A Provincia do Pará 07 de Maio de 1947

Página 8 a PROVINCIA 00 PARA' .~~•':1M+· Quarta-feirà, 7 de maio de 1917 • Luta com grandes dif icul a so eprosar10 de Marituha Não ha verbas suficientes para lil anutenção dos serviços • Apenas cabem quatro cruzeiros por dia para todas as despesas de cada um dos 700 doentes alí in temados Incomureensão em torno da obra que se vem realizando tado, a maioria <los quais está, ainda hoje, em p,eno convívio com a população, alheia ·a QUAiquer espécie de tratamento, prejudi– cando, assim, um movimento que tende a se ampliar no sentido de combater o terrível mal ~e Han– sen. Geralmente a culpa recái sô– bre pessoas da familia dos doen– tes que, num criminoso gesto, pre– tendem encobrir o mal que os aflige, muitas ·das vezes levadas por um excesso de carinho e, ou– tras vezes, por absoluta falta de instrução. Uma de nossas obser– vações revelou-nos que, no inte– rior do Estado, ~. o que é inegá– vel, no próprio centro da capital, existem atacados do mal de Han– sen recebendo, única e exclusiva– mente, um tratamento de remé– dios caseiros. ·Muitos recorrem ao baixo espiritismo, iludindo-se com falsos conselhos, alimentando uma esperança impossível de cura. Campanhas têm sido levadas a efeito, por intermédio de pales– tras pelo rádio, artigos divulgados pela imprensa, cartazes elucidati– vos, etc., no sentido de exterminar esm incompreensão, apresentan– do real e trágico panorama que o problema da lepra nos oferece no Brasil. Quase inúteis têm sido êss~s movimentos, pois o drama continúa nas mesmas proporções. Impressionante.;; dados estatísti– cos, organizados por uma comis– são de médicos designada espe– cialmente. para ta! fim, revelaram a alarmante existE;ncia de elevado número de leprosos em nosso Es– possibilidades financeiras do Le– prosário. Ao atravessarmos a linha divi– sionárla que separa a parte sadia da parte doentia levavamos a do– lorosa impressão de impressionan– tes cênas que, antes, nossa ima– ginação criára. No entanto, a re– signação com que ali vivem os doentes, confiantes nos médicos que os atendem, com uma liber– dade maior do que gozavam nos centros que habitavam, onde não podiam aparecer tranquilamente, nem frequentar lugares de maior movimento, atestaram a necessi– dade urgente que se torna de uma 1"ssistência maior e mais ampla àquele grande leprosário. vamos vencendo, na certeza de que, talvez em breve, possamos vêr 1·ealizados mais amplos pla– r.os. Há certa inco_mpreensão em tôrno desta obra. As criticas que recebemos partem, geralmente, de quem jamais tentou vir observar aqui mesmo, a significação que tem para nosso povo a existência õ.êste Leprosário. Porém, basta qus lhe diga - o dr. Telmo Sarmento mostra-nos o orçamento financei– ro do Estado na!"a o corrente âno - que nos coÜbe apenas uma ver– ba que não atingem um milhão e quinhentos mil cruzeiros anuais. Esta importância deve ser empre– gada em material, condução, ali– mentação, vestuário e assistência médica aos doentes. Ora, temos aqui recolhidos cêrca de setecen– tos doentes. Cabe, pois, quatro cruzeiros diários a cada um. ALII\IENTAÇAO O dr. Telmo Sarmento faz uma pausa para depois declarar-nos : - Si, em Belém, uma pequena familia luta com uma série imen– sa de dificuldades para conseguir a alimentação diária, pôde-se per– feitamente imaginar o que acon– tece, diàriamente aqui. :i,: a nossa constante preocupação. Termina– mos o dia pensando no dia de amanhã. Envio auxiliares da administra– ção do Leprosário em busca de carne verde, enquanto, de Belém, recebo o feijão, carne sêca e ou– tros gêneros comuns. Se bem que aos doentes não lhes falte, _pois de qualquer maneira, somos obri– ~ados a solucionar o cotidiano problema, devo confessar-lhe que não é ainda o suficiente. Nêste setor devíamos ter maior tranqui- .. ·le para nos dedicarmos com mais afinco a ot,·,ros pontos vitais. O TRATAMENa'O No norte do pais, sobretudo, torna-se, dia a dia, a situação mais impressionante. Para com– batê-la chegou a ser organizado e está em plena atividade, se bem que agora tenha diminuído o nú– mero de recolhidos, um serviço que constitúe uma espécie de hu– milhante · Policiamento. S o mo s obrigados ã reconhecer a existên– cia de tal organização pois, es– pontaneamente, raríssimos são os