A Provincia do Pará 29 de Junho de 1947
Domingo, 29 de junho de 1947 Dona Micaela tinha ,..,, razao Conto de Jaques FLORES Hi clnco mlnut01 que NU Emerenclano esperava o pente. E dlzL1, melo espinafrado, na va– randa: - E' isto. O pente nlo voava da minha gaveta. E 1 que mexem, mexem onde nlo devem. Ah l ae eu pego quem anda mexendo as mlnhas colsaal Dos Uvroa e ~um~ ~~:~~to ªma~~ Jt cansei. Todo dia eu arrumo dum modo, quando volto está ~ta~~~·n~!ºc~~t-~el uma Dt!ntro de casa era um corre– corre dos diabo&. Todos procura– vam o pente. Os meninos do grupo escolar Ja havtom saldo. Só estavam dona Mlcael&, a ea– po&a do Emerenclano, 06 dol& tllhos do casal, Ernestlna e Ort– valdo, alunos do Coligto Eota– dual Pai, de C.U-Valho, doe • FI• declna, tia destu por parte de f:1 q~eªv=~d! =uen~~ donos da cau, desde ~ u:mdo contava ano e melo de 1dade. - Ernestlna, tú não vlate o pente do teu pai? - O' titia, a senhora me faz t&ta pergunta pela terceira vez. Não vi, não aenhora. EU tam– bem estou procur:mdo.. . Dona Mlcaela, sacudlndt. os os aeus oitenta e clz1j:o quilo,; de banha, remexia todos os eaca– ninbos doa movei& à procura do pznte. Ao pur uma r.aveta do guarda-roupa, a gavel3. emper– rou e ela cs.lu .!m chelo com o ....nto .Obre o soalho. R&lvosa, exploc!Ju: - Ah! romara que o pai de vod:a raça o que prometeu. Deus permita! Não i malJ poastvel. Como i que um pente desaj)al'e- 1e de c;.aa? - Poram voc~s ... Dirigia-se a EmutJna e a Ort– valdo que, cablabaJxos, procura– vam o pente p 'o chão, por baJ. :zo da.a cadetru, dos movet&, te– mendo cascudos e puxões de o– relhu. E o pente não aparecia. su– blto, um barulho de panelu 11& cozinha e o 'l'lto eapnlçado da EUIYlna: - Achei, achei! tod01, Ji ga. ti.atei~ rumaram para a cozi– nha na certeza de que o pente ttrra achado. M&4 que deatlu– •ãol Não era c pente. A EtelYl– na Unha acha dentro de uma panela a chave da porta da rua ~~bo~ dld~ · ~~e:c=~ecido Recebld:.. a chave, o Emeren– ctano, parecendo mal& calmo, ~ud~ e:°~~~nre: ª; guita e a.alu aem abençoar oa fllhoa e aem .dar o costu-,etro beijo na eaposa, o que era uma prova de que ele, enraJvecldo, estava pi.sanda em brazaa. Vamos agora &aber quem era Emerenctano. Emerencla.no Tra– lhoto do Roscrlo. E!crlturarto le– tra L de uma sermlção do F.a– tado. onde contava 18 anos de acrvlçoe, o marido de dona Mi– caela era o que ae pode cha– mar um homem direito. E' cer– to que,nfoosta.ndo um p.)UCO da ~tng;a de ~~. ~~g~~~~ ~:: t::-~a r::::,ent!~or:!~~ (Para A PROVINOIA IX> PARA') pretando o caso do 8 ou 80, do marca 8. Bebem diariamente um, dois apertUvoo c vl o embora err dln.çlo a caaa. Outros são marca ao. Cus!am a beber. M.. quando aent.am a u-:na banca 66 ae le• :~~°b ~:r,~~~ !~ ~~= ca 80. Nesse dla aerlam 10 horas quando o telefone tilintou: - Alól Fala o Emerenclano. Quem? O Juca? Ah! sim! Que hi Juca? Hoje, t.a 18,30 no Bar– blnha ~ Certo. Teu anJversarlo? Porabena. Entlo • ti lá. Não, nlo !alto... O Joai dos .tl.emedlos Torres, mata conhecido por Juca, traba– lhava no comttclo como chefe de um escritorto de representa– çlo. Companheiro de lnf.incla do Emere .ncla.no, reciproca : mt– zade unia amboa que, de vez em quando, procw-avam ae avistar pa"O o entretenimento de uma pa.l.:-11tra. J u~ ~a ~ C:,:!ª q~':e?~t:,'í~e~~ como era, dado a bebldu e a mulherea. eoncorrta para u trre– gularldadea de aeu marido den– tro do lar. Emcrenclano dt5CUI– pava : - Ore Mlcaela, tu não vêa lo- ~ut, ~em~ ':J:~ 1:~e 'r!:; amigo hi trinta anos. EU não ~~~~ ~u:s~ª/eªt~~:; tudo ... - E' 1 Eu .tel c;ue tu n.io gaa– tu. Pra comprar u colaas pra cua ei.; nlo vejo dJnhelro. O ves- ~~a ~e r:cf! cfeleN~r~'iée;e;~~ ra estou esperando. E já esta– mos em março. Do velocipe do Duduca eu :,em talo mal&. Po– bre de meu filho! Esperando o preaente desde o dia de aeu anl– vera.arto, em dezembro. Os dol& mal.s ·elhos aem sapato& para o colégio, Ji dtase Isto bA bem 15 dla.s. Não temoo pn.too. Se vier uma pu,6a em caaa e pedir a- 111a. :ó podemos faur USJ de eula. Nlo t.emoo copo. E vens ~~ ~ ,::;.".;11;~~= to, nlo acredito e não acredito. Eu s.fl l"jUerla me encontrar com eae tal Juca I Ah! Ele 1a ouvir pouca.