A Provincia do Pará 08 de Maio de 1947

P~glna 6 A PROVIN'CIA DO PARN Quinta-feira, 8 de Maio de 194'1 proble os • ze~ nofnt va oe ~oabaterdepo ta~ID CARTAZ DO DIA Será, n1esmo" a 0 Mar·o estrela . Souza Viana, Sherlock, agora Guilherme e O valdo Gomes NILO FRANCO Adernar Pimenta tem sido, desae largos anos, e continúa- a ser aind.. hoje, um dos ma>, discutidos técnicos do futebol brasileiro. Quando foi do último Campeonato do Mundo, nos gramados da velha Europa, ainda não ensanguentados pela segunda grande guerra, o nome de Pimenta, que já ascendera a posição destacda 110s i;randes centros do país, todo se encheu de glórias e se criou auréola luminosa, irradiando por toda parte como o de um verdadeiro triunfador. E a sua figura estampada por todos os jornais, de norte a sul. popularizou-se, com o velho chapéua de viagem à ca– beça f; a indefectível chatelaine caindo do bolso porta-niqueis da calça. O .Brasil brilhára, tendo atuação excepcional no certame, pro– jetando os méritos do velho Pimenta na admiração de toda gente. Verdade que houvéra o "léro-léro de Tim", mas isso não chegou a esmaecer o brilho da jornada. O técnico firmára seu conceito. Depois houve um certo declinio, não tanto porque aqueles méri– tos houvessem decrescido de expressão, mas por, póde-se mesmo dizer, uma certa incompreensão do meio onde êle andava operando. Isso foi rápido, pois muito não tardou que êle andasse a reedi– tar proezas não muito distantes das da Copa do Mundo. Um dia, Pimenta falou aos .jornalistas na estrêla que o acom– panhava; norteando-lhe a atuação. Apareceu, por isso, quem pre– tEndesse emprestar a essa estrela a responsabilidade maior, senão exc:usiva, pelas conquistas de Adernar Pimenta. Descobria-se tudo. Ele não era, verdadeiramente, um grande técnico. Vencia porque tmha "estrêla", ou melhor, a estrêla é que vencia por ele. Depois, Pimenta andou botando falação ao público feito locutor f)sportivo, veio até Belém trabalhando na Caça e Pesca, perlustrou por algum tempo as nossas avenida_s, mas sem querer nada com a bola ou sem que a bola quisesse cousa alguma com ele. Foi fi– cando esquecido, apagada a estrêla que tanto o fizera brilhar. Até que, outro dia, o São Cristovão, carioca, resolveu fazê-lo \'oltar à ativa. Ele topou a parada e entrou a treinar os "cadetes" O time que desde que perdera Picabéa andava mal das pernas "fra~ cativo", começou a criar expressão. ' Veio o Torneio Municipàl. _o- Flamengo, com Jair, saltou-lhe logo pela frente. Na véspera, Pimenta garganteou que criára uma 11ov:1 tática para desfazer as "cerradas", as "diagonais". Fez farol qu} i!l- ganhar o jogo. E não era só ganhar, não. Ia dar a zero Pois chegou o jogo e o São Cristovão ganhou m~smo. Dois a zero no placard. Estupefação geral. Não pela vitória propriamente dita, mas pela "garganta" da véspera. 'Depois veio o Botafogo. Um empate de zero. E lá se volta a. falar na "estrêla". Mas, será que é, mesmo a estrêla? ' Vamos ver domingo com o Vasco. Dizem que Flavio Costa tam– bém tem essa história de estrêla... O grande Friedenreich nas cog itações para a. arbitragem da segunda partida Ainda há poucos dias atrás, a– crontuamos, por estas colunas, que as disputas do Torneio Inicio não cntremostraram perspectivas riso– nhas em torno, pelo menos, do ve– lho problema qu0 tanto vem en– travando o progresso maior dei nosso futebol: -- o dos arbitras. Dos varios juízes que, naquela tarde, atuaram, dissemos, aqui, que um só demonstrara creden– ciais para a direção de cotejos de. maior responsabilidade, - o te– nente Cirilo Padilha, que já tem, aliás, dirlgido grandes combates, entre nós. Os outros tod,1s, uns até por de– mais bisonhos, pecaram, por defi– c1encia ou por excessos. A ausencia de Alberto Malcher ora no Rio, veio l'\gravar o proble– ma ,pois que chegávamos, como chegamos, às vesperas de um Re– mo x Paisandú sem um grande juiz na cidade, capaz de dirigi-lo ,,a