A Provincia do Pará de 27 de julho de 1947

Página ·10 A PROVfNCIA Dô PAR~ Dtmifti!", t1 de Jt!ftio <!e 194'1 ______________________________________ , ... ---------------------- ------- u D o -------------------·--------·---- ..... -----------------~.._--------------------- .... -----·-------~---- ..... -------- ...._... ' ,.\ íti, ,,,\11 , 1 1 11 1 \ ,,, , ~i• 1'1' E o rei ordenou que o pb, tor pagasse sua ousadia de te'l' pintado seu enorme narh, morrendo na forca. o o nariz do Rei Mahendra (LENDA DO CAUCASO) Malba TAHAN Exclusividade da Agência Argus, para. A PROVINCIA DO PA:RA.' voeis SABIAM QUE: Os monges trapi~tas, depois que entram no Convento não podem iµais pronunciar qualquer pala· vra. Sómente o superior pode ter coinunicação com o niundo exte– rior. Ao morrer qualquer pessôa da família de alguns 'dos monges, o superior comunica o seguinte : · "Morre um parente de um dos irmãos. Rezai por ele". Que Santa Inez foi martiri– zada aos 12 anos porque se ne– gou a renegar sua religião para sar <:om o filho do governador de Iloma. Que um jornalista, na Ingla– terra, noticiou que não valia a pena questionar por um "acre" de terra, na questão que o Bra– sil manteve com a Bolívia a res– peito c'1 Território do Acre. O Acre, pensava este jornalista, se– ria apenas a medida chamada por "acre". Que o Brasil, desde que ê Re– pública, já. teve 4 cartas polí– ticas, sendo que a de 1937 outor · gad11, pelo ditador Vargas, nunca esteve em vigor. · Que foi nas últimas eleições realizadas no Chile, que a mu– lher chilena pela primeira vez teve direito ao voto. Concurso de "Mundo Infantil" Entre nossos leitores que no: mandaram soluções certas foran. contemplados os seguintes garo– tos: Marieta Pinheiro da Silva, Ruvilar de Lima Sampaio e Vilma Sousa e nosso leitor · de Abaete– tuba Minervino Alfald. A solução do problema era: t-rancas PALMARES e pretas VE– RA CRUZ. Geografia do Vovô ·Ainda hoje não sairá a Geógra– fia do vov<}. No proximo domingo o vovô João estará novamente em viagem com seus netinhos por es– te nosso imenso Brasil. Correspondência do Vovô João CATARINA DARCI - Muito sa– tisfeito em ter outra netinha. Seu âesenho "O salto do rei das sel– vas" sairá no pro:rJmo domin– go. JACI PAIVA - Bragança - A– cuse se recebeu seu premio, como tambem se gostou da publicação de seu desenho e do conto. IRENE BRITO - Tenho 1·ece– bido suas charadas. No primeiro domingo de agosto co·.:.1eçarei a 1:ecção charadista, sendo aprovei– tadas suas duas colaborações. Continue a colaborar com o 'l.·ovô João e receba o seu multo obri– gado. OSVALDO FERREIRA - Suas sugestões são se1:1pre preciosas. Continue a colaborar com o vovô <J,>•, t! contribua para aumentar o nivel cultural de nossa 1nfan– cia. ANTONIO CARLOS DOS SAN– TOS - Seus trabalhos serão pu– blicados. Era uma vez um rei, muito es– túpido, que tinha um nariz torto, monstruoso, horrível. ------ - ----------- ------------- ----------------------- Não percebia, porém, o pobre monarca a enormidade do sev defeito; julgava-se, ao contrário. um verdadeiro tipo de beleza mas– culina. Infeliz daquele que zom· basses, ou de leve se referisse ao narigão disforme do rei. Punha a lingua à mostra na forca mais próxima. Um dia o Rei Mahendra - já. me esquecia de dizer que era êste o nome do rei narigudo - disse ao seu ministro : - Quero ter aqui, no meu palácio, um retrato meu cuja perfeição e fi– delidade todos hajam de gabar. O ministro mandou chamar os melhores pintores do país. O prê. mio prometido ao mais hábil era tr.agnif!co : um elefante, um pa.