reforçar o chamado. At.ru do balcão. o pre.nt.e auittJu ao geato e aeu primeiro lmpulao lol o de dia· pen sar Im ed iatame nte o gar– ~n. p6.lo no me.to da rua, tAo duculdado a nd ava, IAo pregul– COIO parecia u!Umamente. Corulderou entretanto u com• pll~ que dai poderiam re– «ultar • 1nfallvel queixa do empr(11ado ao Ministério do Trabalho, a falia do avlao pri – TIO e. U1UJtado com u pos• 1lbllldadN de "1r a papr &Ja'u· mu e.entenu de C?'Ulltiros de lndanllaçio 10 fllnclonirlo, .. i que este n1o falaria ainda n.u fúta, que nunca lhe fo– ram conced.ld.a.s durante o tem– po em que trabalhou na cua, J)J'efertu tocar a campainha. Juatament.e no roomento em que a palma de IWL mio cala J)Olada a6bn o bailo da cam– po, o homem da õlllma mHl• nba lnantava-ge e irrttava, eoc&ndalo cio lodo• oo pre– eentM: - Oomo •· nio quer 'rir re– ..11er? O 1arçou. aéreo. encostado à coluna de pedra. oa olhol POW&do• aóli<e aquolu cabeloo louroe, lln um --1to coiao N UYelM acordado de re– penle. Nlklo, aproxlmou•oe do herrrem raue recl&ma n . Deu d eoconLro a uma cadeira e quue derruba a 1-ndeJa que outro aarçou eorrtdente e ma- ~ • ""'-'ª· - Dou cru1elros.. 1•1UtJou. O homem fez uma cara de upanto: - Dou cruselroo.l Como. do– ae cruulroe ? - S. trltando, lrllando, ua1erac1&mente: , -o eanhor ut.6 malucof o rapu utrtmeceu. Te nt&d de fa1tr •pchtu•, ae.n- tlu-N humildo, fraco. dlmlnul· do. Nh. N&o o atormentava a o.rtea dt que todoe r, fn– ru.... 11u1 a.U N \,encont.ravam riam.._, naque.11 momento, l 111& cueta. Nlo o perturbou a ldtla de que lodu u pe-... mtntalme.n\e. o tovam cha– mando de ladrlo. Nada 1fsnl– llcou. tamb6m. a leal& framlda • oe olhoe am.t~rradoe do pat.rio flt&ndo-o rancoroM– menle. O '"' lbo fula aentlr um aperto na 1araanta, uma U'llnha eo~. era o 10r– rllo, muho ltve, quue tmper– c,otlvo!. da ortatura de cabe– lot lDaroa que havia, agora, af- • taça VUla do aor– ._ e -ndla um clprro. - 'Pan!O.-me, balb\Jclou. 116a - • "-nlos. Qllll •lll>llcar que havia con- hlndld<> • OODII, tom a do cual r:u• wt&N ua mf a.o lado, lf!U n, • ,u ... ?Ice~ ,uenclo- ' ,.., "'h"-, iY,h'l", r:uola ndo c.t.1:0 de ne.noao o pa.no que ti nha n, ,a m&ot, P or ua vn, o hom.tn: 1, vendo o auc que t a~"- o btendo com IU& a\Uu– d.a~ oonUnuou, aempre em vos alta : - hnoel que a JaranJada U· •- aubldo do pnço. ou ... riam OI putala ? - E, aorrln· <lo. lllaldoeo e clnlco: enfim a "1da """ cara, carlalma m..- mo. I' Ju,to que cada um ae dtftnd& da melhor maneira poujffl. Zl\mdeu uma udula ao 1ar– oon. S. um tanto decepcionado com o -.Itado, pala o rapai -la n&o ter tomado em conalderaçlo auu J)alavna, acruoentou, tarrtYet: - Guarde o tr6eo. Oom uma rorrtta d-. n&o hi mala neceuidade do ae.nhor preten– der meter a mio no meu bólao. DoMpe.receu a humildade. o rapu qqueceu oo cabelo, Jou– roe, o IOfflao dõce, e ao 01h01 em cuja c6r, afinal de oonlaa, nem raparl,ra ainda. Rcallu. Atirou o tr6co .Cbro a mio&: - Nlo pnolao de eamolu. OU&rde-u para 50UI lllhoa , ......... Nlí,__ -11a4oa. • O homem empa.JJdeceu pa.ra. logo depoil:, ficar Incrivelmen– te vermelho. -Como? Aprrou o rapaz pela rola. puxou-o contra &eu peito. Pranzlno como era, qualquer reação física aerla tnUtll e rt– dic:ula. Foram em vlo OI ee– forçe>5 feitos para ltbertar-.se. O agre&SOr gritava: - Arrebento-lhe a can, aeu palite. - E executou. lmedla– tament-e, o desejo e ameaça, delx.a.ndo cair o pun ho &óbre o T03to do rapaz. Já o gerente estava ee,u.rando os braços do homem, Jf. 01 outros empre- 1ado., se haviam aproximado e afu tado o colera, Ji o casal .que estava sentado ao lado se encontrava dl!tante, próximo à .porta, onde, de um momento para outro. surgiu uma verda– deira muJUdlo. O homem con– tinuava gritando: - B' o cúmulo. ~ o cúmulo 1 - ExpUcava ao rua.rda que aparecera. tão auustado como ae fosse l1e o autor da desor– dem, J)U'e<:endo nlo pos,ulr vocaçlo al,uma para dar VOll de prtalo a quem quer que fO&se. - Prtmelro, meia hora de espera para ser servido. Em MgUida, outra mela hora para J)Oder pagar a despeM. E de– Pob ainda &õmoa ofend1do9, ofendJdoa por um canalha dea– sa esp6cle. - At)Ont&va o 1ar– ç0n ens&nguentado e ensala\'a um novo avanço s6bre i le, inu– t.lllzado pelaa mãos fortea do propr1etir1o do bar que o &e- 1\lfava pelos braços e 1a ten– tando levt.-Io para a porta. No melo dos cole111.1 de tra– balho, sujando de aangue o pano de llmpar aa me.saa. o rapaz sente que vai desapare– cer, de tanta vergonha. Nlo Jançarf. um olhar àquela que contlnúa impa.uheJ, com o cl• sano nos lf.bfos, longe de toda • contusão. lmperturbavel ea– J>eCtadora. Nlo ousari fltA-ta nlo te.ntari, nute instante' admirar aqueles cabelos louro~ • toge ao desejo que aente, de •~ em quando, de &carlclf.– Joe. Entretanto, penaa, com uma lncondente alesrta. ela ~ a culpada de tudo. Por ela lu– teJ, por sua cauaa fui profun– damente ofendido, por ela en– frentei o perigo, por tia lul "1Uq,a de um traiçoeiro ataque. Vai aendo levado para o Ja– vatdrto ae.m perceber que ca– minha. Nem o •Uatu um pou– co • 10Jldariedad1 que oa com– P&nhelr03 lhe estão oferecendo, nem v~ que a contua&o est.i CO• meçando a tu o seu tlm com oe pedJdoa de desculpa do 1e- 11ent1. Nem adivtnha que, loto mala. O patrio O chamari ao eec::r1t6rto. fari. contas com fie e mandi-Io-A embora. Isto. t le eomente comprttnde quando ouve, como "Se tõsse muJto lon– s-e~• voa de dou coles con– vuaa.ndo a aeu rnpeJto, multo baixo. &Iria de 11: - CaJ)U do LuclADO ser des– pedldo. - Ora, se nlo. dJz1a o outro. Era a realldad1. fatal e ter- rtvel, trf.r!ca e lrlate. DNJ)edl– do 7 Nio, nlo 6 -1•el, nio podem mandi-lo embora. Que lrla fuer. para onde lrta, como CODJOSUlrla viver depola ? Oe compo.nhdroo n&o percebem que .. 11. chorando, pola euaa 1"11m,u se misturam com a '"'ª que Hti levando ao rooto. A calma voltou ao bar. o ca– sal lo tenninar N u chocoJa. te, o poro desapaceu da porta, o ,u&rda•clvU contormou•ae com uma ~ula que o sennte I~ pauou ia oocondldu, evl– i.ndo, aalm, enmlver o nome do , tabeleclmento num e,ctn– dalo que oa Joma.la ezptorarlam horrin lmente. , O rapu conUnõa ae lavando. A ca~ baixa, .e perfeita– mente u pernaa do patrto aproxlma.ndo 4 ae, o P&$IO pesa– do, eamasa<tor, d1 quem nlo perdO.. 