A Província do Pará 28 de Dezembro de 1947
.... • .. , · ------- ,-------~-:----------.--r.----,,.-.-.---,-':'"'1'111'~ • 1 SEG~A SECÇAO 1 ARTE E Lll'ERATURA Ap6s a queda a visita ac túmulo de Angela - mcrta Mim l6grimaa. Por toda a r.oite escutei na balada da chuva as gôtas longas dos clarins da Anunciasão . Angela dl!$Vendou-me o segredo da eternidade soprou a minha fronte para que eu esqueceue. Num véu de lua, p6lidos de limo trouxe-me o bailado dos rosas de foge, derran,ou o mundo n05 meus olhos deu-me o veneno !' o pecado e por fim o convite di, morte: Alonso abandono teu corpo dormindo paro os cravo~ [amarelos e vem sonhar no meu sono que a morte é o ressurrei~ão. CONTO ESTRANGEIRO Um artista do trape~io Franz KAFKA (Tradu~&o de BRENO ACCIOLT) Muito embora ena obra prima de conto J6. uJa conhecida. dos leltoTes de Beli!m. atra· v& do suplemenot a •• Pllha do Norte••. repro· duzSmos aqui .. Um artista do trapezto", de Breno Accloly, pob nunca i demais uma nova tettur& do conto de Kafka. Um &Ttl!la do tupezio - CO• mo se gabe, ea:ta arte que ,e :pratica no alto da.a cúpulas dos ,ra.ndes circos 6 uma das mais di!1ceb, entre tod.U, que o ho– mem pode executar - havia orpntzado a &Ua vida de tal modo - pelo afan proll!&tonal de aUngtr a perfetçlo - que Jamais desceu do trapezio, nem durante o dia nem durante a !IOlte. 'Toda& a.s 5Ua.s nectsaldades - devera& pequena., - eram sa– t.lsteítas por empregados que 5e revemvam. prontos a atende– lo. v1gtando-o debaixo. Vivendo dessa maneira, pc,ucas eram u p,eocupaç6es do art.tsta com o que se passava pelo mundo a– tou. Apena.a o artista ficava um tanto nenoso durante 05 outros números do espetaculo Campre permaneceu onde esta– va), "'r nlo poder 111\!lr do& olhoa: do pt1bllco, de quanc'ti em vez a. Ilta-lo. O. dlnltores do clroo nlo to– mavam conhecimento daquele u Lnlnho hábito do vida do ar· tut& pc:,rque o &rt1s era deve– r&.\ extraordtnar\o, lnSUMUtul– vel. E se g &rthta vlvta daquela ms.net ,a nlo ua por capricho. liim. para ae conservar sempre treinado. dar ao seu trabalho um cunho de autentica or{ilna– JJdade. Vlnndo là em cima o arthta. se aenUa reu~. Quando. no& dias de calor. eram abertas ag Janela& laterais da cupula. o &01 penetrava no ctrco como Jlnguu de fogo. E a am btlu aquelu llnguas de f010. O amblto de vida do &TUsta utava. nat.uralmente. limitado. De quando Wl vez. um acróba– ta subia par uma corda e la. tentar-se ao lado do artista, no trapemo. E conve.navam. A nlo serem momento& &e.me – Jh&ntu a eS&es. o artista aem- J>Te ae achava aozlnho. • Bara..me.nte., nes momentos de eeat.a um epregado cnua,·a o e&paço vazio do circo, e ver o trapezilt.a. ora d"t&Canaando, ora ae exercitando, &em saber qu!! estava u.ndo oble.rvado, Aa1m vivia. tranqullame.ot.e o art.llta. a nAo aer quando r;e molestava U lnevlt.avets \iage.ns de um lupr para outro. Porem. o empre&Uio t.entava amenl r o aolrtmento do artista. O trapedsta tomava um au· tomoveJ, que sala a corn.r, de madrua:ada. pelas ruu dea.erta.s, desenvolvendo uma vtloctdade maldma: demutado lenta, para sua. nostalgia. de trapezl!ta. E no trem, mnna eabinet exclwl– va do