Provincia do Pará 09 de Maio de 1947

Página 4 A PROVINCIA DO PARA' - ----·- ·- ---- -· -------- -------- -----~--------------------- ---------------- >,.11roP1nnt1 bo .J;loró · Combate á lepra em Minas 6 1 CR ISE A T 1 (órgão cio:., "lJiaâ"r Associad.os" 1 Fundado em 1876 Diretor : - .JOAO CALMON Redação, Administração e Ofici– nas, em séde ptópria: Travessa Campos Sales; 100-104 - Belém~ Enderêço telegráfico : Provan - Telefone ; 34-22 Venda avulsa, Cr$ 0,50 - Abra– zados, Cr$ 1,00 - Assinaturas : Ano, Cr$ 145,00; Semestre, Cr$ 75;00 ,Representante ccmercial no Rio e em São Paulo: ··sc:rviços de Im– P:ensa Lirnitada" (SILA), Ectif1- c10 Ocleon, sala 802 Rio e Rua Sete de Abril, 230, 2. 0 , s. · Paulo ADECISÃO DO T. S. E. -Eu instituo este Tribunal ve– nerando, severo, incor,:utivel guarda vigilante de;;ta terra, mes.: mo durante o sono de todos, e o anl!nc10 _aos cidadilos, para que assim seJa de hoje pelo futuro" Dessa maneira ideara Esquilo· há ~iz:te e quatro séculos, a subs~ titmçao que a democracia veio realizar, do arbítrio vingativo dos deuses, pela ju;;tiç.,, humana, como magistratura da conciêncla Po– pular. Somos um país de regime de govêlrno definido e estruturado em .uma Constituição e leis or– g~mcas de exata cor.respondên– ci_a _dos senti~entos e cultura, tra– d1çoes e destmos nacionais Como _g~rdas e interpretes da Constituiçao e das leis, os tribu-, nais e Julzes constituem O Poder que escla~ec_e e decide as nor– mas das mt1t-2ições. . "A missão. de sentenciar nos pleitos . de inconstitucionalidade -: ensma Rui citando Story _ nao. ~ u~ função de ser o Poder Ju_d1ciáno tenha O direito de de– cllna:r. Se é do seu dever não as– sumir jur.l.sdição quando não a .tem, . nao menos imperiosamente l~e lncu_!llbe exercê-la quando a tiv~r. Nao lhe_ é licito, como à legislatura, evitar questões por– que elas toquem os confins da Constituição. Não Pode abster– se de reso~vê-las pela razão de serem d~vido~as. Seja qual :Cor a indecisao, seJam quais forem as dificuldades do problema Jurídi– co, sua obrigação é resolvêl-Io d4:sde q~e. se suseite em tr1buna1'. Tao 1legitunamente procederá fu– iindo ao exercício de uma com– petência que lhe caiba, quanto qsurpando a Q!,le lhe não per– ~nfa. I>j'l um, ou ge outro mõ&o atraiçoaria. a ConstituiÇáo", ' Ei_s a situai;ão do Trlbunal su– perior Elleitoràl, chamadb a de– ,cidU: da constituêionalidade do ,{uncionamento do partido comu– liista, e:1tre nós, tendo em vista . a duplicidade de Estatutos efu ,que foi encontrado, um plk.a sa– .tisfazer as prescrições le'ªais ,outro de subversão da oraefu ,oonsytutiioMl a serviça de ip!Íl- •traçoes expa,nstonis~s estrãn– at!iras. Pr oced~~ ó_r8áo de. JusUçp., . o ie'ú a éxanfe l'trofiihdo e riiê".; !~c~lo~•... dffl!loratl'ó e refletffin ( Dr. Anibal MARQUES (Para A PROVINCIA DO PARA') _ _jl Dentre as visitas e excursões gregação imediata dos doentes, que o Curw de Saúde Pública evita.ndo a disseminação do mal, PARIS 15 de abril .,._ Disse-me nos proporcioJ:loU durante o ano instituindo tratamento, ambulató- ' hoje O ~inistro Pierre Bourdan de 1!146, destaca-se a que fizemos rios, e~c.. que a hipótese do.scomunistas dei– a Belo Horizonte, magnifica e Ao oerviço d_e Preventórios es- xarem O governo é mais que pro– bela capital do · Estado de Minas tão s~bordinados todos os Pre- vável. E em um lapso de tempo, Gerais, sob a orientação técnica ventórios, Educandários, Institu- acrescentou esse membro do Mi– do dr. Ernani Agrícola, professor tos Técnicos. Pr?fis~ionais, Cre- nistério, menor do qile se pensa. de Epidemiologia e diretor do Ser- ches, etc., cuJa fmahdade é dar Para um espectador estrangeiro viço Nacional de Lepra. toda a assistência aos ,!ilhes dos que acaba de desembarcar n~ Durante os quatro dias que pas- leprosos, separando-os d~s .pais, França, nada faz acreditar, pelo samos