A Provincia do Pará 08 de Junho de 1947

,welente tr&du ão de V:mtl Murgel de Castro, em todas livrarias do país, pelu me na é– po~a em que o filme . tiv sen– do exibido entre nós. que holan- d zcs fizeram a •· 1.•• Mlnmi, J1mho de 1947. p . ne e po 11 pal(1U' po ula, intelramcnt por - ao, 1;015 os mu~lcais. Minha pró– pria familiaridada cop. os cla1et– c05 da orqustra foi adquirida CARLITOS Antes da ~r olnematogrnfton, p ra descrever 0/l mais diversos e variados estado d'alma, os mais comp1icados complexos numa– nois e 01 recalques psicolóJ!cos da sociedade, su vam os ante– ce560res de Freud e os predeces– &0res de Balzac em toneladas de tomos beltselerianos, por muitos adquirid.011 e por tão pou– cos compreendidos. Depois dess s primitivos pes– quisadores do espirita e da men– talidade do,~ homens, veio a éra da . fotografia e mais tarde do talld . Por voltas de 1889, isto é, ex - tamente em 15 de abrll deliSe ano, nascia em Londres, no mo– desto e quasi misertveJ bairro de KennJ:ugton, Charles Spen er Chaplin, filho de Chade Cha– plin, humllde ator de "rnuale hall" e ~crença Rarley, tam– Wm artistas cantora de "cab:1- l'CU" mode5tos, Charles Spencer Chaplin - Carlitos - que m 1 tarde viria revolucionar a o.rte cinematogratlca sintentlzando em gestos e esgares comicos te– d a trag1-comédll\ dos eternos tre.caeaados. segundo Ma.noel Villegas Lo– pez, o seu melhor e maior bio– grafo, Carlitos ingressou, a prin– cípio, no teatro, na idade de 14 anos apenas. Mais tarde, já aoa dezenove anos, Chaplin perten– ceu ao vaudeville. E' ne~sa éno– ca que regressa a Londres seu irmão Sidney, depois de longa e venturosa viagem em torno do mundo. E o mano lhe fala de um pafa fabuloso onde todas as possibilidades humanas são pas– siveis, onde, finalmente, julga se projetar um renascimento incrl– vel de idéias, de aventuras, de cogitações, sentimentos e proba• bilidades inconcebíveis em outros climas - América ! E é justa– mente nesse instante que Kn.r– mo, seu companheiro e quo,t empresário, convida-o para uma «tournee" aos Estados Unidos. Em 1910, em companhia do amigo e Stam Lurel, (hoje co– nhecido como o Magro, compa– nheiro ele Hardy, o Gordo), com 21 anos de idade, ele p::,,rte para cs Estados Unidos. A sua excur– são, que se reveste de amplo su– cesso, multo embora naquela ocasião fossem seus films relati– vamente medíocres como tam~ bém as personagens que encar– nava, estende-se ao C11,nadá. Carlitos ganha muito dlnnr.iro e, abandonando a arte, dedica– lie à criação de porcos. Alfrado Reves, seu ernpre~l,\rio, fa-lo desistir da triste jdé1a e acon– seH1a-o a adquirir uma camara. I! filmar as $UM proprins pan– tominae. Vit.oriosamente, re– Jr:cssa a Londres, exibe-se em Paris e volta novamente aos Es– tt&dos Unidos em 1912. Justamente naquele ano Mack Snett organizava uma compa– nhia cinematográfica, "Keyrto– ne Comedies ", para explorar co– médias nas quais, de preferencia, Theogene s LIMA (Para A PROVINCIA DO PARA') ridicularizassem policiais inex– pertoa e atrabillários. A' cata de um ator que mais se pres– t ao,s papeis que idealizara, ncontrou finalmente Carlitos que, nessa • 11\o, se encontra– na Pen llvania em compa– nhta de Kumo. O comediante Inglês muda-se para Los AtlieleS e lá, depois de algum tempo, percebe o fraci>.sso das comt!dl de Snett. F..ste rnsolV&' balx r os antenados de Carllt;os feir p a a Keystone rnico vai aos trlblmals e tem sanha de causa. Exige que seus trabalho1l sejam dirigidos por st próprio e assim dá iníc1o à sua brilhante e vitoriosa carreira com " anking and Living". O rlltos íez para a Keyistone mats de quarenta f!lms só no ano de 1013. De là passa-se para 1\ Esi;anay, onde lhe pagam dez vezes mall ai surge o seu pri– . ctro trabalho mais substancio- so, "Hill new job" (Seu novo ~mprego) . Depois disso começa a "dei; abrir" astros cinemato– grà!icos até então desconheci– d , Ben Tw:bim, terrivelmen– te estrábico, é 11m do:, primei– ros. Mais tarde Edna Purviance, a melga e feliz vendedora de flo– res, cega, personagem central ão seu filme de tão grande sucesso "Luzes da cidade". Entre as obras primas de Carlitos. desta– cam-se, entre outras, "O campe– ão de box", "Uma noite no rnu– sic-hall", "Carmen", terrivelpa– ródia à conhecida opereta, últi– mo filme feito para a Essanay. Chaplin já. agora disputadis– shno pela Paramout, Universal e Metro, aceita o contrato fabu– luoo da Mutual Comp::iration para fazer 12 f!lmes em dois anos por 670. 000 dolares. Com isso, torna-se, naquela época, o ar– tista mais bem pago da Amé– rica do Norte. Nessa famosa empresa cinematograf!ca, filma "O fugitivo", "O vagabundo", "O falso conde". Depois da guerra de 14, Carlitos filma para a Firts Nat!onal com o célebre contrato de um milhão de do• lares, oito peliculas em de– zoito meses. Nesse mesmo dia em que assina o contrato, ca~ :,a-se com a celebre atriz M!l– ret Harris. Logo após adquirir l!berdade para produzir seus proprios filmes lança com e:i,:– traordinario ê:'(!to películas de longa metragem, "Vida de Ca– chorro" e "Ombro armas". Em 1919, os grandes nrt!stM então em voga iniciam um mo– vimento de rebeldia co.ptra 01, magnatas da produção ç!nea.11ta. Chaplil\ desliga-,se da. Flrst e com Douglais Fairbanks, MarY Pickford e D11-vld W. Gr!ffith, org11,niza a United Artlsts que ~stá fadada. a. grandes sue~sos. Há por essa. época uma situa– ção desagradavel na vida amo– roso. de Carlltos. Procede-se o seu divorcio de Mlltred, o que lhe acarreta. enormes dissabores. Anos m ts tard , "d obre" o prodigioso garoto Jackie Ooo,an, corn o qual f!lma "O Garoto". De volta da Europa filma em 1921 e 1922 "Dia de pagamento" e "O Peregrino". Depois desses grandes suces- 11 do cinematosrafo america– no decide-se a trabalhar por conta própria e reafü,ar afinal o seu grande sonho de artist11,, tal como o deal!zou, E expõe juntamente con1 Adolfo Menjou "A woman of Paris", que levan– ta entre os criticas tremenda ce– leuma pelo seu método revolu– cionário empregado na técnica e no próprio enrrego, muito embo– ra fosse o filme extraido de um dos seus mais famosos roman– c:!s, Com 39 anos de idade Cha– plin atingia o climax da sua carreira com as duas formida– veb produçõe;; "Em busca do ouro" e "O Circo". :Novo inter– ludio amoroso. Carlitos ca.aa- se com Lita Grey de quem divor– cia-se pouco tempo depois em ruidoso procesco. Em 1029, apesar do suces110 rio cin:m1a f :tln.do , Carl!tos JU!\n– tern-se "casmuno" de:tnte do to,lkle e continua a nega-lo - Declara ele em unia das suas entrevistas : "A vos destro! a fantasia, a poesia e a beleza do cinema e das suas personn– &ens. Eles s:ío seres de ilusão e 11ua natureza deriva p!'ecisamen– te do silencio cm que vivem. Eu, cie minha parti!), jamais fa– rei minhas personag:::11s !alar, ncr.i a nenhum dos interpretes <\e r:1in~n cbra, po:qne tudo isso ó ridículo e ab~urdo". Mas vem "Luzes da Cidade" em que Cal'– l!t'.l3 permite a introdução do sem, a.penas como motivo e6- mico, do que como uma nega– çã,o às suas afirmativas. Em 193G vem "Tempos Modernos", de indiseutivel êicito, filme €m que apresenta a :ma nova des– coberta - Paulete Goctdard, com quem se casa, mais tarde, em Cantão, divorciando-se pou~ co tempo depois no ).ll[ex!