A Província do Pará 21 de Dezembro de 1947

• • • Pãglna 10 A J!"XÕVINCIA r,o PARA' ------------- REP O RTA G EM 1 !LETRAS EARTES! p· 6 ·1.· d JORNAL DE P Livro~;~~:;i~~J~c~~ Natal. 1 ~~~~..!?~u,:~!S'.J?e~~.::~.:;.,,~ 1 ,.,~~~-2 D Ü IS P Ü VaJ-ae 1enerallando entre 006. a.o que parece. o uao de livro como presente de reataa. E 6 Ju.t.o qlll' 1100 reg05(Jemo. com ....., ~d; ~e=u1~ = n~~ª: :=1a;..:~~J:': dl!llalo da cultura popular. Antigamente, Papal Noel, a6 la la 11· TIVlaa para al>Utecer-$0 de pequenos volumes de hlst.orlaa para criança&. Hoje ele vai li buac&r, para os oeua etunos fregu..,.. de dl!erentu Idades, tanto o Um, Infantil como o tratado .te aoclolog!a ou o romance. para moça.a. Ji cuidam agora aa U\'TV!aa no llm do ano, de preparu com antecedencia oa volumes para presentes, ene&dernandc-oe com n-– qulntado roato ou pelo men01 embrulh&ndo-oo em papel eapeclal e atando-o& cem corc!Ao de C<lr. Nlo ae dlatlnguem ai oe ceneros 1... 1m ae vfem acondlclonadoa os D!a!ol'O& de Platio, a verdade braal· letra ao último "beat-aeller" norte-amertcano. llvroe de poeata, coletaneu de COQ.toe, eadernoe de Walt Dlaney. Talvez ••Ja lntereuante advertir OI papab-no&: que ~ cuidado na acolha doe preaenta. pe,rque eles r~lam. como ~ nhum outro, o n!vel do coato e auaa condições de apuro Intelectual. O namorado que nio oferecer à bem-amada o srouo folhetim de Xavlu Montepln ou " novela pollc!al mal traduzida; procure antes um volume da Coleção Rubayat, por exemplo - um doce retalho de poeala blblle& ou de llrtca orlmtal - ou um& daa novelai da Co~ çlo TUcano. Para oferecer a um &mlco ou colega.. nada como um livro da qualidade do Anua, de Mar1o Sette - cronica dellcl01a do Recife amigo, com llwt.raçõea e vinheta, de Percy Lau e Lul1. Janllm; .. bloera!la de Victor Hugo ou de ZOia, de Matthew Joe· epbson; o Gula de Ollilda, de Olll>erto Freyre ou um doo últimos eltUdo& da Brulllana. Querendo o!ttecer romances. hi muito que eecolher - do bom e do melhor: para u rneninotu, hâ a.a no't',elu de1lcadaa da Coleçio Menina o Moça; para oa mentnoa. oa da Ter· n.marea.r: par& u moçu em geral, não ae contam os romances bra– alJeln>g de prtmelra ordem ou aa traduções bem culdadoa <• Coleç4o Nobel para citar uma !ele ou OI volumea da. Ipf). LlvrOI nio faltam para oa Papaia Noéts dlJtrlbulrem pelo Natal, nem naa gran– dea Jl.nr!aa nem DOS depóoltoo onde ae tu.em agora aa -- li· quldaçõea. 8'o de Portugal°" llvroa que a. Llnar1a. de Cl!.5& do Esw. dante do Braa1l tez chegarem à& mtnhaa mio&: lf";oa de lltera· tara e de polltli:a. - Edlc;6u NJv. De Ltteratur& o excelente romance de Jean·Ja.cquea Gau– tler - •BJ.storta de um ca.ao do Dia.". Premio Oonoourt, 1~8. Uma obra palpitante de vida que retlete o alento novo da flc– çio franusa. PI>! traduzida por Crlaanto de Melo. Doa volumea de na.tureza polltlca destaca a cronlca hbtorlca do Prof. Tre– ..,,. R.oper - "0. últimos dias do Hltltt". Na qualidade de oll· c1a1 do "IWIIIArY Inteligence, o autor realJ>ou mlnuctoaa, pesquJ· a aobre o fim do lmpúlo na· llst& e tudo o que apurou, ficou =-: = 1n%~· e{;;: tra. obra. Importante 6 a de Fre- ~ur1!:~c" ;,,.0sdJ~ 1 ~=~ fDra.m reunldaa a, reportagena feltaa para. a BBC, durante .,. tnbaiho& do srande Jurt, e nos ~u cdnalgru,.do v•llo,o eatudo d~a ~~IJ~i 1amento1. Oliveira. Valença, Pvr UU.mo , citou um Jlvro que, a per– lODalJda.de e a açAo de Peteln - "0Ma.rechal daDerrOI&" - no qual 6 focalizado. 1 IUJ do• dOcumentoa, a tragedla da Pran· ça. Por \Ut.lmo, cito um livro que, pea sua lntenaldade drama· uca e pelo aeu revestimento nlo hterarto, ale&nçou em Portug"&J tiragens sucuatvaa: "Cartas d~ Puzl!adoe". 