artista, era alçada. uma pequena rede, substltulçlo mes– quinha de u.u trapez:io. E multo antes do art.J3t& cht:– g&T à cidade onde o circo daria luru;lo o trape%1o do artl!t& Jà estava. armadQ., E o empre.sa.rio se senti& fe,– llz ao veT o trapozl!t& subir pela corda que o levaria ao tra– pezlo, celue. Apesar de todu e..... p,ecauções. aa viagem per– turbavam os nerv°'5 o trapezi&– ta. Certa vez. durante um& ri.a– gem. o trapezista. a.tund&do na pequena rede, coino u e,tlvease a aonhar. pediu ao empre&aT." - recostado no parapeito da Ja– nela a ler um Uvro - dota tra– pez!o.!, um em fYente do outro. 11enão morreria. o empresa.rio acedeu a eue alnguJs.r pedido do IITttJta. Dois trapezfoa valem mais que um traS)'zlo. E futw-ament.e os e– UTcldos cio ~ Rrillffl ma~ varlAdOI e vt&lolol Porem, o artl!t& de súbito ))OI· 1e a chorar O r.mpreMrto. pro– rundament.e comovido. levan– tou-a.e de um salto. perguntando ao artlsta o que se passava. E corno nenhuma rnposta ouvtase. o empreurlo subiu até onde o trapez.tsta se encontrava. abra– çando-o, e.st.nltando seu rost.o ao do arlbta. até sentir em !e\U Jabloa o aãt da.5 lag_rlmas. - Como poderia viver tendo apenu uma barra as m'°3I - dlMe o art.16t.a. Prometeu o empresarlo, na primeira estação. telegrafaria para que armassem o aegUndo trapez.to , acusando-se a si me!• mo, de haver durante tanto tem– po deixado o artista poS!utr, apena 3 um apezto. E deu graças a Deus por ha– \'& reparado tA.o grande mal Deue modo. poude o empre.sarlo ii'"~~l:!.ZO:o ~ .•:~ 1 , 5 ~ll~1)~~J~~ nela. Mas. de quando em vez. ,, emprezario olhnva o trapezbts\, bslxando o lh'l'o, Que pensamentos atormenta– vam o artista? Dupllcar·st: •l.tm . ,ues pen5amentos cada dia? E o emprezarlo de repente s-e alarmou. ao ver uma ruga. a prtmetra a descer pela testa ln– rantll do artlst.a do t.rapez:io. Divertimentos Literarios Faça o lelt.cr um lc,ste de ~us conheelm~n os Utttarlos. Procure ruponder à.a cinco t-e:f(Ulnt.u pe?3Unla.s: a) Qu&l o acrlt.or bra.allelro que morreu num naufr glo em 1861. em ,·la&:em para Campos? b) Em que romance de Oraclllano RamOl'I vive a. pe.r&anaaem Julllo Tavares? c) Quem t.raduz:lu IUiob& \'ida, de lsadora Dunc:.an? d) Qual o tltulo do primeiro Uvro de Erlco Ve,.,-Uslmo? c) Quem sucedeu a Afra.nlo Peixoto na. Academia Bn'1leira de Letraa? O.lx6.ram0& a Ltvnrla JOM! Ollmplo e. mal enlrivamos na Ave.nlda. de.moes lnoptnadament.e com @le: de pé à esquina, olhava o buUcl0. - •• f; um tempo para Chaml.!l,o'", d.f&se·n0g com tépi– da lent-Jdlo. E, mais que ao mundo daa ruas, releria-se ao mundo da6 almu, no rundo do, olhos o melancóllco tnterbse de um espectador irre.medJ velmen· te apartado do palco. nhece– mo-lo de re.lonce; ao grande. aól obllquo da tarde, aU 9ta,11, úni· co entre lantes e l&nl08• naque· la lréglca e &a.bida situação. Sim: era o me.amo Peter Bchle– mlhl a quem o homem cinzento arrebatara, recortan~o-o no aólo, dobrando-a • guardando-a no • bolsO, a.,,próprla sombra. Que ra– p ele perdido e vagando, no seu despoJament.o por es.saa rui– va.a lonJuras do trópico de Ca• pytcdtnto? curtooo. Aqui ninguém s.ten· tava na e.atranba !alta que lhe acompanhava o corpo, ningutm. E não era. a preQa que cegava. Porque sobrava lnvarlàvelmente o pt1bl1co ao prlmetro camelo ou ao ll.lt.lmo mlnlatro que se detl– Vtue por a.lf , àa costas a au11 carguJnha. de promeasu e de ml.Mangaa - faJMg como de aempre falsas aa mlua.naaa e as prom~ dos mlnlst.roa e doa ~amei&. f'ae descaao lhe agra– dava; Podia, aaatm, ouvir e pen- 1.u t.nt.rt o vaivém da. multidão. Iro NU entender. noaaa época cmelhava.