A Provincia do Pará 20 de julho de 1947

Págtna ·10 J.. !t !t O V t N C I A O O P A '.R A ---- -------------------------------------------------------- ---·--------------------------------------------- M u N A morte da velha A roca Colaboração de ALADIR OLIVEIRA, 13 anos, ave– nida São Jeronimo, 197. (Especial para a Prov'.ncia do Pará) Era uma vez uma velha muito rêca que só falava da vida dos ou- tros. · Contava casos incri:vei1; a respeito de seus vizinhos. Qualquer pessoa qu" quisesse saber da vida alheia 1a logo bater 110. casa da velha. Certa vez o marido da velha, o Ma Caca. ouviu a rôca dando in– formações dos outros à uma fre– guesa, e viu tambem ela cobrar az informações. Esperou acabar o fuxico, e quando terminou, cha– mou a velha, e disse-lhe: - Olha, Ma Caca; se eu tornar ai ver fazendo fuxico da vida a– lheia, eu corto-te a ponta da lin– gua e ponho uma língua de pa– to. - Bah ! Tuas ameaças não :me tr.etem medo. Não és capaz de ma– tar uma :;aúva. Acontece que Ma Caco tornou a pegar a velha fazendo as coisas de costume. Não !liscutiu, deixou todo mundo sair, e~ c:t:iamou a Ma CRca: - Quanto fizeste? Perguntou. - Ao todo Cr$ 39.879,10. - Hum ! Já dá para comprar um castelo. Quanto me dás, que– rida velhinha? - Nada ! Lembra-te da amfiaça ctue me fizeste? - Ahhh ! E' verdade. Então o homem segurou a Ma Caca pelo braço, abriu suii, boca, cortou a ponta da lingua, foi ao quintal matou o pato de estimação da esposa, arrancou-lhe a lingua, passando pelo armaria tirou uma bisnaga de cola-tudo, e colocou as duas l!nguas. Dias depois ela foi processar o marido pelo rrime horroroso. o caso é levado aos tribunais. Chega o dia do julgamento: che– gam as testemunhas do crime: pa– tos, perús, porcos e galinhas. A bicharada começa a fazer barulho no meio do julgamento, e todos riem. Grita o juiz: - Ordem ! Ordem ! Depois, voltando-se à bicharada, murmura: Cóóóc6rócó66 1 Rom, co rom co rom ! Olu glu uuu l Xéxéxéééé ! Quer dizer na lingua deles: - Quietos ou eu os ponhos pa– ra fora. - Deponha a dona Ma Caca. - •.. E ele matou meu pato de estimação, dil\se a velha rõca aca– bando de contr.r a historia. - Isto é verdade ? perguntou t juw àbicharada. Xééé, rom xé cócó glu co luuu. O marido é julgado culpado e 6 lida a sentença: - Por ter liquidado um animal de estimação ter feito dona Ma Caca ficar rôca para o resto ct:i vid,a, o senhor Ma Caco é conde– nado a 30 anos de prisão. Quando terminou o julgamento o juiz disse para dona Ma Caoa. - A senhora ficou com uma voz horrível. Mas ouça, o senhor K. Rancudo vai leiloar seu castelo. Vá depressa que chegará a tempo! - Otimo l Vou agora mesmo 1 Diz a velha. Madame Ma Caca tomou o ex– ;:,resso canino e chegou ao local do leilão. Fala o leiloeiro: Senhores abeludos, venham Cô• migo ver o cast,elo por dent-ro. Depois de mostrar o castelo a.os interessados começou o leilão. Gi:1p ta o leiloeiro : - 1000 pnra o cavalhc·,J, ...... 39879,10 para. a d ,:,m :4a Caca. Quem dá mais. , · ~;n dá mais? Vendido para a •, ~lha rõca. A velha ficou contente e foi bus– car o resto da familia para mora:.