A Provincia do Pará de 10 de Julho de 1947

Onin{a-feira, 10 de julno· de 1947 A PROV!NCIA DO PARA Plginà li • • • CURIOSO .i\ VISO DE UM DENTISTA POETA Contlito entre militares no la go de Nazard a • li Só os jornais e o vigá– rio receberão o livro em troca de elogios e bençãos Lamentáveis acontecimentos entre soldado, do Exército e da Aeronáutica - No local os majores Seco Junior e Paulo Chaves --- Vários feridos sem gravidade GOIANM., 9 (Meridtcnal) Dolorosa tragédia, ontem à noite, na rua Dr. Morais - Tentando alvejar um vagabundo, que forçava a entrada de sua residência, o capitão Boanerges Couto matou a própria filha Um jornal da cida4e de Jpamerí Assístencia Publica tendo sido en- ORIGINOU A MORTE divulgou o seguinte e curtoso aviso, viada ao local uma ambulancia '. .A morte da profeSSQra Dergecila anunciando o ap~recimento, d_en– do Pronto Socorro, conduzindo foi quasi instantanea. o ferimen- tro de alguns dias, . de um zwro o Interno Zoenio Gueiros e enfer- to que a prestou foi produzido por I de poesia.! de autoria do dentista 111eiro Raimundo, enquanto popu- um projetil de revolver Colt-38 a- Demostenes Ch,nstino, residente lares conduziam a infeliz moça tlngindo-lhe o lado direito' da naquela, localidade goiâna: Novo e grave conflito entre mi– lita,res registou-se á noite, no ür– go de Nazeré, pondo em pê.nico 11s pessoas que transitavam por !.QUele logradouro público e adja– c;encias. t1ara o alpendre do "bangalô", fronte, perfurando-lhe o cerebro. "Morador e dentista nesta c!da– depositando-a em um sofá. Fo- O Caitão Boanerges do couto de, há duas decadas, conto, lou– ram baldados todos os esforços foi presa de forte crise tendo decla vado seja Deus, muitos amigos e tmpregados pelo interno Gue!ros, rado ,ao ter conhecimento da des- clientes entre os seus habttantes. tendo a Jovem somente dez mi- graça que o atingira. Da! o natural de&ejo de .oferecer nutos de vida, expirando nos _ "Há muitos anos venho an- um livro a cada uma dessas pes– braços de seu pai,_que aflito, la-, dando desarmado. A arma de que sôas, o que vale quase dizer, ao mentava-s~ _do traiçoeiro golpe de me utilizei, há muito estava guar- povo. Mas (com licença do pre– o.ue fora vltuna, m~tan_do aciden- aada lã em cima. Não sei, meu feito e ão ju[z), considerando que talmente sua propna filha, quan- Deus, atirei casualmente para O a obra foi impressa a expensas oo procurava defender seu lar. jardim. Tinha a 1ntensão de es- do autor, com sacrlf.icio, é claro; A _IND_ITOSA DERGECILA . r•antar esses vagabundos que to- considerando o c.lto preço desseJ A mfel1z Jovem, que teve um fim das as noites promovem desordem trabalhOs, nos tempo& bicudos que Jamentavel e doloroso, chamava-se aqui, na vizinhança. Mas que ta- atravessamos (estaremos mesmo Dergecila Viana do Couto, era pa- talidade meu Deus! acrescentou atravessando ou estamos, comi:' raense, contando apenas 18 anos entre soluços - matar minha pro. vaca velha, nos brejos dos tempos de idade. Era professora norma- pria filha! bicudos?); considerando ainda lista, tendo recebido seu diploma A Policia do Jurunas tomou co- o grande número de pessôas que dia 23 de m_arço do ano corrente, nhecimento do fato, tendo, tam- teria direito (e com muito pra– por conseguinte ha 3:penas 3 me- bem, a Central de Policia tomado zer ão autor J · a fjrlnhar um ~es, não estando lecionando, po- ciencla, providenc~ando o legis- exemplar de "Musa Bravia", DE– iem. Era dotad~ de belo genio ta para as formalidades legais, e CRETO:- fica proibido aos meus eendo muito estimada na redon- crdenado a captura de "Pipirão". clientes e amigos ganharem "Mu- deza, possuindo inume_ras ami- __..