A Provincia do Pará de 14 De Maio de 1947

• r Quarta-feira, 14 de maio de 1947 ~- --- ---------~::;..: ____________________ -·-- - ·-· .. )i!:iP,it¾\l½ 1 1~w,~ ,,,.,.,,, ·•=; ..•,,, ,tt'%: 1 !f:~:~:::1filí!'/ . -~i •;, A CATEDRAL - Na foto ao alto, vemos um aspecto parcial do largo da Sé - a atual praça Frei Caetano Brandão, o sexto bispo do Pará - aparecendo ao fu:i:Z:- a. u:::.; ·:t :.a Catedral de Belfm, cujo. construção remonta ao seculo XVII, , tendo sido a sede da !lrimeira fre.:;uesia rl:t clrla1e, ~ae foi a Sé. Ceu ora{.;o é c1tdil'atlo à XJssa Se2-1~~--:l 1le Dc.E-~n. o n ome que substituiu a primitiva denominação da capital - Feliz Lusitania.. Atualmente., a Ca t~dr:,l - à c::ce,:à() •.lc p e:iue·D 1,1,,ro c::terno· - ostenta as mesmas linhas de sua prirnHiva •••• , ••. construção(. (Foto ·de Carlos Pinto, especial para A PROVINCIA DO PARA') CIRANDA DOS BAIRROS __,_ __ -------·-·- ------ - --- - ----- a Ve a-n e r Forte do Castelo, rimeiro ,o 4a nova civili.za {"' o Evocação dos sermoes de Vieira - l:Jma cidade dentro da própria Belém ,. zon f Prnc isamos braços ar e cap itais, técnicos ; no o esenvolvimento A hôa vizinhança e suas obrigações-Mensagem lida ~elo .sr. João Daudt de Oliveira aos homens das classe6 pr4Mlutoras nQrte-am~ricanas -. - · Confrat.erni7Al~-ão RIO - Maio - No banquete ofe– rc~'.do à Associação Comercial do Rio d0 Janeiro, pela missão economloe. norte-americana que ora visita o pais e chefiada pelo sr. F. Be:Uord, o sr. João Daudt de Ollvelra pro!{)– rlu o segulnte discurso : - ·"A miniatura com que Mr . Bed•· ford acaba de obsequiar a Associa• ção Comercial do Rlo de Janel~o. em lembrança· do vôo de ln tercambio e bôa vontadii realizado pel& "Felrn Voadora Ess'o-Atlas", serti conservada na Casa de Mau6. entre suas reli- · gulas mais apreciadas . As pa.lavru, porém, com que -ele acQmpaµ}lou a sua oferta tão gentil, !loam guarda– c!as no coração dos homens de neJo– cios do BrMII, que tiveram a ven– tura de ouvl-la.s . Nelas sentimos a mensagem do e.teto !ri.terna! dos i,hefes d" empresa americanos em que podemos admirar a ação mais densa d8 força e de poesia dos nossos tem– pos. Festejamos esta Iniciativa de bô:i. vizinhança, que não apenas abre ensejo a contactos reciprocamente proveitosos a dois paises irmãos, como nos dá oportunidade de testemunhar '\ um llder eminente da prodm:,lio norte-americana os sentimentos cie admiração e de apreço com que aqui cqltuamos o seu grande pais. Den– tro da~ novas concepções, que hoje regem a vida das naç6ea. sob o prado- . mlnlo crescente do fator economlco, a figura do nosso Ilustre vtaltante tem um ralevo, que em.tempos paa– ~ados seria privativo de um polltico, 1 til! um estadl/;ta ôu de um diploma– ta. ~!e se situa dentro do grantte grupo de expoentes da iniciativa. pri– vada nas atividades economlcas. que per todo o mundo agora se reunem aos homens de Estado, aos economis– ta.a · e aos sociólogos, collmando na órbita interna a el;,vo.ç&o dos padrões !le vida e o combate ao pauperismo, e r.o campo internacional a elimina– ção dos germens de guerra que PQa– s,i.m' existir nas relações merc11ntls. A tão credenciado representante da Produção americana abrimos a porta ca nossa. hospitalidade fraternal. E no convivlo despido de formalismo, 19?.l e confiante que ent re nós ee es– t:tbelece, podemos examinar sem re– servas alguns aspectos da r,tual!dade eeonom!ca, aoclal e polltlca do Bra– s\l. em face de suas relações com os Estados Unidos. A HORA TRAGICA - O Brasil, em fase bem adian– tada da sua reestruturação democrá– tica dá hoje ao estrangeiro que nos visita a impressão de um pais t!l-lado -pela guerra . Essa impressão não anda longe da realidade . Sofremos, verda– deiramente, duras const!quenclas da Segund& Guerra Mundial, &e não em devastações materiais de nosso terri– tório, em dif1cels conjun.turas econo, mlcas, que se r efletem n a vida d~ todas as camadas da população. Ao lado dos Estados Unidos formamos lealmente desde a hora tr6.gica d" ºearl Harbour. Nossa dev0ção à CS'-1.