A Provincia do Pará de 29 de junho de 1947

cae a que, sesse estado, uma vez dormindo, Emerenc1ano ron– cava como um b1cho. Uma noite, entretanto, a coisa foi so extremo. Emerenclano vi– nhL\ que não se lambia. Foi abrir a porta e caiu na escada da en– trada. Com o barulho dona Ml– caela acordou e, acordada, fea luz na varanda. e foi ver o que éausara o ba.rulho. Pobre do Emerenclano I Tendo caido ao transpor o terceiro degrau, ro– lara para o patamar da entra– da, ferindo a testa na quina do rodapé. Sanr:rando, entre ge– midos - ahn, ahnl Foi o Juca, !oi Juca 1 - EsmerJclano !azia enorme esforço para levantar-se, sem, entretanto, conseguir. O relógio marcava tres horas da manhã. - Mas, Emerenclano, que é 18so meu velho ! Como é que voeê vem pra casa neste esta.de • Va• mos levantar. :lc apoie no meu braço. Vamos!... E dona Mi• caela, engullndo o odio contra , Juca e reunindo todas as suas !orças, conseguiu pôr rneio em pé, melo derreado, o marido e cor.duzi-lo até a varanda, onde !ê-lo 11entar-se. Já aí todo o pessoal da casa, estava acor(lado. Da pirralha.da, em camisãà, os dois menores - Zizica e Duduca - chora.ni1nga– vam "pensando que o papal ia morrer", Os mais velhos, os gi– naslanos, olhavam a cena des– confiados, com uma vontad1 de dar o fóra, rumo da réde. Dona Fidecina procurava o sal de fru:as para dar uma do– se ao irmão, enquanto dona Mi– ca.ela ensopava de arnlca um lenço e colocava sobre o feri– mento de seu esposo. Dizia aos garotos: - Podem ir-se deitar, mem1 filhos. Não é no.da. O pai de vo– cês tropeçou na escada . •• Emerenciano, descangotado, ge– Jnia que metia dó: Ahn ! Ahn ! Foi o Juca, foi o Juca! Ahn! Meu estomago, mi– nha cabeça! ..• De sua boca saia um bafo de barril de vinho vasio misturado com cebola azéda. Depois de ;,assados uns dez minutos, tendo já o sal de fru– tas feito o Er• ~renciano dar al– guns arrotos, ele, jé. sem os ge– midos, encaminhou-se à cama, onde, sem demora, dormiu não como um ju.!lto, rnas como quem está com o diabo no couro, tan– to bufava e se mexia. Pela manhã levantou-se, às 6 horas, entremunhado, carpindo todas as desagrada.veis conse– quencial! da ressaca. Uma sfde atroz o atormentava. - Bença pai, bença ; 1.f, ben– ça pai, bença pai - os quatro filhos de Emerenclano na res– peitavel sauda,ão da manhã. E éle, algo desconfiado. com cara de quem ·está. aborrecido, ?UlllO do banheiro, estirando a mão na direção dos pequenos: - Abençoe, 5ôe, sôe sOe ! Não dirigiu uma palavra à esposa. Esta, por sua vezi se manteve muda para com e e. Bebida a sua xicrinha de caté !lmples (em ocasiões como essa, Emerenclano não tolerava ·o pão, pegou no chapéu de mas– sa e, acendendo um cigarro, saiu à rua com destino à repartição. Não se de1-pecliu de ninguem. Em casa todo:; sabiam que ele estava com remorso, envergo– nhado, estava com cuipa no cartório. E' verdade que a faltp., q4e a carraspana tinha sido elevada ao ponto mé.ximo, ••• Na repartição o Emerenciano er~ tido como um funcioJ:la.rlo txem!)lar. Assiduc. competente e :;umpridor '1e seus deveres, nin– guem que o visse à sua cartei– ra de ttabalho diria que estava ali um falangiario de Baco. Pois estav.i.. Ha D'\0edores, que, inter- lfio Bnnde,, interrogativos da Ernestina. Doa 011.t.roa filhoa não 11e importava, nem da irmã, a ll'tdecina. Nessa angustia, que– ria. arranjar u 1 meio de chegar em casa e .:;er tratado como se nada houvesse acontecido. Mas como? Estava dando tratos a bola quando uma feliz lembrança ilu– minou a ll\la mente. Sim, não L'Q,.l::l't;V• .