– consigo. Lavam o castelo, pintam– no de novo, compram moveis e louças. Nos primeiros dias nada acontece. Mas uma vez a velha vinha da cozinha, e ia passando por debaixo de um lustre. Para cumulo do azar o lustre caiu so– bre suas costas. - A1iii111iaaiiiii11 l Gemia a ve– lha tsmagada, socooorrooo ! Te>dos acudJram, tirando o lus– tre de cima da. velha. - Pobre Ma. Caca vai ficar pelo menos uma semana de cama ! Curaram-na e a levaram para a c:ima Ili Um mês depoi! do lamentavel acidente a.lguem bateu na porta do castelo. Era um padre peqindo hospeda– gem. o mordomo vai anunciar sua presença no caatelo à velha rõca.. Dona Ma Caca se levanta mela dolorida, e diz ao mordomo: - Manda-o entrar ! Quero que ele smta a dô que eu senti! Man– da-o entrar. Ha ! Ha ! Ha ! He 1 He I He ! Hi ! Hi l Hi ! Ho 1 Ho ! Ho ! Hu ! Hu ! Hu 1 O mordomo volta ao portão e traz o hospede à presença de sua patrôa. O hospede explica o que quer, e a velha lhe diz: - AÃ l Quer ho~edagem ? pois não ! Entre a caea é nossa, 1 - Oba I Berrou o hospede, vou trat&r de arrumar a mesa para o jantar ! . - Eepere, não V!!-1 dizer-me seu nome? - Ah ! Sim ! Já, tinha me es– quecido I Chamo-me de Sapo Sê– co. - EstA bem ! Pode arrumar a mesa. A velha corre em cima. de uma cadeira e pega um gro!!l!o cacete, e volta para jqnto de S!lpo que estava arrumando a mei,a. Derru– ba um (atfo e e,cclama: - Olhe, Sêco ! Caiu um garfo. - Oh ! Foi um descuido meu. E dizendo isto · 81!-PO abaixa-se par-'3. ap11,nhar o garfo e a V!!lhl'!– solta o pesado cacete em cima de uma bruta pereba que Seco tinha no pé. D o FAN T L _ .. Geografia_ do Vovô Por motivo de força malar ,.ão ~ oublicamos hoje esta parte de ~ '' Mundo· Infantil". Somente rio i ~ l. domingo 3 de agosto, o vovô João ~- estará novamente em viagem com ~ seµs netinhos, pelo nosso'· imenso ~~ Br_às_n_.________ ~;1, • ~ Curta Enig:rriabca ~~ Devem procurar, na· gerência ~~ ctêste jornal, quarta-feira, às 17 ~§ horas, os brindes com que fqrn.m ~- contempla.dos, por nos terem cn- - . ~~~;i~ viado respostas certas, os seguin- -- ~- tes garotos - José Maria Mesqui- ta, D!rce Ribeiro da Cunha Al- ------=::::: -...--=-- t'f meida, l:ioseli de . Lima Sampaio ~~ e Alberto Mélo. A nossa leitora·de ~~ Bragança, Ca.rmen Sílvia Ribeiro ~~ de Almeida, receberá seu brinde ~~ pelo correio. ?iâ::: Continuem enviando suas solu– &ái ções e aguardem seus prêmios. ~~ ~~ Aos nossos ~ colaboradores ~; Continuem enviando &e\ls tra– ~ ',·. balhc;,s. Serão publica.dos pela or- ~ % dem de chega.da .. Os desenhos de– ~• vem ser enviados, quando possi– m_',' vel, em nanq_uim ou lapis preto. As colaborações não devem ser copias e sim da autoria dos garo– tos que as enviarem. Correspondência do Vovô João E a linda menina entregou a Franch uma maçã côr de rosa JOBE' MARIA SEIXAS FILHO - Seu dese$o o clicher!sta. extra– viou. Peço que me envie sem falta a duplicata do mesmo. Peço que segunda-feira, às 10 horas, venha falar comigo. Frank e a maçã cor de rosa Fazia muito frio; a neve cot.ria toda a cidade dando a impre•são que um alvo lençol tivesse r-!do estendido. Na catedral, o relógio, batia 6 horas, quando um peque– no orfáo, admiradó, comtemplava o enorme sino da igreja que ba– dalava. Franck tiritava. de frio, sendo obrigado a ee enco!,Qer bem iun.. to das paredes do velho templo, para proteger-se do . vento que soprava impiedosamente . :N'E)sta ocasiã.o abriram-se as portas cja içeja e o p.