A Provincia do Pará de 06 de Julho de 1947

.,, lf V " ' í:'\) D ' ' 1 ' 1 no cnao com o corpo ereto e as retta. Torne a ncar ae oe e co10- ~ pernas ei.:tendldas para a frente; que a ponta dos dedos da mão es– estique bem os braços e em segui- querda no pé direito. Repita b da faça um movimento circula:-, vezes para iniciar e vá aumentan– tocando com as pontas dos de- do o numero de vezes até 10. a 1 a S Para comprar ou vender aconselhamos procurar a CASA CAHEN, que orerece sempre as maiores vantagens. 13 de Maio, n. 153. (2.363 Visite a 11M MODELO PARA voct -· Muito original, deve ser talhado em seda leve, de preferencla em Joclheria "0 DRAGAO" para se certificar de sua coo– percção na campanha de di– minuição de preços. azul-marinho ou preto. LEIAM: "O CRUZEIRO" Rua Conselheiro João Alfre– do. n. 88. (2523 A T ...,...• ...,..., "" J:"•--,-- ..,...,_., _..,..,______ • Campos 'Sales, EVITE O TIFO ! ! 111 . EBA E 1947 ~ ! de esiiÍo .~difjr__en'te PARA A TEMPORADA DO TEATRO ANCffiETA - Estes dois lindos mo– delos, são "-r>ropriados para nossas elegantes que frequentarão a tem– porada teatral de Renato V\ana. Vestido, toiletes desenhados esnecial- mente para nossas leitorai, Torne~se o orgulhoso dono deste re· volucionário carro do após-r~uerra - o belo e maravilhosamente construido Stu– debaker paira 1947. Seus sonhos de automolismo des– preocupado e a baixo custo torna-se uma realidade com este luxuoso Studebaker Assmbrosamente espaçoso - delici0sa– mente fácil de dirigir ..:_ êle roda tão suavemente que V• não se sente fatigado mesmo depois de uma longa e esta-fante viagem. Nenhum outro carro no mt '1do se comparara ao Studebaker na origf · ·•~a- "A AUTOMOBILH PRAÇA DA ltEPUl C' ENDEREÇO TEJ de do estilo. Com suas linhas baixas e longas, para-brisa, janelas laterais e tra– seiras extremamente grandes, êle é a principal atração em qualquer compa– nhia· de bons carros. Seus poderosos freios autocentrado– res se ajustam automa,ticamente - "luz negra", sem deslumbramento, usada na aviação durante a guerra, Humina o seu dial de instrumento. Venha ver como é êste Studebaker do após-guerra, inteira– mente aperfeiçoado - procure obter um .o r- .s cêdo possivel. >EL P. DA SILVA. tCIO GRANDl•~ HOTEL .783 1 ' AUTOMOBILISTA'' (2064 11 (2.527 ...... ___ .. _..,. ,., _ ., .. __ n U A RA..N A' DE G 'U AR ANA' -só- PRODUTOS GENUINOS (2.358 UMA CHAMA A O VENT O (Continuação da 7,• pag.) de mim. Bõa noite. Beija-me .•• - Bôa noite! - E acrescen– tei, enternecido: - Estou feliz, meu amor..• de uma, felicidade que me ma– goa e entristece ... Todavia sei que a amo, que e, desejo ..• Beijei-a novamente sobre as palpebras descidas. A noite avançava. Saí, meio transformado, pela calçada de– serta e mal iluminada. A cidade pacta e trah::lhadora, come– çava a dormir e os ultlmos bon– des passavam vazios e apressa– dos. Tentei apanhar o primeiro que passou e não consegui. O motorista não percebeu a tempo os meus sinais e os freios nã.o obedeceram a.o desesperado es– forço que fez para parar o vei– culo. Houve um momento de in– decisão durantr, o qual parei, quando, à distancia, o bonde tambem parava. Depois corri, enquanto ele se afastava ante os meus olhos descoroçoados. De repente, passou-me pela memoria o final de "Os Maias" ... "não vale a pena cortrer com ansla para cousa al– guma ... nem para o amor, nem para a gloria, nem para o di– nheiro, nem para o poder".... Entretanto, eu corria: corria atrás de uma condução que me escapava, corria atrás d e um amor que desde a infancia me fugia e ~gora Ee me apresenta– va em circunstancias dolorosas e incertas. Que estaria para acontecer? Prima Gertrudes era