A Provincia do Pará 04 de Junho de 1947

P!gina 8 • z ■ 1 Comemorou, ontem, o seu 75.º Instituto Lauro $odré • an1versar10 o Brilhantes solenidaees assinalaram o ti'HSel¼rso da ekméride - Sessão cívica , O Institut.o Laura Sodré, tra– .dicional educandário do Estai:lo, comemorou, ontem, o 75.º aniver– sário de sua inauguração. Fun– dado em 1870, somente a 3 de junho de 1872, na administração qo dr. Abel Graça, foi inaugura– co oficialmente, prestando desde então, relevantes serviços à edu– cação em nosso Estado. Atendendo aos valiosos ser_vi– ços prestados ao Estado pelo sr. ~uro Sodré, que por duas vezes foi governador do Estado, o Ins– titut.o teve sua denominação pri– mitiva - Instituto dos Educan– <ios Artífices - mudada para Instituto Lauro Sodré. Vitoriosa a :revolução de 1930, o Institut.o pas– sou a denominar-se Dom Macedo Costa, em virtude de ser proibida a homenagem a pe1isôas vivas. Com o faleclment.o, em 194&, do o trabal.lJ,o profissional. grande republicano, o ljiJlit~ 1 , Po_ssúindo . oiicinas e secções voltou a ostentar o titulo que · técnicas, cuJa organização tecfü– mantem até hoje. cológica e pedagógica tem mere– D~dicand?-~e à educação e for- cido os louvores de quant.os as co– maçao proflss1onal dos jovens po_ nhecem, no Institut.o Lauro Sodré bres, o Institut.o Lauro Sodré tem ao mesmo tempo que aprende o encaminhado para a vida prática, aluno contribue com seu serviço gerações e gerações, habilitando para o aument.o da produção d~ seus alunos, com uma profissão material destinado às repartições honrosa, a contribuírem para o estaduais. desenvolvimento econômico do COMERORAÇõES Estado, t.ornando-os, assim, ele- Comemorando os 7'5 anos do mentas úteis à soc~edade. Instltut.o Lauro Sodré, a diret.oria Com a manutençao de um esta- do tradicional educandário pro– beleciment.o como o Institut.o Lau- moveu ôntêm uma série de fês– ro Sodré, o govêrno realiza parte tejos. Côm a presença do represen- de sua função social, auxiliando Pêla manhã às 7 horas foi ce. em sua for_mação os jov~ns, cujos lebra:âa rl:ús:!a 'em ação d~ graças, recursos nao lhes permitem cus- tendo os alunos recebido o sacra• tea~ sua, educação,_ e evitando o l ment.o da eucaristia, inclusive um ma10r numero djl 1~3:.p?,zes para gruP.:O de neo-comungantes. tante do govêrnador do :res- { íl 'i'â.b e outras altas aut.ori- a r O dà'des, realizou-se, às 9 horas, ·,. e.m11Jt· com 11 a upí'a ~ssão ~ivica, c9memorativa ..l!i.. qe. d!t~, 01:?,edecendo-se ao seguin- D . tr·to Na al' te/rogr:::t.-;.ªpt:t:essã.o. civ.ic.a. l S ,_} " Y · 11~:t\w.;e_sentante do g"õvernâdbr II - ~tre~ dos diplomas dos Deixou a direção da E. Naval o almirante alµp.os que cônclúihmo cür'so em _ • 194,ij. Braz Veloso - Sua or.a9ao de despedula ao m - Hrno do Institut.o Lauro transmitir O cargo So/f é._ Posse dos. tr1~mbros da Oraentaçij,o Ed.ucac1onal. , RIO, 3 - (Meridional) - Por mo– ti.vo de sua nomeação para o coman– ao do Quarto Distrito Naval, com sQ4e em Belém do Pará, o almirante Braz Veloso deixou a direção da Es– cola Navàl. Oficial dos mais brilhan– t~11 de nossa Armada, sua atu,aefão e 'etlc!encia se fizeram sentir nos di– fprentes postos que lhe fqra~ con– :itad03 pelo govêrno da R~pública. Possuidor do curso da Escola Naval, é auida o a.lmirante Braz Velqso for– mitéio em E:ngenharla Civil, pêla Ea– g!la Politécnica do Rio de Janeiro. Jf comendaqpr da Ordfm do Mérito 1 ~avàl e da Corôa da Italla, C;i.v,alhc1- ro da Ordem da Cor.