A Provincia do Pará 24 de Julho de 1947

Quinta-feira, 24 de jullio de 1947 A P R O V t N C I A ]) O P A R A ___.:....._____:___:_...::..::...::_____________.__ ___,;==-~~-- VI D A SOCIAL ANlVER.sARIOS EboENINHo - Festeja, hoje, o seu aniversário nataHcJo, o gn– roto Eugenlnho, !Uho do sr. Eu- com a pas.,agem do anlversárto nntaHcJo de sua fllhJnha Carme– ltnda. Na residência de se\16 pn- ~ia~rmJ!Ln!ªa.,r~t~~: 5 ,fe~ quem recepc.lonará. FALECIMENTOS Sr. DAVID LOPES - No hos– plto.l da Beneficente Portuguesa, toleceu, às 21,45 horas do dia 22 do corrente, o u. David Lopes, antigo comerciante da praça. O extinto, que era solteiro e portu– au0.a de na.u:tmento, contava 33 1 anos de ldnde. VIAJANTES Foi atravessada por setas A 8ANTA DO DIA - Santa CrUtl• na: De•.-emoe dlat.1.nsulr duu eantae com uae nomo. A prime.Ira nasceu cm Bolscna; a outra Tlnu em 'nm t:ie~º~:~a ~:o r a nd !:iolrt~~: deuaa dua• ,aniu. E1I o texto do martlrolócl,o aobre a NDta do Oel• dente: .. Em Boleeoa, T01<:&na, mo"tt de Bania. Crll't.lna, viraem e m~..u. Com a Idade de onze an01, ela que– brou ,em teatemunho de eua !~. t'1I 1do1oe de ouro e de prata C!e seu J):1.1 e os dl1trlbulu peloe pobres. Por or– dem pai.erna. fol cruelment.e fiaqe- 1-da, 1ubmetlda a dctu t.ortUru e lançada com uma. pedra pep,ds ao n,a.r. Um AnJo, enneianto, a llbf"r• t.ou. Mali r.orde. eob um outro rr,a– si,trado, 1uceaeor de aeu pai, eofrou com admlraveJ conetancla noTOS uu– pllcloe, mall t.errlvet., a.Inda. Aeab-m. enfim, aua. 1lorton canelra, dep~II de haver eldo lançada em uma fOnJa– lha ardente. onde ficou Ilesa du– not.e 5 dlaa. Apóa ter tlrunfado ciu ffrpentea pela torça do Crl1to, foi ctranaada por "tu e t.eve a 11:l- fi: ~~~d~uM~~~ !! d:al,~: mo, na Slcllla, fot dacoberto em 1.880. Do ea:ame de aeue despoJnJ. J)Ode--ee concluir que faleceu multa :r,nm, talvez com 14 anOfl ao mi.xi • .... Apllcaç&o: E:noontram•-N ainda boJe e.nanou baatani. ooraJ09aa para dl• aor a. HUI pala: "ll'to 6 Jndlrno de tnn lar cr11t.Ao". c:rtançu capuea de deat.ruJr aem heast.a~lo quadro. e )1. •roa lncon•enlentea e enfrentar ea conaequenctu de ..u cesto. PORMULAIUO DA MISSA - C~m para.me.ntoa rõz01, mi.a própria c;a Viama do Apóetolo S&o naco, e ,m comomoraçlo de Bant.a CrllUna e NoeM Senhora. Nlo ae diz o Olõr1a nem o Credo. MODELO DE RUMILDAD"& - Quanto • bela a alma ornada 4a 9'r• iudo na hum.1Jdadel "O humUde de MOVIMENTO HOSPITALAR D , LUIZ I ccra.ç&o, nOI db: 8 . Paullno, torna– .. o Coraç&o de Crtato mesmo", por– que a humildade nOI une ao Coro– ,;lo de Jesu.a, que 6 ,. hum.tldade mes– ma, como ele n01 en.11lna : "Aprenrtet de mim, que ,ou manao e humUde de coraç&o". Com efeito. em Bd6:n. nóe o Hmc. naacldo num preaepe e dettado numa manjedoura: em Na– t"&r6, .