<,bre menJ– po coiµpreendeu que Mtavl!, na hora dos homens se diriglrézn ào templo para rezar suas oraçl:es. Por diversas vezes já tinha en– trado na catedral e vira tudo de maravilhoso que 1~ exl~tia, éomo seja os lindos candelabros, a lin– da imagem da Rainha do.s Céus e os ricos páramentos 4o f!acer– dote. Sempre ficava comtemplando com toqa unção as vezes no côro entoa.vam hinos de louvor a Nos– so Be:i,hor. Se não e.stivOSH com uma roupa tão esfarrapada, Jâ teria. entrado para rezar e render graças a Deus. trar mais para o meio da igreja apenas achava indigno sua o!e– e ajoelhar-11e como os outros renda. fieis. Apertou-a fortemente contra o · O fundo da catedral estava bem coração e quando o padre pas11ou vazio é Franck decidiu-se avan- perto d'ele Franck com grande çar. Ajoelhou-se perto de uma satisfação a maçã na banqaAoç cadeira, cerrou os olhos e ficou satisfação depositou a maçã na rezando contrltamente duxante bandeja de ouro. Quando o pa– muito tempo até que viu que o dre chegou ao altar levantou a orgão começou a tocar e todo bandeja pedindo a Deus que acei– mundo se levantava. Ao ouvir a tasse aquelas oferendas. música sentiu vontade de .cho--:ar, Nesta ocasião aconteceu um ao mesmo tempo que sua alma fato maravilhoso. A linda maçã transbordava de felicidade. côr de rosa, que momentos an- Viu então um padre percorren- tes Frandk tinha entre suas do a igreja. levando nas mãos uma mãos, transformou-se em uma bandeja onde todos os fieis áei- linda maçã de ouro puro en· tàvam algum dinheiro. Franclc quanto o sacerdote rezava. de11ejaria fazer o mesmo. Mas Franck então sentiu uma imen– éomo, .se não possuía dinheiro al- sa alegria no seu coração e ao algum. Lembrou-se então de sua mesmo tempo, uma. grande sat~s- maçã. côr de rosa. fação invadiu-lne a alma. Darei esta maçã a Deus; ele De todas as ofertas que esta- sabia que aquela maçã era tuq.o vam na bandeja sua maçã tlrha que tinha para comer. Pouco sido a · mais grata aos olhos de importava que ficasse com fome, l Deus. · DOM COELHO Ocirema Machado Cunha, 10 anos. D. Coelho ia todo garboso d 111va.c:. e chaneu de sol nelo .. OSVALDO FERREIRA - Rece– hí sua interessante colaboração. Sairá no prox!mo domingo. A sua sugestão será posta · em pratica tambem na proxima semana. Oons ta.ta.mos o erro. Diversas creanças nos enviaram soluções fazendo re– ferencias a.o mesmo. Grato. JACI PAIVA - Você a.inda ,1ão acusou o recebimento de seu brin– de. Hoje publico seu trabalho. IRENE BRITO ...:. Ainda hoje, deixaI11os de publicar seu traba– lho. No domingo sairá sem fal– ta. ENEIPIR MARIA PE OLIVEI– RA - Seu conto sairâ no proximo domingo. Aguarde•. ARISTIDES ~ORTO MEDEI– ROS - Publicamos hoje, um dos s€us trabalhos. Envie colabora-– ções de sua autoria. Seu desenho satrá dom!hgo, . 27 . .. J0SEFA TOME' DOS SANTOS _e f.:m trabalho ,e!itá ot!mo, l!airá no proximo domingo. VOCES SABIAM QUE... Na China quando mo;rc, uma pessoa., .em v:.z de preto o luto é branco. Que Lucia um dos. tres meni– nos que e:in Fatlma. viu No_!sa ·Nossos c ol a b ora dores .:1 fada apareceu a Helena (Ilustração de ·Terêsa Catarina) HELENA E A FADA Tereza. Ca.tartna Morae& de Ca.stro Helena era uma menina mui– to boazinha e ~nita . Tinha o hábito de sentar-se no jardim ao lado de seu cachorrinho, chama.