-.~ A-pa ; 1.J.VJ A4V\1Qr • • • Dona Micaela, porem, não querendo dar o braço a torçer, esbuçou um sorrizinho significa– tivo e saiu-se com esta: - E'. Eu sei que ele deu a nota, mas se nãu fosse "aquilo" que aconteceu à madrugada de hoje, hum, hum, hum... - e foi mexer a panela da sôpa. De fato, dona Mica.ela. tinha razão. Verdadeiro destino dos Homens Cécil MEIRA (Para A PROVINCIA DO PARA') Para, onde segues, viajante, em passos. vagarosos, em so– nhos, impassível ? Que rotas obscuras assim tão longe pro– curas, para além, no horizonte ? Olha, 'pára, e vê, como é bela a natureza aqui, esta planície, on– de árvores esbeltas florescem para o céu. Estúa os teus pas– so11, descansa. da extensa cami– nhada, não mais anseies as ter– ras longinquas, inalcançaveis pelos homens. Demora aqui. Sente êste esplendido céu azul, este sol de ouro, claro, quei– mando a paisagem. Esta brisa refrescando o ar tocando em nossos 1ábios e su'ssurrando por entre a folhagem verdejante. Banha teu corpo cansado e do– lorido nas águas cantantes des– te rumoroso riacho, reclina-te na relva. ir.acia e deixa que teus membros esgotados recuperem as forças perdidas. ouve o can– to dos pâssaros, o bater sereno de asas, a música harmoniosa que cresce lentamente da terra e desce do céu, inebria teus ou– vidos e fortalece o mais intimo de tua alma. Essas breves har– monias são tuas, criam-se e vi– vem para ti, e nelas encontrarás o Inefável repouso para teu es– pirita conturbado. N~o sigas para frente, pára ! Não vês que em pouco tempo a noite chega– rá, que os campos e as flores– tas se eJ:?,cherão de malfeitores, de !eras, de máus espiritos ? Por que prosseguir nesse em– bate, quando aqui encontras o silêncio, o recolhimento e a paz para teu coração ? Mas não o caminhante não pára Seu éa– jado é possante, seus olhos bri– lham como as luzes d:1 aurora, seu corpo é magestoó-G e ele persegue a caminhar, não ou– vindo os vãos reclamos da voz que o r.hama para o doce de– leite e ~alma. E !é. vai ele por fnv!os caminhos, por desvios obscuros, abandonando a planí– cie liza ·e serena, pelas estra– das tortuosas, estreitas veredas, circundando pavorosos abismos, caminhando sempre e descendo até onde a vista humana não mais alcança. Lá. vai ele firme imperturbável, embrenhando-sé na mais profunda floresta, sem nada. temer. Chuvas copiosas o panham, relA.mpagos cortam os ares; ruJidos de feras o alcan– çam, ~eus pés mergulham no CMrco !mundo e pantanoso, há ·mlasmas pelo ar, mas êle pros– segue, sempre altaneiro sem ja– mais desfalecer. Ao longe, dis– tante, -:mde nem ao menos che– ga o peil/!amento do homem, êle dominará um dia e se cobri– rá de glórias. ~XX Não mais, não mais tristezas e oofrimentos ! Não mais ! Oh óome tudo é belo, como a vida é suave, como esses caminhos des– lumbram e enchem de alegria ! Arvore amiga, tua copa florida se abre para o firmamentó e perfuma os ares. Rio generoso, não te detenhas, corre ligeiro e banha a relva que cobre tuas margens, desliza rápido por ci– ma da areia e procura o infi– nito mistério que no infinito se esconde. Montes, colinas, vales, céus e mares cobertos de luz, e o espírito divino pairando sôbre todas as coisas. Não mais tristezas e sofrimentos ! Calma nos corações. XXX Eu conheço o desejo ardente de teu coração : beber a vida num hausto, e depois morrer ! Tú seni:es o ardor de teus sen. tidos queimando a carne toda, queimando-te os lâbios verme– lhos, .:iueimando-te a boca; sen– te3 as brasas sob os teus pés, e assim r.