________ sa Bravia", excetuando-se os três gas qu~ ao terem conhecimento da ------------- jornais da terra e o padre Beloti, tragedia,. para ali se encaminha- uns elogios e uma benção para o ram assistindo _seus ultimes ~o- un 8 elogio& e uma benqo para o r.1entos. Dergecila, estava noiva, meu livro. Revogam-se as dúpo- encontrando-se_ seu noivo, J_osé d sições em contrário" Bacelar em viagem, da capital E gard Vianna . . . . di. pais, para esta cidade, deven- O . t!,ent 13 ta-po_eta Demost~es do chegar ainda esta semana. Christzno faz,. ainda, um aditivo Sua genitora, senhora Luc!la do ADVOGADO aos seus considerandos, Pª:ª di- Couto, está. ausente, encontran- Esc.: av. Padr• Eutlqulo, 71 zer aos Setl.$ amigo~ e clientes, do-se em companhia de outros fi- todo patético e ungido de emo- lnos em Salvaterra, onde até bem (1733 çlí~: . Cêrca de .21 horas, quando in– tenso éra o movimento de pectres– tes pelas calçadas da tradicional Praça, viam-se grupos de soldados da Base Aérea de Belém e de Fxercito, pertencentes á 4.a Com– panhta de Fronteiras (,A.mapá), €m passeios continues e troca de gracejos, que culminarnm com a agressão reciproca dos militares. VERDADEmA BATALHA Após a primetra escaramuça, general!zou-se a pancadaria, ven– do-se dezenas de soldados em ver– dadeira batalha, numa lamenta– vel lut!!, corpo a corpo. Sabres foram sacp.dos e o con– Ilito tornou-se mais sérios com a chegada de novos militares de am– bas as · unidades, encarniçando-se ainda mais o combate. NO LOCAL O COMANDANTE SECO JUNIOR Cessada a luta com a chegada de patrulhas armadas da 4.a Com– panhia de Fronteiras, que tem seu quartel ao lado da Basil!ca de Na– zaré, encontravam-se no local di– versas patentes militares entre as quais o major Pauto Chaves, co– mandante do 26.o B . e. e o major Sêco Junior comandante da Ba- se Aérea de Belém. · Ao mesmo tempo, chegava tam– bem ao Largo de Nazaré um pi– quete de Cavalaria, restabelecen– do a calma imediatamente. AS PROVIDENCIAS TOMADAS A JOVEM DERGICILA DO COUTO pouco tempo esteve toda a fa- Comprem o_ meu litJTO. Com- rrJlia. prem o meu livro e rufo façam Muitos dos soldados envolvidos ho con!lito foram presos pelas pá~ trulhas, sendo os do ]i;Xercito re– colhidos ao quartel da 4.a Compa- 11h1a e os da Aeronautlca condu– zidos para 1,Jm caminhão da Base Aérea que compareceu ao local. ., fatalidade atingiu ontem, de maneira brusca, um lar, onde até então reinava a felicidade rou– bando .a, vida uma jovem noiva. O COl\lEÇO DA TRAJEDIA A noite de ontem, como quasi todas as noites, na esqui– na da travessa dr. Morais com a rua dos Mundurucús, junto ao Horto Municipal, estava reunido um grupo de desocupados, em sua maioria, individues de má fama, ébrios inveterados e desordeiros contumazes. Dois deles, mais al– coolizados. entenderam de promo– ver uma ''arrua(a", ameaçando to áo mundo e pronunciando pala– vras imotais. Entre eses, destaca– va-se um individuo de nome San– àoval de tal, mais conhecido nas rodas da malandragem e da joga– tina que campeia nas proximida– des do Horto, pela alcunha de " Pi– P.irão " . Desordeiro "arreliado", 'Pipirão" entendeu de bater em uns menores que se encontravam nas proximidades, assistindo o "bolo" :formado. Os menores então correram per– seguidos pelo citado individuo, va– lendo-se do jardim da residencia, do capitão do Exercito Boanerges do Couto, que habita um "ban– calô", numero 158, da travessa "Ai meu Deus! Atirei em mi– nha filha!" FORAGIDO O CAUSADOR dele oal<ço àe mesa manca ou DA TRAGEDIA ------------ suporte 46 ferro de engomar". Sandoval de tal, "Pipirão", o principal causador da tragedia de ontem à noite, residente, segundo s E informações prestadas por alguns moradores das redondezas, à rua INGA SI AS Com seu grito acorreram varias ressoas da casa e da vizinhança tendo o desordeiro e seus compa– nheiros fugido em desabalada car– reira. OS ESFORÇOS DA ASSISTENCIA dos Caripunas. E' individuo sobe- jamente conhecido da Pol!cia co- Alvaro MAIA Imediatamente foram solicita– dos, por telefonema, os socorros da mo mau elemento, tendo diversas familias apresentado queixas con– tra seu proceder. Esclarecida • • an1ma1s no a