A Provincia do Pará 13 de Julho de 1947

Domingo, 13 de julho de 1947 Amenca--Como ela é VlI Fort Myera, Flórlda, maio de 1947 Puzemo-nos a caminho sem destino certo, seguindo olmplea– mente uma das belas estradas federal&, aproveitando o domln– eo ensolarado. En\ dado mr.– mento. a pal5agem começou a ~trar-.se sob um aspecto dJ– fereote da que nos habituara– mos a ver, atravesando a re– gião Inculta do Everglade1, apa– recendo-nos vastas l\reas de teT– ra. cuja fertllldade, milhares de larangelras, pejadas de fru– toa. comprova vam. O perfume dos ta.ranja.la em nor nos acom• panhou durante muito tempõ antecipando a surprua daque– les pomares ln!lndâvels. que eram protegidos, em secções, /:~~~ J:=· r:1J~ª~ quebrar a força do vento. para que o mesmo não danificasse a plantação. Estávamos u margt.D< do la– "° Okeechobee, o maior da Plórlda. Afinal, decidimo., rumar para a costa oeste do EAtado. onde !riamos conhecer Port Myera. Chegando ao anoitecer, apó, 245 q, 1ómetros de caminhada. lá pernoitamos. somente vlsl– tando a cidade no dia seguinte. Conhectdã. como a ..cidade das palmeiras". Port Mye.rs ofe– rece ao fora.steiro uma vi5ão mage.stosa de sua arbortz.ação, que lhe dá um encanto todo upeclal. Na verdade, a Aveni– da das Palmas ~ reputada uma das mals belaa do mundo e. meamo levando em conta qt.:anto o americano goata dea– aa wpremancl& abtt>luta. não hA. negar que eu.a avenida ~ de uma importAncta invulgar. Devido a.o aeu clJma ameno, de que. alláa, goza todo o Ea– tado. Port MYen fot o Iuaar es– colhido pelo célebre Thomu Edl50n, que af construiu uma vivenda, onde ta refuglar-ae durante a estação fria . E foi Justa.mente af que levou a efei– to várias das cxperlencla1 que o tomaram f a m o • o. D\lfante quut 50 anca Port. Myers rece– beu a vlalta do grande Inven– to,. e ainda hoje o turuta po– de vts1tar-lhe a velha cua, u– condJda ent.Te tufos de flores . P..everenclando-lhe a memória, a cidade poasue uma Unda pon– te que leva o seu nome, a qual lhe foi dedicada no dia de aeu anl~·ersãrto, em 1930. Fato curlo10 6 que ainda " Thomaa Ed!son deve a cidade 1ua arborlução. pol.s qu e, rece– bendo aprovaçlo, o aeu pia.no, apresentado ao Conoelho da 01· dade, plantou b ouu expen– ua grande número de Royal Palma que importara de Cuba. 1: hoje. quando a Clenc.ia &m– pllou, fantàatlcamenta, o fruto de 1ua Inteligência. a Natureza multiplicou a didlva que um dia deu ao eolo. Alllm. aacu• dlndo seus galhos ao sopro do vento. tá estão m&is de 10.000 palmeiras a enteJt.ar Fort My~s ! Vúlaa po.rtlcularldade& con– seguem deleitar o turleta, ofe– recendo-lhe boa dJversão. Umu pequenas llha&, esparaa.s no Gollo do Mezlco, deanta da cl· dade. oferecem aos ve.r&niat.u llndu prataa de areta pratea– da. E, para os colecionadores de conchas e but.101, as tlhaa de Senlbel e 0apUva oferecem a espécie mais rara da ~– rica, a chamada JunonJa. Um& hlatórta tntueua.nte envolve o nome da Dha 0apUva. pois que foi &Mim chamada por ter sido o refugio, em tampai puaadoe, ~b ~ ba=a~'3o deJlr~~ Oaapa.rllla. os quala guardavam ne.16& ilha aa auaa mulheres capUvas. Uma bela Doca de Yatcha foi conrtrulda la margem do rio Caloosahatchee, pouoo dlatanta do centl'O da cidade. Ali a n· coram as eleaantes e.mb& rca– çõea de recrolo, oomo tambtm os b&.rcol que ae destinam à peaca, slnsrando u ilauas do golfo, na sua faina dlÀrla. Como curiosidade, Por\ MYu• pouue um. dos Wllcos dois cor– reios ao ar livre, que existem na Am6rlca. Por fim, Por\ Myer1 •brisa uma du maiores escolas de ar– mamento ae.reo do pais, a Base Aérea de Bucklnghan, onde. pe• loa mitodos mala modernos. ~ enalnado o U&O de todo llpo do armas empregadu pela avlaçlo. A<, noo afularmol, ainda no, apareciam, ao lonae, aa be– laa pc>lnolallaa reala, enfllelra– daa ao longo da avenida, ln• =~z:~~::~ePocr~ ~:~ tna vlslo que Uvemos de 1'ort Myera••• vm Daytona Beach, Plórlda, maio de 11147 Puwno-noa, enfim, • cami– nho do Norte. Demo& adeua • Miami numa manhA clara e tépida. la.vando no coraçlo uma iaudade mama doo amiguinho& paosagelroo que dellcAramoo, tambtm daquela• ruaa alegrea. o de cada tndlvlduo que con.s– lltult. a multidão anõnlma e acolhedora.•• !ll'aa era precl!o avançar 1 Aaalm, correndo maciamente epbre eatradu bem calçada,, o carro noa foi levando ao en– oontro de novas aenuçõea. A primeira cidade de maior lmportancla Jol alcançada após pouco mala de dúas horu : w.. t Palm Beaob. A cidade 6' ba.tanta moVlmentada, po•• aulndo um centro comercial re• !ativamente grande. A pala&- J::er.:ls ~ªo ~~:;~topra~ - a lemosa Palm Beach doo mlllonirlos. E' ali que IIJu• raa mundialmente conhecidas noa meios financeiros ~ auu ~f:e:ªt:i':e~.e p~= 1~: lNOOOS enfeitam 81 llttgu ala· madaa, onde maJeat.o.u pat. melras se allnham, à.s vezes em quatro mu. Um dos maior,. culdadoo do americano f, efetivamente, a arbori.zaçlo de auu cidades. Enqul>nto Bel6m vê 1uas larno- 61.3 mangueira& de:iape.recerem. 