A Provincia do Pará 19 de Junho de 1947

~nta-feira, 19 de junlio de 1947 f.. PROV!NCIA DO PARA :tfgtna S ----- ----·-- ...... ----------------- DA SOCIAL MÚSICA CINEMA CASC D o S T lice Ribeiro no Teatro da Paz ANJO OU DEMONIO ~ ~eceu comigo, pode acontecer a qualquer um de v6s, pois la– '?U!.ite, -ninguem. está livre de desgraças assim como nin– -~.à impedido de ganhar ou perder no "btcho'; a não ser no d.e nO,o estar funcionando este jogo de azar. Depende, exclust– .nente, de palpites, saber interpretar sor;hos e presentímentos. Do c.Ontrário, tudo estará perdido e mais um fracasso será registrado e;n, nessa vida. Não era bem uma questão de palpite, devo dizer, o que provocou o r!ewstre de que fui vitima. Para evitá-lo, bastava-me descer o olhar dos céus, lembrando-me de que sob os pés existe alguma cousa de solido r1uz bem Merece nossa atenção. Permiti que vos informe que se olhava para o alto, naquele momento, não o fazia sob um impul: o poetico. Absolutamente. Preocupava-me um possível temporal. Estava escurecendo o céu, havia falta completa de transporte e a au– sencia do ridículo guarda-chuva. Havia a pressa, também. Dadas estas necessárias explicações, nenhuma dúvida pode restar em vosso espírito· sobre a necessidade de erguer a. cabeça. Repentinamente, senti o solo desaparecer, perdi o equilíbrio, estendi-me involuntaria– mente na calçada. Cair é humno bem o sei, como humano é riT de quem se estatelou no chão. Não sei qual o conceito que fazeis de mim. Entretanto, çcredíto que não me julgais capaz de, em plena avenida, por simples prazer, deitar-me no passeio, sobretudo no mo– mento em que paira sobre os mortais a. fatal ameaça da chuva. Não . Jamais serei assaltado por tão exquisita vontade e se desejos estranhos tenho sentido, covardemente deixo de satisfaz~-los. Qual de vdi não foi já apanhçdo pelo desejo de dar palmadas em lustrosas carecas e quem não teve vontade de empurrar aquele com quem an– tipatizou, à primeira vista, para debaixo de tem onibus ? Todos. Sots hipócritas, porém, e não tendes necessária coragem para confissões desta natureza. Falo-vos a verdade, e posso furá-lo com a mão direita sobre a Bíblia ou sobre o Alcorã~ que não me atire! propositadamente ao chão. Uma casca de mahga ou de banana, por determinaçdo dos deuses, devia aparecer em minha vida. Tém os fados destas cousas para comigo ·e eu não os reprovo. Amanhã ou depois, podem, àa mesma maneira, fazer-me presente de Dorothy Lamour e, entao, bO– nito vara vossa cara, que não acreditais nos deuses. Levantei-me e continuei meu caminho, indiferente às garga– lhadas que ouvi de desconhecidos. E o que estais pensando também eu riensei. Pensei mas fiquei silencioso. - M. .... ANIVERSARIOS n.ealizou-se ontem, nesa capital, o enlace matrimonial da srta. Sol Azulay, filha do sr. David Azulay e de sua espõsa, sra. Luna Azu– ~Y, com o sr. Nissln Azulay, !i– tho do ;;r. Jaime Azulay e sra. Rachel Azulay. A cerimonia civil tçve lugar às 16,30 horas, no pa– l.acete azul, e a religiosa, às 17 horas, no templo israelita, após a qual os nubentes recepclona– !J.l,ffi seus parentes e amigos, na r~sidência dos pais da noiv?,, à averiiàa Serzedelo Corrêa, 142. VIAJANTES E -FESTA NA ROÇA-- A Diretoria do Sete de Setembro Esporte Clube, tem a grata satisfàção ele convidar os seus associados e exmas. familias para com as suas presenças, abril:tantarem a Festa na Roça, que levará a efeito no dia 21 de junho corrente, em sua séde social, à rua Senador Manoel Barata, n. 5. A DIRETORIA Inicio - 22 horas. Traje - Tipico ou Passeio. Jazz Maçaneta e um conjunto de Pau e Corda. 2085 EMP EG DO Precisam-se de 2 serventes no Hospital "São Sebastião" - Ordenado, 250,00. 2120 A pequena assistencia que· acor– reu ao Teatro da Paz dia 13 p.p. teve a oportunidade de assistir a magnifica comprovante de que o que é nosso tambem vale multo. Allce Ribeiro, essa notavel ar– lista que já recebeu os mais ras– gados elogios da critica interna– cional, é sem duvida alguma a maior expressão musical do mo– mento no Brasil. Possuidora de magnificos dotes artiscos, Alice Ribeiro possue perfeita técnica, dicção purissima, interpretação espontanea que em– presta a cada pagina que canta um cunho de personalidade, fazendo ressaltar os mais pequeninos de– ,talhes, as mais diminutas nuances. Do programa magnificamente organizado, destáco; "Alleluia" de l\l[ozart, "Do not go my !ove" de Hagenan que provocou demo– rados aplausos da assistencia e que obrigou Alice a bisar a di– ficílima "Aria de Liá", da opera de Debussy "Lienfant prodigue", pagina que só uma grande can– tora de feitio de Alice Ribeiro po– de dar vida e beleza. No fim da primeira parte, Alice cantou de Mignone; "Improviso", bela pa– gina cheia de muitos encantos e