A Provincia do Pará de 06 de Julho de 1947

I>omingo, ·6 de julno de 1947 A PROVtNCIA DO PARA • ngr O Rio de Janeiro serve de pal– Ç,!> à um dos mais ardentes fo. mances de amqr que o cinema já filmou. E olhem que o roman– ce é "vivido", nada mais, nada Ijienos do que por Ingrid Berg– :rµ,an e Cary Grant I E que "ro– mance" ... As praias, a Quinta da "Boa Vista", o praão e até mesmo a ca.. e.a de conhecido milionario brasi– leiro, são testemunhas do grande amor que une Ingrid e Cary nesse filme que é "Interludio" (Noto– rious), cujas cenas amorosas são consideradas as mais "reais" en– tre as que Hollywood já realizou ! Quando vocês virem o filme (e ninguem deixará de fazer-lo, na– turalmente), observem entre ou– tras, a cena passada no aparta~ menta de "Alicia" (Ingrid) na Avenida Atlantica... Com que naturalidade e com que realismo ela se deixa acariciar e acaricia o homem que ama ! Decidida– mente vocês nunca viram nada igual no cinema americano ... Mas, por destacarmos esta cena, não julguem que no filme só exis– te isso ! Si bem que estas cenas bastariam para lotar qualquer ci– nema "Interludio" tem ainda muito . a seu favor. Lembremo– nos, àntes de mais nada. de que se trata de uma produção diri– g,ida por Alfred Hitchcock, o "mestre do "suspense". O ro– tundo Hitchcock é cotadissimo no mundo inteiro, e as suas produ– ções são sempre esperadas com ansiedade. Diz-se em HollYWooci que Hitchcock é o único direto1 de quem os mais famosos e os -mais exigentes artistas aceitam trabalho sem antes ler o "script" do filme ! Parece-me que isto já é suficiente para dar uma idéia do "nosso" homem ..• E agora, os "astros" . . . Ingrict Bergman é a mulher do momen– to; disputadissima por todo3 os estudios, a grande artista ocupa hoje o lugar de "Primeira Dama no Cinema"... Seu grande ta– lento artístico, sua beleza serena, sua simplicidade, fazem de In– grid Bergman a figura mais im– pottante e mais querida do pú– blico do mundo inteiro . Vem a seguir Cary Grant. Popularlssi– mo, o seu prestigio, obtido por meio de interpretações inesque– cíveis, mais uma vez se confir– ma ao !alo da grande atriz que é a Ingrid .•. E os outros ? Clau– çe Rains, impecavel e sincéro cpmo sempre, Louis Calhen, Ma– dame Konstantin, Moroni Olsen é alguns outros, contribuem com a sua arte verdadeira, para a for– mação de um "cast" homogenio, mas ainda resta a historia. Bem urdida, a obra que Ben Hecht es– creveu, é uma magnifica -:-azão para a reunião de tantos valore::; artisticos. "DAKOTA" A Republic vai apresentar "Da- 1'ota". John Wayne e Vera H::-uba Raiston são as principais f!gu– ras desse filme épico, todo de grandes lances de aventuras. em tôrno de Uil)a história cheia de vibração e fôrça. Walter Bren– nan, justamente considerado um dos mais interessa_1;~e~- ~ v~aii~sos e Cary oticias do • cinema INGRID BERGMAN NOS BRAÇOS DE GARY GRAN'l'. UM IDILIO NO RIO, JA' FAMOSO NO CINEMA. Linda Darnell e seu "eu", Pev Marley, apesar da separação, fa– zem questão de provar a todos que ainda são amigos. Para com– provar isto, Linda acaba de ofe– recer uma maravilhosa festa de despedida ao veterano camera– man, quando de sua partida, em férias, para o Hawai, Pev perdeu o avião, e no dia seguinte ia a outra festa, desta vez em casa de Dorothy Lamour. SE A METRO SOUBER... Pelo jeito, o garoto de Oinny Simms tem que ser artista de ci– nema. Pelo menos vai adquirir grande pratica em enfrentar as camera,s. Já no proximo hospital o papai Hyatt Dehn lançou mio de uma má.quina cinematografi• ca, para filmar o grande aconte– cimento. E agora, pelo menos uma vez por semami, Hyatt con– tinua gastando rolos de filmes com o filho. Certamente que a filmagem é muda porque senão, mami'i.e Sim– ms ia fazer questão de gravar al– gumas cantigas de ninar. Bem, mas depois disto, a Metro era capaz de querer comprar os di• reitos autorais, arranjar tudo em tecnicolor, .e fazer publici– dade para todo o mundo receber, imaginem, nada menos de "dest'! novo musical, que é um hino de louvor a todas as fraldinhas do planeta" ... CASA ? SO' PELO RADIO Positivamente Joan Edwards é uma pequena de sorte. Bastou a cantora do "Hit Parade" anun– ciar num "broadcast" de Doro– thy Kilgallen, que partia para Hollywood disposta a caçar um!