·ie mult.o à iua. épo • ca : andava no or uma nova Reatauu.ço.o. - .. Em 1814, que.n· do nud, também atroava I ter- ra o estrldor de uma Restaura– ção•·. lembrou ao cabo. E com eleito. Um Ano apóo. encerrava1e o c :ugrcs:o de Vie– na. antepa.Mado dJplom,ttco d,:, Acórdo de MunJche o wr Ale· xondrc I, rontêstlco e amblcl~o. Iluminado de de Rcllbronn pela. bar~ntt."'\ de Krudener, uma. lar· va p.recunora do ml.stlclsmo ru· puUnlan· Induzia à luz de Wa terloo o rei da PnlssJa e o Im– perador da Austria - pcrrazcn· do a trJndade d03 "IOTTanl. Cht" 11 lrovanano a rappre.se.nu.re 1 lre ranl della ramh:lla cri Ua na"', no r.xnrcggAo de SIiva, or· dlnarlo nclb Reale Unh•ersft:i d.J Roma - a ronnucm a Santa Allanço. vencrivcl m<ld!b reu· dai do Pacto Ant.1-Komlnte.rn. d.e saudosa memória entre 01 nouos foliões de camisa verde. Ao terremoto napoleónico, que deamanlelara o mapa da E\Jro• pa. aucedera o contra.t,rremoto dirigido por MetternJch e Cu· tlerea&:h. Hardenbe.rg e Nessel– rode. que vis.ava repór as coisas nos seus devtdoa U~rmoe: nos té.rmM pa.!liados. Aos prlncfptos de 89, democré.llc03, sobrepu· nhanM1c og prtncfpl03 dlná.stlcos da legtttmldade e da lnt.e.rvcn• ção: govêrno autoritário, govêr– no absoluto, rundado numa de· leaa.ção divina, Internamente. e.xte.rnamentc, dcat.rulção das Idéias de Independê.nela e de na– cionalidade, com anaem na dc- ~~:ª~vo~~/:v~~;~!~e~ 6 perm.lUda. a. tla:ura de ltna:ua– acm - Araktccleff. depeta de ~::1bJ:r R~í:i::tre t~a~~~~ Inteiro. - - -------------- BELF.M-PARA' - DOMINGO; 28 DE DEZEMBRO DE 19 Damos a púbUco, hoje, uma da.s obras primas de Pica.sso. "Les Démolselles d'Avtgnon'', acompanhada de três estudo~ sobre o mesmo quadro . Trata• se de um óleo de 96 por 92 po– leg-a.das e roi pintado em 190~ em Pari!. E' a primeira pin– tura cubista de Importância r tambem a primeira na qual o genio de Pica55o se revela em todo o 5.eU es11Tendor . i\fuila! vezes Plca350 não consegur combinar a ubelna" com a for – ça e a intensldilde. Neste qua • dro. porém, em que a sua "illl:t ,ollagem pictórica'' se combi• na com bell.ss- lma harmonia d e Unhas e de córe!. predominan– do os to[UII ocre. com 33 pince– ladas vcrde5 da rtg-ura, ao a1to à dtrrlla, rcs.,altando sobre um lodo harmônico. temos o mal-; belo exemplo da ucola Cubis- e LETRAS BRASILEIRAS A s s qual n em o pTóprlo PI· casso conseguJu sobrepujar. Pelos três estudos acima, pode– •e acompanhar a evolução du rlguras e seus mo•l.mentos, se.n– do Jnteressante notar as dlve.r– as Intenções do artista duran• te a. composição de sua obra– prima . O quadro encontra-_.e no J\Jm1cu da Arte Moderna de Nova Iorque., orerecldo por LIJ. lle P . Dllss. Obsene-se ainda, na pintura, o