na capital mineira, desen- per1'.1anentemente, .o mais cêdo aspecto extremo da politica, numa volvemos intensa atividade, no possivel, sendo o ideal, logo ao perspectiva imediata dé desem– afã de conhecer tudo o que de nascer. Das Creches passa_m aos barque do partido de Moscou da mais interessante e instrutivo E(!,u~andários, onde l~es sao ad- nau que govern'.t O piloto Rama– existia, apriirJ.orando assim os ministrados os primeiros. ensina- dier. Entretanto, 0 sr. Pierre nossos conhecimentos, para bem mentas,_Passando em segmda p9:ra Bourdan é preci.so no seu prog– servir a coletividade. os Institutos Técnicos Prof!ss10- nóstico o desmembramento dos Das várias visitas, merece real nais, onde se habilitam numa pro- comunfstas da árvore governa– destaque a que fizemos aos dife- fissão qualquer, conforme a in- mental no seu entender é para rentes serviços de lepra, com os clinação de cada, ,um, para l!.e t-0r- breve. 'vai, pois, entrar ~m crise, quais o govêrno procura salva- r.ai :em home~ u ..eis à_ Naçao e à O Ministério que neste momento guardar a saúde da população sa- socrndade, e nao parasitas ou pe- expressa a confiança da maioria dia, contra o contágio do terri- sos mortos. parlamentar, pela ruptura da ex- vel mal, que tanto pesa na eco- A parte !lurocrática es~ sob a trema esquerda. nomia ·do Estado, o que expare- responsabilldade do Serviço Ad· - Qual a razão pela qual O cen- mos no que há de mais interes- ministrativo. . tro de gravidade da politica fran- sante. ~om esses conhecimentos ge- cesa, que é o proprio centro par- Em primeiro lugar, fomos ao ra1s sôbre o Combate à Lepra no lamentar tanto hesita em desem– Dispensário Central, situado na Estado de Minas. Gerais, deixa- baraçar-~e do partido, que na opC praça Werneck, onde recebeu-nos mos o Dispensário Central para nlão da maioria dos membros dos o seu diretor, que após rápida vi- outras visitas aos diferentes Ser- grupos democráticos, exprime o sita às diferentes dependências vlços que acabamos d~ descrever, ascendente de uma nação estran– do edificio, deu-nos sucinta ex- tais como o Sanatório de Roça geira na vida política do país ? planação sôbre o que se faz com Grande, para doentes de recursos, E simples a resposta • todos aqui respeito ao combate à lepra. Sou- situado em Sabará, histórica ci- se arrecelam de um 'processo de bemos, então, que o antigo Ser- dade, de onde trouxemos gratas desintegração economica naciom,J. viço de Defesa contra a Lepra, recordações, com suas ruas tor- Uma política de restrições e de criado pela lei n. 209, de outubro tuosas e suas casas coloniais, com disciplina como esssa que leva a de 1937, foi transformado em Di- suas igrejas de uma beleza in- cabo o go~erno num pais em sub– visão de Lepra, subordinada, ad- comparavel, como .ª _de Nossa Se- consumo, porque em sub-produ– ministrativamente, ao Depa.Tta- nhora na Conceiçao, em cujo ção não pode deixar de trazer o menta Estadual de Saúde, com conjunto assemelha-se a uma rara dec~ntentamento das massas que larga autonomia técnica, consubs- joia de filigrana, tal a delicade- pouco ou nada raciocinam sobre tanciando o seu programa nos se- za de sua construção, seus monu- moeda, defesa do franco e ban– guintes itens: mentas de arte, onde imperam carrote financeiro. Dispõe os li- a) Organizar e orientar a lura obras raras do g~nial Aleijadinho, .deres comunistas de meios de agi– contra a -lepra, no Estado, sob o etc.. :go Sanatório d~ Roça Gran- tação, de uma dose de temerid:,,"– triplice aspecto: estudo médico, de nao podemos deixar d~ con- de para utilizá-Ics, como nenhum prevenção e terapeutica; signar o ambiente de aleirn:,. aue b) realizar estudos e investiga- verificamos reinar entre os doen- Assis CHATEAUBRIAND outro partido. A materia prima ai está, na irritação que se desenha em todos os campos da atividade nacional, contra