-emo-to deaconhecldo e pohre numa ofldna. Vemo-lo, finalmente, em Jenualim, nagel&do como eacn:.– •o. esbOfeteado como homem vU. co– roado como ret de teatro e cructn– cado como crtmtnoao. E MCUt.emos o que ele 'boe r-ecomenda : ..Eu -.os dd o eumplo. a fim de que façais o que eu fia por võe". Como ae dlsaee– H : M•u.s fllh01. lle abracel toda.a MI– tu tsnoml.nlu, 6 para que, 1egulnd'> n.eu exemplo, n&o as de&dlfflhel!i. A tumlldade de es1>lrlt.o coiuLste em na& Jutprmoa dignos de desprem; mu a humildade de eonçlo conJla– t.41 em dcteJarmoa aer deapreza.<1011 dos ouu01 e n01 compn.zenn01 nu hu– milhações. Elta 6 propriamente a hu– mildade que Jeeua en.t.o n to nQI e:iatnar por eeu uemplo. PRATICA - N&o falare.J em meu lou•or: ee outroe me lounm. bum!– Jhar-me-•1 Interiormente lançando um olhar 10bre mtnhu falt.u . Ml88AS DO SR. ARCEBISPO - :com Mf.rto ceJebrarl mtaaa hoje na capela do Paço ArquJeplacopaJ: ama– nbl, na BuWca de Nazart, U 8 ho– ru. Slbado. na capela da Santa ca– • de ?dl!erlcórdla . Domingo, b 7 horu, :na capela do lnatttuto Cat.s· ri.na t..bOurê. Segunda-feira, na Cc1• Ptla do H01pUal Dom1n1011 Jlretre. ORAQAO 00 DIA - Concedel-\JOI ó Deu. onipotente, que a aolene les– th1dade de São Tlea-o. 'fOUO apóstll- 1<•, cso qual colebram.01 a VlgUla. --.•J– mente em nÕI a piedade e a aaln – ç&o. - Por N. 8 .. ORAQAO DE SANTA CRISTINA - NÕI Voe 1upUcam01, Senhor, QUC! Bante. Crlltlna lmplOl'e para nC. n voua lndulgencl&, ela que aempre VOI aaradou, pelo mM'lto de aua ~ t.1dadt e pela connu&.o do poder de Voaa craça. 8AHT08 DA IOR&JA - Vlceno1o. Vltor: Aqullln& OUnegundea. , - .r!~l~ HOJE! Às 15 e às io horas! A " PAR,\.:'10 X!.'"' AP~-:- __ :TA JOAN FONTAJNE GEORGE BRENT-WALTER ABEL NO NOVO SUCESSO DE UALL WA.LLIS, 0 PRODUTOR OE "UI\I A:\tOR EM CADA VIDA" OS AMORES DE SUZANA IRACEMA HOJE, às 20 horas ULTLl\iO DIA DO E1'10CIONA."JTB DRAMA DA "U!\'lTED" PARIS SUBTERRANEO Jorge Rigaud Constance Bennett AMANH ,A POPULAR ~•• lO botut O MAIOJl SUCESSO DO )10 1\fENTO UM AMOR EM CADA VIDA 4a "Pa.ramonnt", com J'E?\"?\'lTER lONES JOSEPH CO'r'IIIS A'I 14.JO e àt :1 !i~:U! DZLlA OARCf!S, cm . CASA DE BONECAS GRANDE SUCESSO DO QUrG.. l\lA ARGENTINO, COM O PA– MOliO "ASTRO'' lORGE "t IGAUD GUARANI IRIS s. J OÃO A'• 20 bora11 A'I zo boru? A'I 2t horut DUJíPHREY Entràram - Maria Terezlnha de Azevedo Cruz, Adelino Morala lllttencourt, Celta Maria Kourl, Laura Tavares, Dolores Fontes Gl– let, Oraclllna Oprrea Pinto, Anto– nJo Gomes A!onolo. Maria de Na– ur6 Couto Alves e Abdullah Omar. PREOBlTOS CRISTA08 - com a warada Eucaris\la o crtst&o e11, bem i,or toda a pffle. pota pouue a .linus ertat.o • a tudo o mata dllpma. - D. Peclto Eymard. EXTRA: "O CLUBE dos PRONTOS" MUSICAL TECNICOLOR. DA " PARJU10UNT", APRE&Bff. UMA DAS J \I.US NOTAV8l8 CRIA.