– lácio e uma caixa de joias. Apresentaram-se três artistas que passaram por habilisslmos ; Kedar, pintor da côrte; Meryem, de origem árabe e o joven Fauzi Nalik, sírio de grande talento. Kedar, tomando da tela, fez surgir de sob seus ageis pinceis, um retrato perfeito do rei; re· produziu o nariz do monarca exa– tamente como o modêlo se lhe mostrava - enorme e moru,truoso. r""M . ... ,....,...., - tta4 '1\.tf'a l•u~nrl,-o 'Uin A. mentavam, por antecipação, o triste ·iim : No dia em que ele der o \Utimo retoque no retrato do Rei, vai direitinho levar o pescoço à fôrca. Mas - com espanto geral - tal não aconteceu. O monarca 1 ficou encantado com o trabalho do talentoso Fauzi Nalik. - F.ste sim - proclamou, vai– doso e satisfeito, - este é o meu verdadeiro retrato. E mandou que sem mais demo– ra se entregasse ao moço p}ntor a prometida e va1,1osa recompen• sa : um elefante, um palácio e uma caixa de joias. Quando Fauzi Nalik, radiante e feliz, deixou o palácio real, viu– se cercado dos amigos que o cu– mulavam de perguntas: - Então ? Como conseguiste o milagre ? Pintaste o rei de nariz torto ou sem nariz ? Conta-nos lá a pr<;>eza. - Pois eu vo-la conto - res• pondeu o inteligente moço. -· Pintei o Rei exatamente como ele é. Tive, porém, a iléia de ima– gina-lo a caçar tigres, e a arma que ele levava ao rosto, tapava– lhe perfeitamente o nariz gro~C() e monstruoso. E a.o afastar-se, risonho, acres- 1 r-:Ant.nu :. CHAV E S HORIZONTAIS 1 - Patrão, senhor 2 - Parte do corpo 8 - Projétil 9 - Armadilha 12 - Não real, imaginário 13 - areada, camareira 14 - Primeiro rei de Roma 15 - Oleo •de azeitona 17 - Campo de aveia VERTICAIS 1 - Rebordo de chapeu 2 - Mulher 3 - Fabrica de louça de barro 4 - Marcar prazo, . adiar (sem a ul- tima) 5 ..,.. Peouena mala 6 - Batraqulo 7 - Preguiça 10 ·- Admiração, Espanto 11 - Ulceração nos dentes 16 - Mulher de Adão 18 - Substancia doce, formada pelas abe– lhas. NOSSOS COLABORADORES OS MAUS INCENDIARAM "A PR0VINCIA" Josefa Tomé aos Santos, 11 a.nos de idade, aluna do O . F.scolar Floriano Peixoto O meu vôvô Anselmo sempre me contava histórias que muito me interessavam. ce.saco grande, descalço e cheio de cinzas, e no meio da grande mal– ta que o açulava, diz. abrindo o peito do casaco. "F.stou aqui in– gratos, me matem". E os per– versos assalariados, não o mata– ram. Porém, cometeram contra ele a maior de todas as injusti– ças - cuspiram-lhe na face". E quanto tinha razão o meu vovô Amelmo 1••• Um dia passava.mos pelo anti– go largo da Polvora, hoje Praça da República, a passeio, quando O RATINHO eu.. olhando para o alto, notei al- Jlfan.oel Lopes de Oliveira, 12 anos guns buracos de uns 8 centime- tros de diametro numa grande Um ratinho que tinha uma se– palmeira daquelas que a.formo- mana de nascido pediu a sua mãe seam o chafarizf qúe fica bem qu"' o deixMse êlc sair para ver em frente à, ant ga Escola Nor- o mundo. Sua mãe lhe disse en– mal. tão : Olhe o que tú vais fazer Perguntei-lhe então : Vovô, ..s- meu filho I Ele ouviu sua mãe to será algum parasita que dá e saiu ; andou muito, chegando nestas palmeiras ? em um quintal, viu um galo e Ele respondeu-me um pouco pe,. um gato. O galo estava can·· saroso : tando : Cô cõ rô, Ele ficou com "Não minha netinha, isto fol medo e voltou correndo para a maldade dos homens. casa. Chegando junto a sua ma• Em 1912 ner.te lugar, que vês mãezinha contou que tinha visto aqui, disse apontando para o Edi- um bicho bonito de côr preta