sadios e ·cora josos métodos do governo, que a nin– guem será dado ~azer melhor, mas rontra os quais a grande número se revolta. E o risco das greves, ateadas pelo paroxismo da luta social, se apresenta, no horizonte, toda a vez que se cuida de deixar que partam do governo os "sans– culottes" do sr. Thorez . Reivindica o Partido Comunista :,::ara si uma grande capacidade de manobra. Não é um governo tri– partido ou quadripartido o seu so– nho, por mais atraente e út!l que lhe sejà ocupar pastas como as do Trabalho e da Defesa Nacional. Uma facção de massas, o que de– seja, antes de tudo, é o proprio jcgo das massas, redotando o maior coeficiente de liberdade de movi– mentos, afim de levar à clientela eleitoral a certeza de que é ele o· melhor guia. São os golpes tea– trais, o que mais seduz os comu– nistas. Eles querem é permane– cer próximos do povo, prometen– do-lhe tudo, inclusive o paraisa, conquanto seguros de que o céu anda muito longe dessa Europa, devastada pelo fogo e pelo ferro do inferno da guerra . O sinal da tempestade próxima, que os meteorologistas encontram no ar, está na palitica que os que governam como maioria preten– dem continuar seguindo, ou seja o congelamento dos preços e sa– lários. Afirman os peritos finan– ceiros que não será possivel, pelo menos por ora, tocar nos preços básicos, fixados pelo governo, na última revisão feita. As , pertur– bações monetarias e· sociais, que acarretaria qualquer modificação, tolhem o presidente do Conselho de pensar em mexer no programa traçado, alterando a política do gY.Jverno nesse sentido . Ora, se r:ão é possivel tocar nos preços, como tratar do descongelamento dos salários, que é o que dese– jam igualmente cperarios e comu– nistas, inspiradores desses ? Tudo leva a crer que, no desbloquea– mento dos salarios reside o ponto de partida da crise, a menos que o problema da União Francesa saia da rotina em que ela gira, desde que os ministros comunis– tas votaram os créditos para o prosseguimento da luta contra os nacionalistas da indochina. Que os comunistas se vão é certo, ou quase certo. Agora o que acontecerá depo'.:, da sua partida é de uma tal eomplexidade que todas as profecias, neste sentido, escapam ao mais arguto dos adi– vinhos. O que resta saber é se, dentro do regime parlamentar, de um chefe da nação, debilitado de poderes essenciais, para manter a ordem, é passivei lutar contra uma sequencia ele greves, de atos ãe desintegração do mecanismo, econômico do país, que o partido vermelho estiver deliberado a apo– iar, ou desencadear . O dilema do executivo é atroz: se descongelar os salarios, terá que elevar os preços, para cair fi– nalmente no de que mais se arre– ceiam os que governam o país com a inteligencia : a espiral da in– flação. ------- -------·---- GOVERNO ~O ESTADO Despachos do governador D governador do Estado proferiu 011 ções sôbre a epidemiologia, pro- t es internados, não se notando filaxia e terapeutica da lepra; neles o complexo de inferioridade c) orientar, coordenar e fisca- , que a doença imprime nos atin– lizar as atividades das institui- gidos por ela, respondendo aos ções privadas existentes ou que nossos cumprimentos e às nossas se criarem no Estado, para reco- perguntas, com naturalidade. con– lhimento dos comunicantes. versando com desembaraço e ~em CRISE DE CONF IA --Departamento do Serviço Públl- 1 aegulntes despachos: A co - Capeando oficio n. 551-0658, (DE UM OBSERVADOR SOCIAL) Como o Estado de Minas Ge- constrangimento. Esse ambiente rais tem uma área territorial de deve-se ao seu atual diretor . que mais de meio milhão de quilôme- se orgulha de ter merecido de tros quadrados, para· u'a maior Muir o conceito de ser "um esta– intensidade e igual ação profila- beleclmento modelar e único no tica, a .Divisão resolveu dividir o mundo". ~ 548-0655 do D. E. e ., e petição