ço. Em 11 de setembro de 1939, um dia após a declaração de guerra dos Ei,tados Unidos à A,lema– nha d11. início ao "O Grande Ditador ", que é estreado com enorme êxito em 1940. As últimas 11ot!cj11,15 sobre Cnr– litos chegava-noi; de Paria, onde qn companhia de ~bert I<'lo– rev, filino.va "Monsieur Ver– dÓµx ", inspirá.do na tragédia d& L!!.miru, iõeia partida do gFande ()rson Well:1, segutide aon~ta Wells fora convidado por Cha– plin pafa acom.p11,nha~lo nf!~Be filme, mas, motivos indtpenden– tes de seu desejo, prlv!l,l'am-no da colaboração do famo1m artis~ ta americano. O último sonho de Carlitos, aliás o sonho que o perseguia, era fal!:er um Napoleao à sup. moda, pos8ivelmente uma tre– menda sátira ao Príncipe dos Ditadores. Infelizmente não lhe (Contiua na. oitava pa.g.) m r , o Q\leta, como rn. "Nanry Lee" pu tempo em que era marte- 1 da todos os piano da ruit. o eamo acontece c01n as três maiores sinfonias de Mo~art. O Já esquecido Haydan, volta à circulação. A musica cal. lca es• pal~a-i;e por toda a parte, tan– to 11011 ca ebr s como nas pra– ças públicaa. tudo isso se deve ao rádio. Reconheço Jsao, }'orque pre– tendo rtticar a B. B. e. e l1ão quero ser tomado por um Filici• teu lncon&eiente da revolu o por ela causada. Somente aque– les que, como eu, são b nte idosos piira recordar a Londres de ante& de rádio, pod m ter uma idé1a do que llle devemos. AS IRRADIAÇõES MU ICAI PRECISAM DE CRITICA Não quero entretan ,o dizer que a música de rádio não esteja menos necessitada de severa crítica do que as execuções do seculo XIX. Pelo contrario tais críticas sã.o de importancia na" cional. Els a razão pela qual estou tentando a voltar por mo– mentos 11,0 meu antigo "µietier" a fim de 0.oontar certos detalhes em que a· B. B. c. às vezes falha. Suas piores conces~(jes ao r,es– simo gosto popular, real ou ih1a– g!nar!o, são horriveís. Afasto– as tão depreSlla qve nem posso condena-las. Protesto, porem, contra a idéia de que, pelo fato de existirem pessoas vulgr,res cujo mau gosto extB'e que todos os inst.rumentos de sopro te– nham de ser abaixados de tom para agradar-lhes, a música d rádio se Ewilte a uma propngan– da mw1ical desonesta. Conheço a origem dess~ mll.l, pc-is quando eril. membro e:i.– officio da Diretoria da B. B. C. e presidia a comissão da Lin– gua In~lesa, advertil CJUC se de– veria tcmar o maior cuidado com o que era chamado de pro– grama de "music-hall". A co– mis::;âo horrorizou-se. Choca– rnm-se com a :rnJnha proposta de fazê-los entrar em contacto com a baixa classe de onde Eai– am nossos comediantes de 1:nriz vermelho e música de instru– mentos exóticos. Contra esse snob!smo nada pude fazer. Dentro de suas atri– buiçõe11, a Comi.,são era exce– lente; mas eram acima de tudo senhor2.s e cavalheiros, e não se misturariam de mago algum com cabotinos e politiqueirós. O COI\ll'ASSO E O RITMO ERA.IH SEGREDOS no SUCESSO Mais tarde, no entanto, mu– daram de idéia. Os associados mais anti;;o 11ubjul!'rtdos ~o en– t'.'anto das cantoras de "musie– ha.ll ", como Marie Lloyd, ;Be11sle Bellwood e Vesta Tilley, qulse~ ra:m res.suscitá-las irradiando 11uas canções. Ora, essas can– ções, com seus ruidos interca– lados, não eram apenas vulga– res, mas tão tolas que dificil– wente se entendiam. E a B. B. O. incorreu M engano ofensi– vo de supor que Q segreda da sup. popularidade residia nessa. vulgaridade, embora um pouco de ponderação os convencesse de que raparilJRll tola.s· e vulga– res · podem 1er apanhadas na rua por poucos xilins por se– ma~1a. Stu verdadeiro encanto, en– tretanto, consistia na entonação e ritmo tão perfeitos, qMe se tornavam irresistiveis. Quando Marie L.Ioyd cantava: "O Mia- qu . o pa;<:o 1,e1Ja o seu agenk, 1111,o traria seis pen– ces pà.ra a bilheteria, mas tam– bém