1mPledosamonta, """ golpea de um machado lnconaclente, em tod& a Am6rlca se 1utam mi– Ih~ para a conoervaçAo das plantas. E, ao nascer uma ci– dade. o primeiro cuidado 6 tra• çar-lhe as ruu , maraeando•as com 6,rvore.s que serio, amanhã, J;!U enfeita natural. Aalm, Es– tados ortglnarlamenta pcbrea de wiaetação gozan,, hoje, a ,ombro. de belo.a ,rvores, im– portadas hA dezena• e dezena& de an<», para que chegasse 0 dia em que a cidade pudc:15e aprese'º-tar-se '"vestida" - e Regina PESCE bem vestida ! Agora entende– D\03 melhor o entu.5lasmo de um amigo americano que, pas– &&ndo por Belém, contemplava com admiração aqueles "'tU– nela" de man,uelras, &flnnan– do que cawarlam inveja ao, seus compatriotas... Percorrendo a avenida ao longo da praia, onde u onda.s enfeitam a Agua llmplda e azul do oceano com pequenas crl.5- taa brancu de espuma, tive• moa a arradivel surpresa da encontrar um BrazlJJ..an Boule– vard. ! E então, esquecendo a faixa egtrelta do areia, Ima– ginamos ter à nossa frent<> a dellclooà curva de Copacaba– na... Quanto pode a Imagina– ção!... A<, voltarmo& pela cidade, chamou-001 a atenção al&o que trouxe à tona uma recordaçlo desbotada d0& dias de menlnl• êe : una carrlnhos de vime, lembrando os que conbecemog na Ilha da Madeira. Mala ou menos do mesmo feitio, dl!e– re.nclavam-ae estes por poeaui– rem roda& do borracha, por não ••lsllrem, aqui, ao ladeiras da bela Ilha portuguesa. Continuando viagem, ao cair da tarde estávamos chegando a Sanford, conhecida como a cidade do alpa", devido à gran– de cultura desse vegetal, larga– mente consumido na América . Na., vtz1nhança.,, e antes de entrarmos em San!ord, fomos ver a ..blg tree", Arvore que por ter 3.500 anos de Idade não pcderta ger privada da propa– ganda americana ! . . . O céu, entretanto, cada vez mala es- ::;/ezn:'~~~s 'tr~i; da tempestade que &e anun– ciava. NJ entrarmos na cidade, porém. uma chuva tremenda nos acolheu, cdm ratoa pavoro– sos riscando o úu em toda.s as dlreçõea. A eatrada, que mar– gela rente o lago Monroe, re– cebl& o fragor das ondas que, agttadJsa1mas. oonvulatonavam a palsagem, a qual se abria, ante nosaos olhos, tétrica, mas, ainda aulm, bela.. . Apear dos faroi.e: e do esfor– ço do limpador do p&rabrlla, mal consegutamos . enxergar o caminho à noMB frenta . Ape– naa, de lmt&nte a tnttant.e, novo relàmpago rugava o céu, iluminando o espaço com uma luz rosada e fugaz. Aulm foma& vencendo a dt.s– tA.ncla, com destino a Daytona ::~:n::eve~°!,ri:~i:ii Janelas do carro, uma toada pavorosament.e alegre. Para u bandas do outa, ll g~etaon~. ~n".ttJ~ n4':,°",. ~i,! onde, anda,·a espiando a ce- na ... IX Marlneland, Plórlda, maio de 1114? Daytona Beach ~ uma cidade stmp&t1ca, à feição das outras cidades de veraneio da FJ.6rida, Que conhecemos. Sua malor atraçlo, e o que a tomou fa– moaa. 6 a praia. Com um& ertonaão de 37 qullõmetros e uma largura Ae quu.l 80 me troa. eaaa praia, por ser for– mada de uela excepcionalmen– te firme, tem oervldo do pllla a OOffedores oélebrea, como Beagrave e Campbell, que aqui bateram recorda mund1ais de velocldade em auto.move! . Anta& de partirmos para Ma- i~~~ ~~ ::x:! ~~: dazlnha aobre a decantada pi,. ta e 6 precbo afirmar que o fiel HudlOn se aenllu Inteira• mente à vontade, ineamo quan– do o obrigamoa a correr a uma velocidade de 110 qullometros 1 Apóg duu hor&a e mela che– gamo., a Marlneland, onde aut.amoa uma hora inteira vlaJtando o famoeo Ma.rlne Studloa - "'o p.rtmelro e únJ– co ocena rlu.m d o mundo" - onde um ocea.no em mlnJat.ura fQI creado. para deleite dos tu– ri.w. como tambbn para estu• dos clenllflcoe. OOnalltuldo de doi. grandes aqua.rlo1, um redondo e outro &Jon1ado, oa peixes vivem aH. todo• Juntos, e não divididos por esp6cle.a, como 1e faz em aeral, noa aquarloe. Situado às ma.r iens do oceano. dali mesmo 6 U' f.da • igua para os aqua– rloa, à r azão do vinte mlJhões de litros por dia. Marino Studloe obedece um eatllo lntereaaante, tendo a1do dada ao seu topo - espécie de terruae onde oa doLs a.quo.r1oa estio a descoberto - certa ae– melhança com o convez de um navio. pois a grade que os clr– cunda 6 no mesmo eaWo das uaadu nos nporea. não fal– tando a.a branca.a eacadtnhas. os tubo.s de v.entllaqlo em formo. do cachimbo, o a~ mesmo um pequeno mutro. pe?xe!'sl~ntec~e :~~:~~n°t! at.ravfs da igua ou. começando por baixo, na parte Interna da construção, onde 200 Janelinhas de vidro duplo se aucede.m em tr& andares, permitindo-lhe uma visão nítida do que oe pag. aa 00 fundo do •mar•. asslm como dali 6 passivei ver mais de perto o movimento dos animal& . No fundo, como que nautra- 1ado, 01 restos de um navlo carcomido dão mal$ a tdel.!. dn realidade, como hi, tambêm, um recue de coral de 7 tonela• das, o qual protege os pelxl• nh0& menorea da \'Or&cldade doa • fortes" . Desllaando calmamente. ou nadando aoa plnotea. oozlnhoa, &01 pares ou e.m cardumes - pa.s&am aos olho.s ma.ravUhados do vlaltanta, tubaroes, dellln!. arraia.a. ta.rtaru.aas, e cente.ruis \ de outros peixe.s, enormes e miudinhos com chitrcs, chatos e lonaoa, azues, amarelos, ver• melhoo, 11.stradoo. barr!Juaoa. ameaçadorea, filósofos... Se sua chegada coincidir com a hora de alimentação - que 6 dlstrlbulda de manhã e à tarde - tu, o prau.r de ver um tli• cantandrlsta d1scer ao fundo doo aquarloa, distribuindo a tar– ta ração de peixinhos, que cer- ~ ·~:cri.