ão podes viver. Tú és a mulher louca, pedindo e cho– rando, imploras pela mão deli– cada tocando em tuas feridas, velando os teus passos. Sirn, não pod2s m.ii i.~. é preciso be– ber a 'lida num hausto volup– tuoso e depoi,; morrer ! E~ses são os teus sonhos, que pres– sinto e J.divinho. Penctrn tua alrr..a e lá encontro as lal::are– das que te queimam, e em que sucumbes. Mas não será assim Os céus te guardam e proteje!ll, e al– guem virá em teu auxilio e apo– iada nessa Mão tu te levantarás. Há um raminho oculto e ilumi– nado para os fracos. Um dia o encontrarás e saberás que a vi– da i\ dcUciosa e foi feita para ser bebid:1 aos J;OUCCS, em deva– nci:s, em arr'.):·. em wnhos ! X X X A ciência 1: ão é r:omnarávcl com a religião . A ciência pro– cura e investiga os cnminhos terrest~2s. A rc,igião procura e investiga os caminhos divi– nos. A ciência, com seu for– midável zêlo, nos leva para o materialismo. A religião, com sua pureza irrevelada, com seu despreendimento, nos leva para as coisas espirituais e divinas. Entre procurar a Terra e en– contrar a Terra, e entre procu– rar a terra e encontrar o Céu, êste é o verdadeiro de~tino dos Homens. X X X De onde surge a luta entre cs Homens ? Por que se odeiam ? Por que se matam ? Não há um só dia sõb:e a Terra em que um homem não mate a outro, em que a .injúria e a culúnia não se levantem com a poeira da es– trada. Meu coração duvida, e eu per~unto : Se foi sempre assim, não será sempre asstm ? O futuro não será a repetição do passado, e êsté daquele ? X X X Ela, abusando indiscretamen– te de sua imaginação, lhe diz : -Quero fazer minha morada no mais profundo Oceano. E ele --discretamente indaga: -Não tens medv de afogar– te, querida ? .......,__ 6,.._ ...__ -• --· Bopp. Seu nome, misturado com China, com India, com Jap o. Mas ele mesmo, nada. Corria mundo, montado num cavalo de · vento. O único rastro que pe– guei foi "A Cobra Norato", quando apareceu Ilustrada nor Ooeldi. Era o BoP.P brasileh-o, em vez daquele Bopp enroscado em terras estranhas. Afinal, encontrei Bopp, na casa. de Portinari, naquele casa– rão Leme, sempre cheio de ami– gos que iam vêr o último qua– dro e bater-papo, e de gente granfina, que ia se retratar. Toda gente falava e Bopp, gran– dão, quieto num canto, de vei em quando dava uma risada gostosa, apertando os olhos, fei– to chinês. Depois, foi embora de novo, e correu boato que tinha se ca– sado. Bôpp casou ? Não podê ser. Pód·?, sim. Aconteceu para ele a história da Cobra Nora.to. Primeiro, saiu pelo mundo, me– tido na pele de sêda elastica. Depois ,mcontrou a filha da rai– nha Lu;i;la, que tem os olhos molhados de verde, e levou a noiva para as terras altas onde a serra se amontôa, para uma casa de morar, com porta azul, pequenina, pintada a lapis de côr. Quando cheguei em zurich, o Consul Raul Bopp telefonou que la me buscar para o almoço, em sua casa. Eu disse que não se incomodasse, que ia de taxl,. etc. E ele : com esta neve taxi não quer vir até aqui, que eu moro llo alto de um cerro, cli– facil de subir. C-aucho velho carregou no bolso um carro, abriu o