ela cante,va com perfeita entonação e ritmo, Chlrgwin ganhou seu i;:alário, não por sua caracterização co– mo ó Kafír de olhos brancos, ou por usar uma lata de que– rosenr com um barbante por Stradivarius, mas por seu ou– vido infalivel, ouvido que sem– pre o conservava no tom justo. Sir Harry Lauder, ainda entre nós, triunfou, não pelo seu acen– to escossês, mas por sua linda voz. As falsas Maries e Bessles esforçaram-se o máximo, mas sem sucesso, para serem vul– gares à moda "cokney" e jul– garam aceitaveis suas canções. Mas fracassaram. SEU ACOMPANIIAMENTO, E' FACIL DESAFIN:..\R Transportemo-nos aos clássi– cos, nos quais essa idéia erro– nea tambem transparece. o que significa cantar ou tocar de mo– do afinado ? A maior parte das pessoas que cantaam ou tocam, podem fazê-lo passavelmente com um piano ou orquestra pa– ra acompanhá-los e mantê-los no diapasão. Mas entre isso e c11ntar em compasso há gran– de diferença. Experiencias levadas a cabo por físicos demonstraram que se dois instrumentos estão afina– dos na mesma escala, e um de– les gradualmente se eleva QU abaixa, os ouvinte a principio não percebem a variação, e quando o percebem não concor– dam a respeito do gráu de11se. variação. O resultado dessas di– ferenciações é que, quando um conjunto de pessoas que cantam a.finada, mas m<!i::Uocremen~. não é acompanhado por uma orquestra ou órgão, e põe-se a cantar motetos, madrigais ou cançoneta11, fazem o mais desa– gradavel dos ruídos, por que cantam todos em diferentes tons. A circunstancia de serem as diferenciações muito menores do que um semi-tom, ainda aumen– ta a desarmonia. Experimenta– dos individualmente, entretan– to, todos eles podem cante,r de maneira afinada, e são escolhi– dos, até mesmo em idade avan– çads_, e com vozes fracas, por se– rem bons leitores de música. . E por deficientes que sejam S!lUS desempenhos, são suporta– dos porque supõe-se que a mú– sica, sendo antiga, deve eer orl• ~ina.l. TOCANDO EM ESCALAS DIFEREN'.l'ES Além disso, não tocam todos na mesma escala. Joaquim e Sa– rasate, os maiores rebequistas do seu tempo, tinham cada um de– les, re11pectivamente, uma e.i– cala alemã e outra latina. Se alguma vez tentassem tocar em uníssono, acusar-se-iam recipro– camente de desafinar. A B. B. e. no entanto, pa– rece ignorar tudo isso. Desde que seu coro pode cantar hino$ é antlfonaa de m()do a.oeitavel, acompanhados pelo órgão, ela julga que SQ d• o mesmo com os motetos de Byrd ou OrlaIJ.do Lassus. Leva anos de prática p11,ra treinar um ~rupo de bons leitores de múslca a cantar em collJunto afinadamente. Só de– poja qWt o ma.ra.v!lhoso cor9 ale– mão de De tange nos vfsftou, há. c!nquente, anos atrá.s, é que escutei os tesoufQs da música or– questral do décimo-quinto sé– culo agradavelmente executado. oaacastmg··. o m1crorone revela todos os segredos dos cà'n– tores e ''.speakers": o meio de onde saíram, os "eoktails" e as recentes refeições que enguli– ram, SIJ.as idades e muita coisa (Coutlu. na oitava 'pai',) o caso Pela plrmeira vez um poet'l alem'&,o ousou apreseutar rio palco os problemas da Alema– nha de hoje. a situaçã.'l do pais ocupado, a luta pela o.empre invocada e raramente rc,alizada "desnazificção". ll: Er.1est \Vie. cl1ert que, na sua nova peça "Okay", empreendeu a tarefa. Ninguem mais indicado para o mister do que êle q\le ced1J setor– nou, no mundo mtekrtual, o porta-voz de. resisténcirt anti– nazista e que demonstrou a co– ragem cívica que a 1>:.1tos mi– litares da mais alta patente faltou. Foi como um fana.l aquela. alocução que, no. primavera ele 1935, dirigiu aos estudantes de Munich e na 'J ial em meio da florel!cência do uizismo. anun– ciou a c:,.tài,irorr) q,ue se estava. aproximando elo:, país. Referin– do-se à :1d, trt.