~~~~ 1 ~~:~&tiro que oa deltins - aquele.a ceti– ceoa brincalhões que acompa– nham. aos aaltoa, oa navk>I, mar entora - 1e divertem, n4o 5õmente uaaltando o escanta.n– d.rtsta, como também dando sal– tos espetaculares fora d ' água, indo buacar o petlsoo das m4.os de qualqut:r visitante, que dese– ja apresentar-lho 1 De máquina em punho, tan• tamos fotogr..tar o focinho en• araçado do grande mamilero. ou o passeio de um acnhor tu: barlo, o qual, orgulho:mment.e, n dava com os v1z1nhoa, nem procurava esconder seu desagrado por estar num ea– paço tão !lnúlado... Os tuba• rões. diga-se de passagem, do capturados por melo de um entorpecente hlpadermlco, de cuJoo efeltos são livrados ao se encontrarem garantidos no ca– tiveiro. Porisro, provavelmente, seu ar pema.Uvo, procurando decl!rar se foram, mesmo, vi– timas de um logro de mau gos– to, ou apenas de um terrtvel pesadelo 1. .. , O mais dlllcil, porém, ~ con• l!flltllr uma boa fotografia com um objetivo que não tem &06St• go e não descança ? Enquanto focavamos a lente, várias vezes tlvelll03 a "'cara" de um peixe ou de uma velha tartaruga, co– lada ao vidro da Janelinha. es– piando com i::urtosid&de nossos movimento& ! Cenas interessan– tes, decididamente, só !Umadu; mas esse privilégio pertence ao• estudos de Hollywood sendo ~~~~e~~;:: !:s5i::ntu~ ra.s marftlma.5 .,a centena& de metros de profundidade". que tanto nos SMU.Stam quando apa– recem na tela ! Uma nota cómica fot-noa dada por um marrequinho ma– landro o qual. descendo ao fundo do aquario, poz-.se a nadar. boos mlnuto.s, entre os ~ peixes, como ae per– tancease ao ambiente. Amigo velho da turma aquaUca, não somente temia nenhum da– queles a.nlma1s, mesmo os maio– res, como ainda se <1ava ao d~plante de bellacar a cauda de alguns dele.s I E, antas de receber o revide, espichava aa patinhas e lá subta novamente à tona o petulante bichinho ! Se não estlvessemos presen– tes. isso nos pareceria uma h11- tórla de Walt Dlaney I E no. a~ desoonllamos que ele esteja treinando, para chamar & aten– ção do grande desenhista, ca,o um dia ele apareça por Já.•• ARTES E LETRAS Glacomo caaanova. e&ereveu as suas. célebres Memórias, ho– je integralmente publicadas no Brasil, aos 72 anos de Idade; Pedro Calmon, o bió&rafo de Hútória do Ca,tro Alou, cha• ma-se por extenso Pedro Cal– mon Moniz de Blttancourt; Agrlpplno Orleco, apesar do nome. 6 fluminense, natural dt\ cidade de Paralba do Sul; Ntet6chka Nlevánova, romance de Dostoievski, fol publlcado cm 1849; Emily Bronte, a genial romanclsca de O morro do ven– to uivante, morreu em 1848, um ano após a pubUcação do seu grande Uvro, com 30 anos e cinco meses de idade; Herman Melvllle, o romancista de Mobv Dfck, nuceu em 1819 e esteve 4 meses prisioneiro dos natl– V05 de uma ilha do Pacutoo ? PREMIO DE LITERATURA OPERECIDO POR UIII RO· MANCISTA INOU:S Somerset-Maugham. o fam<>1<> romancista e dramaturgo in– glês. acaba de intltulr par Intermédio da sociedade de Autores Dramáticos e COmpoal• tores da Inglaterra, um pré- mio anual no valor de .... . .. . Cr$ 40.000,00, destinado ao e•• crttor brttàn!co de menos de 30 anos de idade. autor da obra Uteraria de grande valor. O dinheiro do retendo pdinlo. ae– gundo desejos é de que 06 es– critores que recebam tal pre– mio, conheçam os costumes e o modo de vida de outros palses. aumentando assim sua proprla experlénc1a. A comissão Julga– dora, para os primeiros tr& anos, Já foi e&eolhlda e sem composta de 3 membros . WALT WHITMAN VISTO POR GILBERTO FREIRE A obra poética de Watt Whll· man. dos malorea UrlC06 da América no século passado e em- no.,sos dtu, só multo recen• temente começou a &er divul– gado no Biasil. por 1nterm~– dlo de uma excelente seleção de poem8$, traduztdoo por Os– waldino Marques e publicado peJ.- Livraria José Olymplo Edi– tora sob titulo de Canto.1 de Walt Whitman, na sua bela Coleção Rubalyat. A propó.,lto de Whltman. o Uustre escritor Gilberto Frcyrc, que tm breve nos ofereceré. um novo livro - Jnterpretaçdo do Bra&U - pro– nunciou este m~s. na A. B . I ., uma conferência, ("0 Cama– rada Whit.mnn .. ) &obre a vida e a ob:a do grande poeta, a convite da Sociedade Amigos da América. Deu o famoso autor de Ca.,a Grande & San.zela, à fliura e à obra de Whltman. ' uma ~nterpret.n;.