6io 05 últ.lmo• de· cumentag delxadoa l famWa e aoa amigos pelos que foram le-– vadoa ao poate de execuçio pe– le, bochea na Prança - pofll– na.& terrlve.la . escrlt.aa com aan– rue. EMILY BRONTE Ili cem anos eram publicado., na Inglaterra. trb romancea qu~ atinai Iriam conatlwtr um ps· trimonto das letra.s universab: "Wuntherlng HeJgta•. CO Mor· ro do Vento Uivante), de Fznt– ly Bronte, ..Jane Eyre", de Charlotte Bronte, e •Agnes Orey•, de Anne Bronte Obras que alnda aio lldu pelo mundo tntelro intacua em aua substan– cia humana lnalteraveta em sua r,upertor qu&lldadt 1terula. Pa– ra asalnal&r o centenarto, a BI– .bl1oteca Nacional e o conselho Brita.nico prepararam uma ex– poa!çio de llvroo o fotografia• da.s 1nnla Broote, ora aberta naquela biblioteca. A serpente !iteraria (OOntlnuaçlo da. nona pa.glna) que habita no autor, redundam numa presença mats constante de erudlçio llterarla, que em Agrtptno Orieco ~ realmente vaat& e atende ao menor apelo da memor1a. Por Lsao mamo. naa poglna, de "Vlvoo e Mor· tos• e •Eatrancetros·, com maior conatancta afiora eu& -erudlçio. E' certo que eata Ja• maJs ae apresenta com o u · peclo peaado e gr016elro u,ado pelo, !lmplea ratoa de bibliote– ca, D1A3 vem ao contrario aem– p.re envolvendo uma pequena seta, bem poucaa vezes. allú, desprovida de veneno EB1., fo– ra de ddvida ~ue hi tambem JMDte ele tnterpretaçlo, ma 5 de Julpmento, Por outro lado, aeu temperamento vibrante de me– rld.lonal faz com que u auu a.dmlraç6ea 1eJam profunda· mente ,1ncen1, ardente& mei- :::•d= &po~:C,emJ'~~ ªqu~u! empataa e emociona aem ne. nbum ve,tlglo do mallcla tora de propdelto. · Om romaotJco. &tlnaJ, e na crtUca um 1mpre!llonbta. E es– aaa duaa dlreç6ea do seu e,pt· rito, tanlo puecem na 1 piglna, maJI taTlvelmente maldoau, quanto naquetu de mats pro· fundo ent.ua: iumo, de malor vt. braçlo. do mats perfeita lden– U!lcaçio entre o cr!Uco e o cri· Ucado. Pola 6 certo que o rom&ntla– mo du aua 5 convicções lltera. r1aa e peaaoals tanto ae apre– aent& na dttra quanto no elo- 1\0, de vez que em ambu aa cilréçõea exbte a mesma por– Uclpoçio total e apaixonada do crUJco, e 1.Jto nos di bem a me- 4Jda do seu lncon!ormLsmo. da aua rebeldia aos Julws d011ma· Uooa, da 1ua mi vontade contra OI tabú, Uterir!os. • E' verdade que em "Vh'Os e Mortos• e em •Estnngelroa'" encontrartm06 um Agrtptno Or1eoo menoa arreb&t.ado, me-– DO& virulento. lato talvn pela allnplea razio de que n...,, 11- yroa de esti lidando com ea– crttorea mortoe. na sua matorla ou ent&o por reconhecer a tnu· WJdade de certos lltaquea. dl– rt,ldoe a criaturas que prova– ftlmmte delea Jamala tomario oonbeclmento. com algumas ex· ceçõea, eati claro. No entanto, eua ausencla de l&J' Q.l.mo , Ma aerenJdade. a nio 1u um outro epl1nuna ao· prMlo pelo demonlo maUcl010 ~= ~:n:er:e~::.i~ mo. em · v1v01 e Mortoe•. os capltuJoa lnUtUlados - "Pro· fl>Alonal do 10rruo e da lagrl· ma" e "O fll0&0fo com dor de barrtra... alem daq11elas anot.a– çõea rapldaa e qela feitas com algun, adJe<hoa Impiedosos. Evidentemente. exlate mult& cot.aa 5'.ria e 1mparctal na lite– ratura de Agrlptno Orteco <em "Estran1etr01~ por exemplo), e a pubUcaçlo daa aua.s "Obra.s Completa.a•. em onze volumes. doa quals J• apareceram o, 4 citados. permltJ.râ que u novaa ceraçõe& da crtttca braaUelra !e manUeatem a propoelto desu comblllUvo eacrttor. De qualquer modo, os llvroe de Agrtplno Orleco Ji n,pre– tent.am um capitulo de hlato– "Tla llterarla - uma hlstorta :1ric, al:!:O:º::~e t~mr=; nlo ~ de hoje. que se conta por uma ou dua.s dezena.s de an01 e nlo por multa, del&I: que f: aclma de tudo aat.frlca e panlletarla, mu que poderl. tambem constltutr um excelen· te subl!ldkJ numa rutura revt– são de certos nlores ainda aceltoa. homem pacato se sente perdido na Europa desorientada e inquieta - Difícil ambientação - Paulo Mendes CA Como sofre o mundo! N&o ae1 .. aJsllem Jt _,.ou - tre Raul ele Leoa! e /ou,mlo dol AIIJOL ..,._ Apeaar ele multo ffl090, Mil· ton Oacoata 6 hoje um doe grandea plntoroo braallelroe. Se– rio trabalhador, oon.sclente d.a 1U& mbdo &rtlst.lCAt. aeu ea· força foi recompensa-do com o Premio de Vlagem ao F.