ôa da Belgica e possuidor das meda.lhas de serviços ' de guerra, da Vitoria e de bons ser- :vJços milltares. A' frente da direção da Escola Na– val, emprestou o concurso de aµa. efic!encia, mantendo as tradições dà– quele estabelecimento padrão de eil• iilno m111tar. Ao deixar aquele alto cargo, no qual é substituldo pelo ~.1- ·:m1rante Pinto Lilµa, o almirante Braz ''eloso pronunciou o seguinte dlscur- 50; tern co~pl'eejl~o q~e esse a.colhi• menta :fez pã~ da á1sc1Pllna e que esta é tú'do na vitla militar, dls•ê1- plina q~e não é o receio da puniçãp niâs, é ter a n,oção do de.ver e se ba– seia no respeitõ e na con!lança ele– vando o :riioiál, estimulando o amor próp,io e de_spertando o espirita de sacrificlo. E' obede-cendo para ser ob'edecldo, prestigiar, para ser pres– tWai;l~, po~ o del):P,ri,iitigiar nida cônstri'.le e sbmente abala. a dlsc!p!1- riâ. Aspirantes. Ao encerrar a minha. direção na Esc"qla Navàl, onde às contrarlétlades ria.da :tora'm diante da honra de na– ver exéi'ci&.o tão nobres funções, v,ôs quero <itzer aquilo que só neste mo– mento vos devo dizer: Péla vos,sa. correção, pela vossa dia– c!.pUna, ei:i,1!m pela vossa atuação, or– gulho-me e me orgulharei por toda a vli:!a de ter sido vosso Diretor e que por isso rendo Graças a Deus. Ao ilustre contra-a.lmirante Arman– do Pinto dlil Lima, tra.nsmito a dire– toria desta Escola, desejando-lhe te– ltct!tapJs n,a ªH!l- al,'\i,a..i.,i!spraç_!o". V - Dtscúrso do orador ofi– cial. 2." Parte I - Cantos de Minha Terra (pqesia), p'êfo aluno n. 42. II - Os roceiros (dueto), pelos alunos ns. 8 e 47. II - O Fotógrafo (monólogo), pelo aluno n. 3. IV - C.~raipur,ú (po~.~ia), ~l~ aluno semi-interno Carlos Fer– nandes. V - Minha Chica, pelos alunos ns. 8, lÜi e 53. VI - Juiz de Paz na Roça (co– média), pelos alunos· ns. 8, 47, 65 36 e 3. VII - O Saldadinho, pelo alu– no n. 25. VIII - Fibra de Herói (apo– teóse), pelos alunos e professores. j IX - Encerramento, com o Hino Nacional. Após a sessão foi servido aos J?Jésrnt~s d~c!s e gµaran*s. "Senhores almirantes. Senhores professores. Senhores oficiais. Mel.lS senhores - D~lxo a dlrépão da É/l· A 1 b ~ 1 • • cola Naval com ª consciencia tran- . S; C·,:::,. t;:, ·•· ra.ço ~-~ fl? 1g10s.as qµila, certo de não me haver aciui \;;, ~ ~ O ~ afastado da linha do dever, COl:!19 sempre :fiz no decurso da minha vida ~ilt~zit~~Wr~rir~~ed!enªforif~iriJii~ d,.o. d,1·.~ d·.,. ,,corpus Cristí' ' 1i'aí18.R_ 'U ~ '-' ' Quarta-feira, 4 de junho de 1947 A PROVÍNCIA DO PARA ----------------------------------- u REGIA DOAÇÃO DE UMA TELA DE GO_ ,eproduzimos acima o bélf> ·retrato de Fernando VII, de Goya, a_ _ l já nos referimos em nota anterior, e que o sr. Geremia Lunardelli adquiriu em Londres para ofertar ao Museu de Arte que os "Diários Associados" estão em vésperas de inaugurar em São Paulo. Francisco Goya y Lucientes, ou simplesmente Goya,, pois os genios são quase sempre popularizados por um sõ nome, surge na historia da arte em, fins do século XVIII. E surge num perlodo de decadência pictórica da Espanha, que, para substituir os Velasquez e os Zurbaran tinha apenas pintores comuns, banais, como esse Francisco Bayeu, cujo maior título é o de ter sido primeiro professor e depois cunhado do grande Goya. Nada na obra da mocidade deste, quando fazia cartões para tapeçaria~, prenunciava o genlo que eclodiria mais tarde. A Espanha setecentista, à mingua de grandes artistas seus, importava-os da França, da Alemanha e, principalmente da Itália. Os da península, sobretudo, influenclari,im poderosamente a Goya. Luca Girodano., Corrado Ciaquinto e Giam- • battista Tiepolo, este chamado a Madrid aos 70 anos, por Carlos III, são em verdade os mestres dos passos iniciais do grande aragonês que, sob essa forte sedução, viaja para a Itália, percorrendo Roma e Parma. De regresso à sua Madrid, ama,, sofre e liberta-se. De seus vinte filhos só um vê crescer. Da s~ paixão pela duquesa de Alba, na ânsia de possuir o seu amor de