A Provincia do Pará de 27 de julho de 1947

mérica, es ·s e no Brasil ninguom uu.. bnr– ba1. - E' anti-hitdénlco, P.al. dissera o ttlho, mais e!bO, - '.P'lca feio, ?at, acresccntãra o fJlho maia moço. E r lmen~. notava nos p ente um e r&O conõtr111;1-ml!nt.o m a uenU• lo a. pe O d oonhectdaa. .-..1g~1nuo, p u a evitar a la vM qu do hà gc tt de fóra.. J:l'lca no qu rto. cur– vado ôbro o Uvro de oraç6ea, alheio& 011 ri.aos e às conv r– aa~ que vlnba.m dai outr a 14• lu . Maa aquilo lhe do1a. Não õl :tia. nade, a n1niuern, ma.a aquilo lho do1a. fundamente. Mesmo qui ra abril·•se com ruguem, a quem podia dize-lo ? Bentia-, e um ~tranhõ num mundo estrãnho. Nem aos fllhoa rcoonhecla mais. Os tllhoe an– do.vem de cabeça deacobertn, at.a– refados aempre, falando qu o .r n caretã feia de au!ID. s obe• dlente, duceu do colo do pai e aproxitnou• do Avõ. O Avo aorrla. o aeU &arr apasado por erure u bar espeasu len– tamente, tJmldamente, estendeu ~ bra.oo & num gesto convida– tivo. Ai a crianoa utacou no meto de. ao.la , l}brlu grandes ol~ medro$oa e pós-se a en– cará-lo num ml!to de confu– são e curiosidade. - V0 tem barba. . . Võ têm barba feia ... O sorriso definhara nos labios delgados do Avô. Vexado, ga– guejou alg~s palavra.s de animação, abriu os braços com uma solicitude desajeitada, mas cheia de ternura. Então o neto tugiu num berreiro: - Papão ... bicho-papão ... O pai recebeuo- nos braços riu, riu, riu a não poder CANÇÃO PARA AS me nin õs da S ou sa Cruz Ary DE ANDRADE (Para A J:>ROVINCIA DO PARA') NA TARD:E CANSADA MENINAS DISTANTl:S - TAO PERTO DE MIM 1 - ME PRENDEM MEUS OLHOS NAQUELE BALCÃO. SÃO AG:l!lIS E ARISCAS. TALVEZ FOSSEM ROSAS. SE ROSAS HQUVESSE :MORENAS COMO E~TAS, COMO ESTAS DE OARNE. PASSANDO NA PORTA MEUS OLHOS SE ATIRAM E ALEGRES PASSEIAM NA PRAIA DO SONHO, QUE E ' SEMPRE MARRON. QUE BELA AVJilNTTJRA 1 OH ! LOUCAS V'1AGEN8 NAQUELES PAíSES. APENAS SONHADOS, NA TARDE, AS TRES HORAS !l MAOS VAO CRESCENDO A' TORNAM-SE PASSAROS ¾ BUSCA DO AROMA '\QUELES CABELOS ~ A BRISA POSSUE. .. ... ........................ .... ... ". - MENINAS, CUIDADO ! HA' OLHOS E MAOS, SERPENTES, DESEJOS ~ONDANDO INVISIVEIS '>E EM TORNO AO BALCAO NAO ~ UER ANSEI'' ~SEM Q ER, ,...,ROFANOS, MIL MA APRESSADAS QUEB~ ENCANTO I>E QUE 6 CERCAIS. ~~RAÇA E :BELEZA, ..,_,,.ME E MISTERIO ~~SisAs QUE o VENTO PER\ _I~CONSCIENCIA "50 ESPETALA. 1reooos, viver novo e 7Ja1pnan• te --:- na calçada tranquila, diante do Avô de barba,s com– pridas. - De repente a menina do vizinho grita: - Olha. o Papal Noel. Olha o Papai Noel. Num instante a criançada cerca a cadeira do Avô e põe– i;e a repetir: - OJ.,ha. o Papai Noel. Olha o Papai Noel. Batem palmas, pulam, doida– mente, riem, riem: - Paaapaiii Noeeel. Paapalli Noeeel. O Avô arregalava Olhares atônitos para a criançada lou– ca de contentamento. Nem sa-,. bia de que se tl·atava. o portu– guês, não o entendia uma pala• vra sequer, desconhecia o Pa– pal Noel. E sorriu atrapalhada– mente, um sorriso intrigado ... - Que é isso ? ! Henrique, Moiséa - venham cá. O filho maiS moço surgira à porta do estabelecimento, alto e severo. - E você também Esterzl– nha.... Já para dentro todos! As barbas... V'eio dia em que raspou-as, sem nenhuma solenidade. Não as raspou de todo, .somente pela metade, talvez um pouco mais do que a meta.de. Deixou apenas uma barba curta, em ponta, que nem pera. E naquele dia o Pai cho– rou. Ninguem soube de nada, mas naquele dia chorou, chorou amarga.mente. A noite, dentro do f,!Uarto solitário do aparta– mento, olhando aquelas madei– xas decepadas do seu rosto mu– tilado, tomou-o um pranto se– nil e manso. As madeixas esta– vam ali diante dele, frias, imó– veis, mortas, - irremediavel– mente mo1·tari. Entretanto - quem o diria? - algumas horas antes constituíam uma parte da sua carne vlbraYam ainda com o mesmo sangue, a mesma ân~ sia, a mesma alma, oob as quais todo êle vibrava. Era um pert!'