&tl'an– gelro, coru:,dldo pelo galio de 1~ Cheio de natural otlmJ$– mo (apegar da.a trag1ca 1 con– dições do mundo que ele Iria percorrer> . Milton Dacoata par· tlu em prlndplos de 1945, ru· mo ~ Estados Unldoa. de on– de deveria seguir para a Eu– ropa. O Prernlo lhe dava dlrel– to a permanecei um ano no es– u-a.n,etro. Mas ele deb::ou o Brull com o tlrme propoalto de fica.r pelo meno5 dols anos, toaaem quat.s f~m u drcuns– tancJa.s. Agora Milton Da.c05ta acaba de regres.!&r. Jâ deu var1a5 en– trevtsta.s aos Jorna1!, mu acbel que seria 1nt.ereSY11t.e conver– sa.?' com ele, nAo p_a.ra. pergun· tar col.au de arte, maa para aa– ber o que ele - mai.s como ho– mem do que como &rtlata - vtu e sentiu em contato com tantos povos e. !Obretudo o que viveu O que vamos transmitir aos 1e1torea aão u sensações do plntor bruUe1ro em face d05 problemas europeus e non.e-a– mertcanoa. e do comport&mento dos homens. São os seus sen– timentos e as sua.a reaçõe, psi– cologicM em teITU distante!. Vamos, por aastm dizer, acom– panhar os seus pa..saos. Para quem conhece o plntor Milton Deoata, ,erá CacU !ma· glnar em detalhe, todaa a, ruaa aUtudes e se:.nttmentos DO tu– multo de Nova. York. Calmo, de tlslooom!a aboolutamente tran· qulla, porco de gestOI e de Cala ma.nu ele m.antem habtto.s IÍlaltuavels. Seu trabolho foi sempre: metodJoo, sem mu1t& preaaa, mas seguro e persl.sten– te. Paz pesqulza.s artbttcu· co· mo quem, realiza expertenclu qulmlcas. dOADdo-u com a su!l ..:>Slbllldade privilegiada. Pois cate homem sereno pu· sa, de repente. no ritmo de uma vida ua1m pautada - entre a clneland.Ja, a Esplanada e o aeu attUer em Santa Teresa - pa· ra a pressa aluclna.nte de No– va York. Sua primeira lmpres– sl.o é de que a proprl& vida ó automatlca: pa&50s. geatos. pa– lavras. tudo i medido e calcu· lodo em tempo e em result.ados pratlcos, dando-lhe a lmpresdo de que tod&a as cobu deixaram de exl1tr qualquer esforço men· tal Deurtlculado. flutuante, tndeclao entre duas ruas. Mil– ton Dacoata ,enle-$0 Infinita· mente pequeno diante de arra· nha-dus fabUJoaoe. Quer dea· vlar OI olhos da.quelaa torrea que aobem para o úu exibindo centenaa de "quadrinhos", ma.s nlo ooruegue_ Em cada canto de praça. em cada eaqulna, e at.6 meamo DO quarto do hotel, o arusta sente como que es· plonado par .maqu1naa• . InJbl– do, amesqulnhadado por eMe tentlmento de algo lmprevlsl-..1 por Iria daa maqalna 1 lnvlslvela procura policiar at6 mesmo oe movimentos. AOI poucos. porem, vai ae recuperando, dominando as lmpruaões e ajustando-se ao ritmo, de.aespe.radamente acele· rado de U.IJ\ povo que procura ·ruer Wdo hoje como •e nlo exbtlaae um amanhã•. Entio começa a penetrar na alma da gente q\H'l cruza as rua.a. Ob&er– va oa restos daquelea com os qua.ta ~ obrigado a conviver, a· n•llu·lhea oe habltoa e peaa· lhtt as palavra.s. Um dl& dea· cobre uma ool!.a que lhe perece de grande lmportancta, embora. ,parentemente simplea; os lm– pul!OS doe povos do os mesmos em todas II partes da tem. Agora começa a ve.r o norte· americano a rna.rge.m do ritmo febril da sua vtda: um povo slmplea (talvez exceutvamente slmpJea>. que po11Ua "mais educação democratlca do que proprtamente sentlq)ento demo· cr&tlco". um povo que, apesar c:e..... &Jmpllcldade e da atitude cordial, não pode eaconder um ie.nUme.nt.o de 1uperlortdade em face doa