ão pessoal do ponto de vista critico, pois que ele considera o autor de Leavu OJ Grau uma pe.raonalidade tndlspensávcl à com preensão ktual da América. RAQUEL OE QUEIROZ E ELIZABETH OASKELL A escritora ~quel de Quei– roz. tradutora do ramoso JO• mance de Mrs. Oo.skell. Crnn– Jord, prefaciado por Lucla MI· ~~u P~~;:· e~ 1 "àe1ic1o~~:: vro, Justamente coll!.lderendo um verdadeiro clá.sslco na li– teratura lngl!U : "Pode-e:e di– zer que Mn. Oa.skell neste seu tomance Crar./ord 6 uma le,1- tlin!l continuadora da tradiçlo Ute.rarta de Jc. ·.e AU3tcn. a no!a. un1versalmente amada Mlu e Aus-ten de orgulho e Pre- conceito . Vê em Cran Jord a rr:.e:?ma tlnuro., o me3mo rca.hs – m::, mlnuctoco, mas delicado o. mesma ute autll de apanhar o l:Ldo humorlsUco d03 f ,-tos e du criaturas e, a bem dtz.er, o mesmo ambiente. Nada, Po– rém, de traça3 gt'OS!Os de u.r– cumo. de t.t.Dta.s fortes de dra– malhão, nem cetlclsmo, nem amargura . Jane Austen pende m:ils talvez para o Jn do do cenumento, enquo.nto M .rs. Oas– kcll se inclina mais para a ca• rlcatura; e em amba.1 tudo é multo leve, com seus tJ'O.ÇOS · de humano e de aentido. ..Tenho a ce.rtem. de que o pôbUco brn.– dleiro vai constdcrar uma de– licia a conv1vencta intelectual com essa. velhota, pudica, pre– ccnceJwosa cidadezinha de Cranlord, - amavel cidade de crantord onde rearas tnabalo.– vels • tão anuaas quanto u pedra.a daa sWlS ruas governam ,. vida doo habitantes, dlrlaln· do•lhes B oração, a comida. o a»mento e u valdad~. lnclu– slve o o.mor, lnc,lustve o. morte". /. PROV!MOlA 't,O P.AftA ARTE E LITERATURA - l'4glna f REPÓRTER A y A RA NOTASDE "TERREIRO . J. de Almeida CAS TRO Soneto de Jorge CAMACHO (Para a PROVINCIA DO PARA') Amazonas, Rio Mar. noite alta, oo!orlda, Lua cl1ela no c~u revtgora o p&ntelamo, Palram dllvldas no ar, a noite 6 um srande abismo E a natureza oonh& há multo adormecida . HI. clnllcos de amor na mata utremeclda, Ri na.s 6,gua.s, em tudo, um grande romant.wno E a grandeza do luar aumenta o mtsUclamo Do término da cell!', estranha e comovida. Quando, a um leve IU.65Urro, o 1&10 quebra ao melo E do ventre das ondas, ohela de beleza, Surge a Yara, formosa, corpo roalcl6r ~i:n:::w-: ;::rd~~u;i ~:re ~ ~~ Que envolve a a.ssombraçlo t.ra~ ormada em mulher ! NOTAS DE UM CONSTANTE LEITOR Permanenc1a da Poesia Candido MOTTA FILHO (Pari, oa "'Dl&ttoa Aaloci.adoa..) SAO PAULO, Junho - Paul Bastide, numa. crõnJca, de Pa– rla. tala na crise da poesia. e semelhança da crise de gêneros de primeira necessidade. Estre• tanto, se crise exista, ela n ão é propriamente uma cri.se de produção, mas uma. crile de valorea. A 1)06Sla não traduz mals o encanto ou o desencanto do um mundo definido. Não 6 ma1s propriamente clas.s1c1sm0 ou romantismo, revota ou des– crença, contemplaçlo ou sen– GUalldade. Mna a poesia du prolundeza.s, que provem dA vida como Inquietação, da vida que perdeu a sua antiga segu• •rança, que repeliu um &Latem& de c.onvicç,õea, para se alim.en. . tar das velhas e pr ofu ndas ralzes do dt!tlno. E por ser ·assim, por estar re– tomando o aeu caminho, o ca– minho dos aedoa primitivos, doa cantoreg Iniciai. doo valei da.s primeiras horas da clvtll– razão, ela &6, em n\lmero dimi– nuto de poetas, tem enoontra• do a sua capacidade expres– olonal. Diante deste mundo revolvi– do, dease oontacto trigic.o oom a morte, a morte d06 cainpoa de batalha, das revoluções e guerras ctvts. os mortos da mi– séria e da fome, dos campos de concentração e das vftJmaa doa pelotões de fuzilamento, da morte terrtvel de ~os, de convloçõeo e do lnolltulções, o Poeta se defrontou de novo com os velhos m1Jtér108, e principal– mente com as envolventes pro• vocações traduzidas para 5ll)la olhos, pelo& absurdos dos pro• blemaa exlatenctais. Nesse momento a poesia Ji nlo ~ mata um predomlnio, um canto de glória, um hino de luta, um lamento pes&Oal, ma& um ela.mor da vida t.nqu1etad.a Fe~~e•~upf~~l~. :e:;;~é ~~~ do de quem, olhando a. real1da– de, ,ó pede confundir num mco– mo plano a easencla oom a exls• téncia. D1z1a Platão ~ue a fllosarta 4§ uma prepara :> para a mor– te. A -poesia, com aua luminosa presença nos roteiros humano,, é sempre de certa rorma, uma. preparação para a ruosorta. Se eat.a &nuncta, aquela prenuncia. O que nos aparece Como tmpre– vlato na poe&la, algo de eapan– toso e de Inesperado, ê Justa• mente aquilo que 6 prevlllto pelo poeta. A previsão, estA stmpre na easencia da poesia. E Ntá sempre em seus contor– nos, na sua capacidade de IU• gerir e de animar. E o que ela pode prevenir neste pobre mundo de cenArloa caldos e de paixões exposta& como feridas ? V1moe fiortr realmente, por eue desespero, na França, na Itàlla, na Espanha, na Alema– nha, na Inglaterra e me&mo nos Estados Unidos uma poesia manchada de sangue, contami– nada pelos terrores da guerra, pe.108 desapcntamentos amargo• é pelo• esforço, lmproflcuos. E. que o mundo contlnUA a nascer, rexelando