lenço e desdobrou ao pé do cerrinho uma lagôa. A ~ente de Zurich, que não entende des– sas coisas, pensa que o morro de Bellaria Strasse e o lago azul são acidentes geograficos. O C.Jnsul RauI Bopp toma. profundamente a sério as res– p:msabilidades do seu cargo. Aceita convites para graves jan– tares de colarinho duro, mes– mo quando está com o sôno do acatipuru. Escamoteia o~ ara– mes farpados burocraticos para abrir aos dignos suissos um vão na cêrca que tranca nossa fa– ztnda. E' o anjo da guarda dos brasileiros que vão parar em Zurich. I,;eva a gente par a co– mer comida de casa, e Lupe faz uns prnt!nhos especiais que só ela conhece. Quando se puxa por ele, Bopp fala da India, vem com Samar– kham e outros nomes de bruxa– ria. Fica de olhos vagos, en– golfado na fascinação do Ori– ente. Mas isto hoje é conversa.. Coisa do passado. Eopp está curado das viagens. Dois acon– tecimentos marcaram profunda– mente sua alma: a bomba atô– mica e o l:iascimento de Sergio . A bomba atrapalhou toda a sua concepção do mundo. Sergio o obrigou a reorganizar sua visão do mundo em torno de< um su– jeitinho de bochechas coradas e enormes olhos azuis. Por ora, Serglo apenas engatinlla, mas Lupe e Bopp sabem que_o ga– roto irá longe. Para na.o ~er apanhado desprevenido Bopp, oue gosta do preto no bronco, traçou o Plano-Serglo, que aqui vai textualmente, para ajudar outros p~is preocupados com a filosofia e a prática da educa– ção para a vida. "No mundo incerto em que vivemos, é melhor estabelecer– se um novo critério em materia de ensino, pondo-se de parte (em segundo plano) _materias de carater méramente ornamen– tal. E' muito bonito se saber latim, a historia dos reis a.ssi– rios ou teorêmas algebrlcos. Mas readlng, ritlng, rithmetic - sa– ber lêr, escrever, comer, con– versar e fazer cálcu!os, extrain– do-se nesse perlodo o máximo de personalidade do bêbê - terá que se concentrar o interesse em 10 itens de base : 1 e 2 - Saber a fundo o fran– cês e o inglês, além da lingua materna. Com esses dois idio– mas, o bêbê pode estar a par de todos os ramos do conheci– mento : arte, 11teratura, infor– mações de natureza prática. E' um "asset" de bàse neste mun– do po.st -atômico. 3 - Datilografia - De uma grande utilidade. Além do mais, a escrita à má.quina, psicologica– mente, ajuda a pôr uma certa ordem no pensamento q.ue se quer exprimir. 4 - Jiu-jit.5u - Sistema de defesa física, baseado em plexos e pontos sensiveis. Exige preli– minarmente uma cultura ra– cional dos musculos. 5 .,_ Natação - Esporte por excelencla para a cultura física em geral. Vale também como defesa dentro d'agua. 6 - Tenis - Para desenvol• ver a ag1Itdade e a precisão dos movimentos. 7 - Samba - Para a cul– tura rítmica. Converte-se fa– cilmente em outras dansas ia– tinas . Serve também de intro– dução ao jitterburgh, que tomou conta dJ!, nova geração . 8 - Piano - Para self-en– tertalnment ou uso em pequeno grupo de amigos. Valf como educação da sensibilidade. Acon– selha-se não levar muito longe o entusiasmo pelo piano. (Ficar entre Chopin e o "Tico-Tico"). 9 - .