& e bõa.:;;;; ba~::e~~ ~fto ~~e :!; do urebro. Que tremenda car– raapana hr.vla pegado! Procura– va. lembrar-se. Barblnha, jan– tar no Central Hotel, Caft 15 de ~ ~ia,% Fo;::ll~ u ~n:::;: baraçavam. Havia um hiato. N&o 8e lembrava como aalra da Cor dor. A~na~ se lembrava até o momento de tnacrtr aquela ml-rtura mJaet'l.veJ mandada pre– para.r pelo Juca. Nada mab. A4 puaar o ienço pela r..e.sta sen– tlu o fertmc.nto Ai enU.o &e recordou qu~ 16 deu !.cordo de al quando ~va na Varanda, aernendo, tf>nd.o toda a ra~ mllla em tomo. E, naquele ln.s• :~~ea P'J:C 1 ªi:n::u,rn~ ~l:3: havia duvida. Estava ganha. a partida. A oportunidade não po– dJa ae apreaentar melhor. Era só mondar para casa o que há meses prometera e que, por mo• ttvos varlos. deixara de com– prar. E já se via triunfante, nu– ma roda de alegria, abraçado e ~ag~J'e~ 1 ~~~Co~~li Jt nhelro? E pensa ,,a: um corte de Kda, um veloc1pe. os dol5 pa– res de &a.patos e os copoa. Isso tudo era muito dinheiro. E onde arranja-lo? Meter um vale, nAo podia mal.,. Já tinha pedido qua– st todo o venclmento do mês Comprar a P""talação, ela não queria. não gostava desse nego– cio. Foi ai que ele ae recordou do Juca. Porque não recorria ao Juca 7 Contava-lhe o sucedido, a sua al~uação e o Juca, bem co– mo estava na vida, de ccrtc não la &e recusar a atende-lo. Não pen,ou mals nnda. Correu ao te– tefone. discou o numero do es– critorlo do amigo e deste obtt\·e a seguinte respógta: E' o Emerenclano? Que é que hã? Eatals enrascado ? O que. rapaz! Bem, tu na condor "morreste ... Flcaate um mulam– bo. Leve.mos-te em cua. Não. n1ol Acompanhei-te atl a •por– ta. Abrle.-a e rtz tu entra.re: ;. Tu aublste bem a e&eada. Como en– tão fo.s-te cair? Sim. Vou dar um Jeito. Sabes como i . Hoje é 15 e ontem o togo foi atordoante. Andei gastando perto de dai, mil_ cruzeiros. Houve motivo. Bem. Não i lsao. Tu podes ~ • ~-i:tr~u'n~º J_~~ ~da. Mu o que é? Um velocipe, um corte de seda preta, dots pa– res de sapatos para coleglaJs uma ruzia de copos. Não h:I dú– vida. Podes vir jà falar comi– go. O relogio acabava de dar 11,30, to momento em que um carre– gador bateu à porta: - Vá vê quem bate, Orlvaldo! - Gritou dona Mlcaela. - Mamãe, ma,úel E' um ho- mem. Traz uma encomenda pra ~~du~!a='s ~º~~~ nha vêr. Venha vér, mamãe! - nona, MJcaela, com a testa rra.nztdn, aproximou•se do car– regador: -Está aqui que aeu Emerencla– no mandou. Ele mandou cUzer que ::~ =~~d~ uJ°~ ~:~~~ zenda preta pra aenhora .. . Af, Ernestlna arregalou os o– lhos e sntou: - Oba! Papal é um batuta! Não lhe di,ae mamãe? Ele cus– tou - pobre do papal - mas •quando comprou, comprou tudo o que a senhora pedtu... Enquanto IM.>, o Duduca, Ji montado no veloclpede, corria da sala à co:ztnha. T oda a casa ~~~v~~ei! 1 jf~a~!6c~~ tra cara. zi;- ~to~~ Ja:r:.1- a Zl- - Bença paJ! Bença pai! Ben• ça pai! Bença pai1 - Abençóe, sõe, sóe, IÕe 1 - res·pondeu Emerenciano. Tome, Emestina. vá levar à sua mãe - e pa550u às ~ão:. da rtlha o cor• te de vest.Jdo. - :·Ao lhe dtase, mamãe? Que ee,ados. ChegaVL 'nrava os aa– ~tos no carrodor para nlo ln– Comodar nlnlllem e, pé ante pé, t"et----~JU·- - Dbla dona a que, aeaae esta.do , uma VII dormindo, Emerenetano ron– cava como um bicho. maJoru. curioloa. procurando ccmpreender aquela cena.. Sen– tia-.. enlelado, aem Jeito Co– mo lr1& aparecer em cua~ Re– cala n. uma explodo de dona Micat la. e com razão ma.a o que mala o spoquentan. eram os.,, lhoo sran,!el, lntern,pUv01 da EmeaUna. Doo outr'ol tllhoo nlo M lmponan, ntm da lrm1. a rtdeclna. Nuaa ansustta, que– ria arranjar u I melo de chegar em caaa • ., tratado como ae nada houveue acontecido. Maa como? - , 1 Vai ficar um vestido e 0oi1ª~~l:. de;:;e~~ta nÂo querendo dar o braço a torçer. esbuçou um sonizlnho significa .. tlvo e saJu-se com esta: , Uma noJte, entretanto, a cota& foi ,o extrerr.o. Emerenctano '1- niu. que não ae lambta. 1'1>1 abrir a J)Ort.a e caiu na eacada da en– tracu. Com o barulho dona Mt– cael& acordou e, acordada, ta Ju.s na va.ra.nda e tot •er o que cauaara o barulho. Pobn, cio Emerenci&nol Tendo caldo ao ~~ o O •:~dr.~::: da, ferindo a tuta na quina do roc!apé. SanM-ando, entre ••· T,,1t;;"u;; 1 ahn, ahn I Pol o Juca, - E.smertc.Jano falia enorme esforço para levantar-ae, ae.m. ent<etanto, co,...gulr. O relógio J11Ue&va trea horaa da manhl. - Mu. Emere.nctano. que 6 1uo meu velho I Oomo ~ que ~ = f:anC::. ~W.: ~;4~~· !