8ente u•a m&o pesada 16bre aeu ombro e ouve o ao- <Contlnia na Kda IIN!aal Sob re o romanti smo Havia uma mulher, ouJo no– me nlo &e u be, J)Orem - nAo nee-te oonto, mu na vida que Jnou - foi chamada tdmple&– menta Ohanda. Dela ae pode repetir o que jl foi dito do multu mUlht.re em relaçlo à pa.laaaem : parecl a ae .mpre A PRESENÇA Wilson M ARTINS (Pua a. .. D1'.tloe Auoc:J.adoe' ·J OORlTIBA, fevereiro - Pu– bJlcando em 1946 um livro de ensaloa Intitulado "Orlgen.s dei RomantJcla:mo'". Enrtque de Oandla deixou aa&entaa alru– rnu Jdllu que, de forma geral. ainda constituem nov1d11du pa– ra o Bru.U : "de que o sentimen– to e o sentido romlntlcos exb– lram em todas a.5 ~pocu e nlo &e llmJtam a um& &lmples t.rouve dan touta Je, ctvllLu– Uona". A respelU\ daa: ld~laa de um reapareclmento do tenõme– no romlnllco no., dlu que c:o.:– rem, J• ldentltlcado par R.ous- seaux e Mauroia, dlma Ren6 Dumunu. nU!a m~sma rerts– ta : "' L'hlatolre contemporalne rouftre ble.n de raprochemcnta avec c~lle de., ann~s 1130- 1850... Jâ se ve que essa coin– cld~ncla de resultados em PM· quisndore.s que, à exc~lo do! europeus, pode-se pruumir q_ue trabalharam lndepe.ndent.e.me.n– te una dos outroJ, olerece-noa um ponto de partida para am– plo e5tudo do Romantlamo , to– mnndo-o como renom e.no cul– tural e nio apenn.a por 1eus u – pectos llte.rártm. polhlcos ou escola llterirta. e a de que o RomantJ&mo nl.o ~ nada me– nos que um11. concepção d.o mundo. da vida, da arte. tudo lMo sendo. em aua eaüncta, !ü0&0fia. Ma!. a tese principal do livro jâ não é de tão tácU aceitação. pelo menos nn ma– neira exclusl\'lsta que lhe t!eu o autor: a de que o Rom&ntts– mo f um fenómeno tlplca.men– te espanhol, nAo passando de lnütação literária. lnnnt.ada ou copia.da dos livros. tora da Es– pa nha e da Ar.. e ntlna resista. Sem conhecer és.se trabalho de Gandia. tl\'e p o r dh ·er.:u ,·e– zes oportunidade de acentuar o sentido romànllco d& lltera– tura brMileira. deriudo do temperamento de seu po\ o - e encontrei ld~nt1cos lnlços de rorrantismo por assim dt~r lnglnlto tamb!!:m no po,·o e na Jltera.tura portURue&es, nos.sa fonte Imediata, etnoló;:lc:i e 11- terarlamente. NA.o sei se o en– nlo de Gandla foi dlvulqado anteriormente na A.rgent1na. mM. se n. &ua primeiro. edição ~ a do livro. então a• mJnhM ldéiu th'eram publicid:ide um pouco antes. notadamente par ocas.tio do reaparecimento da .. História da Literatura Bra.sl– lelra". de Sllvlo Romero. Cro– nolo~I• que necC$Sita de iser es– tabdeclda não por uma ques– tlo de va1dade, mas pela ,ua aiiJilllcaç.A.o no debate deiSas idéias e na elucidação de um ponto de eat-'U:a e de psicologia coletlva que não tem merecido dos estudiosos as Justas aten– ções. Se urna pessO,a no Brutl e outra na. Ar11nUna, trabalhan– do na lgnorancla mútua de aua.a conculsóea, chegaram amba.s a um resultado essenc1almente Idêntico (pai., a Umltaçlo ao ramo espanhol f ixada por Oan– dla nAo pode subs15t.lr, pelos motivo, que dentro em pouco veremos) . ent.A.o i porque Já ae pode aaaentar &óbre a ma~ rl& uma conceituação rigorosa ·e es– tetlcamnete certa, independente du ldloslncraaJas particulares d<>& autorea. E i realmente o que acontece. Que o RomanUsmo não constt– tue apena.a uma e&OOla llterirla, ma.s. ao contrirto, a eacola aendo apenu uma da.a suas manlf..taç6ea, ~ ponto hoje completamente pacifico ent.re os entendldoa. Ainda no mea– mo ano de 1945, de que datam minhas primeiras observaçõe& no Bra1U, publicava-se na Sul- ça uma edlçlo de ..Pormea et Couleura... cheaada ao nouo pala no ano ae,uinte. e na qual todo• o., e.studos dedlcadoa ao Romantt.smo encaravam-no co- mo um complexo cuJtural, o que me parecera, desde o pri– meiro momento, a conceltua.