.– ço do seu ser que 1,e áclllwa ali entre as suas mãos tremu– las. Uma porção da sua exis– tência também era toda a 1ma existência - a existência que vivera, que amara, e que trou– xera para o exilio. E ali jazia, inânime, extinta. . . Ben1 que hesitara ern vir para e;, Brasi~. Bem que pressentira que· uma vida nova não era mais para êle - quase sexagenário. Sen– tira-se preso à sua casa, então vazia, mas cheia de tanta recor– dação em cada canto, com rai– zes fundas na terra afeita e devotada da sua aldeia bessara– biàna. De111as!ado tarde para acostumar-se a outras existên– cias. Dentro dêle er;tancam a seiva que aumentar.ia ra~'IJes novas. Estava velho, estava gas– to. M:a.s os filhos haviam in– sistido. Como iria viver só na aldeia -- ,:,or.. a mun-_er mon 'l., os filhos todos fixados no Bra– sil ? 1 Que viesse, que viesse. Nada lhe faltaria. Esperavam:.. no terras ricas e esplênáida.s. - E num dia gelado de inver– no, por entre a n,eve branca que silenciosamente caia, des– pediu-se da velha sinagoga que por tão longos anos frequenta– ra, arremessou olhares desespe– rados à. praça deserta banhada na livida luz da madrugada - única pz-aça da sua aldeia, do seu universo ! - e partir para a América. - Atravessou cida– des magnificas nunca antes so– nha.das. Transpôs tios e mon– tl,nhas em cujo cume se enro– lavam as nuvens. Muitas noites insônes sacolejou em fundo su– focante de trem de fronteira. Jamais suspeita,a que houvesse tamanhas terras, campos tão vulgar. Trans!ig\\l,'ava.m-se mia– teriosamente, assumia aparência solene de recolhimento e festa. Dentre um doce halo de reli– giosidade que envolvia as coisas, Judeus graves de levita negra ile cumprimentavam a caminho da $1nagoga. E, desbordando das janelas, chamas suaves de va– las sabáticas, derramavam mor– tiçamente nas calçadas deai– guais a sua luz incerta e tris• tonha. No Brasil. nenhuma di– ferença era percb"aivel. Na casa dos filhos, como em outras ca– sas de judeus. nem vestígio de sábado hebraico. A nora ficava polindo as unhas ou atendendo a modista. Na loja repleta, transpirando, os filhos corriam de um la.do para outro, numa azafa!a. doida. E dentro dêle essa vazio, esse desespero, eúa nostalgia funda do doce sá– bado hebraico, cheio de tradi– ções e de beleza. Dentro dêl.e esse sentimento imenso de soli– dão, de exilio, esse apêlo de vozes distantes e familiares ... No Brasil não havia salvação. Mesmo se quii,esse não poderia cumprir a lei mosaica. As res ... No Brasil não havia salvação. O templo, as coisas santas do templo, até mesmo oTora, vi– nham impregnàdos do hálito profano, estiolavam-se ao con– tacto do ambiente impuro ... E o Pai passou a nutrir no intimo calado, um projeto teme-, rário. Apareceu-lhe a idéia pela primeira vez quando, aos ata– ques indiretos ,e cerrados dos filhos e das noras, consentiu em sacrificar o resto das suas antigas barbas - aquela pera tímida que conservara. Atá mesmo aquela caricatura de barbas desagradara aos filhos, parecera. anU-higiênico às no– ras, assusta os netos. E a êle, o Pai, afigurava-se-lhe um sa– crificio bastante modesto - para quem já fizera tão gran– des sacr!ficios. Quando o bar– beiro passou-lhe pelo rosto a navalha implacavel, a idéia bro– tou no intimo