dinâ mico e g-ran– dloso desenho de linhas em tlg•zag e os pla nos de extremf. d11des Incisivas. As flg-uras à "-Querda, plnt.ada.s em primeiro Jugar, lembram certas cscultu. ra.1 espanholas pré-históricas; "\S dua.s faces, à direita, que -:ão a lmpre.Mão de não pe-r– 'enccr ao quadro. fazem lem– :,rar os rostos de negros afrlca• nos, pelos quais Picasso estava. inl.ercssado, na época. Um cronista da in~ormidad e Foi nc~q conjuntura. hlatórl· ca. cm que n dt"rrad~iros es er· t~rcs da reudalldndc m\" tinham que v~r um.t pl•toro de fórç3 lnelutá\""C!!, que: Chaml.uo. dei· ,:ando à m:np:rm a bo ànlca e .J mundo !=-~n~fvel, põdc encontrar no maranlh050 o obJéto da !Ua crllção: e Pctcr Schlemlhl nas· ccu. Ag~ro, na.o lhe narccla de• rno!!lndo que o c~plrlto de Chn. – mlsso ,·olta!"~C fi. arte quanc!o. noutro pl:rno. ae repelia. cem no· tivcl fl:!-:ll<!ade a <'o:iJuntura histórica. Na ,·crd.:id(', o Pe <'f Schlemlhl moderno, que é o bur· i;ub perdeu também a sua s--m· bra ma.111, d,:sta \ ez. quem Ih~ arrebatou, rccortnnd'l·:\ no sólo. c1obrando-a. e i;:unrdando-a no • ~'~u:i~1~,~o~~:c ;:r~;~g; lho e cnsquétc. De ccrt!:', como cm 1814, o mo· rlbundo nos dfl. uma lmpre.!!4.".> de cnergln: usa e BbUS..'l. da vlo· lê.nela. E!t.amos, como •então, numa ratxa lnoeclsa da hlst.órla, dC?658.s em que o que vnl mcrren· do parece Ir rcnl\.SCendo. Donde, a Informidade social: a tnrorml • dade que ae: espclhn. na criação c.stét.lcn, dispersa num 1cm nú mero de Lcndénclaa que se noJ. aJlgurom, não raro, t.Ao contra– ditórias como desvairada.,, E não foi sempre ...1m ? Monte BRITO Em 19li nAo é Impensado dizermos qu~ ti\'emos outro 1789 tkemo·lo. d m Nem importa qur. apó, Lenin, vles.-;e Stalin r.omo. após Robespierre, vlcs.sc Bonaport<'. O rato permonecerlr. de pé Ora, ::.:'Jntcceu que aur· -;lu o mr!mo nc.::o e rcflux.J entre um IJll.!:.ado que não que. Pl~sar e um futuro que lnslltc rm ~obrevlr. Brotam. nf, as vo– Clçóts à ChamlMo: reflitamo t1m Instante, digamos. tóbre o cxc:-.1plo de Andreletr. Não é ou :ra col.!8. ce não o m!l.rnv11h':-!c, <'ftrernecldo por umn vago. dr np:mto, n. sua obra.. Neln, hé. ·J.mbém um vulto chnn: 11urgr m peasóa numa peça e palro. ·ncógnlto. por toda parte. Vé e não participa: póde e nAo e.t· trndc n mio. 1:: Imenso. mas ai· :rido. Nã.~ se abaixa para roubnr· os a &ambra: raz. porém, pior Na i ua ontpoténcta tnoperant.e permite que o de.seaptro tnvadn a caM da homem; pcnnlte que: em Ulrno do homem se apague o sól até a Ultima faísca. Delx.1 Nulllus entregue a a1 mesm:, quando nada. lhe custaria que– rer: querer e salvar. Em An– dreleff, o homem, o homem mo· demo, f aquéle que recebe a chicotada.; é o palhaço do seu circo. E nAo esqueçamos a ex· preMAo dlre a do AeU hcrror ao àno de 1917 naqu~lc S. O. S. ~w~~\~.: "lrmA01. temos u7a Est.A par explicar éM:e retõrno J){'rlódlco da arte ao maravilho· ""º· Se.r·noa-la. lícito, por ventu– ra. rormular uma hipótese ba seada numa ccncepçào mat.erla- 1111.a da es~tlca ? Dada a dt· pcnóêncla da obra de arte em rf'lação A posição do autor nn sociedade e dA ela.Me na con– JunLura hlatórlcn. dlrfnmos que ~ cla.sse cm