çlo mais exata. Deua forma, aos dolt cr1tlcoa auJ-amertcan<>& po– demos &Juntar ainda, allm de estudos eaparaos mais ou me– n03 da mesma 6poca, de And.r6 Rou s.seaux na França e de An– d.ri Maurol1 nos &tadO! Uni– dos (&em falar, por exemplo~ ll08 eatudoa de Roger Plcard e outros), os nomea de toctoa aquelee oolaboradoree de "Por– mea et Oouleun•, doa quais eu cha.rel oa de Jacquea de Lacrettllo, Rolland do Renf– YUle, Claude Ro1er-Marx e Julea Bertaul. Em favor da.s mtnhu oonclu– .C.a e daa de Enrlquo de Oan– dla. dizia. por exemplo, Jacque de LacreteUe: le moL ett d'hJer aeuJement. mala &an prlnclpe U1. de tou. Jea temps et " re- artlstlcos. O en&n.10 de l!:nr:que de Gan– db co::utltue um dos melhore., que COnh!Ço a respclto. nio aó por ~eu desenvolvimento, mala ou menos slstem6Uco e multo se,:uro. como, prtnclpa.lmente, por derh·ar de uma prévia e ngoro!a fllltio de conceito:.. tMenclal em trabalhos dessa na.turem. Resta, apena.a. u– clareeer o ünico ponto t-m que Enrique de Oandla co:n.ndb. u 5UM próprias conclusões.: dando o Roir.antismo como ocomncla de todD.5 u i poca.s, to:nando-o. port.anto, multo justamente como um doa u – pectoa da na.tu.reta humana. e restringindo-o. a se,ulr, lne.x– pllcnvelmente. à Elpanha e à Araentlna rosiata. Quando defi– ni a literatura e o poVo brut– lelroa como romlnUcoa em sua es.sénola, não excluí da pcutb1- lldl\de de. tamWm se de.tlnittm como romànUcos ou tr0& J)OYOI e Hterl\t.uru. Na verdade, nem cogitei do assunto, preocupado exclusivamente com o que me parecfa um dado de lmportàn– cia incomum para o u tudo de n0531 llten.tura. O trabalho, recentemente ll– do, de Ga.ndJa, velo renovar a queatlo, e parece-me que u auas reslrlçõea nio podem 11er mant.ldu. Seria desoonhecer um fato elementar, s6bre o qual nlo atentou o crttloo a.rcentt– no : o da ldenUdade de orire_m e (com a.s dtlerenclaQ6ea hlaló– rlcu tacUmentA ldentlftcinla) de desenvolvimento. que ma.r– ca os povos eepanhol e portu– ruea. e oa deacendentes de suu co\õnias americanas. Um tnte– re.saante enaato do sr. 7idtllno de Plrueiredo e.rtabeleceu o que ~le chamou de "pe,ralell.4- mo e ualncron1a" na cultura d03 dola povo, peninsulares.. EMe -•lellamo chora a~ a 1e manite,ta.r •de manelra quue material, quanto ao tu.tro, Por exemplo, sõbre o qual alo oo– nheddu .. ooncluaõet de Me– n~ndes J Pel:lyo: .. No hay tea– tro portugufa nJ caatellano, nJ catalan, hay un teauo e1po,Ml, cllra y oompe.ndlô de lu t«Uu y sentlmlento, de toda Ja. rua éomo lo ea CamóeM tn•~• ePo~ l>Ol'& erudita o de ee,unda ma– no•. (clt. par Ftdellno de Pl– ruelredo - "Estudos de litera– tura", a.• aérle - 1>4· li). l"ol Juetamente ...., paralella– mo, de reato evidente, que es– capou a Enr}que de Oandta. O Romantl!:mo seria, quando me– nos, um tenõmeno de "toda la rf,U", para uaar a1 J)Alanaa de Men~ndu 7 Pelayo, 1 1110 • qul.seaae.mo1 rut.rlnrl-Jo a mee– qulnha& limitei naclonall, o que nlo me pe.reoe vll•ll. Uma conceltuaçlo rtroroaa e exata do Romantlsmo e de auu manltutaQ6ea aempre ae me afi«urou lndlaJ)eneAvel à oom– PNenaf.o nlo somente da lite– ratura. bra.sllelra, como de to– d08 01 u pectoa de noua vida. individual e ooletlva. &ncon– t.ram-&e vlal•ell e