venda de l\iluseu Goeldi Conclusões da comissão nomeada para um inquérito naquele instituto-Desnecessária a ação policial A PROVINCIA DO PARA pu– blicou há dias uma reportagem sôbre· ir-regularidades que esta– riam ocorrendo no Museu Goeldi. Era nossa intençãô, por inter– médio de uma critica serena, es– clarecer, fatos já do conheci– mento públ!co e apurar respon– ""·hllirlaães. J ulgávamos, e com tério da Agricultura, que tomou !l n. 1034, datado de 21 de dezem– bro de 1939, reforçada pelo ofi– cio n. 81, do Posto de Fiscaliza– ção de Caça e Pesca em Belém datado de 11 de abril do ano pas– sado, a proceder à venda e ani– mais das faunas aquática e terres• tre, quan~~ '? jul_g3.1: ".°nve!l_i!~l;_: (Copyright doa Dlártoa MIIOCiado.l MANAUS, junho - O acordo firmado entre o Brasil e os Es– tados Unidos, nos dias incertos da guerra, quando a defesa e a segurança do hemisfério oscila– vam entre Dakar e Natal, tem apenas um mês de vida; expirará a 30 de junho. Todos os acõrdos tém periodos que se renovam, su– bstttuldos artigos ou providen– cias. Finda a· guerra, reconquis– t'ados os mercados do Oriente, utilizada a energia atômica, os seringais da .Amazônia, com as suas 30. 000 toneladas sem peso em mais de cem milhões produzi– das pelo mundo, não interessam vitalmente as grandes indústrias de outros países. Mas interessam o Brasil, interessam a América do Sul, para a movimentaç~ dos no5sos produtos, ao longo das ro~ devias, nas cidades e pelos espa– ços. O trigo argentino, necessá,po à nossa alimentação, está adstri• L ~ ... --1..- __ ...,_A_,.~ • ~m- mente dos seringais, lmprescin– diveis à guerra e à indústria na– ciõnal de artefatos, representam a articulação de muitos órgãos administrativos e particUlares. Os povoadores da Amazônia devem permanecer nas propriedades des.. brava.das ou reconquistadas, até mesmo por urna contingencia de ocupação nacional, contra os cor– vejament.os ipternacionais. E além da assistência dos govêmos, só uma cobertura poderá, asseguTar a situação atual - a estabilida– de do preço, ameaçado de decli– nio, após a cessação do acõrdo entre o BrasU e os Estados Uni– dos. Sabe-se que .o programa do govêp1,o brasileiro, conforme a mensagem do presidente Dutra ao congresso, é "baixar· o custo de produção da borracha". Baixar este cust;o, sob a. pressão irrecor-1 rlvel da.s leis econômicas e sem um pra,zo de preparação, seria " ,1,.""""-"A"- rl2 = ucão na O comandante Sêco Junior de– terminou a retirada .de todos os toldados da Base Aérea que ei;– tavam no local, tomando a mes– ma providencia o major Paulo Ohaves em relação aos soldados do Exercito. INTERROMPIDO O TRANSITO Durante a luta travada, muitos populares lançaram-se em corre– rias desordenadas pela via pú– blica, interrompendo o transito de veículos pela rua em frente ao "Foto Názaré. E, após a cessação elo conflito ainda demorou por &lgum tempo a interrupção do trafego, deviclo à aglomeração que se verificou ao redor das auto– tidades que ali se achavam. VARIOS FERIDOS ?a luta armada, na qual !oratn ut11izados sabres, saíram feridos varies soldados, que foram reco- ! minado o policiamento do Laz~ lhidos por uma ambulancia mm- de Nazaré por patrulhas do Exer• tar. cito e da Aeronautica. que flca- AJesar das diligencias empre- ram naquele local até aita mâ• er.didas pela nossa reparta,gem, ctrugada. n_ão nos foi posslvel obter a iden- Estiveram tambem, no local, v~ tidade dos feridos, por terem sido rias outras autoridades civis em~ os mesmos conduzidos para o Hos- litares, entre as quais o ten. ce1. pital Militar e da Base Aérea; Cavaleiro de Macedo, comandan-,. E-endo-no:; fornecido, apenas, que te interino da Força Policial df' todos os · ferimentos eram leves, Estado. não havendo nenhuma gravidade. NA PRAÇA BRASIL POLICIAMENTO J>OSTERIOR Segundo apuramos, na Praça Brasil, verificou-se. tambem rapi– Depois do conflito, foi deter- da escaramuça. " M E U D