com uma violen– cia quaee dolorosa. Instintiva• mente, êle fez um gesto como para deter a ação da lâmina. Mas recolheu o braço, inclinou a cabeça, e, docilmente entre• gou a face ao barbeiro. Muitos dia:1• depois, antes de adormecer, a idéia tornou a sur– gir. A principio difusa, esbati– da, esperança longínqua e in– tangivel. Como para examiná– la mais detidamente, para sen– tir que a idéia não era um so– nho, acendeu a luz do quarto e pôs-se a amassá-la, a revol– vê-la na imaginação, como para dar-lhe firmeza... St>m i;aber como, havia descido do leito, e pusera-se a piscar diante da imagem no espelho do guarda– roupa, Perocreu 013 dedos pen– sativos pela tace lenta, deu vol– tas a idéia insistente, tornou a acariciar a barba raspada. Os olhos pousàram nos olhos na face ascética, sôbre o pescoço cheio de reentrancias, de sulcos, de pregas e sallencias. De den– tro do pijama de listrar;, emer– gia o peito quase largo, ossudo, coberto de pelos escuros e gri– salhos. Atrás da imagem apa– recia um pedaço da cama, o criado-mudo, a mesa do outro lado da porta, com o livro de orações, a moringa e um copo por cima da toalha. branca. Os olhos pousaram em tudo, mais não tomavam conhecimento, iam além daquelas coisas, ultra– passavam aquele quarto estreito de solteiro ... Quando apagou a luz e voltou para o leito não conseguiu logo conciliar o sono. tContinúa na 8, 0 pag.) p 5 DE PORTINAR I Oswaldo ALVES (Para. os "Dl&rtos As:;ol!iadoe) Hâ poucos dias 11 um exce– lente cnsalo sobre Portlnart, escrito por Lélio Landucci para uma coleção inglesa. Vinte e poucas páginas que condensam de modo admlra– vel a grande personalidade do pintor, o sentido profun– do de sua ob ra, e multo da sua vida laboriosa de homem que encontrou um caminho - e que lutou obstinada– mente para. não se desviar dele, Nesse estudo sério, espon– tâneo e sóbrio, o homem P. o artista se fundem, esplendi– damente vincula.dos, para consubstanciar uma conce– pção artistica e projetar-se por meio dela. Vemos o menino inteligen– te de Brodowski regozijar-se com a chegada de um pro– fissional convidado para res– taurar a igreja local. A.lu – dando-o em trabalhos 1ns1- gnlficantes, empunha pela primeira vez o material que mais tarde lhe vai dar fama. Extasiado e surpreso, tem a intuição de que aq'uele será o seu material. Cedo, e por acaso, descobre assim o :::eu caminho. E' evidente que ha– veria de desQobri-lo algum dia. Contudo, para o Brasll, foi melh,or que essa conscien– cia artistica se revelasse ain– da na primeira infancia. Daí por diante o menino de Bro– •dowski não se detém mais. Compreende logo que é ne– cessário lutar muito e tJ.Ue é extremamente difícil atin– gir o objetivo. Mas o talen– to e a vocação dão-lhe forças para persistir sem vacilação. O que Portinarl vlveu de– pois, durante esse longo in– tervalo que precedeu as suas primeiras conquistas, todos conhecem. Enfrentou cora.lo• • sarnente a incompreensão, as dificuldades economicas e os obstaculos que se interpu– nham. Todos se lembram dele no Rio, pobre e sozinho, ainda desconhecido, mas per– feitamente consciente de sua missão artistica e fiel a ela, Jamais a coragem e a deci– são o abandonaram. Prosse– guiu na luta e nunca deixou de pintar em nenhuma c1r- • eunstancia, por mais 1mpre– ci.sas e arriscadas que lhe pa– reces1:1em as perspectivas. O antigo menino de Brodows– ki não parou. Sua obstina– ção, sua 1nteligencia e a con– fiança na mensagem artis– tica de que era detentor, de– ram-lhe a convicção de que um dia esse grande esforço encontrada apolo e simpatia, compreensão e reconhe::1- m~nto. A íé, a consciencia profiaalonal que o tor– naram um ser pri'lllegia do, davam-lhe o estimulo tão necessàrlo naquela fase mais ou menos tormentosa. Tra– balhava sofregamente, aem desfalecimento. Pintava e sofria, alheio a tudo que pu– desse desvtá-lo do eamlnbo traçado. Algum tempo depois eolhe os primeiros frutos : menoão honrosa, viagem ao Brasil e, por fim, o sonhado premio de viagem ao estrangeiro. En– tão, Porttnad, parte para a Europa . Visita a França, a Italia e a Eapanha. Extasia.