A Provincia do Pará 15 de Junho de 1947

.------, -arte-,--m- a-:f5,--me:r - ...... d""'io_n_a~l.- - ..... - - -ta-].... vez~ Ji inutil forte pr~tenda Entra-se na. cidade pelo Roo- destruir, com a sua derrocada, fevelt Boulevard, urna avmlda um slmbolo funesto de odios e omito larga, margeando o Oolfo desgraça.is ... 4o Mexico, e acompanhada por :Mas o carro corria veloz, mu- uma carreira. de coqueiros. Dls- dando o ce.1ario rapidamente. o tando 250 quilometros de Mia- sol, no poente, tingia a agua, mi, somente 144 quilometros a impedlndo-nps de ver a enean- . !eparam, ·entretanto, de HaVl\ll& te.dora variedade de verdes que • ó lugar, na realidade, é uma. diferenoJa o oceano do golfo. mistura de cubanos e america - Para traz ficaram as praias nos. Mais ainda, portanto, do loiras e os coqueiros tropieals! que em Miami, ouvimos ali fa- Para traz ficou Key West, ''on- lar espanhol e os restaurantes, de o sol ,e levanta e põe 6fll- oom o •• munu" ingles, geral- tro do mar" 1. .• NOTAS DE UM CONSTANTE LEITOR UMA GRANDE SE N SI B ILIDA D E Cândido Motta FILHO (Pàia OI "DIUlat .uaoc!ados") SAO PA'OI.O - Acaba de -.ir o primeiro volume da,.c; obras de Gilberto Amacio - "A ohave de Salomão e outros es– cjttoa", editado por José Olym- J)SO. . . B5te primeiro volume, abran– ,en.do conferencias e outros es• qrltot, cronicas e comt•ntarios, erttlcas e meditações, é, pc.ra mim o que melhor pode dizer da tl!lonomla. llterarla de Gilberto Amado. & cronicas, datadas itinda de 1910 e que aqui chegam a 1933, não 116 irevelám. através de olhos curloeos _e de uma in1P.l1gencia 1Util, os aspectos fascinantes do inundo em transformação co– mo um dos prosaderes maJs lu– minosos de nossa literatura. Não sou capaz de afirmar qu, Gllberto Amado seja um grande romancista. Acho a sua perso– naUdáde demasiadamente pre– potente e dominadora para im– pressionar-se na composição de um romance. Acho o seu poder · de a.flrmaçlo e de luta dema• atadamente forte para transfi– ·gurar-se numa autobiografia. disfarçada. O romance exige um~ porçlw de qualidades, como as tinha Machado de Assis, vivendo o ~gredo das almas alheias que! ele encontrava, na propria. al• ma. Nlnguem soube es-~onder-se tanto como o criador de Quln– cas Borba. Ele sabia tecer os casos, como ~abia revelar o que se pai;sava atrás dos bastidores dl),s almas, "D. Casmuno" saiu de suas mãos como um tratialho lavrado. A sua conclut:ão iden– tifica-se com o seu comeÇ') O tom de equilibra de r.omeço aó fim. Tudo é cuidadosamente ela.;. l :ior:i.do maliciosamente ela bo– ra,do1 ou meihor 4 maliciosamente n!~nte vivido. O retrato de Ca• l'itu, por isso mesmo, ape11aI de s~r trnç:1do dentro de um aca- 11:~:-.dv reen.nto burguês, é tão 11it,ido. é ·t.fo ~~do, é tão pal– pitnnte e emocionante. con.o o c1~ :tfatacha, dn "Guerra e Pitz" r'.:! Tostei. romance f',petaculg", cio t:;randci: "'~onteelmrm:;:;... ,, tc"·ivais angu:;~las. :7üo direi, com isso, que Ma– eh ~ :lo ds Assis seria o modelo e'::-·: ·o:nac:s!:tas Mas !!le con· ~t:~ ·· •. ('"'·"1 :"111 qu::1.ltclad:--; e fn.– ·Jh -~; ( 1 ~"::t t ""m ·1s:::-1m~nto, f.i:?r, l:1:1s · de sc:i temperamento, ser mu.itas vezes, um verdadeiro ro mancista. Esses dons não os encontro em Gilberto Amado. Cada vez que leio, sinto 0 me demasiada– mente perto de seu ei;plrito, e.s - tou como que 1Jentindo a r.m1. respiração. A sua prosa dlspen. isa intermediarlos e até os ~ene • !e. Ela vale por ~1 mesma, ful– gurante, às vezes paradoxa, mo.