outros J)OVOI : um povo cuja ticnJca prodlglou •redu· JJu a necesaldade de med1taçlo. fazendo emergir uma aeeni.ua• da sup,erftclaltdade diante dos compJex01 problemaa do mun– do; um povo, e.nftm. dUerente de outros em muitos aentldoa, ma, conservando lnfuneros tra– ç01 de carat.er que o ltgar ao reskl do mundo. E a medida que se la familiarizando com 111e povo, Milton Dac05t& detlnh•· 0svaldo ALVES "'- Idade I.IDboa pabllcuam WD llllloo ~ .. a observar a, men'orei col• au: uma palavra, uma garga· lhada, um& ordem, um cumpri– mento. E &legrava-&e pe.man– do: •exatamente igua.J•. E era cw1oso que seu pensam.ento não especUlcaMe se era. "exata• mente Igual & n6s". Apenu bto: •exatamente Igual". A dl· ferença estava naquele pragma· Wmo naquela pessoa, naquela ordem Ordem em wdo; educa· ção em tudo: prect.são ab.solll– ta em tudo. Até a policia é or– deira e cordial, respeitando pro– tundame.nt.e aa peMOU,, mesmo quando e~tAs pe~as fazem greve. E foram estas pequena.a ob&ervações que lhe devolveram a tranquilidade e a aegurança, perm!Undo-lh.e ver a cidade, os museus de arte (que são hoJe verda.deira 5 maravilhas> e per– correr o pala, conhecer outras cidades. · tomando ~ na reali– dade e recuperando o cont.ato com a vtda. Oito meses depolS deixava o pe.ls, com destino à Europa. Em principio• de 1946, Mil· l<in Dacosta chegava a Portu– gal, Sua lnt.enção era perma– necer apenas wna semana, ma.s teve que ficar 2 mesea por cau· aa de uma tnfecçio num den• te. Mais tarde fellcltou-ae por t.,to, pob viu multa coba gran– dloaa em mat&ia de arte no ~ que Slllazar e,t.á deggn.– çando. No Museu das J111elas Ve.r- ~~m1Üv~wn:i~~la~ ..espanhois" e .. fl'anceses". E– mocionado, o pintor brasileiro se deteve diante dos mab famo· sos quadros de Bosoh - • A tentaçio de Santo Antonio". "NAo 6 posalvel - dls5e-me MUton Daco.,t& - descrever– lhe a emoção que '"llll, Certas colsa, nio se podem de!lnlr, Quando multo, conaeculmos ,u· gerir•. Depois estu·dou a arte J)Opular porturueu. Llrt.smo e ternura, uma Infinita. poesia e, ao mesmo tempo, est.a. forte rrandesa humana que sentimos diante daa colaas que refletem o aentldo da alma popular ca· racte.r1.zando uma raça. Estas colsa.s que nenhmn governo copo~J:t~lá~• ;!~~=:.ª~a~ sava-lhe estranhes.a verUlc&r a contradição daqueles aentlmen· tos constatados atrav6s de uma arte imortal, com a rigorosa vt~ gllancla de um governo despo• tlco, que nio permite na 1 ruu nem mesmo um grupo de 3 pes· aou convenando. Dai, Milton Daoosta ae dJrtce à E5panha, Sua primeira tm– preuio 6 de fome e mberla, mas o povo espanhol se man– tem aparentemente calmo, em ~ta.ce dos. desmandos do gov6rno. Nada poderia. :oubor ao povo e.spanhol a alegria de viver e a coragem para vencer aa vtclsst• tudos. O povo, apesar de tudo:\ , &anta, rt .. e trabalha. E dentro desaa calma aparente, esse po– ,,, "d~ª o "'caudllh6• e-m converzaa peloa ca!6' ou pelaa ruas. onde quer que haja ma1s de uma pes.eoa em palestra. ..Tenho a impreMio - observa Mllton Daoosta - que no , dia em que oonaegu'lrem amo\-d11• çar o Povo eapanhoJ, haveri uma loucura coletiva.. ... um m~s e mek> na Espanha deu ao pintor a oportunidade de vW· t&r as 1alertu do MU6eu do Prado, um doa mais completos da Europo, Velasquez, Ooya, MurUo, Toledo e o Eocurlal, re- aervavam·lhe uma surpresa imensa: seus olhos lrlam aon– templar u Unortala obras prl· .maa do genlo maravllhooo de EI Orleco. Cheio desga emoçio fella e rara. parte para a França - 50n.bo de muitos anos. Chegou em agosto do mesmo ano - e para surpresa sua sent.!u um calor intenso, como poucas ve– zes sentira no Rlo. Faz.ta pouco tempo que as forÇas de ocu.p_a– ção haviam sldo retlrads.s. E at. o pintor brasUelro t.cve a