A Provincia do Pará de 16 De Maio de 1947

Página 8 A PROVINCI.t\ DO · PARA' Sexta-feira, 16 ele maio de le47 -------- , .toda a n ■ CIRANDA DOS BAIRROS Grancle pia Na barulhenta de Belém se aglomera maior n uc eo ind ustria1 da Am-azonia zona • mais o remodelação Reduto,outroraqu.artel-generaldoscabanos hoje centro da industria paraense Igarapé das Armas ou das Almas?-· Razões da denominação - As docas da Imperatriz e do Imperador e o comércio com o interior Reduto - "o bairro mais ba– rulhento de Belém.,, no dizer de Alba Maneschy, a "Miss Pará", que concorreu ao últi– mo Concurso Nacional de Be– leza, será, o abordado, hoje, em CIRANDA DOS BAIRROS. Remonta aos primórdiosd o sê século XIX, o aparecimento des– se tradicional bairro, fundado pelos lusitanos que preferiam a parte sul da então baia de Pa– rnná-Guaçú; .a norte, onde es– tava no apogeu de seu desen– volvimento v grande centro que i hoje a Cidade-Velha. E' o Reduto, o aentro industrial da <:idade, onde se aglomeram 90% de suas fábricas, e, constitue o maior núcleo de indústrias .de toda a Amazônia. Eis a razão ãa afirmativa de Alba Manes– chy. ao dizer ser o se1J, bairro - ria época, aí residia - "o mais barulhento de Belém". Com, esta reportagem; prosse– guem as visitas de A PROVIN– ÇIA DO PARA aos bairros da Metrópole da Amazônia, através de ClRANDA DOS BAIRROS. ••• Nos últimos anos do século XVIII e inic!o do século XIX, já começavam a surgir as pri– tneirasc cnstruções nos mal fei– tos caminhos e estradas, que mais tarde serifl.m as artérias. do cen– tro industrial da cidade - multo !!mbora, ainda na primeira me– tade do século, já ai se tivessem estabelecido os religiosos Capu– chos, no então "Hospício do Una". Pouco a pouco, foi-se desenvol– vendo o pequén núcleo de habi– tiilçÕes da parte sul da ~ntão baía de Paraná-Guaçú, num esforço de desafogar a parte contrária, onde :: em pleno apogeu ~ . se desen– -i.:olvia o atual bairro. da Cidade– Velha. Já em 1839 - di.e: o hlstoriadOI paraense Ernesto Cruz - possuià o bairro algumas traveBsas de so– menos importância e dua::; ruas, com algurfl desenvolvimento, que eram a dos Mártires - hoje 28 de Setembro - e a do Açougue - mais tarde, da Indústria, e hoje, Gaspar Viana. Com o .sur– gir do século XIX, tomava o pe– queno núcleo de habitações, que era, desenvoltura, começando a ganhar foros de bairro organizado. ~ :NO TElVIPO DA CABANAGEM Com a eclosão do movimento regionalistà, que era a Oabana– gein, o bairro do Reduto veio a ser o centro de algumas lutas que então se travaram, dizendo-se mesmo possuir o nome. de Redu– to, por ter sido. o centro de con– centração dos cabanos. Essa assertiva adquire fôrça de verdade pzlo fato de na atual Doca Sousa Franco - o popular Igarapé das Almas - ter sido localizado um dos focos da re– belião, servindo mesmo de porto de desembarque de munição e armas de toclos os tipos para os cabanos. - Dai receber o epíteto de Igarapé das Armas, mudan– do-se a grafia para Almas em virtude d,t linguajar típico dos nossos caboclos, que trocam o R pelo L, e vice-versa. Entretanto, outra versão existe, com certo "que" de incrédulo - para uns - e de ·verdade - para outros. Diz-se que na atual Doca Sousa Franco, apareciam fantas– m1;1s nas noites sem lua, fazendo correr a uns, e deixando estar– recidos a .outros. Eram fantasmas, de cabanas ou não - não se pro– cura expliel,111" . a origem dessas almas - eram fantasmas, e como tal, capazes .de tudo.. . E