A Provincia do Pará de 13 de Julho de 1947

!'ágfna !O A P:ROV!NCIA DO PA R A Domingo, 1a _de julho de 1947 ND o I N F A T Depois de visitar o lago Salgado à m:1. t,em do rio Cuminã, o vovô k -mou um barco e e;1co:1tra-se hoje em Belem. Nossa linda capi– tJ.l foi fundada em 1616, por Fran– c1sc:i Caldeira Castelo Branco. Es– tó situo.da à margem direita do 1·i0 Pará. Por sua posição prlvile– glada, Lnport::mc!:1 comercial e in– cm::1trlal, um dos melhores por~os do p:.1ís Belem é uma das p 'inc!– país cidact2:,; do Braall. Pelo ultimo rescenciamento Be– l~m ~c;.isou uma população de 2:'. :.se::, habitantes. ,fossa cidade üi~ 0 Jõc da um:t re– de telefon'.ca, ser vida por apc.rn– l.!'l ' Z antcmaticos. é suprida de a– g'.~::t, 1lumü1ad::i a eletricidade e p ~J~uo un1 dos 111-zlhores ser\'iços d,, cni::i•n do Dr'<sll. -:- :·,:!'.)s lind:,s 1w:: ~as e avenidas. 1:· . ::1., nns geralm~·nte são cspa– çr,~.: s e s:í n:is falta uma bôa pa– v1::,.1;:;n~ ,' i:- ·"'º· do Vovô gc,verno federal por sua vez man– t~m a ~scola Industrial, que tem iclent!ca missão. o ensino si\perior está bem de– ~1:nvolvido em nossa capital. Te– mos Faculdades de Direito, Enge– nharia, Medicina, Far.macia, Odon tdogia e sete escolas de Comer– cio. Para o cultivo das belas artes te– n.os o Instituto Carlos Gomes, que ministra instruçáti musical à nossa mocidade. Vocês todos meus netinhos de– \·em ser entusiastas do futebol. Com toda certeza pertencem a um dos tres clubes de gr::nde cartaz dt1 cidade: o Rer:-. ' . ... '_'una e o Palsandú. Estes '· " .:lubes pos- :.uem sedes apro:·___:,ias que todos vocês devem ter visitado. Nossa capital tem ed!!icios de gr:i.nde imponencla. Entri; estes cttamos o Teatro da Paz, C\Ue é um dos mais belos d,) Brasil, a Basili– c~ de Nazaré, o palaclo do Oover- A0~ (~:mün;os podemos visitar o no, a Prefeitura, o Ediflclo dos b.1;;qu, ( ue e u:n recant0 encan- Correios e Telegrafas e muitos ou. t2 ·! ' 1 p::1·.1 P" ~~3!·mos a mn11hã e t'l'os predios que embelezam nos– t:c1Jy 1,1 o M1;,·1 u 0-oeldl. Na época sa capital. cr:1 LJ'l'~ e~t.Huc,~ t,,m~)cm iremos à Temos magníficos monumentos, vib .:.1 ·, Mos~:uciso, que é o lugar destacando entre estes, o do Oene– prd: .1.:.'.l 11dcs veranista~. ral Qurjáo, o da Liberdade, o do Em n-·~s.1 cap1tai a instrução está dr. Malcher, o de Rui Barbosa e bc:m .:: '.::mtada. Temos 14 grupos muitos outros que adornam nossos e: e~ '. .. ·: cargo do EsL3do, e 6:J ( ja, d!ns e praças. el-'•:c'. 1:1tmicipals. Mantido pelo Vocês todos devem conhecer a E~t:1tlr;i, temos ainda o Colégio cidade Velha. Foi af que começou Pric3 d,:, Carvalho, onde e minis- Belem meus netinhos. A cidade trnda a Instrução secundaria a foi mandada ediflciar pelos Jesui– nw::; '-'; mil alunos. Tambem pos- tas. A igreja de S. Alexandre é sul:~,:::, o Instituto de Educação a mais antiga <l,o Pará. Ali onde c,nd~ ,_. E"iinistrado o ensino nor- hoje funciona o Seminario, foi o m,il. •;.::..1os outros colegio::; parti- primeiro coleg!o da nossa capi– cnlD,rt:~. ministram a Instrução à tal. E' de grande valor histori– rn:;,uhcte de Belem. Entre estes co a nossa cidade velha. O go– clrnbc1mos o Colégio do Carmo, o vemo devia cuidar desta parte N::u~:1ré, o Moderno, o Progresso, de nossa capital com multo cari– o Gerir.li Bittencourt, o Santo An- nho. Não devia consentir que a t<:mio, o Uom -Bosco e muito.:; ou- ambição de certos proprietarios, tr0s q1n se dedicam à, Instrução contribua para desaparecer este do:, par,wusos. Para o ensino pro- nosso monumento historico. fir.~í:.J.n::11 tcmoi o Instituto Lauro Tudo naquele recanto de Be- s-c'.ré, este magnifico estabeleci- lem nos fala do Brasil Colonial. menta mantido pelo governo es- O vovô João no proximo domin– ta dual e que proporciona a juven- go ainda estará em Belem, tendo tude pobre não só o ensino das le- ocasião de então mostrar o res– trns, como tambem oportunidade to da cidade e então rumar para para aprender uma proflssáo. O o interior do nosso Estado. ;µ.gsg :;z §~ -~-- . =~~ li -4~~ ~ ',is. - ... ~ ... ' ,•·· ..