prt-. melra ,•Lslo da t.ragica s1tuaçio do mundo de apóo,guerra.. Nio eram clcat.rizes da guerra. Era a m1ser1a vtslvel e profunda; era um po,·o heroico a !Ofrer a..s consequenclas terr1vel5 do oon– rllto; era a falto de tudo . aba– tendo o forte esplrlto daquele povo que lutara doida.mente - e que agora esperava ansloeo que lhe proporcionassem um.a •ltuaçio calma e ,egura, Em cada fl.slonomia "notava--se a necessidade de repouso. de all– mentaçio, de tranquUldade, Tal oomo atruem que trabalha du· rante anos - e vai se definhan– do o.os poucos. Um cansaço, uma expres.são de desalento, um desejo veemente de reaJu.s– .tamento•. A grande Prança alnda arquejava. E de.ntro des– sa depre.s&ão. o esplrlto ,•l\·o e e agudo da França n&o ee ar– quitetava : pesquisas. busca an– sloia. reflexão, lutas polltJcas, contraólç6es, choques de ld6!as. Eles, os franceses. pareciam ter desaprendido a verdade - e queriam acha-la. Naquela con– vulsão. Milton Dacosta aent.ta – se perdido, incapaz de per as tcUlu em ordem. Impos.s1vel trabalhar. Levava o proposlto de pintar multa coba, propo– m.u as emoções tumultuavam. havia um cioe dentro dele. Nio era a ausencla de convieçio que lhe demorteava. Era a auaen• ela de aentJdo para a arte, pa• ra a sun arte. Era necessarto dar tempo ao tempo, esperar QU'e as emoções se r..ristaltza.&• aetn para recuperar o equ1Ubr1o e começar a pl..cta.r, Contudo C&!& recuperaçlo não vinha. E ele desbt.tu de trabolbar. "Me· lhor viver, observar, ver como oa homen:; ae refazem, esperar que a França encontre o seu caminho e lhe devolvesse. a ele um bra,llelro pacato perdido na Europa desortent.ado, um terre-– no firme para poder "possuir' a realidade". Andava pelas rua.a, observava detidamente cada homem. e.a· tudava. cada !lalonom!a tentan· do encontrar o sentido profun· do de toda a.que!& Jnqutteaç&o, Um dia. ao pu.sar por uma rua, dev com enorme grupo de pes-– sou a,lomeradaa em frente de uma vitrtne. Qul.J ver o que a– tra~ tanta sente - e rompeu a multldlo. Ao certtrtca.-se do que se tratava eentJu a maior e.moçA,o d.e toda a au& vida: a– quela multlc!Ao contemplava com olhos asaombradc». u.ma pera que 5e eucantran na vl– Uina. Em cada olhar, ele sentiu uma suplica. uma lnterrogaçlo muda e uma dor funda, qu! vinha. do caraçlo e se refletia na boca geca Baixou .a cabe– ça e 5alu dall, exclamando boi· xlnho: •Como o mundo aofrel Qu-e colsa est.ranhamente estu– plda e traglca I Como o mundo sofret• Ma.s nlo eram somente tra• s•:llaa. o povo Ira.nús, mesmo nos mommtos de m&Sor amar– sura, Dio perde o 8051() da VI· da. E multas vues Milton Da· costa viveu tnsta.ntes agrada· veb em compa.nhla de amtcos, Por lnterm6dlo de Clcero Dias, conheceu P1caaso cuja casa fre· quentava &MJduamente. Um dia foi ver uma oqpoatçio de qua– dros ele Van Oo>11h. L6 estava Plcaaso Mllton soube depob que ele ficara 3 horas cont.em– plando aa telaa do genial pio· tor holand6a - e Isto lhe pa· reoeu estranho, pob Picasso nunca se demora em nenhuma exposição. Daoosta encontrou muitol brastlelroa em França, entre 01 quais o lncr!vel OI.avio Dlaa Leite <de quem. um dia narra– rei as "taçanha.s• e.m terras eu., rol)ttu> que puaou a rwdlr no mesmo Quarto que ele no Ho-– tel do, Grandes Homem. . . Ea· .., hotel. oomo multo, boteis de Paris (e a-r do nome: Botei doe Onndea Homens> nlo poa– suta banheiro. Com OtaVlo Diu Leite ele vtveu momentos de aventura e bom humor. ntabo• llcament.t, Diu Le.Jte quebrava o ritmo da vida de Mlllon o.– coata, arraatando-o para. • boe– mia. Mllton reagiu logo no ln!