ÇOEI DB Bombalera DOGA.RT Jeannie Salram - Joaé Acaolo Cavalei– ro de Macedo, Manoel Oanlelro de Macedo, Armando Pereira da IIUvaL Oflr Gomes Cavalcantt e JOlé M41'la CoJTea. Tot.al - Enlradas, 9; aaldu, li. SANTA CASA Ponslonlllu: Entraram - Armando Mendeo IJma, Marllda do· Almeida Cam– poe, Joaquim Carvalho Melo, ~\1!~ g.11aJ~e1r'l.'.'. c=º~ B . do ~anda, Maria Elma Me&– !llllt.a Ponlea e Joaé Nuolmen\o Ramos. -~~u - Não houve. 1 ..., Ell , 9; aald.., 12. fAVILBAO INFANTIL Entradaa, 2; saldai, 3. MATERNIDADE l'emlonlstu: Bnt.raram - Juclll.h de Lima ~-v-'=': J4arla Vilar de Oliveira e ~ de Jesua Sobral Sar- Be olo quena edlflcar, pelo menos n&o deatruaa; ee nlo querea plantar, pelo menot nlo arranquee o que est.a rtaniado; ee nAo querea t.ranquUldu. de, ).)do men.01 n&o put.urbel a U.10. qullldad• doa OUU"OI. - 8 . Efrem. CARTAZ OLIMPIA: A's Ili e u 20 horas - •o.,; amores de Suzana" - J'unta– mente - •Clube dos Prontos'". IRACEMA: A'e 20 horas - •Parta eubter- ~~ic, - Crt 3,00. GUARANI: A's 20 horas - •Amarga Iro– nia• - J\J.nlalnente - "Bom– balera•. · POPULAR: A'• 20 horas - "'Um amor cm cada l-1da.. - Juntamente - "Oe trfa desejos•. POEIRA: A's H,30 e M :IO hon.a - •oasa de bonecas". Cr$ 2,40 - Cr$ 1,20. IRIS: A'• 20 hor.. - • A' beira do abismo". Cr$ 2,40 - Or$ 1,20. SAO JOAO: TANDO YVONE DE CARLO. DOMINGO! ''WARNER BROS" APRESENTARA': A VJDA JNTlMA DAS FA.MOSAS IRMÃS BRONTt, AUTORAS OE "MORRO DOS VENTOS UIVANTES" e "JANE EYRE"'. 'Devo~ão' UM DRA.'"dA VIBRANTE, lNTENSO, IMPRESSIONANTE, COM IDA LUPINO- OLIVIA DE HAVILLAND- PAUL HENREID - SIDNEY GREENSTREET NANCY COLEMAN - VICTOR l'RANCEN - ARTHlJR KENNEDY. George Sandem "VIDOCQ" A HISTORIA l'AICINANTB DO )lA.18 OALANTB AVBNTORElRO DO 8BOULO XIXI oom IIONB BA.880, O&ROLB LANDIS e ~ ilDl W IIBOFI'. ---- TECNICOLOR; e LIZABETJ) SCOTT -em- Amarga Ironia - em - -•- A Beira Triunfo do Abismo sobre a dor - com - -com- LAUREN DJ\CALL JOEL fl1C CILEI. A nh ,i a s· a'bado Poe1·ra Inicio do grande seriado, com o llla '"' 'I;, • ' famoso cão RIN-TIN-TIN o GRANDE GUERREmo ou o GUERREIRO RELAMPAGO t 8BR1BII li EPI&ODIOI ESPS'l 'ACULAB.ES , com FRANIOB DARRO - PRIMEIRO EPISOD~O·. - .. os TA.,lBO&ES I r ·1 -TBOI" Juntamente: "OS ANJOS E OS GANGSTERS", com "Os Anjos de Cara Suja". A Seguir: "Corações enamorados", tecnicolor, com Jeanne Crain, Dana Andrews, Dick Haymes; "Margie", técnicolor, com Jeanne Craitt'. CA.PJTULO 10 conversar com o padre Cleme11- Nana notou: te; trouxe-o para a varanda, - Abriu os olhos, D. Con- com medo que Paulo pudesse suelo. ouvi-los. O NOSSO FOLHETIM tase tão completo, pois era ur:: verdadeiro extase. Rensa'la confusamente: "Sou loura, Leninha abrira, de fato, os - Padre, Maurlclo tem q•Je olhos, para os fechar de novo; sair daqui