• sa comum de defesa da América e do mundo contra ·o totalitarismo não conheceu obstaculos nem restrlçõe$. N oss11s bases aéreas e nttvais foram franqueadas ao uso americe.no s~m condições, e através delas foi ganha a · batalha da Afrlca do Norte e a do Atlântico Bul. Mo&sos sold11das, Jun– to C?!Tl n V Exército <l~ l'4q,rk <Jl!ll·~·. cop.heceram a glória e a morte nas mont11nhas da Italia, ondP. deixaram o tributo de seu sangue vertido tam– bem pela liberdade da mundo . No.~– sos m!p.erals e,s~rat6i:lcos am fluxo constante 1tl1mentaram os arsenal&, os labor1>t órios e as té.brlcas Ianques. onde se forjavam as armas da vitó– tla. Tudo demos, com entusiasmo e hne. vontade. Nosso concurso mDde~- reu do acréscim o de saldos da balau- RAZOES PARA CONFIAR ça de pagamentos . Em 1943, a.-;uelês l fatores de origem externa descew,m - o E:·asll, que sempre esteve 1,1.• par.a 50 por cento e, em 1944 e 1945, ria.do esplrifus l e efetivamente a& a influencia de nossas exportaçóes na Rstados Unidos, a quem o unem vtp:– expa.nsão monetária foi menos 11cen-1 culos hlstórtcoij. geográficos. culiiu– tuada, fixando-se em torno de 30 por rals e sentimen tais. e com quem eif– cento. Já em 1946 veri!lcou-se novo teve Invariavelmente solldárl<' deede aumento do meio circulante, decor- que sP torn ou uma nação 1ndApen– rente de novo surto das exportações. dente - o Brasil tem ra.zões para Afim de que o ritmo da produção confiar que lbe sejn prestada pelo brasileira não sofresse choques per1- grande irmão do norte a "1P.Bma assis– gosos e pude88e satldazer plenamen- tencl8 ,. a mesma. cooperação de que ti! à1 sollcita.ç9N, dos merca(los e:>i- se est~o beneficiando 011t.ros povos. ternos paro. atender as necesldades da o Brasil. aml~o fiel da~ bo~s e das gµerra , foi nece51!é.rio que o Banco má.s horas, n ãÕ. deve ser esqt.ecldo do Brasil papue em cruzeiros aos nesta hora confusl\ de reconstrução exportadores o equivalente às cam- mundiàl, quando esté. se debatendo biais que lhe sobravnm. Para esses numa séria crise e assoberbado ·por pagamentos, era preciso emitir papel problemas premente~ . :i;; acreditamos moeda e 18110 foi !eito em qu!)ntida-1 que não o será. A mesma coopera– d011 vultosas, provocando o tina.nela- ção, qua tornou po.sslvel empreendi• mento das el!:porw.ções o maior dese.- mentas corno Volr.1t Redonda ~ Vale qu!llbrto d• n081!8 vid& eoonomtca. do' Rio Doce preclsp.. continuar a UU,TIJ.U'Z,;WU.ÇAO DMfoCRA'flCA apl!car-se na solução do,; 1men!os problema8 brasileiros: transportes, eletriflcaçll.o. combustlveia. indú•trlas pesa.das agrlcultur11a Intensiva. Várias ~!Jn entrou o Brasil no perlodo circunstancias cooperam para. que es– de r~otu1tt'uç__Ao do ap6$-guerri,, ten- paremo~ confiantes ~ colaboração do da enfrentl!.r uma guve crl•e P.CO- amerlcRn~ . De um ponto de · vl11ta nomlca, coµjugada.' com um,, crise estritamente sentimental. havi,rit> o social • polttica . Tantos revezes não natural esptrlto de solldarle<lade J1m- 11batP.ram o animo do pais, nem o que em !ace de um nmlli:O e de um doe responaaveis pelos seus destinos. aliado que nunca lhe t altou . Df' ãn– Oom ei.forço• penosos to . parai.tentes gulo puramente r.omerclnl. RAr!a de v&rnos procurando sobrepujar as dlfl- 1evar em c,onta o lntAreMe de con~– (lUldade1 o a.brindo caminho para dias trulr-se no Brnsll uma "conorala rl\l– mélhqres. A reestruturaQlio democrá- bust:,., para que estP. P"is se T.orna,~ tlca já nos dotou com o.