lndltfarça– vet, traoos romtntJcoa noa re– presentante, de toda.a a, noa– au CICOlu Jlte.rlirlu (lncJu1lv6, Conto de Ruth GUIMARÃES tar puaando por e.la pela prl– mIDa ves. X alt naquele bar, que em verdade tra muito or– dlnhlo, e tmbora nio houYe,se memoria de uma aó noite sem Chanda, ela parecia ti.o no\"a • tlo ut.ranha. cada dia, como. u a Uvea.sem admitido na ,. - pera. E no,·o era tambem ca'1a diA o aeu gesto de alarme. D• aubtto se enrijecia, parecendo mala alta e mal& e.reta, prates a partir oomo um alegre velei– ro. Em lugar de o fazer, aperta– "ª nu mlol delgadas o ruar– danapo. Era ba5tante segulr-Jhe o olhar, e no ponto excremo d r.e olhar, de~ndo-o e entel– xando--o e.ataria o homem, faU> tio certo e ln!le,ch,eJ. como re– sultsdo de umft 50m& de dois e dois. Era grande e aordo como um gat.o be.m alimentado. Po– der-se-la imagln,•lo de patas crutado8 e urlçados bleodts, di– ante de um peixinho com e.se.a.– ma., de pra ta. A sala ene\·oada pelo tu.mo dos cigarro.!, lndl.s– llnta e os cilante, aparecia tor– ,·• e baça como de tJt.,•erna. O pelxt nho se fr agmentava e K tomava ape.nu uma chlcara branca. De ol hos de s:-ato per• maneei& o tutror dos olhos miudos e empapuçedoa do ho– mem. Chanda se arrancava oom e&torço da hipnose. Entio, ae ptdluemoa creme de queijo. ela tra.rla cat~ com leite. Ftca– ,-a depob: lmo,·el, alta e maara como a sua própria ,ombra olhando desamparada para os >ados, •~ que puxada per in- {Autora de "Aru• P"unda" ) (Pira °' " DIÂrlOI A..ocJadoe" ) vbiveta cordões la em pa~ mec:mlcoa para ele. lmposah·cl Mber ee era ftmor, cólera, ou medo o que a arrast. .avl\, ma.s i,oa seu.a olhos se Ha ancuat.ta. N11da acon~la. nftnn.l. 0 u, 1 1a- a Yoz dela. \'elida e doce, nn famlltn.r per gunta: - Maa arrumn. col.sa, meu &e– nhor? O homem sala e com ele o mls~rlo. Te.ria cln ir:usplmdo de alivio, ou lsto tambfm fazia J)flrte da tluslo ? O caso , que r..ode rtamoa entAo pedlr . s.em auato cre.me de queijo o o ta– r.tnmos com a aleare cert.et.a de que ise.rlamos corretamcnt.e t1Crvld0&. De qm,lque.r manel– rn. eHavnmo1 bem cerb» de QUe ha\'la &l'11ffl.a coW\. Tlnhk– rnoa conscl~ncla de repenllna densidnde do ar. stmpre que e)e entrava e vlnmos como Chandn se endlrclta\'a e oomo o [eu olhftr nxo ~e prendia ao conto da 1-ala. A o no., atrê– ,·lnmos a lhe po~ nt.ar nada, pois a..o;.alm, de olhos mortos. Ja parccJB curiosamente auac.nt.e. E ele . .. Como saber o Que quer que fos.,o sobre ele? Bem. Um ele nós tentou se aproximar um dia. não sem procurar se ex– pllcor, com ce.rtA Umldcz. - Pe rdão, cavalheiro, não hà out.ro luear... E d epois, cm falso tom de mA von1-ade: - !Ato utA anJmado hoje. . . Mas Imediatamente após dl- A, beira do Guajará Enéas FERRAZ (Para <» "D1'rl01 AUOCl&dOI") BEL:tM DO PARA 1 foi a etapa nmavel da minha vla- 1em aos confim da Amazõ– nla (viagem e.ssa que des– crevi em lar1os traços para "O Estado do Slo Paulo'') , porque guardei lembranças e amizade,. lnstlnUvamente a 1ente fica querendo bem a cidade. Ela é só e sossegada nessa ponta extrema do Brasil que o OuaJará e o Ouamá em– balam. V lata do a vláo, é um pres~plo; dentro das suas ruu arborizadas de man- 1uelras, ao crepúsculo, as mulheres ae benzem ao ba– dalar dos alnos. Todos os n01&01 passos váo ncabar á beirada dos rios, onde .10 