~ sempre 15edutora. E' que Gilberto Amado é uma grande sensibilidade, que reage ao. menor estimulo. Não preci– sa muito para que domine e r,e espraie. E apesar de seu fulgor literarlo, Gilberto AmaJo não é um retorlco, um fruto comum do parnasianismo do tempo de sua mocidade, ainda Eahorosc . A sua maneira de escrever é rica mas s,uténtica. Cad 1, adjetivo em seu lugar, ca.da cõr em seu ponto, cada valor com a sua medida. E' que cada frase ror•, reisponde realmente ·a um pen– samento. Escritor d:ihdo de urna lar– ga cultura, profc!:.or de Direito sempre atu.alizaclo, curiosidade cada vez mais curiosa, ele con– segue, a::;s!m, manter o seu pen– f;amcnto sempre em dia, mes– mo quando ele venha de 1910. Em 1!110, o mupdo ainda es– tava em pleno otimismo, acre– ditondo na "pai,: da tout prlx", nas vantag:ms do progresso cres– e e n t r .e, n a s v 1 r t u d es do conforto, nas conqtti~tas da ci• encia, no:; · milagres da técnica. A 1wte enchia dt: entusiasmo os grandes centro.; europeus e principalm:mte Parl3 que se in· titulava a Capital artlGt!ca. Sur– giam reinados efemenos de no– mes e de teorias. Cantavain os ultimos ·parnasiai:lcs, entravam em ·disputa os rt!'l.!lsta&, os im– pressionistas, os simbolistas, cs decadentes. Na literatura. os grandes no ·· mes levavam sua influencia por toda parte, inclusi·;é para o ~os– so país, através de espirita. Sur– rajoros que não temiam enfren– tar a pasmaceira geral a malí– cia pública e a descren.;:,. co11ta– mlnadora das classes d!rigen– tei; Gilberto Amado apanee nes– ~ - volume, com cs seu~ e5ertto~ desse temr,o. Figuras e aeon– tecirr,en.to3, P:,•,'o Bi-f!'eto. Eça de Queró~, I..tt!T. Pr:lf!~, , 011 $.e- coutlm'la na ot~va p.li ;,na) atlo nior, 11 o as duas grnndes óbras sobre noss& formação, a que nos ocorre comparar pela sua se!'ieda– de, erudição e alto signifi– cado, o livro I'l!centem,.nte pu– blicado por Carlos Rlzzlnl, sob o título "0 Livro, o Jornal e a Tipôgra.fia no Brasil~ (l) Aí temos, realmente, uma obra básica pará aferirmos do senti– do, do ritmo e da magnitude d« nossa construção naclo11al. lenta e dolorosa. não apenas t'O:r.o decorrencla de !ateres tco– nõmicos, sociais, raciais, dim:i– ticos, administrativos e histôri• oos, mas ainda - e esta é a originalidade da obr:i de Carlos Rlzzlni - pelo val(ar com que se processou a evolução de nos– sos meios inform:i.tlvos uue. Pstá claro, não foram causa única e exclusiva daquele nosso atra.:.:o. mas concorreram, em conjuri– qli.o com os outros fatores, 1'ara produzir os efeitos aludidos, em flleu conjunto. A tese, impllcita mais qo que f'X!)!!'eesa, da obra de Car!o~ Rl:!.zini, é precisamente esta, de Qtle á circulação das ,:,otic;as 11. lnform11.ção, constituem ele– mentos essencial~ do t.tabi.lho civilizador, e, apl!cada esta tese ao ca•o conr,reto do Brasil. te– mos a verificação do fato de que a sua prec:iriedade, o Reu atmzo. o seu desenvolvimento exclusivamente morosn éontri– rt!ir::i.m eflcnrn,:mt" para. o nos• ro E! trazo geral. Não há. dúvi– da de qn'l a tese é perigosa, e a refutação que logo ocorrerá a muitoa, será a de que, etet!va– P',('nte, os nossos meios de tn– fo,mação sempre foram lentos e atrazados, tnas que isso era consequencia natural da defi– cieneia dos meios gerais de co– m.unlcação, da vastidão do ter.. ritórlo, da