~ bra90. Vamos! ... r dona MI• caela, ~do o odlo con~ .. Juca e reunindo todas u 1uu torça,. conae1utu põr meJo em i>'i, melo derreado, o marldo e cord\W-lo •~ a •aranda, onde f6-lo oentar-H. Jt al todo o pe&SOeJ da cua, catava acorç!ado. Da pinalhada, em camJaAo. 01 dol.s menores - ZJ.zlca e Duduca - cboramtnra– vam " pensando que o papa.t la moner'*. Os r,1al& velhoe, os 11- nuJanos. olhavam a cena des– oonllad01. com uma vontad, de dar o (óra, rumo da rede. Dona l"ldec.lna procurava o aal de tru'a para dar uma do– &e a.o lrmlo. enquanto dona 14!- ~~ :°:~~ª d~ruga r~ me.nto de aeu eapoeo. DIJ1a aoa proto,: - Podem tr-ae deiLar, meua ~ Não! ~da~C.l.~e VO• Em~no, desca.nsotado. 1e– l!'la que metia dó: Ahn I Ahn I Foi o J uca, lo! o J ucal Ahnl Meu eatomago, mi– nha oabeçal. .. De rua boca aa.1a um b&f o de b&..·-ru de vlri.ho •Ulo mllturado com cebola aüda. Depo.la de .1&1&&doe una dn mlnut.c:., tendo ji o 1&1 de tru• tN fe.lto o El ~,nclano dar al– guna amtoo, ele, Ji oem oa 1•- ~::~•~~i:~~~·:r:u~•:':o como um ju,to. m.u como quem esU com o diabo no couro. tan– to bulava e se me,;Ja. Pela manhl levantou-a. U 6 boraa. entremu.nhado. carplndo toda.a L1 deaagradan.La con&e– quonctu da rumca. Uma dde atroa o atormentava. - BfflÇ& P<ol, bença • ,~ ben- rm=1·d:eni::ere~~OI n:u~:~ pelt.avel aauda;lo da manhl. E ~le. al,o dcscontl&do, com cara ~ i=,~~ ,ª=':º~ r: 11& dlnçio doo pe(!Uell<)f: - Abençõe, aõe. IÕe aõel !{lo dlrl1!u uma P<,l&vra t. ..-. m~ ~:,.•~t;i,." manteve Bebida a IUa lllcrlnh& de cafl almplea (em ocul6ea como esaa. Emere.nclano n1o tolerava o pão. pecou no ch&plu de mu- r ~•a~~d~:~1n"omt c;:~,~~ Nào ae dt.)pedJu de Dlnauem. Em. casa todoc aablam que ele eat.a.va com nmorao. e.DVUlO– nha.do , esta V& com culpa no ~~-!~~';!9 'L~ '~1!fà elevada ao PGJJ:°. mhlmo. Na repe,rtlçio o Emuenctano eu . tido como um runclonarto •xem!)l&r. Asalduc. competente e ,:1.1...'tlprtdor '1e aeua deveres, n1n- 1uem que o vla.ae â aua canet- ~ f ~~ 1:~w~~1e 'ir:C:.~~ tatav.1. Ha b"\'>edorea, que, tnr.er - Eatava dando tratoo a bola quando uma folia lembrança llu– mlnou a 1\1& mmte. Sim, não ·nota,~~ ~it, ~~el,!a!~fio~ QUE' aconteceu à madrugada de hoje, hum, hum, hum... - e foi mexer a panela da &6pa. De lato, dona Mlcaela tinha razão. Verdddeiro destino dos Homens Cécil MEIRA (Para A PROVINC1A DO PARA') Para onde aeauea, viajante. em passos •agar060S, em 10- 1lhol, !mpa11tvel ? Que rotaa ~~r~rau:lbn.~ ~~r:ontº? Olha, 'p4ra, e vt, oomo i bela a nalurua aqui, esta planfcle. on– de f.rvores esbeltu florescem pa7a o du. Eat1l.a os t.eu.s PM· JOI, de&C&N& da. ext.ensa cami– nhada, nlo mala anseies u ter– ra., longlnquu. lnalcançavelJ ~ii:e ::~e,~je~~o~~u ~~i. este 101 de ouro. claro. quei– mando a pal&agem . Esta brba refrescando o ar. toeando em no&90a ;,, bk,s e sussurrl\ndo por entre a folhagem verdejante . Banha teu corpo can&ado e do– lorido nu f.cuas cantante! d... te rumoro,o riacho, recllno-le na relva n:acia e detxa que tflu1 membroa e rotado5 recuperem u rorçu perdJda.s. Ouve o can• k> doa pw&ros. o bo. ter sereno de au.a. a mtlslca harmonto que cresce lentamente da terra e desce do du, lnebrla t.eW1 ou– •ld01 e fortalece o mab lntlmo de tua »Jma. E.lsas breves hnr– montu do tuas. crta.m•se e vi~ ,-e.m par11. U. e nelu encontrarás o tnetA•el repouso para teu e..,. plrtto conturbado. N~ &lgu para rrcnlc. pA.ra I N:io vh que em pouco lempo a noite checa• ri. que o., campos e a,s nores- 1.aa ae enche.rio de mr1lfctlorc11. de ter.is . de m.6.ua eapl:lt.oa '2 Por que prosseguir nesae cm– b&te, quando aqul encontras o all~nck>. o recothlmento e a pa.1 para teu coração ? M.u nlo o caminhante não pd.ra Seu Cn• ~~ t!~tciu~~ d 0 ~~~~~~: aeu coroo ~ map1tOK. e ele pene.sue a e&minhar. nlo ou• vindo os vloa reclamoa da. voz que o rhama pua o doce de– leite e ~~ma. E " vai ele por lnv\03 ca.mln..ho$, por desvloa ob.,curo.,, abandonando a planl• ele Uz.:a. e se.rena. pe.Ja.s estr•• da.s tortuoaaa, utreltaa vcrerta.s c.lrcundando pavorosos abismo"' caminha =ido aempre e descend~ a~ onde a vlsta humana nAo m&l.a ~c.a.nça. U vai ele firme lmpe.rt.urt.vel, embrenhando.sê na mAl3 profunda noruta. aem nada temer. Chuvu coplo&a.s o panham, rellmpagos cortam o., a.r11. t'U4ido& de reru o alcan– ç.m. MUI pl:a mergulha.m no charco tmundo e pantanoao. há mtumu pelo ar, mu f:le pro,. rue, sempre alta..ne.1ro aem 1&· mab dW&lecer. Ao loàae, dls· tante., ,.