Já, lá, amanhã mes• ~ - Maria Perpetua An– drade COota, Manoel Ro!lé Borges, Maria Pvrelra de Oliveira, Ma– dalena Sou.a doo Santos e Orlan– dtna Sou.a Beckman. A's 20 hora.s - "'Jea.nnle• ..Triunfo aõbre a dõr•. e em t oda a suo. vida rle mulht:r mo. "Meu Destino E' Pecar" completamente louca, do!da varrida", mas ainda assim •r i.bandonava à beleza daqu-•le momento. El, tudo porque um homem a carregara nos bra;~3, um homem que ela conhe,.fa há duas horas! &OU eu, a!lnnl de conta.li?" "Te– ve medo de não ser "uma mtt• lher séria", de S<:r lragil d9 mais". Como é 110 lvd qul! conhcçá um homem e uma ~ ra depois c.teja nsa.lm ?" ainda outra perguntD. n si mea– n,a maJs per badora: Total - Enlnclu, 3; saldas. li. :sn=T:'aa1du, 8. ORDEM TERCEIRA .-....-, EnlradN - Maria Na,clmento Melo e Maria Cunha Par6. Seldaa - Gracinda de Jesua Bi– beiro Lobato. ln~-· juadro aem alteração. MODERNO: A'a H e às 20 horaa - "CJuna– Hõ• e "Ollda". INDEPENDENCIA: A's 14 e às 20 horas - "Os s1Dos de Santa Maria". UNIVERSAL: A'• 20 horu - ·ne. semana, de amor" e •ortme perfeito'" VITORIA: . A.'1 20 horas - •o amanhã 1 eterno•. CAVALHEIRO ... KAO OOMPRE seu CORTE DE LINHO JRLANDtl. ~UBABAO, TRO– étCAL ou CASlMl.R SEM VERif'ICAR O ESTOQU'& z OC5 PBD;J08 --DA - - .CASA FLUMINENSE UNHO PURO mLANDts DESDE Crt $0,00 13 de Maio, 85 Joalheria Azzolini COMPJIA E VENDE JOIAS, OURO, PRATA. PLATINA E PEDRAS PBBCJOSAS pou,le variado 10rtlmento de Jólu !!nu, mare&Mlta, fW– ,rana e objetos para preoente, como t.amWm elevado 10rtl- 111111to de relógios daa melhorco mare.. para todoe oo modelos e pr.çoe RUA 13 DE MAIO, N. 0 271 4-1-2-2 End. Teleg, OUNl BEUM-PARA (2.37f' 1 nunca experimentou o senti- - A senhora acha? menta que enchia agora sua - Acho - repetiu - acho. alma. Abriu os olhos outra vez. O senhor viu? Um dia eles se Disse, baixo, como se lhe fal - matam, padre Clemente, nó.o tnsse a voz: se Iluda. Já não se gostavam; - Eu queria subir... e.soa mulher... - Paulo vai com você, Le- - Por que du,; "essa mu- nlnha. Paulo! lher"? - rei>reendeu o padre - Paulo, não! - de.'!perto~ com doçura. - O termo nli~ é daquele adormecimento. - Eie bonito. t~ão, eu vou sozlnha! D. Consuelo dominou-se, e- Nana ofereceu-se: mendou: - Eu levo, D. Consuelo, dei- - "Minha nora" vetu com. xe que eu levo. plicar ainda mais a sltuaçio. D. Consuelo afastou-se, te,:, . Agora eles tem o pretexto para do que se conter. sua vontade brigas. Hoje. Paulo não se atra– ao ouvtr "Pn.ulo, não" foi eY.- cou com Maurlclo, nõ.o sei !)0:-– plodir, gritar com aquela nora. que. até bater; mas controlou-se. Ele não é covarde; quando 1:– Já tinha acontecido tanta cal- ca com raiva não enxerga mal! m naquela noite, que ela achou mais nada na frente. Mas ho– melhor niio usar sua energ!u. je - lnteressauté... - Só sei ''Elia me paga, ela me pag:i•· que Maurlclo tem que sair, de'.