repressão dos colo– nizadores. e que, sem a pre– existencia de outros !atores ta– voraveis, impoBSlvel seria que mais rapldamente se desenvol– ve.ssem os meios de informação Mns também é verdn.de que a imaginação, o esplrito criador, a curiosidade irresistível supri• ram em outras territs largamen– te as mesmas deflc!enclas aclmR. apontadas. através de m.11 !or– mas de circulação da noticia, as mais arrojadas e ori~inais florescendo exuberant-emente aqui e ali, as bolsas de noticias, a gazeta manuscrita, o "gaze– tier à-la-bouche·•, a carta-no– ticia, formas diversas de infor– mação que pobremente conhece– mos . Este relativo desinteresse pela informação entre portu - gueses e brM11P.iros, não se li– mitou aos primórdios da coloni– zação; mesmo de}lOls da ari'i· bada de P. João VI ao J;lrasil, mesmo depois do 11.p!l.recimei,.– t,; de rela.tiva abundancia de jornais entre nós, o ql.lf . nota– mas ainda é a ausenc!i,, de pre– oeupação informativa naquele,.; publicações e a téndenéia do– ,..,~,.nte para o jornall.5mo dou– t ·:ln;\ rio e retórico. Um tato que o autor cita. a propó~lto. é ror demais tiP,"nlflc:ülvo : a prccl:\· m::iç5.o da Iu,dependen~ia, /l,< margens; do Ip1rang1t, r..ão fo: not.ichda pela maioria do~ jura na!s da. éooca no Rio de Ja• ne!ro ! Er-t :suma. ~ informaç9.o. entre nós, caml.ihou sempre a pa~eos lentos, n!io somente em consequencla de fatores de or– dem objetiva, mas devl!!.o, à.Inda. ao que r,arece, °"mo que a cer– tas peculiaridades subjetivas de b~ti•lle!;:-o~ e portugu~.;is . Mas o J!vro de Ca·:\os R.iz • zin! não é apenas esta te5e, que uma 6lbliografia vastis~i: a, ex– tremament~ rica em dados his– tóricos, vasado tudo em estilo aristocrático, purí~simo e aF,ra– da.vel. Na sua "Breve História Geral da Informacão" temos uma. ·pequena obra ind,·uen.:len– te. que por sí só honraria ·o au– tor e serta su!iciP-nte para lhe conferir um alto titulo como M– tudloso do assunto. Mas ondP avulta verdadeiramente a obra de Carlos Rizzi:nl. ~ quando ele estuda a evoluç/lo ôo1 meios dê informação no Brasil . Temos, entr!o, o que ~e oude– rla éhamar de "A Hls!ória do Brasil à Luz da Difusão das !n– formações". o que de mais com– pleto, original e honesto · 1á se e8crevlil•l sobre 1t mi!.rcha c1a educac~-0. dit literatt1'. a e rl0 .1ornal no Brasil, através dos 400 anos de nossa forma~ão . Aoommmhamos • aí, a própria hlttória do pen~amento bragi– leiro, com a exibição dP- do.dos e documentos que nos autori:11am e nos forç0,m a rec-0nsiderar r.er– tos conceito;; históricos. l\ferct <'!e sen esclarecido liberalismC1 intelectual e sua honestidade de P.scritor, o autor irá hJ,;ez bem longe. para alguns. A tese de qun tem sirlo super-estimada a ar.i'ío c'a Comnanhh cJf .lesns nos temnos r,oloniais .lá a1.-r.n– rados nor out.ros au+o,es. é rP.– forçado oor Ca-rlM R\,. .,ini. rme caracteriza a Orden rle Santo Inácio eomo um "esbdo rn<rno Polita, complacente P. util\t:!