– se diante dos mestres do pas– sado, estuda-os com amor - e regressa ao Brastl com o csplrito inteiramente ·Uber– to . Enriquecera a exper1en– c1a, aprofundara-se ainda mais na arte e trazia um propósito mais firme, uma personalidade mais forte. Em breve se torna respeitado e querido. Seu mundo picto– rico não terá mais lhnites, pois o poder criador imprime– lhe novos rumos, que enri– quecem cada vee mais o con– teúdo de suas telas. A evo– lução é constante; a ansia de criar e renovar, e o dese– jo incontido de transpor sempre novas etapas, obri– gam-no a procurar os mais diferentes recursos técnlc..:-s. Portinari experimenta, joga com todos os elementos, com– bina técnicas e motivos. E, audaciosamente, projeta -se para .além de tudo isto, se– nhor de sua arte, dono de to– dos os recur;sos, criando algo novo e admiravel. Agora, sua personalidade extra.orcU– naria define-se completa– mente, marcando para t1e.m– pre o sentido profundo da sua obra cheia dessa grande– za humana,· rica e trágica, a um tempo. Dentro dele está sedimentado esse patético sentimento de solidariedade que se reflete na sua obra como um.bloco, E esse senti– mento de solidariedade em face da miséria de um épo– CP.,. é tambem o seu grito de reueldia em face de todas as injustiças. Mais algum tempo o seu nome se incorpora entre os nomes dos mestres contem– porâneos. Vai aos Estados Unidos a convite do governo norte-americano e trabalha na decoração da Biblioteca de Washington . Novas expe– rienclas, novos caminhos se abrem; mas o sentido da sua mensagem humana Já está definitivamente firma.do. apesar disso, estuda sem- coon.-múa. na 8a. página) t& deficlencia de éonclusõe.s 8001ologlcas. Mas tudo isso não diminui o seu valor e o eu alto significado no mo– mento atual da cultura bru• aileira. E' bem verdade que esse. deficiencia de fundamenta– ção sociologica decorre do próp rio critério com que foi o livro composto. ô próprio autor escreve que a melhor e "a. mais alta valia desse li– vro é a perfeita ausencia do ••explicação" quando recolheu o fabulário. "Nenhuma onça maneta nem cavalo de trê~ pés troteia nos riséos pre– estabelecidos de uma plcad11. doutrinária.". Mas o meu reparo decorre mais do titulo do livro e o ,critério que dominou na dis– tribuição da matéria. O que elgnlfica afinal a "geografia dos mitos brasileiros"? Mes– mo porque se não dá um de•• sejo de uma explicação ou uma interpretação sociolo– gica, essa explicação e essa interpretação existem. A co– meçar logo pelos mitos ama, zõnicos, que se fundiram e confundiram e os que per– maneceI!l mais vivos porque r.