ência que. dgis anos antes, 110 prmciplo do fu– nesto regime, endereçara à mesma juventude, exclamou: "Pode ser quP um povo ces11e de distinguir entre o direito e a injustiça. Mal tal povo já ~ acha num plano inclinado e já se lhe traçJU a lei da q1,1édí:.. Pode ser que ganbe a. glória d.e gladiador e erija na luta u'a moral que i,e pode denominar moral de boxeur. Mas .Já se le– vantou diante desse po ,•o a b'a– lança, e em todas as P\1-r~dê~ aparecerá a. mão quo escrêva em letras de fogo". Neste discurso profetico 1!' exprimira suas dúvidas de J.Xi• der, em próximo futul'O, fafár de novo p.,o s,:,u auditório, e, de fat.o, passaram mai:J de cl~.., anos antes de conseguir o poeta, em setembro de 194n, ~pós a quéda com tanta precisã:o pqr êle predita, apresentar-se mais ú~e. vez ao público ale~. Com uma v!. Jlencia que desper– Ü>u raiv011a oposição no p~is ainda não curado, 'erretegµ riebse . discurso "aque.;t banqo de ladrões e salteadoies, de analfabetos e imbecis, de ebriós e aventureiros, de carrascos e asllasslnos que celebraram as s)ia3 orgias enquant.o O povo morria de fome". Ao mesmo tempo, de.i a mais completa caracterfatioa do cn'é– fe do bando que jamats se tt– nha ouvido. "Um dia entrara r.~ casa. desse povo um est,,sngeiro, um gatuno boemio sem ronhe– oimentos, sem saber, :~m cµl" tura, ~em caráter e gosto .Jbse– dâdo apenas pelo sombrio ódio de 13ervo contra, o dono do par- – v~nu contra a nobreza de tra– dição, obsevado pelo ódio do primitivo contra uma :.relha raça, dotado de todas !Ili quali– daàes do d~magogo, diletante ein todas Rl'l ciências e artes, :meDQi a. arte do mal, um cbar– laMc !;Cffl ~ • aedlda, um mentiroso e periuro que cada vez maii penetrava nos dominios da loucura • do crime". :;....e,...._,:._,:,;_ nortista, que é nossa. Do palco paraense desapare– ceu, há dias, Carlos Campos, e, com êle, o último ensaísta espirituoso da ribalta r:abôcla. Tú, Jacques é que ficaste, com o iacuman. nreso pela per- pfosseg1,1indo a, publicação das Obras Completas do genial es– critor russo. Prefacio de \Vilson Martins, ilustrações de Marta Shidrowitz, tradução de Costa _Neves. (Livraria José Olímpia Eà1tora). alemão ·no palco Ernesto FEDER (Para A PROV!NCIA DO PARA) Mas agora, Ernest .Vleehert, profundamente convenrido do dever que cabe ao poeta no reerguimento do país degrada– do, levou ao palco os p .oblem&s morais e poHticos da hora se– gundo o aur-usto pem:ament-0 do jovem Schiler de dever ser o ttatro considerado um "Ins– W-:.to Mora~ · N"ssa "Comédia t:rm", como o aut.or sua pe9e. c\~i\Cminou, cuja ação i;e de- 1,enrola no ver0-0 de 1945 numa cidade do Sul da Alemanha, qua~e comp.etamente destruída, êle dá como que um corte tra11sversal da mentalidadl do povo alemão, condensando nu– ma familia só as dive~sas teh– dencias que ::;e opõem no ·pâis ocupado. O pai de ;amilía, o jorn11-lis– ta. Gunther L,Jbedanz, aliar·a-se ao Partido, após sua ::mbida ao poder, não tanto por :profund'a convicção, mas por oportunll,mo e pela sati~fação que a fraseo– logia ôca da Swastica ofereceu ao seu temperamento sem11re mais inclinado para a., pai~– vras sonoras do que pa1·a o ra• ci<fcinlo sobrio e são. Escrúvera seús pomposos edit.orfa1s a~– ri'âs em pequenas :lo 1 ha1 de pouca difusão de modo que, fe– lizmente para êle, não se in– clu!a entre os mal!i notórios re– presentantes do regiml?. Silen– C!!lndo no quu,tionário tocl,os qs fá.tos que lhe poderiam rJfiçuI– tar a situação, eonsegu!u lúdi– bi-le.r as autordades e ser riQ– tpeado :redatvr chefe da "trei}e Deutsche Zeitung". fundada na zona amerie'!