dai o nome de Igarapé· das Almas - designação que se tornon tradi– cional nas referências àquela doca. Ambas as versões possuem Reportagem de OSWALDO MENDES (De A PROVINClA DO PARA') os mais ardentes defensores, e ci- grande concentrai;ão de f6bricas tadas como verid!cas, no pequeno espaço em que esté. construido, havendo - mesmo - ruas inteiras, onde SQmente fá– bricas ex111tem - lado a lado - DOCA DO REDUTO 17 trap,ches,d os quais H para numa competição ~ em mm1a– emb.irque, e2 docas, serviam no~ tura com as artérias da capital tempos do Império, às embarca- paulista: ções de todos os tipos que, do Fábricas de tudg e para tudo, interior. demandavam em busca comprimem-se · no Reauto, onde da cidade. Uma dessas docas - :m!ihares de pessôas ganham· s ·a da Imperatriz - é hoje o tra- vida. Ai existem !Abricas de cal– dicional Ver-o-Pêso. A outra - i,ados, cordas, fhleus, móveis..cê.– do ·'Impérador" - era a doca matas de ar, artefatos de borre.– do Reduto. · cha, fumo11, bebidas, .usinas be- Essa doca do Reduto. como a neflc!adoras de castanha, arroz sua congênere do bairto do co- e inúmeràs outras. mércio, servia de ancoradouro à,s Entretanto, ta.mbém residencial canôas do interior do lllstado, que é O Rêrtuto, que fiossué ruas e traziam frutas, peixe, ceramica.s, trave~!là!! inteità!S E0.ttente de ca– mel e outros produtos nativos, sas re!lldenclais. Ao bairor per– para nossa capital. Oom o de- tence uma dãs avenidas mais scnvolvimento do bairro. foi ater- bela;; da capital, que é a "Ge– rada e transformada mima be~ néral lVIàgaifiãel!", . resultado do e grande praça que recebeu o aterràmento da feil!. doca do Ré– nome de "General Ilha Moreira". duto, e ond~ exllltllril algumas. vilas mais farde mudado para "Gene- de. "bungalows" e outras mora- ra! Magalhães". dias. ,./ Presentemente, serve-se ô Re- "- duto da doca Sousa Franco - PROBLEMAS DO BAIRRO. confronte ao Mercado do bairrà ms unt assunto de grande com- - onde ancoram as canôas vln- plexidade e genel' aliza.do para toda das de todas as partes dó interior a cidade: 08 problemas do baµ"ro. do Estado, conduzindo produtos Carece O Reduto .de um. melho, para o abastecimento de Belém, e al)ll.stecimento de á.gua, mas que constitue - com o Ver-o- disso toda Belém nece~~lta: im- 1:>êso - uma ~as duas docas. ~ue pioram sl!Us moradores, mais car– possue a cap1_tal, como nnco,a- ne verde e peixe, más, quando clouros de canoas. I Isso O f.íi.zem, .estíi.g somente fa- .ilendo côro com os habltàntes dos NO S:é:CULO VINTE outros bairros; reclamam melho– res transportes, e nê.o dizem na- Ao se percorrer o bairro do da de novo; quando se lembram, Reduto - hoje - sente•se o efeL os moradores do Reduto, de que t,0 do progresso oom todas sua.'.l !t luz é fraca, não é novidade pa:a fôrças, que o tornou, não só, um ninguem, muito n\.et\ot <1u11.ntl1J centro moderno mas - antes de pedem novo calçamento para tudo - um grande núcleo fabril I caas art~riars. Sô · em uma cousa. onde estão concentradas todas as 1 1,5.o farão côro. com. habitante:1 nossas mais importantes indús- de nenhum outro bairro: se re– trlas. E' por excelência o bairro clamarem .por uma . "Campanha "barulhento" da ·cidade, pelá do Silencio'', porque é o úfilco . · , onde o barulho tomou conta, co- 1 1 :~. se o Reduto fôra um feudo outrós problemas - se exis– tem, slí.o geràia, iiuais, eni t.oda REDUTO ·- Vemo!!, na gravura ao alto, um aspacto intercs~ante do bairro do 1teduto; parte