casos em que o doente se apres~n– ta aos médicos especialistas numa condenáve? fuga a exames. Por outro lado, a propaganda que se fazia em tôrno da assistência prestada aos doentes nos leprosá– rios era a mais destruidora possí– vel. Dêste modo quando, por aca– so, ali chegava uma vitima do mal de Hansen nada mais podia ser feito em seu beneficio. Percebia– se que as pessoas ligadas por la– ços familiares ao doente só toma– vam providências no sentido de hospitalizá-lo quando poucos mo– mentos faltavam para ser aberta uma nova sepultura. Percorremos tôdas as ruas do lugar, visitamos escolas em pleno funcionamento, fJ:-,de crianças. en– tre quatro e doze anos, aprendem as primeiras letras em aulas mi– nistradas por pr,1fessores também ntacados do mal de Hansen; es– tivemos em pequenos bangalôs, cujos moradores são casais que alí constitulram f:m1ilia; fomos rece– bigos nas séús eles quatro clubes esportivos do lc::,rc~ário, cujd's ti– zr.es disputam aos domingos, no campo de esportes local, taças e troféus. Tivemos oportunidade de lêr a revista ma~mscrita que, den– tro em breve, será impressa, di– vulgada pelo Progresso Esporte Clube. Penetramos ainda nos dois principais pavilhões infantis, ates– tando a higiêne e o cuidado dis– pensado aos mesmos pela direção do Leprosário, vimos enfermeiros 1ealizando curativos, observamos os diversos gabinêtes de ·assistên– cia médica, visitamos jovens re– centemente apendas, e estivemos ainda no casino, e nde, aos domin– gos, são realizadas vesperais dan– çantes e no cinema que luta, atualmente, com a falta de um operador que se élisouzesse a ir ao leprosário fazer rodar filmes para alegria e diversão dos hansenia– nos. A igreja, construida solida– mente por doentes, que tem como padroeira Nossa Senhora de Na– zaré, é uma obra de realce em Marituba. Bicicletas cruzam-se nas artérias da pequena cidade, há reuniões e planos para novas realizações.. LEPROSARIO DE MARITUBA - Ao alto: Tr~s d3: série de. residencias, construidas naq_uele Leprosário, habitadas por casais que alí contralram matnmomo.. Em baixo, a igreja, que tem como padroeira N. s. de O dr. Telmo Sarmento faz-nos, Nazaré. Este templo foi construl~o por doentes. a seguir, revelações sôbre a im- ------------------------ .------------------------– UMA VISITA AO LEPROSARIO DE MARITUBA Cêrca de setecentos doentes vi– vem no leprosário de Marituba, uma pequena e movimentada ci~ dade, onde se trabalha intensa- ~--'"""' ,.._ --- - L---- .., ·• • VERBAS RESTRITAS Os pavilhões cto Leprosário fo– ram erguidos pelo Serviço Nacio– nal de Lepra que destina, a todos os leprosários Pfl.rte de ,:1rns: vPr- portãncia de ser aplicado !-Jromin aos hansenianos. Estas declara– ções divulgaremos em próxima edição. Os navios de cabotagem escalarão em Niteroi RIO, 6 (M.) r- O secretário da Via– ção do Estado do Rio declarou à imprensa que os navios de cabota– gem passarão a escalar em Nlterol, após concluldos os trabalhos de dra– gagem e ampllaçlío do porto da ca– pital fluminense e que serão Inicia- .,,,,.,, ... t-..--·· ...~ --- .. lnconstitucio,na do impost e a taxa lndust var~~vel • a Somente póde ser arrecadada a taxa fixa aproveitam-se da decisão do S. T. F· e Profissão Várias firmas Há dois meses passa(!,os, mais l lev~dos a Juizo, e cobrados JU- 1 ct __ ~_cla!_o,u_ 11; se~;;ença qi.e a p~la- ou, menos, surgiu no se10 do co- dicmlmente. . Apreendido o material furtado do "Notre Dame Victory" Prosseguem ali diligências, agora a cargo da Inspetoria da Polícia Marítima ocorreu, dias atraz, vultoso furto de material automob1llatlco, a bordo do navio "Notre Dame Vlctory", da Moore Me Cormack Llne Inc., ee– tabelecida nesta capital à rua Oa.s– par Viana, n. 200. Clentltll:ada do ocorrido pela. em– presa a Q,\le pertence o cargueiro, lmedlataménte entrou em ação & Pollcl&, pondo em campo uma tur– ma de lnvestlgadoree especializados do Departamento de Investigações e Capturas. . APREENDIDO O MATERIAL Após dias de exaustivos trabalhos conseguiram os pollcla1S localizar grande parte de material dl' auto– moveis e caminhões, no Interior de uma resldencla. N;>reendlda a mercadoria furtada. do ;,Notre Dame", !oi conduztcla em uma grande caixa de madeira, para. a Central de Policia, ficando depo– sitada na permanencla até a entre– ga