>,r!o e ao mesmo temp~ s.11~0,véntt cúpido e imperialista.. fanatir.a– mente devotação à don-!n!l.,,ão astuta ou vlolepta. de tod:>.s as commienc1as, atividades e riq11r, · sas; Estado ágil e lesto. de– sembaraçado de cláusulas. ro– ros, capi~ulos e mortl!icr ~õo~. "um cuerpo de caballos ligeiro~" na definição de seu próprio Ide• al1zador". O autor adverte r~te êste poderio limitou os meios de informaçll.o que a seu r•· peito poderlamos ter: "De quanto aqui, fez, não sabemos senão o que lhe tem convindo que saibamos, certo ou errado" . Mas, partindo dos dados dis– J)Oniveis, o autor faz a revisão de um conceito histórico : Mo foi a Metrónole o maio~ obst~culo à difusão do ensino. da literatura, da informacf!,:, no Brasil, mas 11, Oo;npa"lhia de Jesus, e a 1espelto, ::nte<: dela, merecem muitos título, de glória outras ordens mais o::i"l– rosas, de ação mais fecu'.,r''\ . mas menos podero~.as e mal~ humildes. Na earact'l;:iz:,,ç;'fo c~c uma. grll,nde figura rl rt Ccmn;i– nhia de Jesu1S r,a Era~;1, o pa– dre Antônio Vi,•ii::>. lc-"" '.l Begulnte: "0 p:.C:ire Vi:~,:t. que absurdamente )'la~sa J10l' · pioneiro do ab::i1inionism0. niio somente instou pele. esc:-avidáo ne~ra de nn'l foi yealmente pio• ne!ro no Maranhão, como rus– tentou a vermelha". Resumin– do, não re devem e~quccer O! dcsserviços que a Companhia. prestou ao desenvolvimento dos meios de transmissão da pala · vra, escrita e falada, .. e Brasil. coffio, de resto, em outros pa1ses. que dela. tJveram de desvenci– lhar-se a certa ~ltura, afim de poderem marcha!' para a frente . o~ je11uitas, "em Portugal, ha– vi!trn encontrado a unfverl!ida.– de flol'escendo, as letras refor– ~as brilhantemente, o e~ino eclesiástico auxiliando a instrn– ção, o ensino pa.rticular inlci;m– do as suM hases e o desenvol– vimento inteleet11al levantandc, um largo vôo. Qut, fizerem c:es– tes elementos de vida ? Pelitrut• p;r u em gr u, a 1;,m estado e lgnorancla e servldi'l.6, do qual a história oferece poucos exem– plos ... " Coube às reformas pombali– nas em Portugal e no Brasil, abrir novo surto renovador e.o ensino, à. ciência t. ~ literatura . A informa.cão, sob :!orml\ cien– tifica, politlca ou literàrla. ga– nha, a partir de Pombal. almlm terreno, e:ia a~ns e "ºJ2tr1bu11 para a unificacllo do te,ritórlr, a identificação 'dos espir!tos qUe começam a voltar-se pera o ideal literârio de um Bmill ln– denendente. Mas aindn aí. es– barra a cruzada dos llbcrt.árlo~ com a tremenda insuficiência do~ meios de 1nformnç!l.o. lr.su – f1cienc!a que os isola de teu mais precio5o Aliado. t~to é, ,.:, próprio povo, tresmalhado • cegado pela ignotPncla dos fa– tos, prêsa fácil das 5ugestÕl!s da ordem domtnnnte quando quer desacreditar e v11!pend!ar os qu.e sonham com n. indepen– dencia. A falta de livros e jor– nalB, reponta na vida colonial. aqui e ali, o pa~qu1m, esquivo e sorrateiro, informante por vezes, mM que exerceu algUm efeito político ~obre o governant.e. "rrrudado à porta do ré1mlo de– mlmado do Juiz prevaricador e elo sacerdote deva~::o". ou o po– eta, satirico, qup, faz as vezes rle jornal, como Oregorio de Ma– tos. A not:icla, a informaç§.o qu" leva no bô.io a crítica ao ~over– _nar.te, a palavra da indi:ipenden– cl::t. a verdade que efclarece, es- _eonc1em-se no cochicho, no pas– aui11~. inicialmente, e, mais tarde. nas sombras p, na,. urdl– cl.m·:i s dR. cousnlraçáo d~~ aea– c'.2mi~ ~ literária~. e. em fe.•'3 já superior de evoluçãc, nas loja5 do1 pedreiros-livres , Co~',·ibu!cáo dM m!!!S inte– rP.ssant.')~ ao N•tudo de nMsos dia~ coloniais. é a de Carlos Riz– :'i:il, re!nt!va eo panei dM lojas fr:inco-rr>'ICÕ"l!ca~ n<1, lut.1 pe1a i-id,:n~ndànci:'I do Dra~il. "0:1 i:lmbolos e rito3 rlit z,-,ahon11rla <'"'Sra.tiva.