\ 1 -~-;I ---;.~~- ~ Natércia. na prisão, pedia. a Deus para que o rei aprendesse a rezar !Nossos 1 colabo a res PRESENÇA DE ESPIRITO EDMUNDO MOTA D'AL– MEIDA - 13 ANOS Mario era um menino de uns seis anos, mas muito "inteligen– te e como os garotos de sua ! idade, muito travesso. Certa vez Mario passava por um 1 templo no qual se realizava o casamento do sr. Perl-Periqui– to com a senhora Filo-Filome– na. Nesta ocasião o sacerdote perguntava ao sr. Peri-~er1- quito o seguinte: - Sr. Peri- cuia. Quebrou a cuia; eles en– tão fizeram Isto: obrigaram o velho a comer no chão, como cachorro, num prato de ma– dE tra. Quando Luizinho, seu neti– nho, viu aquilo, ficou muito triste e foi ao quarto e trouxe um martelo, pregos e paus. O pai de Luizinho, perguntou o :iue estava fazelldo. Ele disse: E' para quando o senhor fi– car velho, comer no chão e 110 prato de mad ra. Na mesma ocasião botara o velhinho na 1 , Periquito, é de sua livre vonta– de casar-se com a senhora Fi- m~s~------ _. lo-Filomena? Mario, que ten- A ----- - 1 do visto aquilo, pois entrara os nossos ,no templo e dEl um canto do colaboradores i mesmo via tudu, foi para casa ,multo pensativo. Mai entra em l>-3\"ldo ao i:;rn11t,e número de cnsa quando depara com um cola.boraçoes e d~ze11hos que te – mos recebido, as vublico,ções se– lindo abacate. Para levar avan- rão feitas pelrt ordem de che~a– ! tem mais uma travessura, faz o da. Tõdas ser.:.o aproveitadfls. seguinte: - Perguntou ao aba- Pedimos aos n;i,;8os kiton:s in– i cate se ele queria casar-se com fantls que continuem enviando · a sua boca e querendo imitar seus trabalho3 para Vovô João a voo do abacate, respondeu - Redação de A Pl110VINCIA DO PARA' que sim. Fez do mesmo modo Entre nossos leitores. distrioui– para a boca, isto é, perguntou mJ:, tocto um de mês, <fois pre– tambem para a boca se que- mias. Foram comcmp!.:i.(bs no MEU POEMA Jcst:.::i. To:né J.uJ ::::.mt::s. 11 anos de id:..'.ie. f'_lun:;i co G. Es·• colar Floriano Peh:olu. Res. Av, Ser:t.edelo Corrêa u . 71. I Ontem eu fiz este poema, E:-n Belém, na Guajará. Para ofertar ao vôvô da PROVINCIA DO PARA .. , , II Eu já sou crürnça esperta pa a es.5as col2as fa:3er Não que,o que vocês peru:em, q_ue fa~o eu não possa escrever. III Um bom coração eu tenho E bôa cabeça também Pois sou g:u.Jta levada, d.:i breça co:110 ninguem.. , IV E assim c0m e~ce poema Ao meu amigo vovó ela PRDVINCIA DO PAR!\.' Q·.te hoje lhe vou ofertar E concorrei- ao teorema. f!.( n.ti.cm. . MJ,l~IA NAZ,U E' G. FALCA.0 -- 11 .li'OS A Pastora a e ,, ria casar-se com o abacate e m,is de junho, nos.,,os seguinte.,; • ·tambem querendo imitar a voz colaboradores : e · a da boca respondeu que sim. MAH.IZ NETO 1,elo seu dê:senhu Mas a sua mãe, dona Maria, - ·•cab:ip üe Cavalo'', ROSALIA TRINDADE HERMES pelo seu · que a tudo tinha visto contou des~nho •'Casa do Jacó", TERE- Numa chuvosa e fria manhã. de inverno, seu Antonio, saiu em dire:;ão à praia, para pes– •?.ar, como fac;ia sempre. Era um pBscador muito pobre mai uiuito católico. Nesse c'.ia caiu uma forte ten:pestade, e sua montaria vellui e podre, partiu-se ao ueio; .seu Antonio quase mor– to fe;; uma promessa a São Pecl:i.'O, que e padroeiro dos pes– cadores; s~ não morresse, todos or dias uma parte de seu al• moço seria fornecido a um PO• bre. Duas horas passaram-se, 4 uando avistou ao longe, uma. embarcação, muito grande,, nl!, qual peãiu uma passagem é o.:wim seu Antonio salvou-se. Existiu outrora, um ref, chama– do Alexendre, que lavava a vida a guerrear e gozar os prazeres do mundo. Era possuidor de uma fabulosa riqueza e de um grande exercito que nunca conhecera a derrota. Apesar de toda sua ri– queza, era homem mais Infeliz -do reino, pois tinha na cabeça !delas e planos que o não deixavam dor– mir. Mandou chamar, então, os