na sua ma– drugada a vida elementar. in– genu a, In ocente. mas olhada per u.ma. humanidade experi– mentada e evoluida, cheia de planos e de desd ens. Ora, aó a poesia. purillco.da, retett.a no seu &IIJllUlcndo autentico, é capaz de prevenir a humanidade e de pó-ta de novo em contaco con– sigo mesma. E.556 mudança lnsuportavcl para muitos é, porbn, real. E todos ; ~. ao acomodarmos a =· v:~~~brf~~cf~:Sa ex~: : pctlr as primeira.a lndagaçõu sõbre ela. E quem aa faz por nóa ~ a poesia dos pcet&s, ca– pazes de manter a serenidade diante dessa monstruosa rebe– lião das !Orças telnricas, expll– cando pela sugestão e não pelo racloclnlo. Ainda, agora. vejo e.su t!t.adO de coisas e es&e esta do de eapi– rit.o tocar Just a.ment.e um d oa f✓->eta.3 maia intiereuant.es do do DrasU atual, o ar. Cassi ano Ricardo. Eae poeta de cõrea suntuo– &as, esse cantor de aconteci– mentos e de paisagem troplca.Ls, situa-se. agora, mala na atmoa– fera de inquietações, eatA ta.m– ~m em rontacto oom a vida l!Ubtcrr~a do ser. A sua Un– gua,cm Umpid.a e clara, est.6, de uma. certa forma, camlnhan- ~~uro:1~o ~~ºt1~rr:~~:.~ e.o~ o cxpresaivo titulo Num d !a de– pot., d o outro". há ma.la o ele– mento hum.a.no do que elemento local, hâ mat.s a preocupação pela universalidade dos tema.a. do que pelaa peculiaridade&: "'Lonee de mlnha.a p,alavru", ·1onre do sol, e de tudo". ..sou meu próprio detetive•; •· Pa.ra me ver, recho os olboa". ..Para me ouvtr, rico piudo". Há. assim. na mUSJca de aeus vercos, o calor de uma a.ruia c11- !crent.e, uma lnqutetaçlo que ae prolonga, uma cw1osldade que nlo se extlnaue. O relógio que tem diante de si, não 6 aquela máquina de tedlo e desencanto. que 5e?'Vla para as turvas ma– llclas de Machado de Aslls, rna.s para estimular a sua aere– nldade diante doa deaeaperoa incompreendidos. "Diante de coisa tão dona• "'conservemo-nos serenos". ..Ser apenas uma face" *do não &er, e não do ser'._ "Desde o lnltanta em que se [nasce• "'Jê. se começa a morrer". Tudo perdeu aa.alm a sua an– tiga claridade. O poeta sente. c.omo adverte multo bem Al– bert Camus, em '"Le M)the de Blayphe", que o divórcio entre o homem e sua vida, o autor e seu decõro, é proprlmente o senUmento do absurdo. De vez em vea se mostra ou.. slano Ricardo o J)Oet& MI-too, o oonhectdo evocador da., beleza& e dos contrastes. "Onde estarão 01 pequenJnos [baroos de papel de minha llnflncla ?• "Esta.rãa Joaados, como objeto [Ji ,em uso• •no cemitério do& na v to s [mortos?" Ma.a, o sentlmento do absur– do enche-lhe constantemente a alma, e&S& vida morrendo como em Santa Tereza ou como em São João da Cruz. Sua sen– sibilidade eat&, de novo, envol– ta, pela& determinações lmpla– cavels. ..O' esperança louca, toma a [emudecer", .,Oontlnda. quieta, nio me dl– [gaa nada". - Guarda eua J)&lavra, cujo en- , [canto 6 ser• ..Hmpre eaperado e nunca pro. enunciada". Ili 6 &ó oom e1&e uplrlto que tle pado Interpretar a rua, nAo como o recinto propicio u aJ. mas perdidas, <>nde, atravêa da d6r anontma, há a dor de cada, ma.s ... rua onde todos se reu– nem nwfi..aó ntnguem --001euvo, 9µa e caa a.)lltl de nós é um pou– co ma.is dos outro& do que de 81 mesm o". Tudo lslo vai fazendo de Cassiano RJcardo um paeta ae– nulno da Unha d.a frente. um abridor de caminho, um eapten– dldo e.spfrlto de vanguarda, um atual, porque ~le sabe que não hA poe&la sem atualidade. En• quanto que muitos Jovens re• ouam para os temas romantl• coa e se aatlafaze.m com o ser– viço militar no qua.rtel do par– nuianlsmo, 0aaslano Ricardo está sempre presente, senstvel aos novoa ritmos criadores: ., . ... qu!.sera correr mundo", uos péa sem nenhum compro- [mla!o" "a&Slm e.orno os anjos e os pa.s- i [saroa• ..para ver se to encontro ainda" ou' senão: .,Aqu1 eat& o meu coração ba- rtendo <veja o mapa) " "E' o pequenino rto" "de aangue que Pua& em mlm, ..n Ido no 1 pr\:1?~es~~::: "e q t hi de tennlnar no llltt– [mo li longe". E tod .... tranoflguraçio de Cusiano cardo &e opero. sem vacilações dubiedades. O seu vocabu16.r1d é aempro exato e luminoso. A sua mdslca é sem– pre adequa.d• e sugestiva. O seu colorido é ~ · pre envolvente e cheio de enc nto. E tato 1e dé.. porque, nessa novador, ht uma arande e:rpen~cla, uma vida que se povoou e acont.eclmrn– tos. que adquiri para os entu– siasmos expre551 atJ. uma Im– pressionante seren, ade. •E&t.e rosto que é eu. porque lê nele" ..Que o destino me dol como (uma bofetada" "Porque nele estou '.nú, ortgt– (nalmente". "Porque tudo o que faço se p.a– (rece comigo". "Por que 6 com fie que entto lno eapctáculo". "Porque os passaros fogem de (mim, se o descubro" "'ou vêm pousar cm mim quan– ldo eu o escondo". A bn.stececdo-se c.om os tema.a da vtda. com as procuras que a senalbllldade sempre insinuo., Cassiano Ricardo sabe. porém. que •a poea1a não nasceu na Pedra. mas no chão úmldo do l lrlsn)o". . Alca.nç ou com lsao