– do Totó. Numa manhã estava Selena. Eentada ro lugar de costume quando ouviu um belo canto. --Que será, dille Helena.. .Que será Isto ? E correu a esconder-se det.rás de uma ârvore. --Não te ocultes, dia.se ums voz suave e dôce. Não vim te fazer mal, quero falar eontigo. --Que é ? Perguntou a me– nina um pouco ma.Ili socegada. --& tua n:uunãe consentis– se, !riamos passear no meu reino. --E' mesmo. Tinha tanta vontade de ir com a aeshora. A moça, (que era uma fada) respondeu: --:Vamos mesmo sem avisar sua mãe, não te ;,reocupes, pois a minha iTarlnha de Condão não deixará tua mãe se afligir por isso, ela ficará tranquila . --Vamos, disse A. garota. ma!s confiante. • • • Helena ficou maravilhada wm o reino da !~~~ que por dois mi• nutos, nem PQQ.e falar. Visitou Undtts fadas e linda., ci– dades . As casas eram em forma de estrelas, as ruas eram de suvens, como era lindo aquilo all 1 Durante a viagem tudo foi di– vertido, ma.s estava. quasi no dia dela voltar. . . · E quando chegou o momento, Helena se despediu de todM. as fadas que conheceu. E logo que voltou para Cl!sa, agradeceu muito a fada, pela sua bondade. Correu ao encontro dos pais para contar tudo o que vira mas percebeu que estava em sua sua co:;inha, e tudo fôra . um be– lo .sonho. • • • · Quando estava triste 11entada no jardim . e relembrava, aquele maravilhoso Reieo das Fadas, ';J.Ue v!râ noo seu lindo sonho. O EREMITA Octavio Avertano d.e Maeldo Barreto da Rocha - 12 a.nos Vivia, faz mutt.os anos. num re– canto do . sertão do Ceará., um homem de ·barbas longas, ,restes grQ&i;e um burel, cabe'os E' que a simpatia atre.1 a sim· patia, .1ssim como o amôr atrai o amor. E aquele pobre homem desiludido da vida pelas decep– ções e pelos desenganos, não 'PO• Jeria jamais sorrir, se não fasee para compreender o sorriso de Nilson, inocente e confiante, re– fletindo sobre seu coraçã.o, mui– tos anos amargurádos ma.s ainda. bastant;e puro para interpretar um sorriso de criança. O CURIOSO Alba · Maria àe Mtranda Oliveirfl - 4. 0 · ano do grupo Rui Bai.:bosa Pedrinho era um menino mw.to inteligente, porém muito curioso. Certo dia, Joana 1 a cozinheira da. casa, voltando ao mercado, dei• xou a cesta de compras em cima da mesa da cozinha, enquanto foi mudar de roupa. Pedrnho cor· reu e, curio.so como era, foi logo bisbilhotar o que continha a ces– ta. Suspendeu uma das tampas da cesta e, sem olhar, foi logo metendo a sua mãozinha. Um se– gundo depois ouviu-se um grito de dôr; era Pedrinho que gritava. com um carangueijo pendura4o em um dos dedos de sua mio direita. A mAe de Pedrinho, '° ouvir aqueles gritos, veio corren– do ver o que era. Com muito cuidado oonaewila tirar o crustáceo do dedo de - eii !il!nho. Pedrinho jurou, nesse dia, nun– ca mais ser curioso. Bel~, 13 de Julho de 1K7 A CAMPONESA HeleM Nicin Aben-Athar • anos - Grupo Escolar Pinto Marques Levava. eu um Jarrinbo P'ra ir buscar vinho, Levava um tostão P'ra oomprar um pão, E levava uma. fita. Para ir bonita Correu a trA.s De mim um rapaz Foi o Jarro p'ra o chio, Perdi o tostão, Rasgou-se me a fita.,. Vejam que descita 1 Se não leva.sse um jarrlnho, Nem !ôsse buscar vinho, Nem tivesse um toet~L Nem 1ôsse comprar .PBO, Nem trouxesse uma fita Para ficar bonita, - Nem corresse atrás De mim um rapaz Para ver o ,:ue eu .!azia, Na.da. disto ..~:mtecia.. PIROLITO E MEYl Aristides Porto Medêíro, - 12 a1i0s Ertt, uma vez um macaqul• 1,ho de nome Pirolito e u,m ga,. tinho chamado Mimi. Viviam na mesma casa e davam-se bem, salvo às vezes em q,1,1• brigavam, porque Pirollto qqe. ria enganar Mlmi e este t\nha u 1nhas l. .,.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0