>na, recebendo os c1tmprill}ento~ corddia!s .do cp– ronel Mac-Lar!!: "I con~_attrl)• te you, sé, já um bom se– meador". Instala-se co_nfortavelmeqte em luxuoso escritório, na pa– réde os retro.tos de Goethe e Abraham Lincoln e começ& a escrever os seus ditoriais em pról da demoqacla e do bom entendimento entre ::,s p0vos com o mesmo vasio palavreado com que defendera a Oruz Ga– mada. Introduz na sua casa o sargento Magsberson, apresen– tando-lhe o seu cunhado anti• go !eclusa d,• campo de concen– tração, antes a igno.1'linia da familia, hoje o seu all!Ji habil– mente aproveitado e pondo o graduado "yankee" em· contac~ to com sua linda filha 3-udrun para assim firmar ainda. mais sua posição perante a~ autori– dades de ocupaçã0 Sua mulhPr de caráte1 fraco e humilde, concorda. com tudo o que o espôso far; e só o filh~, cujos 17 anos foram 411tridos exclusivamente com o allment.o nazista e q.,e desde a ,::erro~a :per1.enc,:, à organi21açfio cl2r.des– túla. d.os llv'lle12a-la'bQs _,:usurn aeerbament.e J.)lt! "'traf&ll' e deshonrado e que csq•iere:u ll grande ordem · Nunca·• ! Assim, ne~sa l\.lema'1lm "de– mocratizada." pot...XI se mt!dou. E justifice.da.ment.e exc!ama uma vizinha da familia i,pbp, danz, a senhora Ballllereit, ~i-– ta-voz do bom senso e da razão: "Assim sempre foi e ass~m l:'em– pra i.erá. Um desses i;atunos lá em cima só tem que premir o botã-0, e o rúlo começa e. movi– mentar se. Põem os joveris adia,nte, o tJe!fador em cima e atrás sentan,.-se comodamentit nas suas poltronas. dirigindo • conjunto, Hasteiam it bandeira da lt• berdade, da honra, da pátria é de toda~ as velhas mentiras. :m então o rolo vai passar por cf– ma de cidade e camr,o e pÕr cima dos nossos cora~ões. E o t.odo chama-se banho cie aço. E se o rolo ,;e desvia lamen– tam corno o meu marido ou afiam as largas facas como o vosso ifll,rõt.o e 1ws vinte an~,ts a mesma. coisa vai começar de novo". Quanto ao passado não gos– tam de falar: "Hoje, observa, ironicamente a mesma. senhora, ninguem fol nazii,ta, todos eram contra desde o principio t não compreendo ;;orque sem;>re e.~– tAo procurando nazistas. Nãc houve nazirta, mera. !ltopa– gap.da !" A "Comédi~ Séria." está iri.ça – da de amargas observações ~õ– ore a mentalidade alemã desta épo. ca: "Vou-lho dizer ;ma cõisa, diz Frau Ba1~er·eit à amiga. Um homem quapdo 1e trata de ume. garafa de eor;no.c e o cogna'l é raro, !il''I só, J.l'íca aó também quando vai visitar u'a moça ou te,n que lr ao dentista. Mas quando se tra– til. de uma 1nfam!a, cometem– na. a dois, -1.sslm é mais seru– ro". E o antigo inqul!no de campo de concentração pergun– tando qual o cargo público d1- sejado por êle, respo 1de que preteria a tudo o de dc>snazi– ficaçã.o, "porque ~ uma coisa que dura tanto que nunca ter– minará e ainda pode ser lera• da aos netos". Está. todo o mundo oeupa1 de denunciar: "Quen~ tem posto de11,uncia afim de rJUe o outros não se possam to}'roxf. mar; e quem não tem T!flnhqm, denuncia afim de que êle pro~ prio possa r.e aproxima~". E' um drama de fina psir.ol :J. gie. e a que não faltam trechÕs de alta poes;a uma per.a chei& de informes diretos e de sevç– ras liQões. A comédia já foi repre1;t;ntadr, na própr!a Ale– mànha. Prepara-se a represen– tação om Zurich. 'I'em,., agora, no Rio, no ''Teatro I>1~'epen– dente de o\rtistas Europeus" , um palco dt> Ilngua alemd qi.;e pela recentt encen·1ç,;.o do •1'.lbergue Noturno" de Maximo C",arli.i so revelou SQ ruvel ·tam ~ ,10 dfflt!918 f:.t~~li <,;erh 1.'.m mérito desse jovem teatrr se ofarectse aos apreciadou.~ car1':lc:i.s essa "Comédia Séria" de Ernest Wieohen.

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