dcclin!o, Impossibi– litada de Mt.tlarozcr como no pe· rfodo de fastfglo 11s gun.s neces– aldades, transftre o seu lnt.crêau da realidade po.ra A tant.n.tta e. assim, cria: mnls, vive o que lhe apra.z. Estarft1m cm race de uma compensação, em que dc– te.rminacla quantidade de cner· R1B, abrindo caminho com o fim de remover determinada excita– ção. acabaria por cncontri-lo Dêsse ponto de vtata a "obra de art.e teria a mesma fonte • a mesma função psicológicas do sonho lndlvtduaJ : a emoção es· tétlca - especifica - não paa– sar1a, cnt.Ao, de um meJo para a utldaçlo de !mpullol e pen· dorc, que. de outro mOdo, nio logrulam utla!açlo. Bem: e como? e aquf que se apresent.a. o pro· blem!l da conexão ent.re o espf– rlto cria.dor e a comunidade; o t!trat:, aonde haure a mat.trta que trebalharA. Não nos parece dlflcll raur de.rtvar da hipótese casa consequência. O lnd.lvfduo dotado de certa.a aptidões 1n1• ta.,, que conseguiu desenvolve– las à medJda que iw: de.se.nvotvla no seu t1mblente, hA. de encon· trar-se cm condçtõea pafC010C1a..11 corretatlvaa. Não errar1amca ao atrlbufr·lhc, com uma lntellgtn– cta e uma &e.nalbntdade acima da média circundante, a capa– cldnde de sentir e de pcruar com 1ntcn&ldade proporctonalmentr: malor o que pudeue pe.ngar e 11e.nt.lr a 1ua coletividade. E ell. ~~t: e:n~~z~J:.rf~~e8W'°ob~: RBdo a 11lnt.etl.zar aquê.le estado ele comcltncta coletivo, necesal– rtamentc difuso e mesmo, 1101 devidos JlmJtes, amorfo; amorfo enquanto lnexpresso. Ora, no at;• l(Undo Lempo de&&a s.çlo Teci· proca com o aeu me.lo . o 1D41vf– duo apto, que é o eap!rtto cria· dor, pão poderia deixar de ex– pTlmf.lo pelo& oeu1 meios pró• prlos - ,. obr,. de arte. ~ RANCO Poema de Max MARTINS Manhã whitmaniana Bronca póssaro branco As velas indo Broncns O riso branc.o das cri-,. De vestidos brancos · Alvura das nuvens Suaves pensament°' Nos tu!'ts mãos su6veis Bruna1" Teu gesto llmpNlo A llmpida voz: Sorrindo No~ teus olhos sões Sóes nos teus cabelos Carrilhões igrejas bra– Lírios l:roncos No:. toalhas bran– Nlveos altares Domingo branco • Alva manh!i whitmcNliafta Branco. ARTES PLASTICAS Significação de uma estatua P. M. BARDI VI tennlnar uma crarule es– tatua. dentro de ums. bamlcs ~ de madeira, mal Uumt.n.ada: - um& eatatu& de IJT8nlto, repre• aent.ando um jovem e uma jo– vem a caminho da Vida, qua– se dois seres ignaros, saldos do n&da, e&perançoeoa e conten– tes com a aua &0?U e ooni a :1U& Vida. m=taade v~f~u/~~ forma, que ae eapalhava aob o.s aotpa do& eocoproa. em melo a oona martelantes e fabcu de f<>– eo. Pouco a pouco, 1am u for· mu e as fl&tonomias resplen• dendo ao& olhos do escuttoT de– }·otado a uma. empresa que, muita. vez. me parecia du ma~ &TduL& que J6. vira. A pintura 6 ums. arte 1entu ?:: ~ ~~-r.i=~ i:J: ~~ ce.r. E' um& arte leve q_ue tem • por objeto, refazer a atmosfera .6. eacultura. ao lnvéa. 6 uma. ar– ta do• lort.ea , de hcmen. que pouutam nervos e músculos. Medardo Rouo, que ln,ugmou o tmi:;reulonl.gmo em eacultura, o crlador de ctru t1h!anas e moTbldaa, que J)&TOClam pinta• du. .,. um homam au.tld,, ro· blato membrudo e nurudo. O - DOO Ü e - precllo - da.