e Hcio da antiga Escola Normal. branca e outro feio de penu ama– dentro destas paredes, existiu relas com um enfeite encarnado um dos jornais diários, mais bem na cabeça, e ficara com medo feitos do Brasil, "A Provincia do dele. Sua mãe prestou aten9â,o Pará". e disse : Mas, Belém tinha também, co• -··-Meu filho, não seja tolo, o mo todo o Estado do Pará, um bicho que você achou bonito punhado de homens maus, e am- o gato, êle come a gente, e o que blciosos, e que na sua inveja fora você achou feio é o galo, e não do comum, não vJam com bons faz mal a ninguem. olhos o progresso desse jornal. O ratinho ficou apavorado e E era seu proprietário o Sena- ( nunca mais saiu 1oôzlnho de sua dor Lemos, velho maranhense casinha. meu conterraneo e que mandava em toda a política do Estado e CASTIGO MERECIDO ainda era, o Prefeito· da cidade. José Maria Freitas. Diogo Mola mais pôde escondê-lo, e o triste animalzinho acabou estraçalhad0 pelos dentes dos cães impiedcsos. EIS A VERDADE Raul Monteiro. 12 anoa José disse a um amJgo qu,i João !amais mentlw. ·M:as. tempos depois, em OQP· versa. João afirmava que .TóS6 nunca dizia a. verdade. Ora, se José disse a ,verdad• quando disse que João jamais mentia, José é um mentiroso por oue João afirmou que ele men– te sempre. Agora, como João afirma que José mente sempre, José também estava mentlnd9 quando afirmou que João jamai1 mentia. Ora, sendo José um mentiroao e estando mentindo, quando afir– mou que Jolo não mente, tere– mos a certeza de que quando João diz que José só diz mentiras está mentindo, portanto José diz a verdade, agora se José diz a ver– dade, então em realidade Jo~ nunca mente. José é um men– tiroso . DECEPÇA0 DE U1,! oo.cM1• LH0SO De Jacemir Almefda Uma professora estava. certo dia, dando uma aula de Portu– guês para uma turma de um gru– po escolar. Em . determina.do mo– mento, escreveu na .lousa a. se– guinte frase : " livro bonito ~ meu, - grifando a palavra boni• to. Ma.!!, por necessidade, a prci• fessora abandonou a frase e ata- naquele tempo. . . . Fez ele desta Belém a cidade mais bela e a mais limpa do Nor– te do pais. 553. Idade _ 11 anos _ 1.• serie refou-se em outro qualquer i;er- ginaslal - Colégio Moderno .viço. Foi qu~:.~1o a palavra "Bo• Era uma vez um menino muito nito" cheia de orgulho e petu• inteligente mas de mau coração. lância disse às outras palavras : Porém, um dia, dentre os ,;eus amigos surgiram uns. judeus da– queles, por quem ele tinha feito tudo, até mesmo lhes dado -( maiores posições de mando. Combinaram a maneira de 1he darem a "queda". Incendiando o seu belo jornal e a sua residên– cia. Ele assim morreria de des– gosto... homens maus, minha "netinha". ·E se assim combinaram, melhor Um dia em que ia para a escola - V~jam como a mestra dil!• desviou-se do caminho e fot ter tingui-me de W>cês ? Posso di• a um bosque próximo de sua zer sem pestanej:;i1'. que sem mim casa. sua maior alegria era ba- a frase não estaria certa. E se lar os passarinhos. Avistando um l empossou toda col:!1penetrada de lindo rouxinol pe.rto do seu ninho que era a parte principal. A pa– trepou rapidamente na ârvore é lavra "Livro" replicou: Ora, sem quando vinha descendo já. com o ti, nós, os que . restamos, faria• mínho na mão alegre por ter dois mos uma frase de sentido oom- filínhos ainda implunes, perdeu o pleto • . . equilfbrio e caiu ao solo quebran- Quem fala! Tú ora vi:ves a pedir ,,...,....::11- ,._.,., rio. min'h ' fAn'liliA..

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