\ casa de qualquer maneira, todos começaram a abrir a bôca de es– panto. E certamente a estas ho– ras, o "Bôca-Larga" já. pode es– tar desempregado, pois assim que Joan desembarcou, três propüstas DUAS BOFETADAS MARCARAM SEU DESTINO ... Certa ve~ M.arie :eourgeois, es– trela do mais famoso "music bali" de Paris, o "Follies Ber– géres", por motivos insignitican– tes teve um atrito com uma co– rista desconhecida.· A pequena havia errado um passo de dan– ça. Depois de uma troca de pa– lavras pouco amaveis, a corista. Paulina Ortmans, pôs fim à dis– cussão dando uma sonora bofe– tada no rosto de Marie Bourgeois. Esse incidente absolutamente in– significante, teve no entanto con– sequencias tremendas I Toda a Cidade Luz. comentou o aconte– cimento. Imaginem! Uma obs– cura corista como Paulina Ort– mans ousando esbofetear Marie &,urgeois, a ditadora e idolo dos musicais franceses que o mundo inteiro conhecia pelo nome de ... Mistinguette 1 Paulina jamais sonhara com as Anncta.rt11c:atnniaa iNo..r1'P,oln ,#',n+,.,.,.-""--.. gunda bofetada que também teve influencia na vida de Viviane. Essa ela não a deu, mais rece– beu. . • Aconteceu que uma bela no1te Viviane, por um motivo qualquer, discutiu em público corn o seu marido ~orge Flemant. O rapaz. encerrou a ruido, só e 4,spera troca de palavras com um gesto pouco cavalheiresco aplicou na esposa uma valen– te bofetada ! Pois bem. Dessa segunda bo– fetada nasceu toda - a felicidade de Viviane Romance. Divorciou– se imediatamente de Flamant e casou-se pouco depois com Cle– ment Duhour, o homem que fo– ra o causador daquela cena de ciumes, um rapagão atletico e simpatico, -campeão de varios es- DAVID NIVEN NÃO portes. E Duhour tem sido des– de en~. não somente um es– poso dedicado como também o seu gam. nos grandes trtunfos obti~os. Viviane, a exp1osiva Vivíane, é hoje uma mulher muito feliz. Não pensa em dar ou receber mais bofetadas. Acha que aque– las duas chegam e quem pode– ria prever as consequencias de uma terceira ? Não, três e de– mais ... Viviane Romance, a estrela do '·Manon", A326" nasceu em Ru– baix, quando a primeira guerra mundial ameaçava toldar os ceus da Europa. Iniciou sua carr.eir!l artística aos 13 anos de idade, como corista de "music hail" e durante 5 anos trabalhou como "extra" · em varios filmes, até ser "descoberta•· para estrelar "La Belle Equipe" <Amor In- c'\e casaa. Parec~ que. o pessoal aind ouv.e o "Hlt Para.de" ..• E' UM CAMINHO Vera Ellen é a mais recentc– "estrela" de Hollywood a entrar no rol das mulheres sérias. Bem, com 1sk> não queremos absoluta– mante confirmar boatos de ca11a– mento, o que em Hollywood; nir.– quem mais leva. a serio. E' que Vera resolveu esquecer por uin PQUCO, seus . pés dançantes, e ins– cteveu-se na u. c. L. A. pare. estudar e11pa~l 1 dactilografia e estenografia. Ahas, dizem QUE' ~ E.ecretarias de Samuel Ooldwin dão .uma sorte louca ..• SEMPRE PRODIGIO Margaret O'Brien foi convida– da para deixar suas pegadas no famoso cimenk> do Oraurnan's Chinese 1'heatre, onde todos os grandes ídolos de Hollywood dei– xam, para os f~ do futuro, uma recordação fos:silizada da época de maior gloria. Durante a cerimonia, Malgaret fez questão cio imprimir sua, pe– gadas, de.,calça. Quando a~em q_uiz fazer uma tirada filosófica à cilSta da. "estrelinha.", e lhe per– guntou o porque daquele comple– xo, a re1;posta foi pronta : "Ora, meu amigo, você então não percebe que é muito mais fa. cil lavar os pés do que e11tragar os meus sapatos ·novos l" EGOISTA Ann Blyth a mais nova e.