sutilesas. Na segunda parte tivemos "Azu– lão" de Ovalle, "Coco Penerué" de Waldemar Henriques, "Madri– gal" de José Siqueira, magnifica joia musical que aliáda à poesia de Manoel Bandeira e interpreta– da por Alice Ribeiro constituiu um dos pontos altos dessa parte. De Mignon ouvimos ainda "D. Janaf– na", de Vlla-Lobcs "Vida For– mosa" belissima pagi:1a musical, muito simples e muito ::10desta, baseada em todas e quadrinhas brisileira, mais da qual Alice faz verdadeira creação. E ai.1da nessa parte de musica nacional ouvimos "Engenho Novo" de Ernani Bra– ga. Com a mesma perfeição com que Alice interpreta as dificílimas pa– ginas dos grandes classicos inter– preta tambem nossos composito– res, emprestando muito de sua gra ça pessoal ao ritmo e à breijeirlce do nosso "folk-lore ". Muito embora se haja comenta– do, depois do recital, que não esta– va bem enquadrada entre as ou– tras musicas a nossa musica, a assistencia aplaudiu calorosamente cada pagina interpretaaa, forçan– do em cases como "Vida Formo– sa" e "Madrigal", um merecido bis. Depois do ultimo intervalo ou– vimos ainda.: "Addio de Mimi" da Boemia de Puccini, "Majo discre– (Contlnúa na sexta pág.) "Luz de Gás" pela Cia. Iracema de Alencar Após o sucesso, ontem, alcan– çado, com a peça intitulada "A mulher que veiu de Londres", Ira– cerna de Alencar e sua compa– nhia de comedia levarão, final– mente, hoje, à cena. "Luz de gás", de Patrick Hamilton, um dos maiores exltos dos palcos estran– geiros. Muito mais e mellwr se poderia ter feit:o com o argumento dol "Anjo ou demonío ? " si fossem outros os r_es7?0;l-savefs pela sua pro– dução: diretor, cenarista e adaptador da historia para a tela. Conio foi feito, não chega a impressionar, embom tenha um ele71:co de va• 1or onde astros como John Carradtne e Bruce Cabott ficam C01l• drnados a papeis simples, verdadeiras "pontas" sem maior impof• tancia. ~ Otto Preminger, que produziu e dirigiu este filme da 20th C~• tury-Fox, talvez tenha se preocupado em fazer mais do que um st11r• ples filme policial, mas, de seu esforço, resultou, apenas, uma.~ dução regular, que se não entedia, também não atrae. O dir , , perde muitos metros de celuloide para defintr os carateres dos pe , - sonagens, mas, de um momento para outro, a historia descamba par!J as pesauizas de wn assassinato que rouba eio espectador exatam9: te a m-clhor figura da película.' E depois vem o epilogo a "~oque 1NJ caixa" sem que tenhamos a noção exata do que se pretendia fazer. Terá Ó diretor gasto tanto tempo somente pera fazer crescer o filTn.itl ou realmente pretendia realizar mais que :ima simples hist(!ria de., tetivesca? De um modo ou de outro andou mal Otto Preminger. Os artistas fizeram o que foi possivel, inclusive a meiga Alie• Faye, há algum tempo afastada da tela. Graças ª'? padrfio_ de d4· sempenlws o filme não satura. Linda Darnell, entao, constitue uf?i bom motivo para que se assista à pelicula . Equilibrada a sua Stel~. embora nada tenha d·e excepcional. Dos outros, Alice Faye ma~– tem-se com segurança, bem com-0 Dana Andrews, um galã sem mak>r brilhantismo, ma s correto ; e Charles Bickfurd, o detetive tli.o mal situado por Preminger. - • - ,. ~ ... ,v,, Entre os coadjuvantes Bruce Cabott, um dos amores ae Stellq; John Carradine, o professor espiritualistct, olém de seu se~reta~! cujo r.ome não nos 1ecordamos, do velho dono do bar e dtt trmd uc; June se destacam no plano geral. "Anjo ou demonio ?", produção 1945, de Otto Pre~itnger, par.ti 20th Century-Fox, exibitt no Olímpia, é a penas um filme regulÔ1, para vassar o tempo. - JO. --------- CARTAZ OLIMPIA: A's 15 e às 20 horas - "Carna– val de Estrelas" - Cr$ G,00 -– IRl\.CEMA: A's 20 horas - "Peripecias de lVtaisz" - Cr$ 6,00 - Cr$ 3,00 GUARANí: A's 20 horas - "Anjo ou d_e– monlo ," - Cr$ 3,60 - Cr$ 1,80. ?OPULAR: A's 20 horas - "Turbilhão em Argelia" e "0 grande prêmio" POEIRA: A's 14,30 e às 20 horas - "0 ninho da serpente" e "O capi– tão cauteloso" - Cr$ 2,40 - IRIS: A's 20 heras - "A ilha dos ho– mens perdidos" e "0 mundo tremerá" - Cr$ 2,40 - Cr$ l,:IO. SAO JOAO: A's 20 horas - "0 sertão de~ parecido" (5a. série) - e "Ó • nheiro não dá felicidade" MODERNO : A's 14 e às 20 horas - "Gilda" e "Alegre mexicana". INDEPENDENCIA: A's 14 e às 20 horas - "VIR sonho em Hollywood" e "A er– ga da 1:-rigada ligeira•·. UNIVERSAL: A's 20 horas - "A car(& cS,. brigada ligeira" e "Dize que A queres". VITôRIA: A's 20 horas - "Brenda reportcr", (5a. série) ; "A o destruidora" - e "Passare.!I!-' os anos". (Emprêsa Barros) HOJE-As 20 hs.-HOJ-E ESTRÉIA DA DUPLA SUL-AMERICANA - QUE TANTO SUCFSSO ALCANÇOU D01S ESPZTACULOS NO 'IEATRO PAZ, NOS SEUS DIFICEIB TRAB:ALBOBiE --- de TELEPATIA ILUSIONISMO

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