uma lem– brança constante e contradita– ria no meu espi::-ito. A sua quase prómessa me p,mha nervoso, in– quieto... Deu-me vontade de voltar e traze-la em minha com-· panhia. Mais hoje ou mais a– manhã, isto havia de aconte– cer. . . Que fosse agora, quando o meu sangue, as vibrações do meu entendimento e da minha vontade eram um só apelo à pos– se de sua carne e do seu_ cora– ção. Talvez. que amanhã hou– vesse apenas esperanças frusta– da~ o deEtino a torcer itinera– rios ... Dei alguns paS$0s de volta, sem decisão. Ce1-tamente ela já se havia recolhido, pois a hora era bastante avançada e maior seria o meu desapontamento se não conseguisse ve-la. Estive ainda algum tempo parado, ir– resoluto. Depois tomei por uma rua deserta e sem calçamento. Caminhava a passos indolentes e, pouco a pouco, fui me dando conta da vida exterior. Dos jar– dins vinha um perfume indefi– nido que a brisa da noite ama- ciava. Ao longe rugia o mar e o larido dos cãe::; nos quintais con– certava com o canto dos galos inscnes. Dei1<Ei-me · levar na mansidão da noite, através de ruas adormecidas, quase abstrai– do do tempo tendo apenas, mui– to ao fundo ct,, pensame1~0, a presença dominadora de prima Gertrudes. Quando •menc11 espe- rei, estava no centro da cida– de. Na Praça do Ferreira, "Um ou outro grupo palestrava nos ca,. fés, e, nos bancos dos passeios, boemios cochilavam. Cotejei o meu relogio com a coluna ® hora. Eram dez e cinquenta. 86 às onze e meia sairia o ultim9, bonde. Estava exausto, o col1!!> me doía todo, de enfado, de e,, moção. Chamei um carro. - As suas ordens. - outro. guiadores acorreram. - Aquele. E' limousine. .. de luxo. Meus nervos vibraram de im– paciencia. - Já falei - disse aborrecido, entre dentes. - Uma corrida. Benfica. Dez minutos estava diante de minha cr.sa. Dou volta ao trinco do portão e entro. Perto da por– ta, na escuridão, distingo uma pessoa voltada para meu lado. Não tenho tempo de formular a idé:a de auem ~t>ja: Maria Luiza. salta-me ao pescoço. Abr:aça– me e beija-me freneticamente. - Meu bem, eu voltei! A tua mulherzinha voltou, meu amor, Fugi. Lá em casa ninguem sabe que eu vim... Com a mão tremula tirei a chave do bolso, metia-a na fe– chadura e entrei com a minJ;.a mulher. Fechei a porta atrás de nós. Não sabia o que dizer. O inesperado da presença de Ma– ria Luiza, o suste, por que passa– ra, abalavam-me sobremodo. Cheguei a não ac:·editar no que estava acontecendo. Era aluci– nante! Os meus nervos estavarn relaxados e eu tremia. - .Não pode ser, Maria li.ui• za; você deve voltar. - Que?! Não me queres? .•• .Não me queres?! Dize! Não, eu não posso voltar. Não é pos– sível que me mandes voltar! An– da, faze de mim o que quise– res ... mas não me mandes em– bora, querido! . • Se eu voltar morrerei. . . Não, não, não! Houve um silencio demorado. perscrutador. ,r.r,omodo. Chorava agarrada a mim. No– tei que emagrfcera. Assnltou– me um9, piedade imer:.sa per ela. e, ao mesmo tempo, odiei-a, Odiei-a pela aflição que me tra– zia pela ama:, gt.ra que me fa• zia sofrer. Levei-a ao meu quar– to e eh continuou a chora1·, n• go1a baixinh•). os olhes escan– caradamente abertos, os cabelos desleixados pelo rosto alvo onde as lagrimas davam um brilho palido. Possuía-me um r.turdimento de louco : estava sem saber que resolução tomar. Andava pelo meio da casa, 5ofregamcnte, di– zendo frases que não me lem– bro se dirigidas i\, mulher ou se a mim p:·.oprio. Ia. enlouquece1· sem duvida. Estão batendo?. . . Duas pan– cadmhas leves: mais duas em seg1:ida. nerv·,,as e mai 0 tar– tes ... Corro, abro a porta. ~ra prima Gt!rtrudes

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