• órr;ãos le- c3paz de absorver to.ntos produtos glal11ttvos e e11;ecutlvo• normais,. esco- americanos quanto outró1'11 ~ Alema– lhldas pelo voto livre do povo, ante nha. e a Inglaterra, paises sup,;r-!n- 06 quais se deparam problemas ur- dustrial!zadoA. e qu e. no entretimto, gentes. As classe3 produtoras nac!o- constltuiam at~ -poneo o~ •nus me– naia -estão moblllZ&dM com seus té- lhores clientes . Há, pori\m. o nsµecto cnlcos, seus institutos de pesquisas e politico, a sobrelP.var os demats. Hão com sua ·e)!:llel'ienota para colaborar sabemos ainda que peri10.~ sn ocul• na adoção de romoa ..eonomicos tam " nt.re a cont11Af10 • a !nstablll• práticos e susuros. NessP. caminho dade que vfi.o pelo mundo ne,;tP. após– tio aspero não temOII eaquecldo nos-1 guerra. Oa E~t l\dO~ Unidn-. quP rece– sos compromlllso• Interno.clonais, beram o pesado enearao de resguar– nem os tla oolldarlBdadl' humana. dar em t.o<los oa recant.oli do mundo Cortamos em noS!la proprla carne pa- a sobrevlvencla do espirito cristão e ra· que as contribuições Cio Brl\611 à democrát!"º• q11e, r.1,rncterlzn R nossa UNRRA fossem pontui.lm \!nte entre- clvll121açíi1~. pro,,n~m J>reparar-,e gues no d!a determinado. E os nossos contra as lncert.az !ls e as ameaças do delegados aos organismos das Nações futuro. Para que este hemisfério es– Unldas fielmente contribuem com os te)a preservado de qua!Quer agros– votos do pais às bases seguras em são, vin da de não Importa onde, 6 que deve ser edl!lcada a paz entre nece~sário qul!' haja aqui povo• for– as nações. Mas, diant~ da tremenda. tes. principalmente o Brasil, pe!o tarefa de constituir uma sólida eco- vulto demográfico e pela situaçao nom!a, baseada no ct.esenvolvlmento geográf!i,a. Ajudando o de•l'nvolvl– dos recuroos naturais a na criação mento economico do Brasil, o Esta– de riqueza, sofre o Brasil à falta ·de doo Unidos P.Starffo fortalecendo não elementos me.ter!a\s e técnicos. com um concorrente na produção de ar– que possa levar a.diante planos eco- tigos dura.veis, mas elevando n poder nomicos de envergadura. Precisamos aquisitivo de um imenso roPrcado . e de cooperação dos capitais, dos té- criando as bases sólldas Cie ,1m v"rde.– cnicos e dos braços estrangeiros para delro poderio nacional, a eerviço de desenvolver noasu possibllldades e uma causa. .comum. nenhuma. ajuda serta mais justa nem mais ·1óglca do que / a dos Estados Unidos. Nm;se.s ambições de agrade– O FUTURO DO PAHJ cimento n11clonal não visam f!nall• Assim pensam e interpretam e. dades de hegemonia nem se dirigem situação 11tu!\l, Mr. Bed!ord " • c1as– contra ninguem. Elas se situam den- ses prod1l'toras do Brasil em ,.,., '0 ::,o– tro ·dos objetivos humanos do grande me vos J'alo neste momento Trans– Presidente Roosevelt criar a prosperi- m!t!ndo-vos este pensamento , •ue é dade, para ter mais o que distribuir O mesmo de todos os br~stlelr<•'' • ,n°– entre os brasileiros, afim de que eles cientes das suas responr,abt1°,,ectes disponuam de habitação, de roupa, de para com o futuro do seu ps'.s, eu educação, e sejam realmente homens võ-lo faço seu intél"l)rete ante os clr– llvres da miséria e do medo. Neste culos P.conomlcos 11.merlci,.nos. onde "mu1;1,;lo só", a que. SA reteria Wen- sois voz prestigiosa . deli Wllkie, a cooperação 1nternapio- vossa missão no Bras11 numa inl• nal terã que dar um importante pas- clatlva tão or-ig\nt.I e stmpatir,'9, eom.o 80 à frente se quisermos construir a a desta HFetra Voadora". aspira t::')n~,– pro·speridade para todos. As nações trulr mais um élo de, compreens:\0 mala poderosas não podem continuar de boa vontadP e de colaboração ,,n– su3 ·ascenção sem elevar com ela.a G t re os nossos dois pataP.S. Ela r,p t ~.-t poderio " o bQm•eate.r das mP,nos cercado de illtelro exlto. S"l ,,.,, r;,·-;··s, – aqulnhoadas . como tive ocasllo de so aos Esta,tos Unidos pude:·des ",,,,._ <1tier em 1944 aos homens de negó- tar a atenção dos circ1üos r~sr"··,s.. - cios do mundo, reunidos na ConfA· vels do vosso Pl'ti a para a~ r~all•• •11•~ 0 rencia de RYli, -.u hoje, as nações I aue vos esboce!. Este é um eEc3 ' ,,:o

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