E S TI N O E' P E C A R " O !olhetlm "A Es!inge Vermelha.", movimentada obra, 1n6d1ta em llngua portuguesa, de Alexandre Dumas, que A PROVINCIA DO . PARA' vem publicando e que tem alcançado grande sucesso, vai ser substltuido, dentro de breves dias, pelo dlscutldlsslmo romance de Susana Flag "Meu Destino é Pecar". Não é desconhecido da nossoa leit.ores, o sucesso sem precedentes desse romance nas 111- cesslva.s edições CJ.Ue alcançou, superando, em nümero de ..xempl&res vendidos, qualquer outro "big-seller" jamais publicado no Bra.all. Em "Meu Destino é Pecar", Susll.lla. 1''lag narra., de maneira. 1ntenas. e dramá.tica, com um estilo inteiramente peculiar, a hiato.ta hu– mana. de u'a mulher que, dentre todas, sa.b!a amar e, peca.r. A critica abalizada. e o numeroso público que, em todo o Bra~n. teve ocasiã.o de ler este notável roma:iice, foi unãnlme em decl&rã-lo uma das obras mais Impressionantes e origina.is da literatura. contem– porãnea., seja pela sua. maneira. de narrar, como pelo traçado dos personagens, Juste2.a. de ambientes, côr local e peculiaridade estl– l!sttca. Os leitores deste matutino dos "Diários Associados" terão, pois, oportunidade de conhecer um dos livros ma.is interessantea que tem apareçido nestes últimos tempos. COMÉRCIO, FINANÇAS E NAVEGAÇÃ() (Contin6açi') da sétima pag.) O "Rouxinol ll" - Para as llh;.s se.!ré. llll próxima aemana. · O vapor "PartntlnaN - De Manam e escala.a é ei.perado a 18 de Jnll,o O "Aquictaban" - De Manaus i espero.do a . 20. O "De Plnedo" - De Manaus é es– perado a. 17. o motor "l'rtmf'lro 11• MatoN - P11,ra o Xingú sairá. no clla 12. O "Envira." - De Manaus · deve sair hoje, sendo espera.do a 20. O "Ivebá" - Sairá. para o Xingú. cm meados do corrente. O "Sobralense" - Para Arum=· duba satrã brevemente. O "Iracema." - Para. Manaus sairá brevemente. o "Simão Bitar" - l"ara Manaus e escalas, sairá a 10, à noite. O motor "Vizeu" - Para. o Tocan- tins aalrá. a 11. · O Rebocador "Pall\etlnha", com a alva.renga "Marujo" - A reboque, sairá. a 15 para. Manaus e Porto Ve– lho. O "Carlos Pinto" - ·Chegado ontem d• Manaus, voltará l:>revemente. ATJTOMOVEIS E CAMINHÕES O "Wh!tt!er Vlct.ory", a chegar da. Am6rtca., tre.z: 2 automovels X&!ser P'raser, para a Empresa. Soares SJA; 1 Wanders para para a General Mcit.ol'II do BrMll BIA; 1 Plymouth para a Pana!r do Bra– sil, SIA; 4 Studeba.ker, para Manuel P. da. Silva; 4 Na.ah, para Marinho & ArauJo; l Dodge para. Ra.ul Corrêa Castro Pinto e 2 caminhões para a General Motors do Brull SIA. Passageiros de Navios o "Rio Gurupl", saldo ontem para. qu!los: plrarucú, 45.270 quilos; copal• ba., 1.666 quilos; borracha de maÇI~ randuba, 43.424 quilos; essencla de pau rosa, 1.230 quilos; arroz coÍll casca, 1.338. 369 quilos; arroz benet1- c! a.do, 364.440 quilos; "lgodão em pluma. 27 .857 quilos; a.lgodtio em c,. 1·oço, 105.674 quilos; camarão, 18.24! quilos; coqu1rana., 303 quilos; semen• tes oleaginosas, 287 .335 qu!los; tim– bó, 16.994 qu!los; !!bra.s, 507.3{!8 qul• lo~; borracha. de ma.nga.ba , 1,798 qut• los; cachaça., 58.584 litros; tar!.11~, 37 .581 alqueires; far !n.ha , 24.846 Ili,• cos; castanha, 54.958.5 hectolltrot; castanha de sa.pucaia., 3. 300 qulloa, PAUTA ESTADUAL DA CASTUII& Acha-se em vigor a &eitllllto: Estado do Pará: Médias comuns, 170,00; médlac • pecials, 190,00; miudaa, 160,00' e grau. das, 210,00. Outras procedenelas: M!udas, Cr$ 200,00; graúdas, Crt 220,00. CACAU TELEGRAMA!, Nova Iorque, 7 de Julho. O meroado abrlu llOJc, caluo, O'I b&Ua d• ~o POlltOS, uew.a.do -11 c::ents., por llbra: Para entrep ..;:a: Março •••••• , ••• a.Je AJl1,~1 Ualo •• •• •• •• ... U.11 Julho •• •• •• •• •• 21.H Outubro •• •.• •• •. 2',1S Setembro .. .. .. .• ff. 00 24 .S• ---0 mercado fKhOU Nia 'f.el . 80lJII alta d• lO pontOI, «Jtf,lldO... - ce.nte, por Ub,a: tt. lleJ• &ai. Março •• ••• . . 27. 4' :rr. H

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