crl– ançu brincam à soml.Jrn de palhoçu lac11&lru. Aléni da acua sempre serena, come– çam aa floreataa agrestes e vive a aolldlo. Minha missão era vaga– bundear, e para l1ao conheci um homem perfeito: Ma– ehado Coelho, diretor do MUHU Goeldl. Um verdadei– ro parque e,q,erlmontal da flora e da fauna amazõnlcaa envolve fl Jaola o casario acaohapado do Museu, dos 1e11& laboratórtoa e da Bl– bllotéca. AH vivi esquecldu manhãa 1 nusa porlJ)eCtlva de arvo– re• centenárias ou menina.a - crucendo numa ronda lmpulaln e alegre - tudo obedecia a verdade da IWI à modulaçlo caseira do dia, ao aegredo de cada celula. Omnla e e I u I a et celula Quando contemplei o aqul– ulro eatrangulando uma ja– rlna, emudeci diante daque– leo deatlnos. Aaolm, vagamente atentei para o que era clasalllcado e rotulado, em laUm. Em fa– ce da luz aentl-me anU-cl– enUtlco, e Machado Coelho dealaUu de m, explicar a bo– tanlca e de me apre entar a01 1ntomolog01 • etnologoa do Museu. Fiquei só. A Ma– chado Coelho but.ava-lhe que me avlst.nsse das suas Ja– nelas passeando no azar dllS alamedas, mllndava-me en– tão um cafeslnho, que me servia um mameluco sllen– closo e de dorso nú. As ve– ees sempre à sua Janela de diretor, Machado Coelho se– guia-me através de um blno– culo. Deixei nele um amigo suUI .. . Tudo o que eu la v11r mais tarde nas Soledades do Ta– pajós e do Rio Negro, mulll– pllcava-se nesse Jardim de anunciação. Até o vento vi– nha ali tomar parte noa 80· llloqulos do palmelral e da& seringueira. e o plrarucu nadava no fundo doa lagos e as aves, a paca, o tat.ú, a on– ça, o Ja~aré, as sel'J)entcs, todos Unham a sun morada de exlllo, llusirando os con- tos da caronchlnha da nos,a lnlancla. A organização da blblloté– ca do Museu Ooeldl, na aua. feição atual, foi faina exclu– siva de Machado Coelho, au– xlllado por um t écnico t.le– mão. o sr. Erich Roat, hoje livreiro em Paris. A blbllot~– ca e o mm ou tlxom aaalm uma das mala remotas civi– lizações do conUnente aul– amerlcano, como foi àquela de MaraJó. São onze mil obras, al1umu rarlMlmaa, em varloa ldlomu, aõbre a nossa bot.anlca, zoologia, 1eo– logla, el.nolo1la e hlatórla. A Nnl1atlonl et Vlarrl de Ramualo, data da Ventt.a de 1554; D vrlpllon oi Surl– man upon Tbe ConUnent of Guiana ln Amerlca, por Oe– orge Warren, vem de Lon– dres de 1667. Curt Nlmuen– daJú, o extraordlnirlo ale– mi o que os nosao., lndlos ba– tizaram e amaram, deixou entre varloa manuacrltoa Inéditos os lapu etno-bll• tórtoo do Brull e o Mapa da Dl1trtbulçio do, Jndlos no, Rloe Uapés, lçana e Ayarl. u.r lllo, conteve o ... to de N • cos!Ar e permanecer rllldo e eapectrante, pola J>rUMDttu que alruma oolaa e,tava errada. o homem n1o topou a oonftraa como ae poderia e,perar. .Jo• a-ou o auarda-napo 10br1 a me– sa, a.lutou ruidosa.mente • oa• delra e reamun1ou numa ._.. nha clclante. pequena d1 mala 1 parn o aeu srandt oorpo, , co• mo que a61ta dentro dele: - Ji la sair... Depot, d.... fra-, ... mo!., lol lentado. Rtalmente, nada Ylmoa da Pre<:IOM>, at6 que a cena at.m– glu uma espeeJe de lllencloeo cllmu. Vlmoa alm, nltldamm• te, quondo ele ae pelo em P' • oprrou com força o braço de Ohanda, num repe_ntlno turor m P&lavraa. Depois murmu• rou ou falou em tom normal - como ae poderia u~-lo _ 9 era e tranho v6•1o movu 01 lt• bios como num rume mudo, Pareceu que, Chanda ta rnta.r e houve quem se e.rruease para socorr6-la. Nos lablo.s e..ntru• berto3 e.stava o grito sem aom e olhava como se imploraue. ~ nlo - era antu como ae pro.