~tre– la de Hollywood, ja.mais tinha assistido a uma representação n9 palco, quando foi convidada para tomar parte ati~a numa peça "Watch en tl;\e Rhine", no papel de Babette, e foi então que ',l Universal, a _contratou para o ci– nema. Fez sua primeira apari– ção em "0 que é que há?", e recebeu o prêmio da Academia com seu papel em "Alma em su– plicio" e tç,ma. parte principal no filme "l!lgoista" que Mark Hel– linger produziu para a Un!ver– sal Interna.tional. Outros · no elenco 1ião: Sonny Tufts, Ruth Warrick, William Gargan, Mary Nash e outros. CINEMA -Pagine. 9 Grant no ]_ CASA DE BONECAS - A OBRA-PRIMA DE IBSEN. NUMA GRANDE REALIZAÇÃO DO CINEMA ARGENTINO, COI\I DÊLIA GARC~S E JEORGE RIGAUD. A PLATEIA MAIS CRIT CA LONDRES - '1'odos os saba– dos de manhã, cerca de um quar- to de milhão de crianças de 7 a 14 anos de idade assiste às ses– sões infantis especiais em toda a Grã Bretanha. Todas elas são membros dos m1l Clubes Infan– tis de Cinema, organizados pelos magnatas de cinema britanico, afim de atender aos postos do~ frequentadores de cinema juve– nis. O gerente de um grande cine • ma no centro de Londres decla– rou-me: "Aos sabados pela ma– nhã, esquecemos o programa que vínhamos apresentando durante toda a semana, para entregar– mo-nos a quasi mil crianças. A idade delas varia entre 7 e 14 anos, mas a maioria é composta de meninos e meninas de 8 a lC anos. Assistem a filmes de pri– meira cla:ise com atores infantis, os quais versam sobre historia.; que estão perfeitamente ao. seu alcance; elas constituem a audi– encla mais 1·uidosa e critica quP. conseguimos durante toda a se– mana". Estas, platéas, acrescentou ele, acostumam-se a assistir os pro.. gramas num.a certa ordem - por exemplo, um desenho animado um filme em série, o filme prin– cipal e um jornal - e si a or– dem for alterada mostram-se· in– c(ignados e protestam em altos 1,,,-..3-- Uit..T.... ,..,..,. .,..,,.,;..,4-,.,...,..,...;,.- 1..-.,F,....,.. Bernard HICKLEY til é a mais conservadora. que CO)lsegu!mos". seBopd~cçETAOITA Os clubes juvenis de cinema não fazem lucros. O preço comum da entrada é "six pence" e depois de pagos a., despesas decorrentes da sessão, qualquer sobra é destinada a in– centivar as atividades od grupo e à produção de filmes em série. As atiViljades dos grupos en– tre os clubes assumem varias for– mas, inclusive concursos artisti– cos e litera.rios, colecionamente de selos, satação, futebol, foto– grafia, g!nastica coletiva, biblio– tecas, e aulas de equitação e dan– ra. Há um clube, mesmo, que e– dita o seu proprio jornal sema– nal. Um educador de grande eviden– cia disse-me: "Um dos mais im– portantes aspectos da campanha do Clube de Cinema é o crescen– te interesse que tem despertad0 entre pessoas de outros paises. Muitas amizades foram formadas entre holandêses refugiados e membros do Clube, e uma socie– dade anglo-soviétila foi inaugu– rada. "0 Clube trabalha tambem estreitamente com a Real Socie– dade de Prevenção de Alidentes e Crueldade Contra Animais. Os Clubes formam suas proprias comissões locais para controla•· <i.c ..t.ivirlArl"" " A.r.ons:E>lhAl' i-em, trola cerca de 400 Clubes, estan– do projetados mais de 74 filmes ainda para este ano de 1947. Estes compreendem ficção, edu. cativos, seriados (cada um com seis episodios completos) 1 cien– cias, viagens, d_esenhos a.mm.a.dos, naturais e zoologlcos. Um diretor de filmes infantil disse: "Verificamos que os fil– mes de viagens são muito popula– res. Versam geralmente sobre um menino e uma menina cm via– gem por um pais estrangeiro que encontram um menino um me– nino e uma menina, da mesma idade, desse pais, que os levam a. passear. Estamos fazendo o possi– vel para fugir do tradicional te– ma da "policia e ladrão", mas 1sto é muito d!flcil. AIJ crianças exigem ação duran– te todo o tempo, e este tema é o que mais a favorece". Há aigumas semanas a.traz i:1~– ciou-se acalorada polemica. na Grã Bretanha sobre si se ãeve desincentivar os c:ubes de cinema ou não tendo sido estabelecido ou não tendo sido estabeleciC:a. uma comissão especial para rea– lizar· um inquerito sobre o asstm- 1,o. Um membro da Organilação J. Arthur Rank disse: ";Louva– mos es~a investigação e lbe da– remos toda a assistencia possí– vel", REUTERS

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