mulher e fixar para a eternidade a sua beleza, "Caprichos". Amargura-lhe a vida, na plenitude, uma surdez incurável. só lhe fica o travo da infidelidade de que se vinga atrozmente nos E como Beethoven, seu contemporâneo, que morre apenas um ano an– tes del~ abandona com a perda, da audição toda a sociabilidade, tor– nando-se um solitário. Essa solidão, imposta pelos complexos da JD-O– léstla, como a Beethoven favorece a Goya à criação de suas melhores obras, adquirindo enorme profundidade interior e um sentido mais amplamente humano. E' aos 50 anos que nos mostra Goya toda a sua grandeza, toda a sua universalidade, revelando-se mestre e precursos do impressionismo na representação da luz e do movimentor inaugu rando, se assim, se pode dizer, a éra da arte que culminaria em Cézanne e presagiando, com o seu rl\volucionarismo, a própria crise do sistema econômico que o condiciona e caracteriza o nosso tempo. "Esto es lo verdadaro", escreve à gulza de legenda sob a gravura dos "Desastres da Guerra" em que exalta a paz edenica da vida rústica e da familia campesina, depois de ferretear os horrores da guerra, os males da sociedade em corrupção. as desigualdades sociais, o envelhec.lmento da nobreza. O bélo quadro de Goya que acima reproduzimos e que o sr. Geremla Lunardelli vem de doar ao Museu de Arte de São Paulo em organização pelos "Diários Associados", é um retrato de Fernando' VII, o rei que encheu de vãs esperanças a Espanha após a quéda de Bona– parte. Tinha o genial pintor, ao faz~-lo, sessenta anos e estava no auge s Reunir-semão, em agosto, nesta capital, os delegados evarios paizes junto á UNESCO Cientistas daquela entidade prestam importantes declarações à reportagem de A PROVINCIA DOPARÁ- Assuntos amazonicos serão debatidos e estudados Pelo avião da Panair do dia lque ficasse na direção do Jar- 2, cllegaram a Belém, os ci,m- ctim, pensando que ganhariam tistas da "Unesco", Edred Johr. a guerra, sendo uteis a eles nas H. Corner antigo diretor do minhas observações cientifi– Jardim Botanico de Singapura cas. e o dr. Metraux, membro cta Afirmou-nos ainda o dr. "Srnithson Sultitutione", dire- Corner que no mundo cientifi– .tor adjunto do Instituto de Ar.- co existe um vivo interesse pe - J tropologia Social das Univer- projeto da criação do Institn– l sidades de Yale, na California to da Hiléia Amaizônia. Nume- e chefe da secção do Departa- rosas instituições cientificas, l mento de Ciencias Sociais das como o Jardim Botanico de No– Nações Unidas. Comissionado va Iorque, têm oferecido sua pelo govêrno brasileiro, integra cooperação. Em agosto, com a a comitiva dos eminentes cien- presença de delegados de r:l!.– tistas o botanico brasileiro dr. versos países ligados ao pro.ie- Lutrz; Emidio de Melo Filho. to do Instituto, a convite do O que é a "UNESCO" govêrno brasileiro, reunir-re- A "Unesco" é uma agenciit ão nesta capital. para delibe– especializada das Nações Uni•• rarem as bases definitivas do das, dedicada à educação, à ci- Instituto. encia e à ·cultura. Congrega em seu sefo os mais eminentes sa- Um estudioso dos indfos rfo bios de todas as nações. Todos Amazonas os países que constituem a ONU O dr. Metraux, antropologo Com a reportagem de A duzido para o português. Defi- niu o dr. Metraux a região amazônica como o El-Dorado dos antropologos. Zona pouco estudada, é a que maior posJl• bilidade oferece para assun<;os novos. ''No mundo é a unica". O sabio francês tem interes– se particular na cultura indi• gena e no aproveitamento d'l.S riquezas da região amazônica. "Quero estudar as linguas in– Cligenas antes de seu provavel desaparecimento". Finalizando suas declarações, o dr. Me• traux disse-nos o seguinte: Será criado um grande Insti– tuto aqui, pois as Nações Uni– das estão muit interessadas em que o projeto se transforme em realidade, dispondo para isso de fundos inesgotaveis. Agradecimento Devendo seguir para Manaus na próxima semana, pediran1- r..os es 3 ilustres cientistas, para. agradecer o governador Moura Carvalho, as atenções e as fa– cilidades que lhe foram outor– gadas afim de colher material para a grande obra que iráa executar, bem como ao di..