– curasse apolo como ,e precl• &a.Me de lfl seguur para Tesls• tlr, Pensamos com a maJlgna saU&taçAo que advt.m de ter acertado uma protee:1 11 , que 0 que ~er que tosse de dra.mi• Uoo e.sta\'a afinal se realizando, mu no minuto se,uJnte Chan– da oun--ou a cabeça aenUlmente. concordando, e ati 10rr1u. Po• dia ter sido ou nio um sorrito deaampa.rado, como desampara• do era mpre o olhar. Rett• rou o avental e saiu desllu..ndo diante dele, se m ruido , sem ae voltar, sombra ape.nu, 10mbra. Ne.m ficamos multo ttfto3 de ti-la vi to de5e!J)f'rar. Nunca ,e P<>derla te.r certeza de coisa l\l– guma. naquela sala com fumaça e barulho de mala e Iluminação de menos. Milito tempo depoi.,, quando j' tinha sldo e<quoclda, KnU– m<>J non.mente a presença. Sa• blamoa anta de ver que ele u • tava ali como a.ntes. Era a m– tensldade do olhar, lncldlndo em noasa nuca, ponto imantado ou qualquer colu ualm, o que nunca se conseaulu expllcar bem. Foi bn•tante voltar- pa– ra vlr-se o homem, um pouco me.noa rordo, e com a u~""'C~– slo concentrada a tal ponto que J)ln,cla eatl\pldo. E era llo lnnho ~tar ali, que o 01i..– mo5, quue operando \il-lo dÍI• solve.rate e subir ao t.eto cm rrOMOa rolos de fumaça. Todoa ae puseram • pencrutar u en– t.radu , lmpa.clent,a como ,, Cha.nda devuse surrtr por uma delu, de aventalltnho branco e i,uarda.n1po11 nu m&oa. Na• qutla noite, 10ubf.m01 que e.l• lava morrendo. A &>efl\ln foi eloquente demola tm llOl<O olhares, ou tntio o homem n1• OUlllava de desabafo, Primeiro ta.Jo\l aem H mover • Mm noa olhar d e fren te. num tom que que era me.la atlrmaUva • m•• la perrunta: - Jtaperam que ela ve.nhaP AnLcs" que domln&&l!emoa e aobreua.Jto, lncllnou-ae pua. damente e dlue: - Está morrendo. Olhou para u proprla.g mloa abe.rtu a melo, crllpad u, b&lo– fu como de atopdo, e mult.oe pen.saram que ele a Uvease u– Al41.nado, a.aslm, cerrando oc dldoa em tom,> do fraaU - • COÇO. Pode.riamo, vA-la? - per• l\llllamOI SU.8pelllOI da TU• poata. - 81m, llm. Decerto Elo oecllou peaadamente, P,.• fa a direita e para a HQUII'• da, rnu o HU hillto quen'■ olltlrava apenu a fumo. Sombr o vigilante Apesar de Machado Coelho lho excelente etno1010, ele mt1mo, a Ofl&nlsaçlo do Museu Ooeldl nlo exlat.e. Num mostruàrlo onde po– diam caber umaa cinquenta tina,, arco,, laaçabu e o mu,ndo dos brinquedos que encantaram u crianças ln– dlanaa, empllham-se 500 dea• ses objetos. Não se pode ob– servar o slmplea detalhe de uma urna funertrla que n01801 lndlo., esculpiram com a moama claridade ta• plrltual, senão maJor, que os fenlcl01 • 01 cartaglneaes daa Guerras Punlca.a. Calxot.es contendo varl01 seculoa de noua etnografia, atravan– cam o chão das saiu, ompo– elrad01 trllt.ea como veatu• toa eaqulfea. Pensei no mu– aeu daquela outra extrema olvlluaolo noaaa; o de Jpl– ranga, em São Paulo, que ~ um anexo da aua Universi– dade, para cada 1eraçlo ciue cheaa. Mas conclui que o Muaeu Ooeldl encerra ainda oaalm um luminoso ensina– mento: o da nossa lnconacl– oncla poUtlna. Pend.vamoo Ji tm Ohanda asonlante, numa enzup, em quarto rnilerav11 de ~m llil• J)tllllonante bairro eWll)ljto, • o que noa movia • ...ta ua. uma our101ldade malal • na.o piedade ou uuma. .