- ou medil'\ 11 e1. m1mti– r1.os e halJHment"l 11tlli:-:::-.dos pe– los crlado:es da franco-mar:o– n~:i:l, oa m:3.rormrh 1•sp2cula– t.1,•a. ch:?,.,-aw.m a'.) novo M"'1dJ comp'.ctarnente va5los . Malh"• tcs, comr.:isrns e abóbadas, crráus e r,ist.-ério~. eram me,·a~ etl– qm;tn.s a ordenar e fncobrlr um ancf'io que. entornado dos inci– pientes clubes seçretos. só re– f""~rl~ méto!'!o e di'icrer,úi r.ara ati..,r-tir a méta. (.)u.ando muito. iridlcEJ,vam a so'!éla::ledade de outros rovos na. luh !'(eral con– tra, a. tirania elo E~tado e da JITTe.la: I•1h que, ndn:iíando-se fl.1 pecuitarlda1es locais. partia de um 1,1eal comum : a lioer . da.de" . E, mais tarde, esciare– cend\'l o caráter polftico-nacio– nalista que assumiu a maçona • rln. entre nós, escrever o autor : "Inic!ados pelos ma~o"~ po.-tu– guese:;, os bra~llefro~ ~ m1 êles ma;-charam até o ponto em que a liberdade amerleana se tras– ladou dn realeza constitucional para a autonomia polWca Ai de;mnlram-8e e em )'()UCO hos– t1Uzavam-se sem se fmportarem com ô prlncipi• 1:,á,sico do COJl'l– panhelrismo maçõntco. Nas véis– peras .da revolução de 181'1, os pernambucanos exclui1•am das suas _oficinas os irmãos relnós". A açao feeunda das lo! 1i; essen– cialmente política, vincn.Ja.11e na fase agitadora do clero, trans– formado1 os convenoo1 em fo– cos de luz e refúgios d~ aspi– rações li bera.is. Mas é com o jôrnr,;, meio ideal de inform&91o o agit.çio, qu11unca oom o - mn– dadOt" da fmprens& bras!leita". Durante trer:e o,nol, H!pólltó dn. Costa edit11 em Lcndres a sua tolha pugno.11, viva e temida, mas que, cm t,odo o ca~o, re– presentava ainda a in!ormaçãr. Ylnda de longr 1 inatual e defi– cientemente du,trfbulda, entre poucos. Ei;t1wa, todaYla, lan– çada e. :sément,t do jorpalismo brasileiro, qite deveria. fiorl)scer com e"'-ubel'll.nda na Ir.depen– dência a11r;ul'n.lndo desde logo grandé e Importante papel po, Ütlco e rociàl : ~Lançnhdo às ruas o cauto privatlsmo dos cl1t– bes secreto~ e das lo1s.s maçô– nicas, e assim intereua.ndo na causa pública os timidoR, os mo– rigerndos e os indlt~,.enfoE, o jot-.afümo brasileiro de 1821-22 exerceu ta! influencia nas trans– rormaçõe~ encctadns com e. re– voluç~o do :Porto,-que tendô sido o prtmeiro dos set11 efeitos. converteu-se em inst~wnento p!asmador de rodos oi; outros -:-– Os màls sérios da história do mundo lusítano" . · Ferreira t!.e Ar3úJo, Ledo. Ja– nuário, Soar.é!! L!aboa, Luiz Au• gusto May. Venalic!o, Lopes Ga~ m11,, Montezuma e Batista Gon– çalves prolongam e engrande cem e, iniciativa de Hlpóiito da Costa, lançando, j,, então, os fundamentos da imprensa brasi– leira, ainda não de todo ll"re, ma~ podendo existir e penni· tlndo que a informai;ão, a no– ticio.. sufocadas e· acanhadas no cochicho e na i,ree11,uçlo- dos clubes secretos, das lojas mac;O– nicas e das conspirações, se dcs– pe.1e nas ruas e se misture ao povo. Impossivel, dentro das limita• ções de espaço de um simples artigo. fazer mais do que um bosquêjo áa estrutura e d_a fi• t:ionomia da obrR. me.gnlf1c& <:: duradoura de Carlos Rlzzini. Contribuição de vulto. das mais expressivas, ao estudo dii, nossa h!