mais celebres medicas do mundo, para ver se conseguiam curar a doen– ça que o atormentava. F'ez publi– car um edital dizendo que daria metade de sua fortuna e de seu reino a quem conseguisse faze-lo dormir sossegadamente; avl:lavn, porem, que todo aquele que não t1vesse exjto seria metido numa prisão. E ficaram repletas as pri– sões do reino. Oerta noite, chega ao palacfo uma l!nda pastora que pretendia curar o rei de sua terrlvel moles– t1a. Apesar de seu grande aba– timento, o rei olhou a pastora com grande atenção. - "Volta para tua casa linda menina. Não será possivel fazeres o que poderosos medicas não con– seguirarp. 'Tambem não te quero ver metida numa prisão". - Não, não irei senão quando tiver cumprido o meu dever, cu– rando-te. - Bem, disse o rei, consentirei, mas quero antes saber qual será o teu remedia. r.uperado dentro de pouco tempo o bom humor e a juventude. Um belo dia entra no pala.cio uma linda moça que, acercando-se ao sr. Carlos, pai do Mario, a ZA CATAf~INA j'.,fOR/;.ES DE elo rei, lhe disse com um belo sor- nova travessura do seu filho. CASTRO pelo seu tra\Jalho, "Bu rlso: O sr. Carlos, querendo castigar linha". - Por acaso não se lembra mais o sapeca, chamou-o, depois do ---- - -------- de mim? Sou a pastora ... " jantar e com um cinto na mão ENCONTRAM-SE -"Logo que entrou no meu pa- t · lacto a reconheci imediatamente. pergun ou ao mesmo o segum- Estava ansioso para te entregar te: - Sr. cinto, é de livre von– a parte do reino que te perten- tade sua casar-se com a costa ce. Mas tambem quero fazer-te deste menino? Mario logo res– uma proposta. Queres ser a rainha ponde com muita simplicida– e ajudar-me a fazer a felicidade de. Não pode haver casamento de meu povo" ? d t - - Com uma condição. Permiti- porque uma as par es nao reis que minha mãe venha morar aceita. Deste modo escapou comigo no palacio, pois foi ela Mario de levar uma bõa sur– quem me ensinou que só orando ra. a Deus é que podemos dormir em paz e ter sonhos agradaveis. O SUSTO DE NHÕ TODICO o rei Alexandre consentiu e ca- p DR · - sou-se com Natercia, vivendo mui-· E O ROSARIO CRISPINO tos anos de uma felicidade per-1 - 11 ANOS feita, ensinando sempre a seus fL Nhô Todico era um matuto lhos, que para ter a tranqullida- bôbo que morava no mato. de é preciso orar. - Um dia ele foi à vila vender na gerencia deste jor– nal um certificado de alistamento militar e um registro de nasci– mento pertencentes à Raimundo Cardoso Prado. (U/L 17 EU... Quando chegou em casa, dis• se para os filhos, que tambem eram muito católicos e aprova• ram com alegria, a promessa do pai. Seu Antonio, então, cumpriu a :ma promesss. até o dia qut morreu, oito anos depois. um porco para comprar "pin– 4.LICE ASSAYAG - 10 A:;~ '3 Correspondencia do Vovô João ga". MENIME - Desenho de Odimára OSVALDO FEP..REIRA - Te- c· did F 1 - T 1 • · 7 nho recebido suas colaborações. Escondido atrás de uma arvo– re, o Saci o viu e resolveu pre– gar-lhe uma peça. O sol esta– va quente e Nhô Todico, que ja tinha bebido bastante, quís descansar um pouco. Amarrou o porco a uma arvore, deitou– st riu chão de papo pró ar, co– meçou a cochilar e dai a pouco dormia profundamente. · l!:u sou crianca traví>ssa Porém má. 1sso é que não. Eu tenho bôa cabeça E muito bom cor,,ção. ~~-cao e xerra.- anos Sou . muito grato à 'grande ajuda que vem me prestando. - ·JOSE' MARIA SEIXAS FI– LHO - Seu desenho é muito ori– ginal. Publicamos hoje. Seu con– to não é _ inteiramente infantil. Está muito bem escrito, acho que 1 aproveitaremos em outra secção. F.nviA historietas infantis como C Saci então aprox1mou-se devagarinho, acordou ~om Se assim não fosse, por certo, Ninguem me ha·via {1Uerido, E me dlnam de r,erto: - - Que menina aborrecida ! Se pucho a cauda de um gato E faca cruz,~s na r,1ã<,. Se sou traquina de fato, Tambem sei minha lição. 1'Jõ ,m . ·m t~o . 'li.a.da .

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0