>nde nem ao men0$ che- ~ J'oniJ~~~lad: .: 0 :b:r~ ri de ~lórlaa. z xx Nlo malJ, Mo mais t<t.tezu e &olrlmentos I Nlo malJ I Oh como ludo , belo, como a vtda ~ 1uave. oomo t11t1 eamlnho1 des– lumbmm e enchem de alearla 1 Arvore amiga, tua copa norld& ee abre para o ttrmamentõ e perfuma os ares. RJo generoso. não t.e detenha.s, corre ligeiro e banha a relva que cobre tuaa margens, desliza rápido por ci– ma da ar:ela e procura o lnfl– nJlo m.L!t.érk> que no lnflnHo ae escond~. M.ont.es. colinas. vales. céus e mares cobert.os de luz, e o esplrlto divino palrando sôbre todas a.s col&M. Não mata t.rbt.ezaa e eorrtmentos I Calma oos conç6es. X X X Eu conheço o c:.e&ejo ardente de teu co~açAo : bebet: a vida num hausto, e depois morrer 1 Tú sente.1 o ardor de teus ,en• tidos qu~lmando a carne toda.. quelmando•te 06 lábios verme– lho.!, =1uelmando•te a boca: sen– teJ ª" brasa.:; rob 01 teus pés, e a.s.slm r:áo pode, ,·lvf'r. T ú t:s a mulh'.!r louc..'\, pcdJntro e cho• rando. imploras pela. má!) deli– cada tocando em tuas te.idas. ve' o.nc! o os teus p:usos. Sim, nl:.o pod.:-, mol~. ! p,eclso b:!– bcr a ..,ld.'1. num hausto ,·o!up– tuoso e dcpcb morrer I E:aes tf.o 03 leu:; ronhos. que pres– ilnlo e ..1.dlvtnho . Pcnct-o tua. alrr:i e là encontro n!i latare– da.s que te queimam, e em qce aucumbeJ M:u 11.i.o será assim Os dus le gu:ir.1am e pro rjr-~. e nl– gucm , lrd em teu 1u.;x1Ho e apo– lac.'.l n~a Mio t•1 te lcvanla~. 1111 um raminho oculto e Uuml– n:ito pnrn os f:aco.s. Um dfR o rncontr.,;d, e !ab~rl\a que a \'I– da lt dc 1 klo·a e foi f:=lta rara. P-cr b::blc!:i no:; rou· ~1. cm c!cva– n::!:s. em ar.--:,· rm conho.:; ! X X X A cl!ncla rW ! co:n~a:t.\·cl com a rellg Ao. A c.é..--:.:.la pro• cura e lnvc, ll'l'a o, cnmlnhos terrcst:.!3. A rc:1.-1.10 procurn e 1,vcstl$a. os cJ.mlnhol divi– nos. A clf:r:cb, com 5CU for– mJdAvcl z!lo. noJ leva para o matcrl:ilL1mo A rcllalAo. cem sua pur~za lrrcvclo.dn com seu d::::preendlmento. n0.1 "teva. p:ira ni col!rui esnlrttua.t, e dlvln:15. En~ p:-ocuTTI.: o. Terra. e en• cont.rar J. Te:rn. e ent:-e procu– rar a te.:rn e encontrar o Céu. hte ~ J vcrdadct:-o destino dos Homen.s. X X X De oodc sur,e a luta entre cs Homens ? Por que ac odehm 7 Po:- que be matam ? NAo há um só dia sõb:-c a Terrn. em que um homem n4o mate a outro, em que a tnj\irlo. e a cuJlinla nAo se Jeva..ntem com 11 poeira da e&· trada . Meu coração duvida. e eu per;unto : Se foi ::e.mpre Ullm. não será sempre aAl.m 7 O futuro não serA a repetlç5o do pa.ssado, e l:!t.o daquele 7 X X X Ela., 11.buaa.ndo lndlscretamcn- te~;~r! 1,r;:;:n~~al~o~!:t~ no mat., profundo Oceano. E ele t.screto.mcnte Indaga : -NAo tens medo de a!op.r– "'• querida? ' A PROVfNCIA DO PARA o mais nobre ·espec1me vegetal Poema de Bruno de MENEZES (Para A PROVINCIA od PARA') Encaro,o lt:u perfil Como V{" nobre especíme vegetc.l. Frondcnte, f.., , f,J :ha n:e , aos ventos di, ;...,~ ri:ios. Peio teL• 0 corpo inteiro circula a se iva moça, Que torna mais vigoroso O sangue que hau1 E s da terra humosa ~ produtiva. Os pomos cios seios trêmulos, Ol'e e~. ti oflororn virginalmente, Deseja-os na rnat, r,;scência e no sebo: ~ ,s doces frutas. E' q •,c.ndo as chuva s generosc-s lovam de ox;geri =o as teus cabe los floridos, Urno estra nha c!orofiJa se espelra na tua epiderme, Fazendo-a quase morena como a c.ôr de tua nudês . . , Penso, então, de onde vir6 pcrc- a fecundação maravilhosa, O be ijo que iró depor no tua be ca volutuosa O mistério ci.J amC1r 1t1cauto, os anseio!. ir,ió~•tos da carne, Como se ióros u planta adolescente destinado a frutificar . , , De certo, anda na espaço, o poi~n do~ teus desejos, Ao qual, a gitocia e sôfrego, Como os ramos e as folhas l"!0S temporais, Abrirás os braços nús à rnissão do natureza, ,Poro o Úl"!