>\rte de lidar com o au– tomovel, para. conveniencias de ARTES E LETRAS PROXIMAS EDIÇOES A mocidade é assim mesmo, romance de Enid Baltgnold, tra– du::ldo . por Gulmara Lobato .de Moraes Pereira. Desse livro, alit.s, a Metro extraiu um belo filme, já apresentado nos cme– mas desta Capital, onde o co– nhecido artista Micke,i Rooney des(':mpenha o papel principal. Estr1mgeiros, ensaios crítico, de Agripino Grieco, ern prosse~ui– mento às suas Obras Comple– tas. Interpretação do Brasil, o mais recente estudo de Gilb:!rto Freyre, traduzido do inglts por Olivio Montenegro. Arco do tri– unfo, famoso best-seller de Eri– ch Maria Remarque, que muito brevé iremos ver no cinema., in– terpretado por Charles Boyer e Ingrid Bergman, num dos !11- mes mais caros de todos os t~m– pos. Moby Dick (A baleia bran– ca), um dos mais belos roman– ces de Herman Nelville e de to– da. a literatura americana, tra– duzido por Berenice Xavier pa– ra a Coleção For:os Cruzados. Desse romance, há muitos :mos foi extraiqo o filme do mesmo nome, interpretado por um grande artista já. falecido - John Barrymore, LEIAM : ''O CRUZEIRO" derá assegurar uma posição m.1- nima na vida : datilografo. "chauffeur", tradutor, speaker de radio, pianista de bar, cor– respondente estrangeiro, etc ... outras posições melhores de– penderão dele ou das circuns– tancias que o cercam. Em materia moral há três pontos de orientação : a) - Self-respect em todas as suas modalidades. (Por exem– plo, compreensão de honesti– dade, até no uso de palavra e idéias). b) - Simplicidade - Para evitar a formação de uma men– talidade pretencio~a ou super– flua às coisas de base da vida. c) - Simpatia pela situaçdo d.o mais fraco, inclusive tole– rancia social e religiosa" . Não preciso transcrever a fir• ma. Neste plano está todo Bopp : o imaginativo que ama a realidade, o sonhador apai– xonado pela execução prática. Todo o esforço q.e Bopp é obje– tivar suas visões, objetivar no sentido do artista q11e luta pela. expressão, e objetivar no sen– tido do homem de ação que bus– ca a eficlencla. Sua paixão· é a realidl-de dinamlca, fundada em vastas idéias mas funcio– nando !la. prátit::a. Bopp diz que anda. fóra da poesia há muitos anos . Mas a poesia continúa dentro cléle. No sentido estrit.o, é o poeta da "Cobra Norato". Quando o en– contrei em Zurich, Bopp andava caceteado com a cobra. Aca– bára de receber um jornal do Rio, que transcrevia o poema, documento do nosso Modernis– mo. mas o Bopp de hoje não é mais aquele de 1929. Não rene– ga o poema, mas também a pri– meira versão nã.o o satisfaz In– teiramente. Já que não deixam e. cobra na toca, o melhor é apresenta-la às direitas. E Bopp, ,as horas vagai;, come– çou a retocar o poema. "Fui alterando coisas com um mate– rial remanescente daquela mes– ma época ou fusão de alguns poemas amazônico;, que não ti– veram circulação. E assim saiu esta edição de tiragem reduzida, para gente de casa, acrescida ainda de uns outros poem!nhos". Breve chegará. no Brasil esta edição feita ern. Zurich, com um papel e uma impressão de fazer inveja aos nossos editores, com um desenho de Kemeny, o pin– tor hungaro, que por intuição captou a bruxaria amazônica. Bopp c·xpllca que o livro este– ve destinado a fazer parte da Bibliotequinha Antropofagicn, planificada sob um critério fe– rozmente brasileiro, e cuja or– ganização seria discutida. num!!, das téses do Primeiro Congres– so Mundial de Antropofagia. "Sobrevieram, porém, uns de– sentendimentos no grupo. Um tomou a mulher do outro. Aca– bou-se o Clube de Antropcfag!a. Não saiu o ta.! Congresso, nem a Bibliotequinha". Mas a Bibliotequinha ficou o "Macunailna" e ficaram as poe– sias de Bopp, que não são ape– nas documento historico. Tal como se apresentam hoje valem por si. Não teem o maneirismo modernista que viciou tantas produções dà época. A força sugestiva das imagens e dos ritmos explode numa agressão diréta e imediata. O naciona– lismo dos têmas, a lingQagem regional, a fantasia métrica, não aparecem como elementos sele– cionados em obedlenciB. a um crédo estético, Circula pelos versos• um calor que funde e jurifica uma vivacidade que cria a éada momento o inespa.