· cto e voltou a chegar cedo em caaa, para reftetlr, bulcar o senUdo de sua v1.,.em, e 10bre– tudo para. anallaar a vida em face do tanto desaJwtamento. Um dla a dona do hotel procu– rou-o furtou, •dvertlndo: •o senhor tabe que toda noite te– nho que me levant.u de madru- 1ada para abrtr. a porta ao seu (Con.UD6a na U> pa.s.) Notas de um constante leitor ~~ 1:',:m::_~~~ mwa tml)Ulln~ como - lalllo -o •m'f!-. a' DITERRAJIM", alo de,_ po,-. Unet·- cobrlmoo alpma. colla ele ,_ -1. aproxlmaçio mala ln-: RallJ .i. 1-1 • flguranc» l.lnboa - entre .. poeta&_.. &li, melhor 1.1.h-ea, enwo oa ~ mala U... IIIO qualJ,S,dea que ao man:am 1111 dlldnsalr - poetlcaa. !!:' curiOIO nolar que - dola Ufflll de ~ conhocldoa por um poyo - de _.....,.., mum com o aentlmen~ 1-lleltdo <la _.. :,:,.":."ao:~ p=== !:_;,:: .. RANl!:A", alo q11ertdao elo•~• - l\lllo doa JU,Joa, o ielt« oomum - D6I, o - at6 oa - maa mullo pouco lelndo -u - ~~t=~ "";: ~~~;r.r~~~ vai por oul,t.o lado de .._o_.... pelU - --• • pureza d.. llDbaa, a "Orecla." para - tlll ..,.. Ta.mbem por -. puta_ ,erUtcaremoa que • traia• fundmental do bomem: o pruer ..ceuco. Pus O rocuraoa lnteloc:tuall melo a.boorVldD pela tida ~ ... do oomplexo sentimento que noa le9a T poeola. ..., ·.-1 AUCUllo de, AnJoa -wn uma - run • antaaontcca que COlllllldam c.homem: • __.., dl aboolllt<>. e•_-., da. perfeita uqu1-.. do aDIID.: n&o tom& -lo da.a diferença - ,_.... • clamo, entre Apolo o Illoallto. Nada abe • ._no •-.:ii~iiÍf~•,~, Vinci nen, de lllptl .ADplo; Dia Jeu RimMlld. - Jaa Conhece o "EU" e 1e perde,,_ camaftl-, paà- tu helmlco naa eatrotea i!a "LUZ MBDITIRRAIGIA". Ora., .. e.._ da poeota de Raul de Lecml • de ãi AQJoe, ..una. fn.ctl!dade do •penamenlo". o llldl'lldllo mais erudlto ae d-Ja um poeia. que noo - - multo humano oom o abllmo, encontra. 1111 - • Utaúar& sal eumploo ele mer,ulboa IDcDmpara.-te~ caca. Da Mesma forma, ae qui-tnoa um pooCa , alo~ remoa no belenl.uno melo tnpnuo da .. LUZ , Entreunto:como ~de~r-.- dlll9...., dea opoitaa, e ~ à alllllentaçlo da. allla, - dGII pll– taa noaace. 6.com elea qqe o - leHor • unn,Ja..Ralll - cent.u que a forma de Raul do Leoal • dl .,_..., doa ....., cola& de que nlo ao...,.._ o - -. emllon ~ ..... aJium modo ltDllnl r. ela., nm •-.no "1111" • naffMLVZ .. Dtrl!:RR.ANBA" 'ftrtade - - cmD ..atdlo. ::-;:,: :n:i ~.=or~-= :o ~mr- Amboa, entret.anlo, renlanm um IJmllpr poda' .. um In,rtnto ,nulto acenlua.do oom ftlPlllo •.,._• à..., veno. Por ocaatlo do - -,ri. mtna1 que Jnou VuialDe t. ea.· dela por te.r atlrado em acu a– mtao Rlmboud, eate a.praentou ao Jula de InaUIIÇlo de Bru· xelaa um depolmenlo, que, • U·. tulo de curiooldade, - neata aecçlo: •12 d<! Julho de 1113. Aarcl, de dola anoa. conheci Veria.!· ::r ":~é~~ ... =, com 1111. mulhu e • flUIIIUa. da· ta, me propoa Ir com elo ao • trancelro, onde lr!amoa pnhar noar. vida de qualquer lorma., pala Dia tenho - ,__ .napuUcalar, -~-· lnbllbol U.dluaua. =-do-=- -- - Dia ha. ,_ cidade, -. AI, VI .. 111- --•lo do uma - prlnclpk» .... - ----- (~ AMERICA LATINA CENTR G)A .CIVILIZAÇAO ATLANTiG Apreaento aqui, em tza.dução de Pontes de Paula Lima e ml· uha, o poema "Letter to a Wo• uud"', de W H Auden. A traduçlo n1o vale pelo seu l&vor llt.erarlo, que, desprete.n• cJo,amente. !oi feita. Reprodu· zo aqui •carta e u.ma Perlda" mais pelo que llf. de excepclo· • nal no tema desse poema: Por Georges DUHAMEL • A em presada ~ de levar Perdi twlo, !albet. Qull,rla. _. tar morto.. B III01'11. a.qul -· moa JuntOI, tntlmoa. a.ma.dure– cldoa. Mala tarde. AD Jantar, Mn. -Clllfflll: .... ~ mente, llWlha. := tau oom - •, - ta1blll IIIUll IIUio 411 qqe; •!filo - ....... - malblr QIM tlllCJlllle• -·- V•Jo a,cn qae ll0dM = oolllallopaataelalae, Carta a umq kricda o chi e nio oeret perturba.do at6 a hora da. celi. Picarei completamente aodnho nesta sala, livre para pensar aobre você, se eu qutze.r. e crefa...me. querida. eu o quero, Agorr., hi multo tempo eitou ciente de que .