Íco rni'1uto da perpetuação d ,,~ c ;pecies. O desenhe do teu perffl lembra a oorte das umbel íferas, Acolhendo os ninhos amarosc,s e os insetos irisados, D ,ndo a esMola •~:.i ~ombro ao peão "U" r>• ecisa repousor. Porque, dos teus a r!elha s, brotam raizfls poderosas, Que W '.JOnl .:is a~,•~~ reconfortantes do solo nutriente, E assirn se robusteci,.,, Para o embate dos loucos vendavais. Fois a beleza dos frondes é obro on~nimo das raízes, Porisso é que sob a ,,cão Do h~liotrop:smo r!os meus olhos, O teu perfil avulta em direção à luz, - A' l1.,z, que , em • 'e. Azul, que oure , 'a a leu corpo arbóreo, E fa: que eu "eja P.rn t: o mais nobre ~speci-·ne vegetal, NOTICIAS DE RAUL BOPP Vera Pacheco JORDÃO ZURICH, Maio - Bopp er~ para mim um conto de caro– chinha . Vira que vira, eu vla com amJgos objetos eatranhos, ou obJetos oomun.s, portm mar– (Pva oe "01'ri011 A.tocladOI) cado• oom um que de diferente. Pelo Pl.mo-Berglo, depois de ~: ~nr:/~~- l!~ ~J~~~~r.--C5;d~ ~ f ªF!ta~~lvJ~~: ~ Bopp. Seu nome, mi.aturado com readtng, rltlng, rtthmetlc - &a· China, com l ndta, com Japlo. ber 16r, escrever, comer, con- Maa ele mesmo, nada. corri& venar e fazer cáJculoe, extraln- mundo, montado num cavalo de do-ise nesse perlodo o máximo vento. O único rastro que pe- de personalidade do bfbê - te.ri guel (ot " A Cobra Norato", que se concentrar o interesse ~iá'f ~~re~e~g~~~~le~~ em 10 itens de base : em vez daquele Bopp enroscado 1 e 2 - Saber a fundo o tran• em terM estranha&. ~:~ .tn~e~ :=~~ 15l~ft:,~ ca:1~:1~~:~r~aq~J~péas~~ mas, o ~bê pode estar a par rio Leme, aempre cheio de amt- de todos os ramo, do c:onheci- goa que 1am vêr o dltimo qua- mento : arte, literatura. lnfor- dro e t:-ater-papo, e de gente mações de natureza. prática. E' s-ran!lnn, que la se retratar. um H&Met" de base Ileste mun- Toda gente talava e Bopp, gran- do post-atômtoo. dão, quieto num canto, de ,•e1 em qu.mdo dava uma risada aoatoaa, apertando os olhos, fel– to chln~s. OepoU, rol embora de novo, e correu boato que tinha se ca• aado. Bopp cuou 7 Não pode aer . Pód ~. 1Jm. Aconteceu para ele a hl.stórta da cobra Norato. Primeiro, aalu pelo mundo, me– tido na pele de sêda elastlca. Oepcls ..!ncontrou a rnha da rnl– nhA Lwla, que tem 03 olhoa molhadog de verde, e levou a noiva para && terras a.lL.aa onde a aerra se amontõa, para uma casa de morar, com porta azul, pequenina, pintada a lapl1 de 3 - DatUogratla - De uma grande utUldade. Além do mais, a escrita à màqulna, pslcologlca– mentt, Hjuda a põr uma certa. ordem no pensamento que !e quer exprtmir, 4 - Jlu-Jlt.&u - 81.stema de defesa. !islca, baseado em plexos e pontos aenalvels. Exige prell– mlnarmtnte uma cultura. ra– cional doa musculos. & - Natação - Esport,, por excetencla para a cultura tisica em geral. Vale tam~m como defesa. dentro d'agua. cõr • 6 - Tenls - Para de.cnvol- '-uando cheguei em Zurlch. o ver a agilidade e a precJ1Ao dos Con.sul Raul Bopp telefonou que movimentos . la me buscar para o almoço, em sua caa. Eu dla&e que nao ae incomodasae, que 1a de taxl,. etc, E ele : com esta neve t-axl não quer vir alé e,qul, que eu moro ,10 alto de um cerro. dl· ractl de aub1r. C-1.ucho velho carregou no bobo um carro, abriu o lenço e desdobrou aa pi! do cerrlnho umo. lagoa. A crente de Zurlch, que náo entende des• eu col3!U, pensa que o morro de Bcllarta St.raMC e o lo.i:o uul aJ.o acidentes geograflcos. O C.>naul Raul Bopp toma profundamente a !érto as res- 7 - Samba. - Para a cul– tura rlt.mJca. convert.e•se ta– oilmente em outra.a danaas la– tina.a. Serve t.amb6m de lntro– duçlo ao Jltt.crburgh. QUE' tomou conta da nova geração. 8 - Plano - Para aelf-en– tertalnmenl ou uso cm pequeno KTUP<> de • am1;os. Valf' como educaçio da senalbtlldade. Aoon– &elhA-se nlo levar multo longe o entu1tasmo pelo plano . {Ficar entre Chopin a o "Tico-Tlco"),. p:m abllldades do seu cargo. D - -\rte de lidar com o au- Acclta convites para gro.,·u jan- t.:>:!'!.0vel, para convcnl!nch:u de tares de colarinho duro. mes- mo qu~ndo está com o sóno do acstlpuru. Escamoteia o- ara• mcs farpados burocraLlcos para abrlr ao.s dtgnOA &Ul~,i um vão nn c~rct\ que t.ra.nca no5!a fll• zc.:1~0. . E' o anJo da 1uarda C:os brasCclros que v!o parar cr.1 Zurlch . Leva a g-cnte par3 co• {ncr comida de ca.sa , e Lup~ faz uru pralinhos ea~ctala que só cltt. conhece. Quando se puxa J)Or ele. l!opp fa l:i da lnd IA. vem com Sa :-- kham e outros nomes de bruxa– ria . Fie.'