aoa legltlmos donos. IA SER TRANSACIONADO O material apreendido la ser tran– sacionado pelo seu comprador, um senhor de nome Ab1llo de tflJ, resi– dente à traveesa D. RomuaJdo de Seixas, onde !oi encontrada pela Po– l!cla a m'llrcadoria, que seria reven– dida a vários proprietái;IO& de ga- ragens. · ' 400 QUILOS DE PESO -A mercadoria que vinha destinada. à Firma Silva Marques, deeta praça, . peaava, no seu total, cerea de qua– trocentos quilos, sendo seu valor a– proximado de 19 mil cruzeiros, cons– tituindo-se do seguinte: 3 feixes de molas dianteiras e 3 tra.zelros; dois semi-eixos tralilelma, l semi-barra de .dlreçlo; 3 braços do setor da direção; 7 garfos da cai– xa de marcha; 6 cruzetas completas; 10 carretos da. caixa de marcha; 3 eixos pllotos; 3 setores de dlreçlo; 1 eixo primário da caixa de marcha; 8 pinos de manga de eixo dianteiro; 4 pares de ponteiras, da barra de di– reção; 7 eixos dos garfos da caixa de Marcha; 1 pião; 1 coroa; 2 man– gas de eixos dianteiro; 4 algemas do eixo de mola dianteira; 1 saco com esferas; 24 pinos das molas de ·marcha; 1 capa de enrrolamento do pião; 2 eixos da bomba dagua; e 1 engrenagem de dlstrlbulçlío. NAS MA.OS DA INSPETORIA MARITIMA Embora o DIC conseguisse apre– ender o núm:eroso e valloao material roubado do cargueiro da Moore Me Cormack, o exlto !oi somente parcial O T. S. E. JULGARA' 1Contlnuaçio da t1rimelra pãglnai destaque da UDN lntor.111ou à repor– tagem que a direção do Par.tido man– dou chamar com a maxlma urgencla, nos Estados, os senadores e deputa– dos que Integram sua bancada .nas duas casas do Congresso, afim de que os mesmos votem, unanimemente, contra o cancelamento doe manda– tos dos deputados, senador, e verea– dores comunistas. NÃO PEDIRAM GARANTIAR pois o principal autor do furto aill• da não foi preao, multo embora • Policia mantenha suspeitas seven. contra vàrlas· pessoas. Se tratando de um caso ocorrtdo no cais da SNAPP, da jurl&dl9'<> cl& Polícia Marítima o fato !ol transt.► rido a essa Inspetoria, prOAegulndo o Inspetor José Luiz Coelho na■ dl• llgenclaa, ouvindo Inicialmente o .,_ cusado de receptaç!ío, afim de el.,. cldar completamente o furto. Será nas ilhas da Guanabara a cidade Universitária RK>, 6 (M.) - Está detlnltln.men• te assentada a construção d& clelade Universitária nas Ilhas d& Guana– bara, depois dos estudos lnlctadoa em 1935 e que acabam de ser con– cluldoe pela comissão de engenheira designada para tal fim. Em suas declarações o sr. Horta · Barboea afirmou que ainda seria lm• posslvel encontrar, no Dl!ltrlto Fede– re.!, sem desapropriações, demolições e grandes despesas, outro eapaço equi– valente ao relevo das llhae, depois de unificadas pela torre hldraullca J' em andamento. Adiantou que, sob o ponto de vu– ta econômico, a preemlnencla das Ilhas é mais senslvel. Todas as llhM são de propriedade dos govêrnoe fede– ral e municipal e desembaraçadas de construções. O custo da área utU, pontes, saneamento e das duas li– nhas de bonde ascendert. a .. ; ..... 54. 861. 000 cruzeiros. A área total das Ilhas, depois de englobada■, medirt. 4. 930 _000 metros quadrados, podendo ser ampliada até 8 milhões com o aterro das extensas falllas lltorAneu. DE 6 A 8 ANOS Dl,JRABÃ A CONSTRUÇÃO RIO, 6 (M.) - A ComlaaAo incu– bida de efetuar estudoa detlnit1voa 1, respeito da localização da cldado unl– versltàrla do Brasil acaba de propO'r ao Ministério da Educação, a eon■- trução dos Institutos da Unh'erslda– de nas Ilhas de Catalão. Bolaeú e O~ bras, na Guanabara, as quais deT► rlío ser adaptadas mf!dlante o eni– prego do aterro hidraull~ o engenheiro Horta Barbou dt– clarou ser pogslvel o inicio lniedlit> to da construção e que as obras 4 verão durar de 6 a 8 anos. Acrescentou que a Comlsaão coa.: sidera urgente a construção e q,â os equipamentos de emerjencla, re– clamados pelos velhos edlfloloa e =! colas atuais, dada a precariedade que se encontram, não poderão guardar a construção da cidade. Razões do decrescimo na arrecadação : . RIO, 6 (M.) - A Comlsalo etc, Imposto Sindical decidiu tomar pro– videncias no sentido de ser feita & verificação em todo o território na– cional, das razões que determlnan.m o decreecimo do recolhimento do Un– posto, no ano em curso. .. ,

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