$tf>r1a. "0 Livro. o Jornal e a Tli:ografia no BrMil" é um livro que f!c&rá. Nosso mais sincero e honesto tributo a êste trabalho será à expréssã.o do 1110.!s profundo respeito por obrn Mo insigne, destinada a mar– car époea entre os mais -iltos estuC:os da fo:·mação brasileira. ARTES E LETRAS LIVROS BRAi;J;LEIROS EM LONDRES Foi inaugurada, a 21 de maio último, em Londres, uma expol!i– çAo de livros brasileiros, ofP.re– cldos ao Brlt!11h COU!'lQ!l pelo Instituto Nacional do Livro. A referida exposição, que .abri1.nge um total de '100 volumes, t>stá locàl!zada em Caning Hou$e, o bairro latino-americano de Lon– dres, e !oi prestigiada com a– aHlstencla direta do nosso "m– baixador na Inglaterra, que à mesma ofereceu quatro livres de sua propriedade. Prossegq,e as• sim o e:icritor Augusto M,_-..yer, Diretor do Instituto Na.cional do Livro, a SU!t excelente obra de divulgação da cultura bras!le!– ra no exterior, através de rea– fü:ações que muito recomendam a sua admilll~ração perante os e.scritores e intelectuais do pais. A propósito de Aurusto Meyer, que é um dos mais I\CUdos en– salstas que possuimo5 hoje em dia, a Livraria,. José Ollmpio Editora anunci11. para breve o aparecimento de /,. Sombra dA Estante, estudos crftlcos sr.>bre rranc1e, figurai, da. literatura brasileàa I catranplra. nenhuma mú er. Como pão da• ria. já.mais sua harmonia nem a f@rma de seu coroo. Poderia 11.paziguar ·uma mulher. Mas " sua prooria paz esttanha, ele não dariá. o sino da estar·ão tt,cou nnun– dando a partida. Pêroou en– trou no vaglí,o sujo. dispõt: 11 valise Eob ó banco e, quando ri trem partiu agitou-se feliz olhando nara os lados. Em breve eairam da zona da· cidade e en– traram no campo. Continuava a chov('r, a ten-a ensopada pare– cia triste com ag arvores escu– ras. O carro estava quase vazio. e, de dentro do ruido adorme– cido das rodos e do vento chovo– eó, pro!segula calmo nese fim de tarde. Perseu bebera dois calices de vinho do Perto para não se resfriar, pois continuava a ser minucío,ro quanto à saúd~ e aos exerc!cios. Oom o alcool no coração, sentia-se um pou– co bem dttnai~, e quâlle inquie to. Tinha a impresa!lo de ter um rosto· escuro e crescido e pa– recia obscuramente satisfeito eom 11100, Passava a n1ão peis. superflcie daquela cara mons– truosa e quente e aplicava seu mal-estar excitado em c<>l8&s concretas: olhava cada objetê' do vag!o, emprestando-lhe um contentamento sombrio. No car,.. ro cada pessoa sentada tinha sua propria Cf,tra, externamen• te visivel à luz tt·a.nsmutada d.i, tarde. Cara era o nome peru:ou com prazer e desassossêgo. Seu pensàmento era apenas o rit– mo de.s rod&S; ele tinha quase que só 11, formo. para um pensamento extraordlnario e não o pensa– mento e i~ro o exaltava - cara é uma coisa, corpo é outra vi– nho no coração é outra. Embon ele se sentisse todo inteiro e singularmente perfeito com o lmpermeavel no trem. começou por olhar uma moça vulgar .e grande. Parece uma flor, pen– sou, ele agitado. -Ela disp,mha de olhos redondos, vnzlos por– que estava sozinha; não se po– deria dizer se alegres peneati• vos, atentos ou tri11te11 - eram olhos frag!Jmente fisicos e ven~ do-os alguem dividarla de que eles pudessem olhar. No en– tanto batiam palpebras com ci– llos ralos e pareciam comer o ar com delicadeza. De repente Perseu pôs-se a gostar deles com obstinação e prazer. Os olhos pousavam sobre um nariz e;rnn– de que respirava com certc es · forço - a moça eatava gripa– da. O nariz alto deixava desco– berta uma boea pintada, gros– sa. Toda aauela. cara era exte • r!or, uma flor a ser tomaqa,. velo-lhe mesmo o desejo. o ti– po de cabeça pesada o.ue se pe– garl11, com ·as duas m!cs e que se olharia com inutll sir.cerida– de - daqu~ a pouco pensando em outra