& tormaa a medida. o l)elO, a eat.attca. de um momento Ideal. e, .. s.rtla1& 6, d.. lormu noa di a. exfateocta lndestnilfvel e capa_z. A escultura deve t.er nucldo em n.z&o da evanes· ce.ncl& d.a pintura, - quaa um deisejo de durar mala, quue o pye...,ntlmento da. eternidade. Al51m penaava eu Junto a es– ta.tua. que nucta no terreiro de um antigo recolblmento de lou– cos, enquanto Bruno otorgt, nos olhos um par de "'gogles• ou luneta& prot.etoru, se lançava contra a pedra lndocU, com a ener11a. do seu !laico apollneo, de mloa e 0& bTs.çoa eh.elos de atn.nhões e sangrando, aa mAoa calo&L6: - a.f eat.6. o preço de uma ucult.ura, alem do auor da. agitação o da lebre, dU de• 1Duaõea do aenUmento. O.polJ vem o elotrlo do Lrab8lho leito. a<XIIDpanhs.do de um adjetivo ~~~r~~~I~~ •. "be· A eat.at.ua, agora, se acha na praça de!Tont,, do Mtnl!Lêrlo da. l'Allcaçlo. Os dolo Jovens caml• nhaln oom gTaça: 6 o au'gurlo à mocidade l>Tullelra de ae, u· sim. oom aquele slmbolo do v1ds. e de pu. Mu eata eala• t~:: ~~':8~e:to':~ Ttata.-ae de uma obra de i'lti llll.• .. laola da e,tatu&Tla que oontenla a 8 oomtaaõ<w ho· nora.rlu ou' aqueles que preten• dem JUiga, o modificam e a 1.6 com.,em 01 t.raba.lhoa do1 ar– ll!tu. Volt.emo•noa para um grupo que tem vida, que cU vida ao logndouro a que 6 deatlnado, digno tambem da a.rqutt,,tura que Le Corbu,te fnaplzou. vi• z1nha dele. Olo,trJ 6 um escul• tor que não abandonou a. linha humanlatlC'a. t>e,t.aca-se OSor• g1 do verdadeiro para re-e,pri– mJ-lo e não para deforma,..lo E o 1TUP0, J .conhecendo rut Tepresentaçlo ~llca a Jma1em de um& realidade IUbJetlva, qut l: o eu mumo estado de cana· cllncfa não poder, por aua ve-.& furlr a emoção e,pecfflca cor• res-oondrntc: parece óbvio. AJ, t.erá encontrado o KU camJnho aqucl" quantidade de energia que buscava remover det.enn!· nada e-xcltaçã,. A cxclt.aç1o es· t.ari removida. A compen,açi,, teT-&e-i dado. Por outros Urmos - foi aatt.arelta .,a obra de arte. como no aonho, uma neceu.lda de que, de out.ro modo, n&o lo– gnria uLWação. Porque o prol· blra, a uma cla.ae toda, a evo– luçlo hlstóTlca. :t o que n01 ocorre dlante db– &ea conUatu brulleiros, que aparecem entre & funda caU1en1. entre a callgem rcuca do nouc tempo : me,mo quando rea1L&· tu, trazem um ar à Chaml&so tua própria rcproduçlo da rea– lidade, ae tentam voltar a.a CO!· tu à tant.ula, ae reaaentt de lrrea11dade; ê estranho e obscu· ro. Bem d\lvlda, l!to nAo cst• nê.tes: ~ na meama reaUdade, que 6 1nrorme no i~ulo t, que faz dos geu1 cronlst11.1, a&Slm - 01 cronista.a da lnformJdade. como em 1814, quando na,cla Pettt Bchlemlhl, deade 1817 e•· truae e ondeia um nus.o ,. re• nuxo a6bre a terra - um t1uxq e renuxo ent.re o pUl&d.o, que lrwole em sub!ltlulr e o futuro. que nlo quu delxaT de atuall– zar-ae. Donde, J)Or outro lado, 1.. volta ao marav11h010, ao mara– vllhoao nAo r&To lalvado de pe• aad~Jo, que nos dav& ontem An· dTelefl e que 1101 dav. Kafi& aQ depoll. ,_ doabords.menq ,iaa, por exemplo, alo caroa a. um col- • ..,, no sn,po depa,dundo a uma ponde eztema do •&lldl· t.ortum• do Mlnlat,rto. ~ :: i:::rçlom:"o:0 temedl· da homem: uma poalçlo i.. irlnqua de quem pretende redil· zlT o verdadeiro 6. 