\ ealda, • vento -u bramindo here– J laa, O homem pancou do n • J)lnt.e aoordar • Plrruntou - panlado: R MA R IZ (DA ACADEMIA PA.RAENSJ: DE trrllASI eu vou ANDANDO. ' • VOU SOZINHO, SOZINHO. SEM MAIS NINGUEM, SEM MAIS NINGUEM ME ACOMPANHANDO . , SIM, ESTA' BEM .. . PLACO, PLACO, PLACO, PLACO . .• BATE O SALTO DE MEU SAPATO PELO CAMINHO, O MEU CAMINHO, POR ONDE VOU - HOMEM PACATO, A CONSCIENCIA A DIZER-ME : SIM, ESTA' BE.M., , E EU CONTINUO - PLACO, PLACO, PLACO, •• MARCHO SOZINHO ? NÃOI A SOMBRA AMIGA ME ACOMPANHA, DEVAGARINHO, CAUTELOSA, EM VER0ADllU UNÇÃO . E SE A LUZ BATE DE TRA'S, BATE OE Fltl!NT! ELA SE DUPLICA, GUARDANDO A RETAGUARDA . SOMBRA SILENCIOSA, AMIGA, FICA EM PROJEÇÃO DÊ SENTIDO, VIGILANT!, NA MADRUGADA PARDA, DE UM INSTANTE SILENTE, Em QUE ELA ME SEGUE INSEPARAVl!l.. ELA, SOMENTE, - A ALMA QUE ME O DIGA, - ELA, SOMENTE ASSIM, MÂCIA, IMPl!RTUltBAVfL, A MINHA SOMBRA, A MINHA SOMBRA AMIGA , .• . . .. ... . .. .. . . .. . .. . coMo-Eu A QUERO E AMo. À ·M INHA ·soMiRA·: AO MEU LADO, ANDARA' SEMPRE A l!SCUTAR OS BATECUNS DO CORAÇÃO, SEMPRE A OUVIR O SEU PULSAR, O SEU PULSAR .. . ATE' À HORA ETERNA, EM QUE EU DOIIMIR .• , No Hu regaço, em suo doce alfombra. Um dla parti, e de eacala em eac:ala, cheguei a Santa– rém, Mana11&, Bilo Paulo de Olivença o Tabatlnra, Já. aõ– bre o Solimões, depo la, Ben– jamin Constant, à., front.el– ra, do Peru e da Colombla. Recreasando a Belém en– contrei a mascara beetÓvla• na de Frederico Barata, mãoa à., c01tas, dlva1ando contra o vento, ao longo do OuaJará. SenUu-so tell&, por• que aquela era a terra aua. O grande Jomallat.a carioca chegav a do Rio para aorea• cent.nr mais um elo • cadela aos " Dlarlos ~tadoa", A PROVINCIA DO PARA'. En– contrei-o de braço dado à Machado Coelho, ambos CO• nhecedorea apaixonados da ceramJca do lndlo, Desde e dia ,egutiite me · àespedl de Frederico Bara• l.a, que levantava 01 bragoa para o trabalho• - Por que vlo o omt,o ? Que querem 7 Que t.tm ,..._ oom a minha Ohanda 7 Entreolhamo-noe Ntupelato■, - Suloldou-H, - IOJ)l'OU lle - e a palavra Vila 191ada • eol• ta, de tal modo que no primai• ro momento nlo a oompreende,– mo,. Afutou-ae quue oorraadll. Quando r1CUJ)lnunoe o eqldll– br!o • panaamoo em IIIUl·lo, ele Unha vlrodo eabe Della que - qulna, naqutle emarallhado • ru.. tJtreitu. Va,a Yel'IOllba noo mordeu a alma t O frio vento noe mordia u 1-. Dlaa depc,11, noia- - e homem rondava O bar , ~ e MIi lr&nde VUito _.., - dava calatrloo. Quar,do - ...._ eacapa,a ra~ - trote~- Mu, tolla• - pre, luclnado, o - • - bl& J)aloo MUI modot, - - mo---- .. volta pera o ailrt.o um -• talro de llualola-S ■llllo..._ oorrl&Jml•nlmada_,.,... a alntlo que 1■ .. a■ aa1Jll4De ___e_ou_ mia __ .......,..._ -·--- ..... -puoadoe. enlrffll1oa - rçldol Ylllum--. ti■ - ..... ooetavam oa - f poc,a • dar - romanu.oa • ...._ -- ·º-- – pio. qut nlo .. --- - lim ■mpa1.lpclo OOIIIO - - lerlnho auto. - e • -– mar Ivan, o Ton1tel. _.. ... ,an6e-•DIO– o camlnho, ........... o - do na bendlJa. •• • d.-, olhar pera OI ladoa. TIDlla - marcba IDdUwtAt.e, quer cola ti■ lms,lamflL mo &Mim IOdo 1- "'9 •• <OcwUDua Ili - .......

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