nos. 734 de Maria Anunciação de S. Alves e petição n. 731 de Maria E. Bra– sil Vieira, com anexos (Pagamento de gratificação) - Aguarde a abertu– ra de credito especial. RIO, maio - cessita, para a sua defesa, de atos --Departamento do Serviço Públi- o d ·d d ií d f' d f. d co - Anexo um requerimento de Estado em quatro regiões, sendo Dos Leprocomios. visitamos a levado em conta diversos fato- Colônia Santa Isabel, da Região res, como meios de comunição, in- Centro-Norte, no municipio de tensidade do fóco, extensão terri- Betin. distante 42 quilômetros de torial,. etc. · Essas regiões são: Belo Horizonte. · . Centro Norte, Oeste Triangulo A Colônia compõe-se de três zo- . .Sul e Leste, sendo essas, par sua nas a saber: a sadia, onde está vez, divididas em 4, 3, 5 e 2 zonas, loc~lizada a casa dos médicos, das respectivamente. irmãs, etc., a zona intermediá- Em cada uma dessas regiões, fo. ria com farmácia, a capela, o !a– ram instalados órgãos executivos boratório e a zona doente, sepa– de · combate, como Dispensários rada das demais por um largo Regionais, Dispensários Itineran- portão, onde existe a casa do vi– tes, Hospitais Colônias, Preven- gia e o pakatório, onde os doen– tórios e Institutos Técnicos Pro- tes· recebem as visitas de seus fissionais, numas já concluídos e parentes e amigos. em funcionamento e em outra'S Percorrendo a g~nde Colôni~, em projeto. ' visitamos o pavilhão ~as ruem- . ., nas defronte do qual fica o des- Para ~elhor e mai~ perfe1:a tin~do aos meninos, andamos em coordenaçao na execuçao de til:º suas bens traçadas ruas, ·onde ca– lmpartante programa, conta 3: D1-. sas bonitas servem de .moradia v~ de ".Lepi:a com os se~m~es aos doentes de mais recursos, em serviç~s, a saber: _de Prof1lax1a, número de setenta, entramos em Pesquisas, _Anatonua Patol(!gi~a, sua bibliotéca, com estantes bem Técnico, Itmerante, Preventónos j arrumadas e livros desde os de e Administrativo. aventuras aos de pura literatura, ,-. ... ...2- ---- _, ___. ___ ,...---- -~- . • - panorama e vi a O pa s e e, e con iança, e encara- Agostinho Nogueira de Sousa - Fa- está merecendo dos homens públi- jamento aos poderes publicos ça-se contrato. cos, em especial dos seus dirigen- quando estes ativos e vigilantes --Departamento do serviço Públl– tes, uma compreensão dos pro- na defesa do regime. O caso da co - capeando oficio n . 189 do D. prios deveres ao nível da gr·avi- retirada da maioria do P. S. D. do E. s. P., com anexos (Remete o con– dade dos problemas desta ho- recinto daquela Assembléia de trato de Raimundo Freitas de sou- . d · c · t sa) - Aprovo o cont rato. ra, importando à subsistenc1a a parceria com os omums as, --Departamento Estadual de se- democracia. quando um deputado, fiel à demo- gurança Pública - Anexos autos de No discurso do lider major!- cracia, apresentava - indicação naturalização do cidadão Antonio tario, sr. Cirilo Junior, ainda ha de aplausos ao Governo central, Maria de F~ltas -'- Encaminhe-se, dias proferido na Câmara Fe- pelo ato que suspendeu a ativida- com oficio, ao sr. Ministro da Jus- deral, ha um depoimento de fran- de da associação chamada "Ju- tl~Departamento Estadual ,de se– queza e lealdade. Nele ressalta, ventude Comunista", vale par gurança Pública _ Anexos autos cl– sobretudó, um grito pela preser- uma triste ·defecção. vis de justificação para naturalisa– vação do pais contra a desordem O oportumsmo do sr. Agamenon ção do cidadão Joaquim Lopes s1- social, que o ameaça. Em verda- M:.aga1hães, a que, ali, obdece o queira - Encamlnhe~se, com oficio, d · ·etaça· produzida pe P. S. D., não pode ver a desgra- ao sr. Ministro da Justiça. e, a 1nqui 0 , . • --Departamento· Estadual de Se– lo mal-estar das classes produto- ça que representa . para o país gurança Pública _ Anexos autos ei- ras e consumidoras, vem muito de :.i. permanencia