– fol o que prometeu a sl me1;- xar a fazenda. J á com a "ou· ma, numa ameaça em que põs t'rn", a "primeira", foi a mP.s • toda a !orça do seu rancor. Deu ma coisa... uma volta na sala para se a- - Eu sei, eu sei. calmar e, quando voltou p9,rn - Paulo cismava que Mao- Junto de Lenlnha, ni!.o viu mais rlclo e Ou.Ida .. . Sem razão, o Maurlclo. Nana ajudava Lcnl . senhor sabe. - O rosto do pe.– nha a levantar-se. D. Consue-- dre tornou-se grave, que.si c.11- lo aentlu-ae aliviada, como se ro. D Coru;uelo esperou que ele a ausenclo. de Maurtclo lmpa. dJssesse alguma coisa, que "sn– cnsae no desaparecimento dn bla", enfim que testemunhuse perigo. Paulo, lá na outra sala. a lldelldade de Guida. Mas o nli<> olhava nada, mu parecia padre ern de uma honestidade sofrer de uma maneira aguda cerrada, Incapaz de afirmar ou Len!nha e Nana dirigiam-se confirmar nado. que tlve!Se para a eacada e o coronel apl\- ,.uspeltado em seu Mplrlto 9.1- nh\Va seu guarda-chuva. e se ma duvida. E no caso de despedia: "Eu passo aqui ou- aurlclo e Guida ele tivera tro dia", !oi o que disse, ao uma eérle de Impressões ou de sair. D. consuelo então podo intutções que procurava em ~ão Romance de SUZANA FLAG Direitos de reprodução reservados em todo o Braell pelos "DIARIOS ASSOCIADOS" esquecer ou destruir. P . Con– suelo, com uma tensão nervo– sa progressiva, vla a situação bem má: o. ; es~~r~~l~~oi~Ív:: 1 pt~!r~ Talvez não. O certo é que Mau– rlclo é bonito de mais. Eu b,m :i visei a Lenlnha. - Avisou o que? quis saber u padre. - Que ni!.o olhasse para Maurlclo. Um homem, assim, po.dre, não há mulher que re– sista. Duvido! - Tambem não é assim. Que é Isto? Se fosse, estava t11dn acabado. - Pois então está acabadQ, padre - allrmou D. Consuolo com uma convicção terrlvol. Eu sou mulher, sei como são essas coisas, a mim nlnguem me engana. Nenhuma mulher resiste a Maurlclo1 "Nenhuma, nenhuma, ne– nhuma", foi a palavra que 11- cou no pensamento c:io padre, como se uma voz interior a re– petisse, uma, duas, três, de<t, vinte, cinquenta vezes. Ele a– creditava que multas mulh~– res - milhares e milhares -– reslstjrlam a Maurlclo;, ,1m. Mllll o que o enchia elo angus– tia, de certo modo, era a en– lase com que D. Consuelo dis– sera nqullo, a convicção des~J• perada, a certeza de suas pala– vras. "Talvez ela esteja enlou– quecendo", pensou, em deses– pero de causa. Leninha não desmaiara. A unlca coisa que teve foi umn tonteira; dai o ter perdido o equlllbrlo, obrigando Mau!1clo a carrega-la e a !tear com ele t1os braços todo o tempo. A tonteira tinha passado logu; mais ainda assim ela continua – ra, de olhos fechados, sem dar sinal de vida. Uma comédia involuntária, que