novos ho~ riz.ont.ea. uma vez que movtmen– ta com o s dados colhidos num mundo que derrubou &eus m u– ros divtsórlot e é uma ool.sa só. E a.ssim pode cantar a respei– to de sua tda a Portugal. "Saudade uslm por herança" "de colau que não conheço", "'chega a ae.r, quase espero..n- lça" ... "'Esperança pelo aves.r,o", ..Saudade tanto mata grave" "por nunca ter Ido lá". Na unidade deata livro, na aua larguesa, na aua tuosofla desprendida e tranquila, na conateÍlcta de aeu Urt.smo. está, sem dúvida. um magnlttco J)Oe– ta que eoube alea.nçar sua ple– nitude. num tempo em que, at.rav6a do desabamento geral, se procura a. poeala oomo res– piração de um pobre ser ferido. E ao ouvirmos 0ualano RJ– cardo podemos ouvir bem a tesptração. ma.reando no aeu novo compuso, a eterna vonta• de de crer e de viver•• • Filho da Bahia e nela criado, sempre ouvlramoa r,,. lar nas macumbas e candom– blés, Jamala Porém tive. ramos oportunidade de !r vê-los de perto. Isso porqu• para o modesto reporter o salário de fome pesava na balança e a simples vlalta a um dos fam=s "terreiros" custava algo equivalente ltO mês de ordenado. Criara-e,; J'.,Ortanto, aquele ar de mia· térlo pars\ nós, que procura– vamos não acreditar na m:>.• gla e nos poderes dos "pals lle santo", mas sentlamos p,. derosa atração pelas coisas de que ouviramos falar e que eram mais conhecidas fóra da Bahia do que o próprio Rui ou castro Alves. Passaram-se alguns ª""" e, por lncrlvel que pare.,<, trabalhando na lmprenu baiana, não surgiu nenhurr.a oportunidade para tão an– siada vtslta aos domln!os d• Oxossl ou de Omulú. Foi, assim, antecipada e vivamente impresslonad~s que vimos, pela primeira v~, uma legitima festa de "ter– reiro". Corria o ano de 1942. O Brasil ainda não entrara na guerra, mas Já as noss~r costas viviam permanente– mente ameaçadas pelos sub– marinos nazistas. Em agos– to, regressava do Rio uma embaixada de t'Studantes, na qual partlclpavamos. A bor– do do nosso navio - o "C,,– mandante Alcld!o", do Lol– de Brasllelro - viajava o famoso "pai de unto" Joã:>– zlnho da Goméla. Travan10• conhecimento e, mala tard•, em Salvador, celebramos, t., dos os viajantes e a oflclal:– dade do navio, o fato de ter– mos escapado das agressó,·• submarinas, que, naqut!a época, os corsários do Eixo levaram a efeito contra na– vios brasllelros, nas cost..s da Bahia. Hay!amos passado pelo local onde toram to1- pedeados o "Itaglba" e o "Arará", e, quando chegam,,s à capita! baiana, encontra– mos o povo nas ruas exaltn– do contra os elxlstas. Mui– tos disseram que somente um milagre nos havia salvo e o "cartaz" de Joãozinho da Oo– m.éla cresceu, sendo a sua presença a bordo cons(dera– da como garantia para a nossa segurança. E até mui– tos católicos fervorosos dlv:. dlram as honras do nosso salvamento com o "pai de santo" e o Senhor do Bom– fim. Desse conhecimento nn.i– cldo entre ..Rio e Bahia. a bordo daquela unidade do Lolde, nasceu o nosso pri– meiro contacto com um le– gitimo e acatado macumbol– ro. Apesar dos convite&, po– rém, só quatro meses dep:;ls visitamos a ooméla. -x- Os domlnlos de Joãozlnhu (Jamais conseguimos guar• dar todo o seu nome), se es– ~dem por varlos quilôme– tros, à margem da rodov!a central do Estado. Pertenceram antigamen– te ao respeitado "Jubla~ bá", lendária figura do rol!'lo da macumba e do cando m– blé. Deles fazem parte d\ll.ls vastlsslma.s fazendas, distar.– te& 6 qullõmetroa do bairro da Calçada, em Salvador, on– de vivem centena.s de pes– soas ou mesmo milhares, to– das elas respeitando e venc- · rando o ºpai de santo", que, segundo soubemos, nada faft, vivendo na dependencla do seu culto, que, diga-se :le passagem, deve dar bons rer:dlmentos. Depol.a de an– dar algum tempo pela rod<J via asfaltada que Uga Salv•. dor à Feira de Santana, en– tra-se, à direita, na estTada colllltrulda pelos antigos se– nhores da fazenda e de pro prledade, hoJe, de Joãozi– nho. Ao cabo de dez a Quln:e minutos o automovel vai t,r ao coração da Ooméla, ontie se encontra o "terr eJro" , n casa grande e a " ca. sa de Exú" - esta um pouco afas– tada - além de outras P•· quen!nas casas de taipa. As edlllcações central.a da Oo– méla não são luxuosas, nem as construções são moder– na.,. Ma.s o "pai de santo" vi– ve com todo o confortv A'quela época, ainda soltei– ro, antes do seu ruidoso ca ... sarnento com uma senhora paulista que lá permanecera varlos meses em "tratamen– to", mantinha-se ele ao pnr da última moda e a sua casa apresentava o que se pode de seJar de bom. embora se,n ostentar riqueza. Pelas pare– des da sala principal, artl•• Ucamente colocados, podem ser vistos quadros com foto– grafias de figuras famosu do mundo artlstlco lntern•• clonai, entre as quala um;i significativa pose de Eros Volusla. Todas as fotos ~tn sugestivas dedicatórias e re– lembram a passagem pel.. Ooméla, de muslcos, canto– reJ, danaarlnos, etc.. Fomos amavelmente receb~– dos por Joãozinho. O conhe• cldo "pa1 de santo" é um ca – boclo simpático e elegan•,t· Mais ou menos bem educado, conversa aõbre vartos as.suo, tos com certo desembaraç,,. Traja-se simplesmente e Im– pressiona à primeira vt,ta. De quando em vez, enquanto lalavamos, aproximavam-se variu de suas "ftlhu", que ele atendia polidamente, dando ordens para atende– rem os visitantes. -x- A'quela noite era eapech.l. Celebrava-se a fe•ta 1! "d~– na da casa".