contento geral. E veio daí o convite a Mario Via!l.a para dirigir o prelio de do– mingo., NA.O POUDE VIR O NUMERO 1 Remo e Paisandú, como já é do conhecimento público, telegrafa– ram aos nossos conterraneos Mar– cionilo e Elomar Cunha, o pri– meiro, membro do Conselho Téc– nico de Futebol da C.B.D. e o último representante da Federa– ção Paraense de Desportos junto à entidade maxlma nacional. Ontem, pela manhã, as direto– rias do Remo e Paisandú recebe– ram dos dois esportistas conter– raneos: r.08S0s esforços. Vargas Neto, em– bora simpatico ao apelo, está im– pedido de interferir na Escola de Arbitras, de acordo com o regula– mento. E' impossivel o afasta– mento dos _cinco primeiros classi– ficados, todavia, contando com o apolo <,ie Hora.cio Verne, Januzzi, Vinhais e Pais Leme, ouvimos os presidentes interessados dos clu– bes integrantes do Conselho Arbi– tral, os quais negaram a concessão receiosos dos prejuízos com a a– tuação de um sub.stituto. Pergun– tamos se servirá outro juiz. - {aa Elomar e Marclonilo" . SHERLOCK E OSVALDO SOU- ZA CONSULTADOS Diante disso, os presidentes do Remo e do Paisandú telegrafaram para Pernambuco e para a Ba– hia, consultando se seria possí– vel a vinda dos juizes Sherlock e Osvaldo Souza. Da ;Bahia, ont-em mesmo chegou a resposta, dizendo da impossibi– lidade de Osvaldo Souza vir ago– ra a Belem, apesar do grande de– sejo e da simpatia com que o fes– tejado arbitro bahia.no encarou o convite dos azulinos e dos alvi– azuis. ram, ambos, o nome ~ ~ijher– me Gomes, um dos bons art>ttfos do futebol carioca. As demarches prosseguem, si;– sim, à cata de um juiz para o grande jogo de domingo. FRIEDENREICH PARÃ SEGUN- DA PARTIDA Segundo soubemos, ontem à noi– te, as diretorias do Remo e do Paisandú, desejosas de evitar os atropelos de última hora com que estão, no mom<Jnto, lutando, já estão c·ogitando de um juiz para a segunda partida em que, ainda este mês, deverão se empenhar, no caso de Alberto Malcher não ha– ver, ainda, até aquela data, re– gressado a Belem. E, - essa é, sem dúvida, uma noticia sensacional que· damos ao público, - o primeiro nome cogi– tado, foi o do grande Artur Frie– denreich, a maio,: figura do fute– bol brasileiro de todos os tempos . Friedenreich é juiz do quadro da Federação Paulll;ta de Fute– bol e os entendimentos para a sua \'inda a Belem serão processados por intermedio elo jornalista To– maz Mazzoni; chefe da secção de esportes da "A Gazeta", paulista. GUILHERME GOMES ENTRA A 1N:rERESSAR O Moto é esperado Já à tardinh1, logo após a no- em Mana'us MANAUS, 7 (Do Corresponden– te) - E' aqui aguardada a chega– da do Moto Clube, que ficará hos– pedado no quartel da Policia Mili- tar . , "Lamentamos o insucesso de -------------------= ticia de que Osvaldo Souza não poderia vir, os dirigentes rlo Re– mo e do Paisandú, em face ain– da da indagação contida na última parte do telegrama de Marcionilo e. Elomar Cunha entraram a co– gitar de um novo nome do qua– dro de arbitres do Rio, E acerta- Domingo efetuar-se o primeiro jogo ,contra o Tijuca Clube. Azulinos e 1 alvi-azues em senuac.onal, domingo que Govêmo do Estado (Continuação da quarta página) (\a D. F. e Tome.de. de.Contas, com anexos {encamtnha processo) - Ha– vendo expirado no dia 28 de abrll \1.ltlmo o prazo estipulado no edital de che.mamento para apresentação do cidadão Fernando Bezerra. de Albu– querque, sem que tal ocorresse, de– termino que seja baixado ato -exone– .rando o mencionado senhor do cargo de escriv/40 da Mesa d·e. ·Rendas do Estado. P.m fiant.s:t.rÃm Os dois hoje o,s esql1adrões farão últimos aprontas A medida que as horas, os di-, minutos de emoções sem conta, de as . se vã.o. pass.ando, :pondo-nos ct!sbordante entusiasmo, de vibra– mais perto. do dommgo que çao sem limites. Noventa minutos já . não tarda. a chegar, cresce o de eficiência e de · bravura. HnT"". A história de um craque DILERMANDO Nasceu em Turiassú - "Barrigudinho" Campeão aos 11 anos - Nunca jogou _segundo time - Campeão paraense e .J .! .J - .. , , ..... em MARIO VIANA falando, no Rio, aos "Diários Associa dos". (Foto Me·ridional, especial para 4 PROVINCLl DO PARA'). --------------------- ------ Treino de basquete para o Clube do Remo A's 8 horas ele hoje, na qua– dra de basquete da séde social, haverá rigoroso ensaio para as e– quipes azulinas. Trindade espera o comparecimento pontual de to– dos. lu a vem Conselho Regional de Desportos O dr. Lourenço Paiva, presi– dente do Conselho Regional de Desportos, deu os seguintes des- pachos: , . . .Requerimentos do Canudense Clube, Tuna Luso Comercial, Mar– co E. Clube, Federação Paraen– ~e ~ J?es_port~s, __!'~ázi!,'\_1?,o. A . .91u AUXILIO URGENTE PARA A OBRA DE , .•. (Contiuação da terceira pagina) t1ngencia de não poderem financiar os seus comltentes em Ylrtude do retraimento do crédito bancãrio e da retenção de 20% dá exportação pelo prazo de 120 dias. Ora, se uma dessas firmas expor– tadoras, que são as próprias Indus– trias, exportar CrS 5. 000. 000,00, na. razão de 20% em cada mês, quando completarem os 120 dias. esta firma terã imoblllzado CrS 4.000.000,00, que representará uma operação de ..... . CrS 20.000.000,00; portanto, se to– marmos por base, um lucro de 5%, verificaremos a referida Imobiliza– ção de Cr$ 3.000.000,0ó do capital da firma e CrS l. 000 .000,00 nos seus pró– prios lucros, o que, no comércio do Pará, representa verdadeiro fracasso, para qualquer firma, em virtude de que os seus capita.Is são minoritários em relação aos capitais do Sul. Nes– sas condições, estã comprovada a ra– zão pela qual o industrial não po– derã nunca mais financiar o comér– cio do Interior, em virtude de. imobi– lização do seu próprio capital. En– quanto a Indústria de Belém auxi– liava o co'mérclo do Interior, o pró– prio comércio de Belém era tambem quem fornecia mercadorias às pe– quenas Indústrias desse. região, o que hoje não mais poderá faze-lo, por– que assim como os bancos e as pra– ças do Sul se retralre.m, te.mbem eles não mais podem fazer fornecimento como anteriormente. De forma que,. vem de.! e. diminuição dia.ria. da pro– dução dos nossos generos pela falta de auxilio anterior, em consequencla do retraimento geral. __Não_ fica so~ente, ai,~ ilustres ~~- abandono dos seringais cuja exlll.o,. ração não compensava entã.o os ciaiil\, te.Is emprega.dos. Foi então cria.do o Banco da BOI• racha que forneceu os elementos né– cessárlos à exploração doa seringa.la. sob cau~elosas garantias e assim con– seguimos o produto necessãrlo par• suprir as urgenclas da guerra. Continue. esse Banco a sua tare!~ benéfica, de amparo aos serlngalls• tas e não vai ainda a uma seman• o referido Banco fez tlnanclamentc, no valor superior a CrS 3.000.00,00 à Cooperative. de Seringa.listas do Acr• afim de continuarem a fornecer it, borracha necessãrla para o consumi, mundial. Como vêdes, Ilustres dePU• te.dos, o Banco de Crédito de. Borra• cha, cumprindo a sua elevada fina• lldade, trata com todo o carinho ~ seus comltentes, fornecendo-lhes ot\ recursos necessários pare. o desenvol• vimento do seu negocio; e agora, au• xllla te.mbem grande parte do co– mércio deste. praça nas suas urgen• tes necessidades. . Na falta de um Instituto igual, o, nossos agricultores <lo Interior vivem. mendigando pequenos e.uxlllos ao co– mércio que, Infelizmente, não os pode atender; e. assim, estão expostos & um fracasso em suas colheitas. E, e. continuar tsto, talvez se parallze a nossa produção ou a pouca que existe seja canalizada para outroa munlclplos, em troca de outros ge– neros, como por exemplo: de Abae– té Irã o sabão, o açucar e a cachaça. para Marajó, em troca de gado . q~e necessariamente irá fazer !alta ao abastecimento da capital. Baseado, sr. Presldente e ilustres dep_utados, nas considerações .i: i.ue

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