coisa, só com o ob– jeto fatigante nas mãos, por– que era imposslvel concentra– se sobre aquele rosto de corola. Perseu l)Õs-se a imaginar em como seria dificil conhec~•la porque ela mentiria - msl a toca$Se, ela ae feeharil\ toda em mentiras e sonhos, ficarl1t in– ta-essante, diria de como ti– nha tantos pretendentes. de co– mo sua familia estava bem de vida. de como ela propria era i",Ças a Deus cheia rle ~aú– de, e ·mesmos de como era vtrrem - ele teve uin munnmic, de aa– tlsfaçlio M ver em que ponto estava a sun propria, experiencil!. e ao imaginar quê tlngirlà acre~ dlt&T em tudo. be1Jan4'-a en- ARTES E LETRAS ULTIMAS EDIÇõES DA LI– VRARIA JOSE' OLIMPlO O MotTo do vento uivante, fP.moso romance de Emjly Bron– te, em nova tradução de Raquel de Queiroz, P.presentado na Co– leção Fogos Cruzados. Neste ano de 194'1 al!ás, comemora-se o ptimelr~ centenârio da pubüca– ção dessa extraordinária histó– ri!l. de amor, cujo sucesso parece aumentar c'.)m o decorrer dos tempos. Antes do por do sol, ro– mance de Elizabeth Howard, traduzido por Wanda Murgel de Castro. Belo romance que é um pedaço da vida de uma peq_uena cidade americana d::i século pai;– sado, e que está sendo filmado pela Metro com Spencer Tracy no papel principal. Antes do por do sol, que constituiu no11 Estados Unidos um legitimo su– cesso de livraria, obteve prêmios literários no valor de 3 mllhõea de cruzeiro oferecidos pele. Me• tro e por Doubleday Dorah, fa• mosa cnsa editora novalorquina. Vivos e Mortos, estudos críticos de Agripplno Grieco. contlnu– ando a publicação das suu Obras Completas, que abrange– rão um total de 11 volumes for– mato grande, em excelentes apresentações gráficas. A famí• lia B.-odlc, 4.ª edição do popula• rissímo roma.nce de A. J. Cro-, nin o vitorioso autor de Anos de ternura, um dos maiores su– cessos de livraria neste ano de 194'7. "Anos de ternura", o ultimo romance de A. J. Cronin, que Raquel de Queiroz traduziu pa– rJt a Coleção Fogos Cruzados, e que o cinema aproveitou atra– vés de recente filme da Metro, exibido nesta Capital e em S. Paulo com o maior sucesso. "Ho• mens de Minas", reminiscenclas e perfis, de Pedro Rache. "Noi– tes de New Iorque", romance de Faith Baldwn, que nos coloca. em cheio na agitação e na gran.. dcza clclopica da gigantesca ci• dade norte-americana, eterna. fascinação dos homens de todos os países e de todas as condições os países e de todas as condi– ções. "Vento leste, vento oeste", romance de Pearl Buck, admira– vel narrativa tendo por cenarlo a velha e misteriosa China., que a autora tanto conhece e ama. segunda edição, tradução de Valdemar Cavalcanti. "Tempo dos Flamengos", uma das mais significativas e poderosas es– treias do ano, de José Antonio Gonçalves de Melo, Neto, que nessa obra estuda a influencia da cultura holandeza sobre o nordeste brasileiro, através de riquissima documentação iné• dita e de magnifica interpreta• çãô sociologica. O livro prefa– ciado por Gilberto Freire, apa- rece na Coleção Documantos Brasileiros e traz varias ilu:;;tra– ções. "Tempo dos Flamengos", como escreveu o ilustre autor de "Cas11. Grande & Senzala", é a revelação de um dos mais belos talentos da nova geração de pesquisadores brasileiros, e uma obra que se pode considerar quase definitiva no assunto. (Da I,,ivraria José Ollmpio Editora). J>ro~ma1 Eàiçõca

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