da. rua Gaspar Viâna, aparecendo, de um lado, uma gràndc fábrica de cordas, e do oi'Jtro, o seu depó– sito. Cem(} essa, inúmeras outra. s são as rua.s do. bairro, onde ve,– mos frente a frente, lado a lado, as grandes fá b ri c as do Para, constituindo o maior parque indu sirial do nosso Estado. (Foto de Carlos Pinto pera A l'ROV1NqA DO PARÁ) ••O deputado Santiago nio sofreu nenh um c1 vio iene ia p oIi eia r' Afirma à reportagem o delegado João Fernandes - Res:9osta ao pedido de informações do juiz .da 5. ª Vara Conforme já é do conhecime;,- FernandeJ, a quem foram dirigi– to público, o deputado comunista f dos os pedidos. Henrique Felipe Santiago o o ba-1 Referindo-se à solicitação da charel Levi Hall de Moura, advo-1 Ordem. dos Advogados, o delegado gado do Partido Comunista, im- Jo:ío Fernandes disse já a haver petraram ao juiz da quinta vara, resr..ondido, informando que as ,4,.. A 1-,,l~n,.. A.-...,,,,1,.. ,,~-. ..,,_...3,.._.. .,!1.: -~- _., _ - -- _,! _.,_ : .. e , . Restauração dos parques - Transformµção da gare de São ~raz em grupo escolar Apurou a reportagem da A PRO– VINCIA DO PARA' que o atual pre– feito municipal de Belém, sr. Al– berto Engelhard, tem uni grande pia• no de remodelação urbana da cidade, que será posto em execução .dentro de breve tempo. A primeira vez que o sr. Alberto Engelhard exerceu as funções de go– vernador da capital, realizou uma série de obras lmportar,tes, que lhe grangearam as simpatias dos munlcl• pes de Belém. Entre esses melhora– mentos podem ser colocados em pri– meiro plano a remodelação da tra– vessa Padre Eutlqulo, que se trans– formou numa das mais elegantes e modernas avenidas de Belém. a trans– formação da travessa .JutaL à en– trada da avenida Tito Franco. o ni– velamento e calçamento da passagem Teta, bem como as grandes obras do Bosque Rodrigues Alves. onde fo– ram construidos lagos artificiais sob as frondosas arvores e outros meios de divertimento à população, fazen– dt> com que aquele logradouro pu• blico se constltubse no ponto mais pitoresco e apraslvel de Belém. A modificação que. naquela época, sofrera a admlnlstraçllo , pública do Estado, Indicara outro setor de ati– vidade ao sr. Alberto Engelhard. de maneira que o seu programa de me– do sido totalmente executado. Cha– lhoramento ficou suspenso, não ten– mado agora, pela segunda vez, pelo governador Moura Carvalho, para exercer a alta função de prefeito de Belém, o sr. Alberto Engelhard pretende· executar o seu largo pro– grama de melhoramentos, visando colocar a capltar paraense entre as grandes metrópoles brasllelrns. MODIFICAÇÕES NA PRAÇA DO RELOGIO O pl~no de melhoramento da ci– dade será simultaneamente desenvol– vido em varias pontos da cldo.de , oen– do, no entanto, as primeiras obras realizadas na praça do Reloglo. Como se sabe, essa praça é o pon– to convergente de todas as viatu– ras, quer de transporte públlco coU10 particular, ocasionando, por isso, mesmo o congestionamento do trafe– go, dadas as pequenas proporções das artérias que a circundam. Essa de– ficlencla será. sanada· com as obras que vão ser al! reallzadas. A praça que afeta um quadrllatero ;rregu– lar, ser é. arredondada, não so para dar mais elegancla àquele logradou– ro, como tambem para fa.cllltar o movimento de velculos que all trafe– gam lntensameµte. OS PARQUES SERÃO RESTAU– RADOS Conforme conseguiu SRber a nossa reportagem, o plano que tem em vis– ta e1'.ecutar o sr. Alberto Engelhard. envólve