daqueles focos de vis de justificação para n aturallsa– causas economicas, dos processos irradiação anti-social, tanto mais ção do cidadão Antonio Martins si– postos em uso para obviar a estas nocivos quanto neles se educa a queira - Encaminhe-se, com oficio, causas, mas para ela influi, pre- juventude no odiá às instituições · ao sr. Ministro da Justiça. cipuamente, a crise de confiança democraticas; não pode ver, igual- --Depart amento Estadual de Se– nos governantes. mente, a sua repulsiva conduta de gurança Pública - Anexos autos cl- A ConJ·unt"~a de i·ncertezas e reprovaç,ão ao ato do govêrno que v~s de justificação para naturallsa– - . . ' çao do cidadão Jacob Isaac Gabbay perigos em que nos encontamos todo pais aplaudm. Desse fat-0, Encaminhe-se, com oficio. ao sr. MI-, tem, assim, nitidamente caráter q~e é a marca do estado de espí- rilstro da Justiça. . põlitico. E a Justiça Eleitoral de- nto dos homens que, e~ Pernam-1 --Departamento Est_:'-dual de Ve S er carregada a maior quota I buco, fraudam o seu Juramento Aguas - Capeando petlçao n. 1211, • n°t·t · 1 · t t • de Antonio Vicente Batista, com ane– de respansabilldade pelo seu ad- co ~ 1 l!.ci~na •. VelO es e ouro. 0 vos (licença saúde) - Ao D . s. P.; vento e constante agravacões. E' da demissao em _massa do Secreta- ____ •-- --- _ -· Sexta-feira, 9 de mafo de 1~!~ O COMPLEXO D-~- A J osé Maria BELO (Para os "Diários Associados") (Para os "Diários Associados") RIO, - maio - Tendo reconqu!.~tado as suas li– berdades democraticas, estrangu– ladas nos oito anos de Estado No– vo, os brasileiros ficaram radiantes como crianças para as quais se abri garam de par em par as portas dos esgastulos em (!Ue se convertiam tantos internatos de velho estilo. LIBERTAS QUAE SERA TA– MEM..• E' de conhecimento tr!– pois da vulgarizaç:\o do "freudis– mo", como a lembrança de certos sofrimentos físicos e morais cria recalques, frequec1.temente doloro– sos, nas almas com um mlnimo de sensibilidade. Uma humilhação sofrida na infancia pesará sobre toda nossa exlstencia de adultos, prestes a explodir em qualquer momento. Os ;:,roprios animais instintivamente evitam repetir ex– periencias que lhe~ custaram caro. Gato escaldado cágua fria tem medo. . . As nações que conhece– ram por longo tl'mpo a servidão cultivam, mesmo 1nconsciente– ·mente, o que se poderia denomi– nar de "complexo de liberdade". E' o ponto nevralgico, a zona ul– tra-sensível da sna vida, coletiva, tal como pode ncontecer no in– dividuo. Compare-se a tranquila confiança do ingles sobre as li– berdades públicas do seu pais, custalizada.s em :nstituiçõe,;i secu– lares, com a forma de inquieta– ção do francês, no entanto, não menos civilizado,nos sucessivos es– tatutos políticos que a emoldura– ram, da agonia do "Antigo Regi– me" aos lament.aveis "capitula– dos" de Vichy.. • Mas ~gudamen– te do que quaisquer outros po– vos sofrem os da América Latina o oavor intimo das sempr6 possíveis incursões llberticidas ... Pelas li– ções do seu pas-;a dô tão cheio de tiranias sanguin:i.rlas ou simples– mente viscosas, !:>em sabem como é ainda precaria a resistencia da estrutura social elas suas patrias às tentações cam!ilhescas. Entre as correntes que l"lés trabalham a vida, ha sempre uma, das mais constantes, mal ocultando-se por vezes sob os algares, precipitan– do-se outras vezes montanha a– baixo para avolumar-se e turvar– se com todas as aguas e detritos da planicie: a da reação brutal colorindo-se de messianismo, de prcd€stinação mística. •• Salvar a nação, antes que esta se degra– de para sempre r-a anarquia .