ão os que foram levados em torna-viagem pelos retiran– tes do Nordestes e se conser– vam nitidos, porque se ex– pandem dentro de um ambi– ente espiritualmente imuta– vel, o espir1to conservador dos homens do nordeste. Em Pernambuco, os mitos não perdem a ligação original com a fonte de onde proma– naram. Em Alagôas, vivem os mitos gerais portuguesE's. Na Bahia, apesar de sua im– pressionante cenografia re– ligiosa, onde existiu um vo– lume imenso de escravos. os. mitos de maior divulgação pertencem a,os europeus. Os mitos locais e secundários são mosaicos recorjJ1eciveis as procedencias na coloração complexa do entalhado. E assim, o autor vai dando resumidamente explicações. sôbre a distribuição dos mi– tos através das regiões bra– sileiras. Poderia, portanto, com sua competencia, com sua cultura vivida, nos ori– entar ainda com mais segu– rança num dos problemas hoje tido como f1.mdamental para o conhecimento da evo– lução cultural de um povo ou de uma civilização. Para Ernst Cassirer, por exemplo, a chave que abre todos os segredos é o mito Este, que exercia um papel secundário assumiu a partir dos estudos de Schelling, um papel decisivo. Torna-se com ele, o universo, um universo espiritual, um todo· organico animado e continuo. El mesmo que não se acei– te esta ou aquela interpreta– ção, toda tentativa de inter– pretação concorre para o es– clarecimento do assunto. Co– mo se abre a nossa capaci– dade de comprensão, depois da leitura da obra de Frarzer - "The Golden Bough" 1 E ou rascm:antes. Com esse aspecto, com essa capacidade de exteriorizar pelo sagrado e pelo profano . a energia vital, o mit o exer– ce uma poderosa ação com– pensadora nas deficient s ., transitórias organizaçõe:. hu . manas. Luiz da Câmara Cascudo. logo de começo, nos mostra como os jesuitas ao desem– barc :~r na terra selvagem • desconhecida, procuraram a– nular o efeito do primit,ivo pela interpretação primitivá da vida. Ele encontra com Juruparf, o senhor do culto mais vasto, comum a todas as tribus, filho e embaixado~ do Sol, nascido de mulher sem contacto masculino, :re– formador, regenerador, de ri-• tos exigentes e de precauçõe1 misteriosas, que foi identifi– cado depressa como sendo ~ diabo. Assim, cinquenta anos de catequese espalharam para Juruparí o renome dl:' satanico. Além das criançai ensinadas nas escolas, os ca– tecumenos, os índios, de ser– viço à população euronéio.. acórdes em ver no velho cieus · indiano uma grandeza infer– nal, a multidão de mestiços mamelucos, curibocJ.s, massa plastica sugestiona,;-~! e de imaginação ampla, divtil ou o novo papel de Jurupari. Achado o inimigo, faltava o aliado. E esse ser providen– cial foi Tupan, que teve o seu culto prestigiado em to– da linha pelo branco. O pagé recuava, bs,tido P., com ele, a crença se dissolvia no amag<> das matas para conserva r-sJ até hoje, atestando sua es– pantosa vitalidade espiritual. Tupan fez parte de todas as orações e aulas. O paure Ma . nuel da Nobrega, Anchieta. Aspicuelta Navarro. Abbevil– le, Thevet, d'Evreux, com– põem versos, c:üecismos, ne– ças dr:;i.máticas, hinos em louvor exclusivo de Tupan, Deus verdadeiro aparecido para contrapor-se ao falso Juruparí dos infernos e sal– var as almas para a eterni– dade paradisíaca". Os colonizadores religiosos ou não, o pa~dre Nobrega, o,i o huguenote Jean de Lcry sentem esse apelo para o mistério, como um apêlo d:L vida recompondo o seu pró . prio equilibrio. Assim se faz a trandusão do sangue espiritual. O mlt :i de Tupan abre caminho pa::a o cristianismo, poz-que há um ponto em que o próprio cri.s– tianismo fala a linguagem das primeiras idades. "Tudo isto, escreve em 1559 o irmão de Antonio de Sá - permit, o Senhor para que venham a conhec:lmento de sua Lei, considerando perverso o do minto do Demonio". Assim este livrei é tão tn~ teressante, tãu cuidadoso tâ.!> cheio de amor pelas cóisas de nossa terra, que com eb nos sugere outro. No~ despovoados de nos.s!i (Co11.tinúa n11. oitava página)

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