111& l)Ullft repeUçlo lnanlmAda, e, do OU• :.:d=u "':i'!:do do~ mo e do futurllmo. Nlo eatamos ma.li - - poa lellRa em que o peno A :"~.,...na~= deumaeatawa,-DOi de um 0elllnl. au de um • 11Uel·Allplo. Boje lnD 6 vado ao fulebol Cmu mn Tenç& ~ '-, tis lambem futebol, e o - Si to .. lnlereaaT& pala oomo peJoa -ria). obra de arte ootocs.da 11& pn,. ça chama pouca atançlo • tranaeunlAI t.em -• la" aempn o e alllpi dameme. ~ 11&, e n&o pua a OOlllAlmplV - COT& lnutlllndade q1III 6 a arte. • Qontudo, flQDI& PNCillo • - cldadao-•-1v....,._ aom cr1wr1o, ou oam um orlt6- ,1o que ae -• 101n8Dle m ==~ ::d:-~"": C\llar em Nlltl o t.ncu1o 1 bula. A harmonia. du cldad-. mau 1Tado as penpecUna da clencla urbanlaUca, 6 ainda uma tmplraç&o de poeta& • 'ri• alonirlos. A ldffa de pcm,at u cidades com eacu1turu, de nr• duru. de cores, de tuodlr 111'• qultetuT& e naturea cio mil&• gre que ms.l! uma - ai..ro. o& homem. oomo no 11CU1i, Y de Atenu, 011 no aeculo JV dt Plonnça, • uma ld•ts. da. cida– de do aol. InletaUvu oomo -. ~lo:1: 00 ~ª~1=. O:,tuai.!: aç6ea para o bOmem e quem tomou tal dectdo 6 um - merlto. o mundo melhorar6 quando a humanidade unr tempo pan. dedicar-te ao - ~:,1r1~. reW!!::3e ~C::: ~ m&.re u arvcwea e penar noa ato& doa arttatu, quando o OTdlnaTlamo mater1allala cbe– a:a.r ao aeu ocuo. ~ ."lã:~:'° a4eaa'l:: = p&Ta levs.ntar toda uma pole– mlca em faYOT da arte r., na nouo cuo, em fa,or da arte moderna. Nlo MI como ae che• gou à decidir da. oon,tnlçto do Mlnlathlo da Educaçto. mu, corno e&trangelro. po- dllll' qua na Europa e noa l!lltadce Unldoo .... edUlclo - de um& fama excepclcmal entre J)ellOU autorladu a PT<IIIUD• clu ~pmentoa, e 6 o Qnlco :1.~a. ~e~•e'l:l~- A e&tatua de Olorgt I o Jar. dlm de Burle Max - outro ar– ll!ta l>Tullelro oonhecldo em todo o inundo - alo um oom- !Conllnb na Gttlma Plrtul PolJ, ualm t qae expllcanmal Kafka como, aobretudo, aplle!'• remoa a aultaçlo. a lmltaclO, a runcarnaçlo da Xafb li ma montanhaa mineira, i.nlada abertament,, pelo rr. Murllo 1111- W~rv~~t~"':~.-/)~~ mer· cxqulafto. Exquhlto par– que, tendo apmu a nós me■- moa- o que nos imPorla actma de ludo 6 altrmanno-noa; aflr• marmo-noe para SObrcvJvcrmot. E vem o sr. MurUo RublAo. um Jovem talento !Jexlvel. um eecrl• to, feito, fino e tlcll - e afeTT&• &e ao modflo, e paruita-o, e aanrueac-·aa-o, e aulrnfla-o ao ponto de, aqui e ali, dcu.p·«ctr da sua própTla obra - rei-• da .dularte. à categOTfa de exer– cfclo ute,Arlo de Kafka no tal• p0 em que Kafka vlvta em Belo Hortzonte. e:u~~~~r~:· ::t\~g:• Z atrnlllcarta aenão mae&trla no pUllcbe ... albn dela. n&o -– veaae ma.ta alguma cola&; tl ftl"– ds.de. Ili mal& alguma. col&a. O sr. Murllo Rubllo '· na - ~:S cf:U:r~.~~f d:v::i't Kafka; nlo s.tante, 6 tambC-m o rr. Murllo Rubllo. Nlo aerla pOuco, entre nóe. aaber Mn1U' uma hJ.stórla. uma J>:eqUena hJ.a. Lórla. e aber oont6.•Ja com a cõr e a leveza, oom que a conta. Acontece ainda. u'lue, de aeu, J)6e ~~va~:,"':;"~ cOINÇa a aer e • criar. Seria uma vtrtualldartt sua, que 11 naUa. ou IU lnt•!ITQqA", ,tm• ,g........... .
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