\ de olhos vagos. en– acJfado na (ar.clno.çào do Orl• ente. M:u Isto hoje é eonveru.. Col!n ,10 paasado. Eopp cati curado du vl:igens. Dola acon– tccimcn".oa marca.ram profunda• mente ,ua alma : a bomba fltõ– mlca e o ha.sctmento de 5erglo. A bomba atrapalhou toda a aua concepçlo do mundo. Serg:k> o obrigou a reo:-ganlAr sua vlaAo do mundo em torno d um tu· Jelttnho de bochecha.a coradu e enormea olhos a.zula. Por ora. Se.rito apena.a eng-atinha. mas Lupe e Bopp sabem que o t•· roto lr6. long:e. Para nio rer apanhado desprevenido Bopp, que gosta do preLO no bronco, ~a'iço~x°tu~l~;~r ~r.qu :j;~~: outrca p&la preocupadOS com a lllosolla e a práUca da educa– çlo J)&l'a a vida . ARTES E LETRAS PROXIMAS EDIÇOES A mocidade t a.asJm mesmo, ro~o.nce de Enld Baltgnold, tra– du:tdo por Oulmara LobaV'I de Moraes Pereira. Ouse 'livro, ali!.&. a Metro extraiu um belo filme. jf. apruent.tldo nos cme– mu de.ata Capital, onde o co– nhecido arllat.a Mlclce)l Rooney dta:mpenha o papel principal. Ealra.nplroa. enu.101 crttJco• de Açlplno Orleco, cm proue,JUJ– mento àa auu Obru COmple– Las. l nltrpret.a.çio do Bra11;II, o mala recente eatudo de 0 Ub-..!11D Froyre, traduz1do do tngle& por Qlh1lo Montenegro. Arco do tri– unto, fnmOGO but.•aeller de Eri– ch Mula Re.ma.rque, que multo breve ire.moa ver no cinema, in– terpretado por Charles Bo:,u e ln&;rld Bergman. num doa ru– mes mals caroa de tod011 oa km• pos. Moby Dlck (A balela bran– ca), um doa mala beloa roman– ces de Herman Nelvllle e de to· da a llterat.ura americano., tra– dui1do por Berenice Xavier pa• n, a Coleção Poaoa cru..dos. DtaM romance, hi mllltol anos foi extra.Ido o ftlme do mesmo nome. tnt.crpret.ado por um s:rande aru.ta JA falecido - John Barrymore, .. No ,nundo Incerto em que vivemos, i melhor estabelcce.r– ae um novo cr1térto em mate.ria 1:m •i: 1 ~ndr~1:~!~ d~ai:r: LEIAM : de cara.ter mUa.mente ornamen- toJ . E' multo bonito ae aabc.r latim, a historia. dos reis nMI• rios ou teor6maa al&ebrlco1. Maa "º cr.uzmRO" :~~:,e e famllla.rtdade com 10 - xadrez - Para uma dlcclpllna do racloclnlo. Arte de reOetJ..r para acertar. Serve como uma educaç.lo de con– t.rQ!e". Com essas disciplinas. ele po– derá assegurar uma posfçlo ml– nlma na vida : datllogralo, ~~~Íi,ur;~u~r b&~~~ respondente estrangeiro, etc.. . OUtraa posições melhores de– penderão dele ou daa clrcuna– t.anclas que o cercam. Em materla moral há ti'& ponlos de ortentac;io : a) - Sel/-re,pect em todas u suas modalJdadea. (Por exem– plo, compreensão de honesU– dade, até no U50 de palavra e ldtlasl . bl - Sfmp!lcfdacl4 - Fara evitar ,.., formação de uma men– t.llldade pret.enclo~ ou super– Oua à.s cotns de bue da vida. c) - Simpatia pela rltua;do do mau f raco, Inclusive tole– rancta 1001&1 e relJalosa• . Nlo preci.,o t.ranacrever a fir– ma. Neste plano utt todo Bopp : o 1mag1naU,'O que ama : o~~d~á ~ :~~do~ttf:.!: ~~ ~u':!º~ ~ :ffu::bJ:c; sentido do artista qve luta pela irf:~()~bJ:~~ :e f:;!: ca a otlclencla. Sua paixão t a realld&de dlnamlca, fundada cm vuuu ldélaa maa funcio– nando :.lA pr,u~. Bopp diz que anda lóra da poeaia há multo& aoo1. Ma.1 a pocala conttmla dentro dele. No scnUdo c,1trtto, i o poet& da "Cobra Nora to". Quando o cn- : ~:t!~:Om ~lc~• :Cf.~!~~ bf.ra de receber um jornal do Rlo. que tl'anaerevSa o poema, documento do DOSIO Modernia- =ia ~:e 8::>~9g:, ~t, -::e! ga o poema. maa t.amW.m a prl– malra verslo não o sát-tsfaz ln• telrameot.e. Já que nio delx&m a cobra na toca, o melhor ~ apresenta":.la b dlreJt.aa . E Bopp. ,as horas ,·aias, come– çou a retocar o poema. "FUI o..lteran-:So colsa.s com um mate.