•. Realizaram-se as eleições mais livres que poderia permitir o nos– Sú nivel de cultPra para a pre– sidencia da República, para o Congresso Nacional e para os ,go– vernos e assembieias estaduais. Foi reconstitulda, pois, eom todos os seus matadores classices a nos– .sa democracia libernl. O chAfe mi– litar elevado ao Catete tem ido mais longe do q:.ie seria licito es– perar d.a sua f :1rmação profissio– nal e das suas proprias promes– i;,as de candidato: não se julgan– do obrigado a nenhum partido a nenhuril grupo, c:ok•ca-:;e "(r:op(lsi– tadamente num11 atitude ainda rr1ais do que de isenção, de uma c~pecle ele audtencla nas competi– ções politlcas. Sob varies aspectos.· mais um presidrmte da Repúblicas uum regime pari,amentar do que um chefe de Executivo no presi– dencialismo. D ir-i.:P-fo. """ ,,,md~- Transposto nestas linhas gerais para o papel, o 1,anorama politi– co do Brasil cher;;a às raias da per– f t>ição ...EstamG3 dando ao mun– do ou, mais mcdestamente, à "bôa vizinhanca" do n '.'sso Continente, ainda âssinala.d,~. aqui. alhures, nelas remanescentes do fascismo, r,recioso exempw da nos.% aptidão :rara o Estado dt>mocrstico. A cou– curn,ncia da vida oúbliu1, está e:.:– < ::.ncarada a torl.r>s ..que a ::tmbicio– nem; aos homen~ de Lem e de l.ôa vontade que tenham alguma. coisa a dizer e t,, fazer, aos bra– eileiros profundamente identifi– cados pelas a,ernçõcs sucesivas com a a lma da sua patria, como aos semi-analfr.o::,tos, aos aventu– reiros de todas [!S marcas e aos ad– venas recem n ;,.uralizados ou a f:lhos de emigrantes de passagem, que mal sentem o sabor da ter– ra que os acolhe . . C::imo se ve– rifica nas finan,;as públicas em crise, provave1mcnt,e a moeda má rc::.bará por a[u;; entar a h~•a .•• Veremos então n vida brasi,eira, sob o direto controie de nma equi– pe de arrivistas que nela nada te– rão a perder e tudo, a começar pelo dinheiro, ~ g·anhar, µrestes a destru:r, S•:! tal convier a'J:, ime– diatos interesses, as ultimas bar– reiras .da ~onsciencia da nação para entrega-la aviltada e ,indi– gente aos mand::ttarit'S de .l\.i.oscou ou a qualquer peql!eno Cesar que surja como o P·rctestinado da ho– ra derradeira .. Evidentemente. 1:fi.n f'.li para ia• to que os .denwc•atas de verdade, c,ue não se iludem com palavras e não se envenen<=tm cor~1 •" :;Jogans" sentimentais e tantas vc:;;e~ hipo– critas, tanto desejaram e t'lnto lutaram pelo re~orno da BccU às, suas velhas tradições politicas. Não foi para isto que as forças ar.. madas, interprEhndo as :::spira.. cões nacionais, fizeram J 29 de ou– tubro de 1945. A c'!emocracia con• temporanea nã::i _1;0::.:e ma:s rcdu.. zir-se a um metodo mais n·3::;ati• vo do que positiv,., de govr.1·:10 co– mo nos tempcs aureos d r> r:1an– chesterismo. Implicando urr:a fi. losofia da vida, não meramente especulativa, m«s pragmati ,, P'.lr• que se baseia nas rcalidacl.~s ,:on– eretas e, de algum modo t:l:;olo– gica, porque visa uma finali.::C:1de geral, ela tem de tomar por par– tr' uma posição ue coms.ndc1. ·uma 0titude positiva e com:;trut.,v,:. Os i;eus quadros tra,:rcedem de ~r:u:t o ao velho conteud J do se::aú, ZIX da liberdade formalistica .:. da igualdade dentro da lei. C:,;,:--,'.1e capturar as novas camad,,s •::'.::: ..':;· ::-nciosas de se i.;,:,talarem n r.s C)• medidades da vida, ap&ni•.t~i'J ou.. trora da autocr<i.cia, privilc;;;·, ;, de– pois, ainda mai3 duro, e: ·, , ln r– guêses, beneficiários dà r --, . :_.~lo da maquina. E · umrr p"''' . ; ele combate -e uma atitud" r · - · • i– va exigem naturalment.:· r:.:. ·... 'J de corajosas iniciativas es~,;_•; · d':l colaboração, disciplino, h'.c:._.évla autoridade moral. Sentl::-.1_ · ~m prazer singular em nos e1w _,,'.;: a nós mesmos. Porque temes i,ma Constituição. liberal livre:, detJtes parlamentares, livre impre~,sa., uma justiça <?special para os plel– tos, numerosos :::,artidos de facirn.– da, imaginamos ';encido para sem– pre, o nosso Ruo'.con. Esquecemos que já possuim,;s tudo isto, indu– sivé a mesma ju.,tiça especial, ads– trita ao mesmo formalir.m.., '"'··

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