~netln 1 a luz (P- a A PROVfflOIA DO P.IU' ) do luar, vl&m-ae capo~ brt– lhantea de dezenu de auto> movell, estacionados no an,. pio piteo qull, fica ao Jac<c, da "caaa grande". Aa pJar.q de Ucença revelavam OI ,eu, proprietários. Aqui, um lu– xuoso "Bulei!:" com a cbara P. O. n. 3, o que algn!tlcava estar p,eaente alguem da w– terventorta federal. Ali, u "Packard" 120, poutvelmer– te de alguma famllla lmPor– tante, talves 01 Calmon ou Catartno. Li, vartoa out– partlcularea e oficial.a, autoa do aluguel e atll um "forbl-– ca" multo n0110 conhecido. Na estrada particular da Ooméla não cessava o mov, mento, tanto de "fflhaa de santo" e frequentadorea mo– destos do candombl6, ve11- cendo a pé a dlatancla, c~– mo de granllnos curiosos e provocantes noa seus auto:, moveis. A lesta começara há trh dias, embora naquela oca,J!lc, tivesse a~u momento culmi– nante. No amplo galpio do fundo da ºcaaa grande", ;;, atabaques tocavam havia •rn horas o nlnguem falava eni cansaço. De longe, enqunr • to percorrlamos com Joãoz\. nho as prlnclpala dependt:i• ela., do prédio ouviamos ot tambores batepdo e o cõro de vozes femininas repetindo versos que não conseguiam·• entender. Fomo-nos apro~l– mando. Na enorme área, ape- nu coberta, DIU eelll Pllff'" de, laterala. estava CODCIDI• ~ grande multldlO. 1'0 cllllo, variai mulherel da:o– aa'l'llm e cantavam, enQllllfl• to Oito negroa, IU&d01, G0 fundo do pJpio, battam....., baQul8 e entoavam v~ que eram reapondldol ~ mulheres, numa eapécte • la~º de tora d& ~ que cercava o Jocal d&I d&U– aaa, enorme era o numero • pcaõaa que 11COmpanb&vaa& o ritual, sendo que muUol mulheres repetiam. de onde estavam OI cAntlcOI. Bm eon– fortavel.a cadetru apeclalC, postadas à e1querd& do ~ Ianque doa tamborea e de ua altar, e ao longo de toda • extensão do galpio, ee ali– nhavam u autorladdll e ..S– altantes eepeclala. Ali Joã.oz!nhc llOI ~ ra e logo depota flllt&ra par& atender a outros amlgOI e Tl– altantea. Os atabaquea nlo pa.-avam e a ezcltaçio dll participantes doa rltual.l pa,, recla Ir num cracmdo'' Não demoraria - aiguf'.s su.ssurrou atrá.s ele n61 - a m-:imento em c;ue o "pai" 'ft• ria para o "terreiro", Seria e. Inicio da grande cerlm6n Realmente este ~ demo– rou. Pouco depol, IU,..,_ Joãozinho da OOméln dan• SAndo e cantando. la ser lnt– clada a grande celebneiO dedicada a Ian.aaan. Reminiscencias de arte passado que volta Romeu MARIZ DI Academia Ptnenae de Letru Li ae foram muitos mese1, t.a.lvez mala de um lno. Naquela ocaslã.o, como urgisse a nossa ausência de Belém, em race da precariedade de uúde, l)()l&(vel não nos foi ntcndennos ao con– vite lnalstente e sinceramente Interessado do confrade Gari• ~~:'.!v~ E:rg,gC:~rm~ 3: plnacotéca da muntcipaUdade e logo depoi. à lnaURUração, do que __»()demos classificar de um verdlliHelro e novo certame de :!~i~~n~'J: ;,,~mi~!; em que viviam. Ao fornecer a Oaribald.1 vt\– rlos subsidias d0& meus conheci• mentos, de obras ali reun1du, desde 1<noo distantes, aubsldloa esclarecendo datu, nomes de ftgurantea em certa■ tilu. com referências l-s composições de&• tu, eu aplaudi tem ret,aços a Iniciativa do prefeito Maneei Plguelrédo, fazendo de um mun– do artlotlco dlJpenl>, com oe seus valores deslocadoa, quue tragmcntados, um conjunto har• mõnlco, Inteligentemente con– catenado, e bem arrumado, a mostrar à gente da terra e a rometroc curlOIOS e observado– res, oa n0&501 t.e&ouroa de arte, como êsse que a Prefeitura POI· súe, allú Ji bastante deafalca• do, mu aaora em arru.maçlo g:!1n:~n:~cérf:cs1! ~;'1~; deu o arrumador Garlbaldl, oob ~~~1° d~~M!. 1 ~1:. !ºil":~: dldo senhor Flauelredo. Não pude, naquéle momento, observar o novo ambiente, mu 14 !ui depol1, tomar a minha lmpreaaão, de todo lisonjeira e agra.divel e que me debtou de– &eJos de outra mata demorada visita, para uma vtdo acurada do que extatta aU, do paa.sado e do presente. Uma ezaltaç&o I Que feliz IJU. tant.e de prazer espiritual, na convlv(!:ncla de velhos mestre.a a~~~r:~~~n:e~ 1 ~'!: o aeu a~nlo cria.dor, tanta bele– za, tanta oen&lblUdade I Quue genuneu em revmncla, chtlo ~~e àp~~ d~J~ Bati.ta da casta, de Olear da Silva, Bened1to Callxto, Bialie, Olrard, Irlneu, Carloo Azevêdo, Teodoro Braga, Levindo Fanzer, ;.,~~r:f~~ ~tg,lt,f:;"~,:': Uago, Mont.e, Pinto e outros e c.utroa. todos r-eunidos no conú– blo das c õrea, no conúblo da ute c.om o talento, com 01 emo– tivos , c om OI cerebrais, com os celebradores de eatadoa de alma. flo.granteadore11 de atJtudea, cor– partttcando o incriado, a arran– cé.