– ri.ai remanucente daquela mes– ma época ou lu.são de olguns pocmu 11muõnlcoa que nio ti· veram circulação. E u.stm ulu ~ edição de Uragem reduzida. para gente de caa&, acrcaclda ainda do uns out.roa poemlnhol"'. Breve chegari no Brull eata edlçõo feita em Zurlch, com um papel e uma lmpreaa&o de rose.r inveja aos no5tiOJ editores. com um de.unho de Ke. mt.DY, o pln• tor hungaro. que por lntulçio ca~pup ~xp~~~~ o~~~: VO de&Unado a faur parte d& Blbllot.equlnh& Anl.ropolaglca. planificada aob um crltb1o fe– ro:unente bruUelro, e euJa or– GMlzaçlo &ena dlacutlda nwna das téaea do Primeiro Congres- 10 Mundial de Ant.ropotagla . "'Sobrevieram. porbn, una de– unt.endlmentos no sni,po. Um t.omou a mulher do outro. Aca– tou-se o Clube de Ant.roporaala. Nlo aalu o tal Congresao, nem a Blbllot.equlnha". Mas a Blbllot.equlnh& !IOOU o ..Macwa.lma" e ttca.ram u poe– stu de Bopp. que não alo a~ nu documento hlltor1co. Tal :r~1~Jte:~~ ~~~~ moderrua·ta que vlciOu t.antas produç6u da ~ . A !orça au1eat1va da.a tmaaens e doa rlunos explode numa acrealo dlrtta e Imediata. O IIM:lona• 1i.mo doa temaa, a 11ncuasem re;lonal. a lanu.sla w trtca. nlo :~= e':m:~:toea ae1,;.; cr~ ea~Uco. Circula peloo • ,·erlOI um calor que funde • .,,rlflca uma vivacidade que cria a cada momento o ln-• rado. • AJm: 1!! LlTERA'fflltA - Pipla f NOTAS DE UM CONSTANTE LBl'l'Oll A atualidade de Ciceri Candido Motta FILHO (Coprncbt dOO ..__, SAO PAULO, Junho - Pai· aando rte novo, 01 olboa nu obru completaa de Olcero, na edição orsanlr.ada por M. NI• P rd, fico oom a lmpreaaio de que aua vida .. toma meaqul– nha diante do poder untnnaJ de sua obra. Chego meamo a pensar, ~uando recordo algwnu de suas blograll&a, ent,e e!U, a de Plutarco, que sua vida &e resume realmente em sua atJ• •Idade 1e Intelectual, e princi– palmente em 1ua aUvldade po– Utlca. Nesse Intelectual de qua– lidades Invulgar... havia uma atormentada ambição polltlca. E 6 realmente oom esau ~uu forças que Clcero ooDqUIJ!a a eternidade para NU sento. A sua posição d iante de CaU– llna, ganha em rn.nd - Por uaa t<ansllguração do aconteci– mento polltlco em obra de tn– tellgencfa . J!:sta oncontra, no tumulto i:,ollUco. o aeu aenarlo. Ctcero sente, de.ntro dele. cres– cer a sua peraonaltdade. E OO• mo na hora de sua morte, morte tragtca e revoltant.e, nlo CJlCCn• tra es.se cena.no , ela perde em nobreza e a tA em dtgntd&de. Clcero é assim o berol da el· dade, ~ue .. alimenta tio có da vida. pública e que não tem capacidade nem força pa,a vi• ver de outra tor'ma. A liberdade que ele conceituou atrav6s da fllo,olla grega, torna•&e tio só liberdade polltlca. Nlo bi pollUca onde não há liberdade, não há liberdada on• de não há pollt!ca. Tal•ea eara oonceltuação fOSH predomlnan– t.e em seu tampo, em Roma prlnelpalmente oom uma civi– lização pregmaUca e obJeUva, pouoo propicia t.a lndaaações meta!lslcaa. llaa, em Cicerc,, ela i uma ooru11ç&o de seu des– tino. Assim, sua vida mt<itocre e conr.radttorla foi apenaa um pretexto para a aua grande obra. Não lo~ em verdade, mau cio que Lllo. Em Roma, quan– do a po]iUca enche u horas da República, Clcero que quer opl• na.r, porque. antes de tudo, en ~ 3!'r~~ ~uc~~~- Convent, neste pauo, assinalar o que CICERO algnlflca como Influencia . Era sectarlo demata para ser Jurista, eloquente de mal., para para ser fllo,ofo, pollt.loo butante para alcançar o valor das Uberdadu civis. Ele é o ecletlco procurando, na harmonia dos concettos. os dados nece.uirlol t. paz da Re– pública. E' a llna flor do genlo poUttco que bem condl& com o !4rnperamento romano Ele de• gabrochou nos momentos dlfl• ce1s de Roma. Viveu auu preo– cupações, em melo de calaml• dades, ,,aquele tempo em que SYLLA, \'Oltando da Aala, ameaçafa o poder do poro. para aumentar o do &nado. No voz do grande advoaado, cuja eloquencla nlo tinha ri• vai, vivia po~m sempre 'a am– bição polltlca, oom o empenho de conduzir na mesma pauta u pretenaões divergentes. que faziam ,.. aflJçõea da cidade. CICERO só ut.f, bem ualm. Seu presU,k> aumenta neau atmostu a, porque a polltlca 6 a atividade criadora da onl9DI • ele dela ae utDlla para aplK&r u t.e.mpestades aoc1&11. Quando DILTHWY utuda u fontea .ia clv11~o. dtJJO!I de rolerlr-ae t. metallalca objetiva doa gregos e ao volun&.arl&mo ro– mano, moatra como neasu ch'1· llzação a ação pollUca de acua homens repreaentaUvos. sobre– pondo-ae aoa dMent.e.ndlmentoa, ae concentra na arte de domJ• nar a l'lda. o que CICERO revela 110 pre• tono, revelam, de outra forma. 