• rado. ele dela se utiliza para ap 11 ·,.....,~--.eram os generais e 1sw pmqu as tempestades sociais. a espada era manejada com Quando OILTH:e:Y estuda as mais facilidade e era mais Po· fontes Ja civilização, depois de derasa do que a. palavra. ç'o• referir-se à metafisica objetiva rém, em nossos dias, graças ao dos gregos e ao voluntarismo ro- progresso da eloquencia, basta mano, mostra como nessas clvl- ter-se o dom da palavra para. Jização a ação política de seus conquistar-se o povo•· . homens representativos, sobre- Pierre Janet, num de aeus ponrlo-se aos de..~entendimentos, estudos de psicologia, diz que se concentra na arte de dom!- "la langage n'est qu'une façon nar a vida. de commander". o que CICERO revela no pre- E é por isso que Cicero, fa- tor!o, revelam, de outra forma, !ando para o seu tempo e tal- os homens do poder, principal- vez ~ diminuindo multas vezes mente quando chega ao apO• diante dele, mantem a sua. geu O prestigio romano. Aí re- grandeza. através dos tempos, side o segredo do direito ro- falando com oportunidade pa,ra mano, que decorre da política a nossa época, prevenindo com de um povo objetivo e volunta- seus discursos os ambiciosos da rioso . prepotencia e os exploradores Quanuo a política se resolve da demagogia. T, I G A C O N T R A A L E P R A Campanha da Solidariedade Além dos contribuintes constantes da rela– ção anteontem publicada pelos jornais e que generosamente concorreram para a assistência social dos filhos sadios dos lázaros de nossa ter– ra, temos a mencionar mais os seguintes: Booth & Cia. (London), Ltd. Ferreira Gomes, Ferragista, S. A.................... . Banco do Brasil ........... . Lundgreen & Cia. (A Per- nambucana) ............ . Banco Inglês .......•...... 1'1.I. F. Gon1es .............. . Guaraná Soberano ........ . Shell Mex Brasil Limited .. . Cr$ " " " " " " " 10.000,00 10.000,ú0 10.000,1)0 2.000,00 2.000,00 1. 000,00 1.000,00 1.000,00 Logo que fique definitivamente encerrado o service de auuracão total do resultado obtido pela C-ampanha, continuaremos a publicação dos demais contribuintes e dJs que, por natural omissão, deixaram de figurar nas presente pu– blicações. . (2306 Inglês Particular Acabando de regressar da capital do país, o professor Sy– nésio Mariano de Aguiar reiniciará suas aulas de inglês, mi– r.istrando-as pàtticularmente, segundo a seguinte tabela: 200 cruzeiros ,!llensais por pessôa; grupo de 3 pessoas, 150 cruzeirQS; mais de 4, 100 cruzeiros por pessoa. O professor Synésio de Aguiar que ministrou ensinamentos de inglês às altàs autoridades federais e estadun,is, em nossa capital, ãura.nte o periodo de guerra, estabelece suas aulas à avenida. Assis de Vasconcelos, 173. VENDA DE UM PREDIO NO BAIRRO COMERCIAL drl'O A' p -- \ /13 DE :MAIO, N. 13V39. OFERTAS l'ARA C BANCO VL~:...__ fQ,

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