-e– tor do Museu Goedli e a todoa funcionários daquela institui– ção. têm seus representantes na francês, tem especial carinho "Unesco". Esta organização in.. para o estudo dos índios da rt>– ternacional promove pesquisas gião amazônica, aliás é de sua cientificas em quasi todos os autoria um estudo especial s/'l– paises do mundo, faz investiga- bre os indios Tupís. Na Amé,.1- ções cientificas para o que ca, há pouco tempo publicou promove o congraçamento de !o livro "A Religião dos Tupi– todos os cientistas do mundo. lnambás", que acaba de ser t~,-. PROVINCIA DO PARA' ------------------ ----- - Procurados por nossa repur- ~ e • tagem, no Grande Hotel, onde ome' fCJO se acham hospedados os cien- .r:u , Finanças e Navegação (Continuação da 7. 11 pag.i º'if~i's 'na· i3.;ia/\ii .!_~~ BORRACHA Nova Iorque, 2 de junho. Vigoraram hoJe M aeau1ni. cnte– ções e:r.: cents.. por Ubra: Ano A.nt . Pas. fumaria, 35; sabonetes, 36; sabão, 3; pastas para dentes, 11; chapéus, S; bonecas de massa, 2; botões, 6; la• pis. 4; amostras de drogas, 2; papel de embrulho, 569; papelão, 112; f<:>. gões de ferro, 33; artigos de latão, 4; sacos de papel, 8; artigos de P"-• pelaria, 9; cachimbos, 6; perca.llne, 4; impres•os, 3; instrumentos de mu– sica, 2; lapis e canetas, 'l: teeido3, 114; cami•as de meia, 12; espelhos, 10; linha, 2; toa.lhas, 5; chapas d& tistas da "Unesco", tivemos o– casião de ouvirmos os ilustres sabios a respeito da missão que os trouxe à Amazônia. Disse– nos o dr. Luiz Emidio, que os cientistas vêm comissionados pela "Unesco", para entendi– mentos com as autoridades lo– cais sôbre a execução de um grande plano internacional de estudos e pesquisas em torno da Hiléia Amarzôniaca. Por suu vez o dr. Emidio vem comissio– nado pelo govêrno brasileiro, pois é um estudioso das plan– tas que os índios tiram o cura– re, tendo especial interesse pe- Boja Dlaponivel - L ,. t • lC cr·epe . . . . . . . . •. ·45 S. Plilnt Sheet3 •. . 21' Mercaéio calmo. 25 fogão, 14; urinois, caçarolas, caldt:1• :'.4 rões, etc., 47; copos de sorvetes, !'!8; OLEO DE CAROÇO ALGODILO DE las plantas uteis na distribui- Nova Iorque, 2 de junho. ção das especies vegetais. o mercado rechou hoJe estavel, 1 Prisioneiro dos j11,pones!'S com a• seguintes cot&çlle1 em "~nt11. por libra: Declarou-nos o dr. Corner, "Primer summer Ydow Blea!'.ha· que quando a Inglaterra decll'l- ble", •f carros-tanque11: va-se em Singapura, na quali- Para entreca em: Allt. Ano Pas. 1 rou guerra ao Japão, encontr&.- Hoj.J N~ No. na rliT"otnl"' rln _To l"'rlin, 'R.n_ Mft.t!r.n ,m nt. 41 nn 1.4 2.1 artigos de calçados, 71; feixes de mo– la, 69; parafusados de mola, 51; bÓlas Cle borracha, 12; artigos de alumlnio, 4~; imagens de gesso, 10; letreiro da ferro, l; obras de latão, 8; obras de vidro e metal, 4; papel higlenico, 3; cartolina., 2; fitas de aço, 35; S<!los de aco, l; facas de cozinha., 5; limM, 11; conexões, 10; obras d elouça, 334: ferragens, 79; peças de ehassis. 5: capachos, 4; tela, 24; frigideiras. 6; cera de soalho, 6.6; reprodutores ze bús e bezerros, 77; tinta a oleo, 278; tinta em pó, 35: obras de vidro. 7r,; louça de pó de pedra, 349; perten,•es de auto, 10; obras de ·metal, 42: c.:i• lh..ri,s da luminio.. a: pasJ;adl!lirns,

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