- e,t.á ae apoua.ndo ma.la de minha vide dia a dia. ma.s &empre me I\UJJZ'tendo ao ver como lato vai lonce. Ora I foi alnda ontem, deac! de minha la· reira a.quelaa Cotograf!aa toda, - O&brlel. Olln. Ml'a. Mars– baU, Mollm e o1 outrot. Como pude llMlm delxa-laa ali por tanto tempo, memoriu dos meu, dlu de oatentaçto1 Mea– mo asalm. lenhe> ainda multaa carta, demais. <Promeau. Pa• zer wn.:l fachlna eata semana - Contaa de hotel - Paasa· •em de orJbW de Damuco - EspelhJnbol oomemoratJvos. en– velopes estran1elroa. etc) . T, anunciou que tinha a.celta· d<' por mim um conVlte para um • Wlakey• em caaa doa 8te– va.rta na quarta-feira. •z· tAo bom para. o. n-. alr à noite de ,... em quando o ar. Bedder". Ela cont.tn~ taprelando ..– eretamente deupontada, eu •· eho, por eu nio ter proteata• .do mala. Na certa, ela n&o o teria conaeguldo li'- ae!a - ,o que me tu l)lllJIU' na. grande mud~ por que - re– centemente No perlodo que eu poderia chamar de nosae lua reaçlocoaln&~ ça ......... ~.~. ralmente oomo tlllllll9, tal · • )lrlllltlrr.apaoalllrtllD,...., do-tlNelodkU- eu l)IU'tk:ularmanta rvda • -· "'- ........ ._. ... umatllDlflcaçtaPlaflaã• nlaflea que n..- ....,_ .. lrutrutlvo. A tarefa que do• ravante se propõe 11.s na.ções da América Latina é grande e alllla diferente . Cabe-lhea fundir harmonicamente a contribuição latina e a con– tribuição anglo-saxonlca e de oferecer o magnlllco exemplo dessa clvlllzaçio atllntlca na qual r~lde toda nossa esperança. Olhando e1ora pera. esse tem- ~.!~\:i:e ~~ de mel, quando =a.m• bOI percebido o que ,.. moa um para o outro como d•· -~re!..=.ro~~. q~ 11:._: bNnar a.nteo: .. llfeltlo - - ftlba .. nboraporllm-- oaWaler- • - ..., 1Ueln>, o Cllrtoao lqo 0ftal e BnlS, "" -- na. loja de ,... - de fm,te, - - ..... NIII»" noa fnm. •-• -------- .. _,_,, me cborv; ~ ,_.. compnender. 11:atA ficando -- & ...... que a.conlu ado de --. V~ anda tAo qas. ...... mente que noo -- - cando o curau.... !fio. r.1 aal"'- Vcd ainda. ealA Ili. r6dJo anuncia qa a pada chegar. Qua.ndo ala - Dde aa.bemca o - _, alo - bomoa? Po.nm. - trulllld– lo. o drUlll&o - .. - - dur Na.da 11'--da .__ A A merica Como ela I e <Conttnuaçio da. nona pagina.\ abrangeu essa civilização to– da a Europa; amadureceu no trabalho e nas provações Da Europa, eatendeu-se Ini– cialmente para Oéste: atra– veMou o /otllntlco e conquLs• tou todo o continente Ame– ricano . Hoje, a velha clvlll– zação, originariamente a dos eglpclos, a da Blblla, a dos Oregos e Latino~. e dos po– vos da Europa, aquela que se pode chamar de modo geral a civilização do cristianismo, esta civilização está se tor– nando uma civilização Atlln– tlca. Vale dltter que o Atlln• tlco 6 seu centro, nada mais . O povo chileno, por exem• plo. Instalado de modo tão feliz à beira do Pacifico. olha tambem. Intelectualmente, no rumo do Atlàntlco . Acre&eentarel mesmo que dessa grande civilização aUAntlca. n.enhum povo po. derla ser excluldo, si oferecer o penhor de sua boa vontade e que os próprios povos dn A..sla podem procurar essa aliança. Frequentemente, aceitam seus prtnclplos e métodos . ·Fizemos, minha mulher • eu, essa grande viagem em . missão da Allança Francesa de que sou presidente geral. Quero dizer, devo dltter, que a obra da Aliança Francesa na América do Sul é gran– de e verdadeiramente fecun– da . A Aliança é realmente digna de seu titulo: _ um élo de amizade entre pavos, élo de clvllJzação. Compreen• d!, andando de cidade em cidade. que os povoa da Amé– rica Austral. que por multo apenas em fevereiro <lltlmo?J, n&o POIA0 reconhecer a mim meamo. A dlacont!nuldade po· rece abloluta. Entretanto, na– turalmente. a