varlos aspectos, Indo desde a reconstrução de calçament0 até os mais vultosos, de forma a que. Be– lém volte a conqulsmr a sua posi– ção de uma das mais importantes ci<l.ades brasileiras. . Os parques serão restaura.dos, os lagos restabelecidos e as · vltorms-1·e– glas caracterlsticas da Amazônia. ,·o,– tarão a flutuar, com as su,is grnndes folpas em !arma de cha.ri \o, nas aguas para.das das lagôas artificiais abertan sob a ábudante vegetação que tor– na esse recanto de Belém os oasls da .população nas tarde3 de verão. A' margém dessa via pública e.e– táo tambem localizados os estadlos de futebol do Clube do Remo, Pals– sandú Esporte Clube e Tuna Luso Comercial, bem como o Bosque :áo• c!rigues Alves. Assim, o asfaltamento dessa avenlda é uma ntcessldade • por isso mesmo constltue · um doa mais importantes capltulós do plano de embelezamento ela cidade que tem em cogltaçáo o atual chef" d& Comuna belemense. Varias aterros e nlve!amentos Já têm sido feitos nessa avenida, porém lnu• tels em face da erosão das aguas na.a épocas inverno~as. O problema, no entanto. será resolvido com e, 0\1!– falto. A aven!da Tito Franco dlspõ~ Ji de meios fios e cal-;:amento em quMe toda a eua extensão. O asfalto dará maior eleganc!:l é.quel.t avenida. que se tornará a mais ele:innte e extena.~ de todas as de outrM capitais do norte do pais. A GARE DE SÃO BRAZ SEM' APif.OVEITADA PARA GRtlPO ESCOLAR Outro plano de modernização d& cidade é o que d!z respeito /,, tran;,– forma,liu da gare dn · cilio Bra:s era. grupo eseohlr. o c;ovêrr,o ·do Estado. segundo ~c,n– seguiu saber a nossa reportas<~•u . co– gltn. de t;Htrur em entenc inH,:n-... , ~:o!'X' o M1n1stéd,j cL-t. Vh:i<;itu t: O~'.)-~ 1 Pti– blicas, no sentido de r..er cs~~t; 1 ,.~ ... •.Jt.– o ponto t~rmlnul da Estracl'.1 For– ro de Bl'.'.1gil1.-1çu 110 Etüto!1.1~· 1n 1-ro. juRtamente uo trecho f.!H) <'ht: ;,.. ,: r.rp rovia se bifurca.: de urn lr é.o :r1 . r ~ :-a .. da de ferro que vai até :Sra:~~!: -i ~ de outro o rarnal qu0 condti.; ,. i ,-ua de Icoracl. NeJSe lo<;a ' · io constl'uldo:i e-ru!ldes galpõe'l r e· "'– pmüto dos generos p1·octuzidcr :.:.;: "e~ gião cta Estrada de F;,,,rru e ·:. :··: .:1-r.– dos ao (!omêrcio da prar,,nt lle 1-i~ll-'~ Com a avenida Tit"l F1J.YU. ;~: ~ ... 2n · tacla, esses génerca r:~ráo Ia;;ilm~n~e ccnduzülos em ca.1nlnhões. A eare de S. Braz :;crhl ~ntü0 apre~ veitada para o estabclec,ime::1tr- <1" um grupo escolar parfJ, atende•~ "'ºm nmls eflclencio. wd::t a popul:,.;;,,., es– cohr do bairro de Canudca, rle 8áo Braz a 'grande parte do Marcu d& Let:u'1. Sabemos que o major Mourr. Car– n,Jh~, antes mesmo de empo,so.r-88 no r::argo cte· i;:overnador constitucio– nal ão Estado. tinha em vista ei,s& tran$íormação. Agora com " sua as– c~r,.;íto ao alto posto elet!Yo 0. ld6!f, tomOLI volto e posslveanente ,e tore nará em realidade. A retirada dos trilhos da :teno111& bt,v;ant111.i da avenida •:rito Franco 1 º.cilitará a remodelação da gra.nde vif, oüblktt. que vai entrar em obras, se'"tinJo o plano do prefeltc, Alberto Enr~z!f'.ard. · NIVELAMENTO DA PR.AÇA FLO• RIANO PEIXOTO A praça Floriu.:.1.0 i:12-: :.:ot;:.,. no trecho oue !ic:i à en1bve·:i•.i u~·~ ....;.""" :, venida. ~[iff mF·~~!1~~~iÍ-l~r ~~ :·:·~ ~ ~/. 1 -.:~?-..: 1 ~; 1'/ 1 ~~?: iJÚ~. de vez q·.,~ •·':•!•. ;..: k.(·tal ~ 7 ponto ter·n11cal n?. lit'!!1a de a~· Assegurada a ..• ~ rc.:mti;nuaçâu cfa 1 • pã,sim, l

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