01 homens do poder, prlnclpal– ment.e qua.ndo chega ao &P()• geu o pr..U,lo romAno, AI re– side o aegredo cio direito ro– mano, que deoorre da pollUca de um povo objetll'o e volunta– rloeo. Qw.nüo a polftlca .. reool.. em daordem, CIIII d 1 1 I'• mentol, paradoulment., ,.._ ram se ocultar. ~ optnia. OU• IU4ffl - alcaDol, - N - tlv._m deltltuldu de ~ d ade. Aa vontad11 nAo alo malS vontades. Ao con'1c06a llo tal• aaa. porque dnpldu df' 1111,a– tancla. Aquela •anarquia dot - • dõa" de que laia ROl BAR– BOeA roma campanba poliu.a, pag. 32) 6 ldentlca I aDUqlda cloa mandado&. A polltlca Dlo tem realmellle em que pepr, porque nlo h4 quem - dla– un,ulr, :irecoo de trol&Dol, OII melhor, patrlclOI de pie-. Nlo ae ,abe onde eatA • -· dem. 11 noa aemploo do .,. = º! ~ nad:.=:. ~&!: da peloo oportun!ltaa, OII m Indiferença uUl!ad& paios arll• !!elos doa tnt.electU&la. E' o que ae nota em a-, nuerlsadoIIakuloe•o– ae verUtca nu hora, c:repuaoa• laret da República quando, por entre rumorea e dllllmulaOIIII, uma polltlca lncapaa abn tadl caminho para u anda1lu de Au,uato. Cleero unha neceaaldade de !alar como R()llúco. E .,. ta- =.,!~~= r.:: prf.tlca os temu funderneMk d- Ylda. Neaae eaforoo • eata- JJO– r6m a diferença ntre a laW– ll1encla de Clcero e a JIO~ de Clcero. mu-e a 111& lllopUl& e O RU pe:na.mento, Ili, na sua elaquencla • oomtrução de suu frua. DO teor de seu., apdoa, na ~ da suasen><:ações, no tra&1co - plandor de auu ln.--oliel. homerr. na 1Ua eYOluolo ~ a!,So que ~ dnUnado ao t.õrlca. ou melbor ao bD– mem de tocloa oo 1ompoo. O que ele dl&, multa 9U lm"'° lido pelas clreunstaDclu do 11111• monto, pelo .IOIO de .,. ...– de pesooal, pelos - de 1Ua ambição, percam OI llkQo lo& com um a'fiao -– do e aiblo. Allm do mata. Ctoero -• lua, com sua autortdade NID• pre Invocada. da respomablll• dade Imensa cio cndor poli-. cio homem que procura - por melo da eloquencla DO - plrlto ,lu maaau popularn, - oomlclos e naa uoemb16lu. A IUS oUr.ude t.eal.ral. da - too e 11Xelamaç6ea, diante .. cat111na t um doa exeraplaa maiores que ele olanela pata mo1trar que entre ao sra– poderes do Eltado, •" o po– der da tribuna. o per1ao <!a daordem nlo uli só entre ao -que ae ..,.. tumaram a !alar em ..,. balSa, ll0s carrllbol e 00IIIJ)lraC6II, mas tambtm entre ao que fa– lam em vos alta. Um rn.nde orador polltloo n&o &ó 6 ouvi• cio como 4 t.emlclo por la> - mo. ■ foi o que ael""' a Ol- ';;.°·o=-:1:e~:,[:!~• pOde Hl um momento, por esam– plo, na hlat.órta de Atenaa - que ela caminha pela - IM ..,.. orador•. •Moo 111..- 1empos. dls AIIIIOt.elea, c,o ,_.. s,adóres aceitos pela -- ~ ~..-:-~::,i:o: :;ª~." : ~:::~ ,:: rf!m. em D011101 dlu, .,_. M proare1!0 da tloquencta, .,._ ter-ae o dom da palaff& para co~~w~~o:i· de - • utudoo da pok:oloala, dia .– "la !&11P1e n'eat qu'Wle faOOII de commander" . J: , por 1110 que Clc:Ge, ta- ~do ~1nºU:.::. ':t:.ª..:!; dlan?: dele, mantcm • ma f .?.~~zaco:,~;:;tu~ad':m.= a noua ipoca, prnentndo - ,eus CUlcUraoa 01 amb'~ dl, prepotencla e oc exp'oradarà da dema1oal&. T, I G A C O N T R A A L E PR A Campanha da SoHdariedade Além dos contribuintes constantes da rela– ção anteontem publicada pelos jornais e que generosamente concorreram para a assistência social dos filhos sadios dos lázaros de nossa ter• ra, temos a mencionar mais os seguintes : Booth & Cia. (London) , Ltd. Cr$ 10 .000,00 Ferreira Gomes, Ferragista, S. A. ... .. ... . .... . .. ... . Banco do Brasil .... . ... . . . . Lundgreen & Cia. (A Per- nambucana) . . ... .. . .. .. . Banco Inglês .... . ........ . M . F. Gomes . .. .. ... . .. . .. . Guaraná Soberano .. . . .. .. . Shell Mex Brasil Limlted .. . ,. 10.000, 10.000, 2.000,00 2.000,00 1.000,00 1.000,00 1.000,00 Logo que fique definitivamente encerrado o service de a'luração total do resultado obtido pela Campanha, continuaremos a publicação dos demais contribuintes e d::is que, por natural omissão, deixaram de figurar nas presente pu• blicações. CJ30(I Inglês Particular Acabando de r~euar da capital do pa!I, o .,,.,,_ Ir• n6alo Mariano de ~ ular relnlclari ll\lU aulaa d'e llllltl, llil- ~~~~.="~ =~ :,,~t; = 111 cnaelroa; malJ de 4, 100 cnaelroo por peu6a. O leaor Syn6alo de Aguiar que mtn!Jmo• -•- de ln8 alt.u autoridade& lederaiJ e • _, - ~~~ .=."'.f. ~:="',i: 1~~• estabelece aalu 1
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