-lo à vtaão Interior do mundo de seua oonhoe, no dea6Jo ln• conlldo de criação, na vertigem dolorosa de sua.a concepçiões... E revfvemoa, num 1.nst.ant.e fugaz;, um tempo que p:i.aaou. e o meu olhar tomando certa ob– JeUvtdade, pe:,qulaou de novo a plnacottca, notando clarog Im– portantes, aw-inclaa talvez nu– merou• de té1u de real valor. lntrlnseco e estimativo, pelo tempo e pelos autores. E wn fato recuado re.lampeJou-nos na Imaginação, creaceu, avantaJou– ae e matarlaJlzou-se. Elplrltll• mo ? Vld@ncla ? l'9.rece. porque o obJéto deaaa lnltantinea re– cordacão ali nlo estava, ali não mala figurava, êle que fôra alvo, hA 35 ano, atrú, de ahiu e diversas publicações em que tt,e part, aallenta. Onde atam. <-nde estari o celebrado qua– dro ? E que !<!la ~ eaaa que tanta celeuma le-mntou naquela 6l)O• ca? VeJamoa. no come:ntúio acora oportuno, de que trabalho N tratava, qual o seu valor verda• deU'O o ~uanto cuatou Uo, por capricho peuoa.1, &01 cofr• da derrancada lnt.encUncla 4aquela época. VeJam01 o relato cio cuo. no que eacrevf e aquf vai. e em :;~~~fl~°'íl'o ~~~~ tarlsta fran°'a Eduardo Oetall• !e, por trú de cujo preatlclo • abrigava• audicla Impertinente de um cabotino. lliU dlala, aob o paeudõnlmo do Pirla, n6ate Jor– nal, naquela edlç&o de e da Ju– lho do 1912, momento da lu&u g,_:p~~(::,, ~~~= mento du 1lnhu anterlorea. "Bem poucos dl8I fuem que wna 61)01lçlo de pintura ocu– pou • atanç&o do pdhbco p&• raense, que se voltou IXU'I ela, curioso e lntereaaado, acudindo ao pre1Ao, que em «ln10 do G– posltor oa seus arautoa e a mi– prema tJoeram. o arUata, um b~ed:13!:en~e =a: e, aureolando o seu ~. me– dalha.a de ouro, P1'ffllloa da .._ lon, do Parla, recomtndaçC!ee de notabUldadea da po.leta=n! fllbum. rcche.lado de tõbre a sua obra e o NU ::i~to.:er~:;~~e º..,=-'•~ ropa, onde honrara com o - g&nlo, a.s aulaa dr Delt.lllt O rccu.sára com po.trloUSmo • - local)lo de uma t61~ no m de LW<emburgo. Uma 1: lúlA. J"o1 um alvoroço ..... CIIC,ada a Bel~m. AtnvM do 6co do pt. ~~~il~g~;-1:i= 1:'1':~~- : Jetlvo., gentll. sem ,.... :-,~nto che~annos "º comprcrr:!... , - e!Ollo, o ntea que Vll!rm"" .,_ ae\18 trabalho&. antlm, vei-, e ,,e_,Ni,'-ti'n•• ~=-~– pua lar-N. bllllncb•IIOII fgadl6~foJ: a~: dia ô-1-olo, lhendo wp ln0IDlillo de a•• ela do IIIIJ)Olllor. l'l>I eur<■, • noua Ylalla, o d=ra a -• =~·~\ -J.:~ dl: teceber-noa • flgurlr.ha do i,111• tor, mesureiro e utam~ trc.sa.ndv-do a tU~urtft e ....,_ ~ullJbrlo mental. r,rco~ 1tiarr:::~ré~ ªor!;~~:n:..":; atneroo • estudamo, oa t.,...._ ramentoa que el 1 rovtlanm. Uma funda piedade IIIUJ\CICIII• noo a alma, diante claqual& ~~J,~eque~":.f6 ,:! gran\'.,menta. a alma. a '1110, • temp6nmento dt pfntonl • =!., d:CS~a~:rm-.~~IJa:."'t' copista lnupreaaho • lll■apU de criar, ao man:enúlo • liGI( dtue. que contam CX)III a pai& Ubldlnooa de c,rpnllaf(!a'; -– lóglcu para o nflÓClo •~ Começamo, p "l 11 p~ Tudo !rir' Ili.lo lllYOllo . verde ~•• nl-> • -*" o noa,~ "1d:.o lt,. ,,rov ldo fJA - dfncla da MIT1> n.ça e d! - clima. Aa if'.a u Nm ronao,. núven.a emputadu. ccmo plu– mu de alaodlo em rama • • ,~nela da lia caract,rhtlca els noua tura troplca~ clll lua 1111- rloaa que Uumtna, ~ di 'fld!li, ~1~ ~ V= Têlet~i:a J! troa. Adianta, Iria, dara. .... ~o:•~=a d~ ~lbo~el~ ter aldo trabalhada. Ylllonada pelo pln~l dai palaasena. - por outro mala conaclente, - lefW'O, mala cri-. 1: " "1• nham °" ntla. detaotivela - demlas lmbutldu em~ que oubltllulram o aeu fundo, quadrol remen oa a'• clualnmente para tfllto do ne– gócio, de um comlrcl? da arte. Adiante, pequonobue<lfalo.-– tado por um llolnem do Jlll'IIAI ~g.r:,n,:e.=.r;n ..=.= como qutz.eaae, o por fim, o fa– ma&? •At~e • um C"..ornb610•– a téla vultaaa, da .isumu .,.. ~gaci..:.,~~~= templi-la. Toda a felçlo do tao lento da Detallle, ali ae aprlo mia, traruparecla no traço, • compoalç&o, na falara, DU tlD• tu, no sentimento. Se bem - urtol Orr<ll ,-!- à Jirlo melra 'rilta, defel- o - vlmrntado quadro, D6la cota'!'!lt no entanto, - o lllllrllli criador do um lll'llila e meatre naqu,Je da plDo, lura. 1: Jogo f- o f- ::a~~ o~~ ~bl=IP» ~ ou representava wna • i'I bem que- dnVlrtUda. da t'lll!I obra notável Mio r:- ~ moaUan~-- ~ Intimai, a llllla& do taramalaft, ~ ~ro:aac:-= poli que tennl1Wnol o = !:.':n~~~--- c;lo• .ui,arou---. elllAo, - prcpapndlM IM 11111- e e noaaa Piedade do oamloc,- tram– formou-• IDI revoJ1a 8 ~ !i": .:. ~-==--pelo •ar1e,;;o:..,_uom .,,. • aabla: com -Ol– mantol daQuAle oertame. J11a1o DIOI lmedlaiamente do ~ do lntrullo. com a IDlmllo at,. me de fuv.Jbe • IIIÚCIÍÍII. Oi feira voltou-noo • Plodade. lllllllii do nouo etDlrllo crlatlo • lolert.ncla, lembrando • 1101 (OOntlnlla D& ... ~

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