ela lez sem sentir, sem querer, a reve – lia da própria vontade, ser,, premeditação. Pode acomp'.l– nhar toda a cena pelo ouvido, através elas palavras e dos rui– dos; mas a atitude de Paulo, o tumulto na sala; as cadelr«s derrubadas - tudo liso quase nada alterou seus nervos. Car– regada por Maurlclo, ela se concentrava nuin sentimento lntraduzlvel de felicidade. Nun– ca, em todo o seu destino de mulher, experlm!!ntara um ex- Aquela emoção que sentia, s6 a emoção, era, Já, um pec!l:lo. "Eu sou casada, não o.mo me1 marido, mas sou cas3da". Nê.o teria direito de se emocloru,: t a n t o c o m um homem que n ã o e r a seu m&r1- d.o. Ao mesmo tempo. se d~:e.-;. ela: que mulher, até hoJo, c,n seguiu dominar o próprio pa:1 sarnento e as próprias emo– ções? O que a mulher canse• 1:ue é controlar seus atos, ;, não fazer, não renllza.r o p,– cado, mas o pensamento é IJ– vre, o sonho é incontrolavel. e a emoção nasce sem a gente querer, nasce por st mesm;,, dom1na nosaa alma. E eonti– r·uava do olhos fechados, pros– seguJa na comédia, já a3J,n voluntária. Que aquele Instan– te se prolongasse que não nca - basse nunca. nem hoje, nl!~,1 nmanhã, nunca, meu Deus 1 Quando Maurlclo, por fim, a colocou no dlvan, pode dizer num sopro, como uma somb:a de voz: ' 1 Obrl,;ada"... ita.:,; 1•·– go que se desfez o seu contacto com Maurlclo, que ~le •• al~s– tou, sentiu um nbandono, u-n desespero, uma solidão horrl– vel. Foi como se um sonl:o multo bonito se deapedaçuse, de sublto. E, ao mesmo t<!ml)<I, passou a raciocinar mclhn:. Sentiu-se como um louco q,,o recobra a razão. Pensava com uma luclde~ implacavcl: •·Que "Estarei ap~lxonada por Maurlclo ou !oi questll.o d~ m mente?" D. Cvru.uc:o e Nana !e.zlam-r,:, cheirar vlriaere. Que coL'Sl, horrlvel é o vloaçr.>. Abriu os olhos P-•d não chel• rar mais a<;ul J. E ai se lem• Urou dt umu. co a que, ante, nllb J preocupava quase: é QU wi. era bonita. Proc:ur u cardar a.s próprias !etçó nariz. o des,,nt.o d.: boca corpo, os olhos. ~t<joll dos comenV rios de U ,a • D. Consuclo; e 1#0 deu uma Irritação profunda. "1' Sü não ser bontui: muttaa são. Airui será que, assim mo sou, nenhum hom m !\palxonarla por mim 7 Há mn• lhcrc. bonlt:u que sao tã felizes! Quem s bc ae eu, a sar de não ser, tambem •- ser feliz?". • Depois, llana levou-a. A ptt– ta foi pe untando ae ela t:iva melhor, ao aind- ea.ava sent n<lo nlguma cotaa. ma dando Lenlnha se encostar ne• la. Tudo Isso c m um Cllrlnho qu , pouco a pouco la como– vendo n moça Q111mdo chcga– tam la no quarto, Lenlnha per• guntou, loio que eniraram: - Nana, e 10u muito sou? A prela aorrlu. OlhDII oomo 8" eaU,,_ Julpado, llbr.11 mala o riso, e dlue: - Feia? que ~rança• .t. ..nhora e 11.ndlll (C-Uaáa)

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