mudança foi na verdade gradatJva. RepeUde– mente noa prtmelroa di■a. quan· do eu eatava ao meto de oot1· cio&& carta & M.. ou ent.lo pre· gando peç&4 no Jardim pua .,. pant.u R. e c . vcd mostrou seu re.uentJmeoto e.m um 1Qblta agrea51o de dor. l!:U tinha ex· plooõe& chorava moamo. pelo que me parecia entl.o seu ciu– me lru.ano. uua mam modoa. ,uu palxlo em eltrafar u coisas. Q,,e ldlota&lnho eu fui e.m nA.o confiar no aeu JuJaa– mento m&1 1 perfeito, que me prolbta formalmente de deixar• me continuar comportando fel· to uma criança.. AI ptllOH te– riam tentado explicar tudo Vo– d n&o me INUltarla com a compalx&o Penao que agora &• prendi minha llcio. Obrl1ato. mlnh, querida, Parei o maJor eaforço para nlo desapont.á·la 11ovamente. cbaocado cvoce tambem am pouco, nlo?> pelo que me i-· rocta minha aorta UlnOrdlD&· rla. Eu me apiedava de todol. Vcd mal aa.be. dlda comia<> meemo, a olhar para meu Ylsl– nho de õnn,us. o que a.conte– ceu ao homenalnbo Nlltado a meu lado. Eu eatava aempre • aorrtr. Ofendi mortalmente Mro. Hunter. me lembro quando ela aoscrevta a carreira de seu rt· lho em Cambrldae. PtlllOU que eu eatlveaae rindo dela.. Not rea• taura.nte1 aurpreendJa..me deae· nhando retn.to1 de "°"' no fim. de, du eatelrlnhaa da mesa.. ·Quem adlvlnhari alflDDI. vez o que Isto 6?· Uma vez, quan• do um& pr01tttut. mo abordou, nunca Boa noite, • Dftla le a.bençoe intni;..t.~ 11:' melbot Jalo•, Literatura existencialismo XXIV CEDAR CITY (Utah) Outubro de IIK7 - Os par– ques mata llndoa que a Amd– rlca pogsue nós os encontra– moa nellta nova etapa, a ca– minho da Califórnia. Nosao objetivo principal era o Yellowstone Natlonal ~k. no Estado de Wyomlng. PtteLsàvamos correr. poLs eue parque breve seria fe– chado ao público, devido à eata.ção lnvernoaa, e nós aln• da pretendlamoa ver aa Ro– cky Mountalns - o que noo deaviarla do caminho. A•· alm, deixando Iowa, entramos JIO !atado llmltrofe, N•bras– ta, pela cidade de Omaha, onde Uvemos oportunidade ele vlaltar a célebre Boyo Town do F:lt.ber Flanagan . No próximo Estado. o Co• !orado, paramos algumas ho– ras em Denver, sua capital, o surlclente para conhecer– lhe um pouco de seu asp•• cto, e rumamos para o Ro– cky Mountalns NaUoMI Park, que começa a mostrar• ae pouco depoLs de se ,alr •• cidade. .aorr.o o c5s ,:e,: noma, - f o parque du Montanhas Rochoaaa, aa quala nos apre– sentaram um panaram:\ dt– rerente, pola aqueles glgan- Regina PESCE tescos blocos de rochas se· desdobram nas cores mais variada.a, ora de um roxo es• curo. ora cannmJn. Jogo adiante lllaz. ou rosado. ou amarelo... Os "canyons'' - ea.,as "gargantas" entre duo..s montanha,. abriam. ante nos,os olhos admlradoa, abLs· mos profundos, a traduzir uma belez:,, perigosa Porém. lá no fundo, uma faixa de água corria feliz e tranqul• la, nascida de uma C3.5Cata lrttqulet:i que se despencavn em alguma parte por ali per– to ... Nosso carro subiu até um pouco onde pudemos ter gelo em nossas mlos. deixado pe– la última madrugada em cl• ma da. grama que ainda não murchára, apesar de que. n pouca distancia. podiamas ver grandes massas de gelo que ali eatavam desde o ln• verno passado e ae conser– variam até o próximo . .. De– pois. desceu, novamente. à., pradarlu. e Pro&aegulu seu caminho para o novo E.ata– do . Wyomlng faz parte du re– giões pobre• do pala. o Es– tl&> iOlio flOl6a - --. de 300.000 habitantes• aqu,. le cenário desolado que no• acompanh:u por tantr.s ml– lbaa, certamente 6 pouco atraente . .. A's \·ezes, repen Unamente nos aparecl3 urr. peQueoo panto \'Hde em mtlo à extensa região destrtlca . Era o re!ult.ado da presençn de um rloslnho. a espalhar a benção de suas água, SO· bre o solo ressequido e !nú• til. tr•zendo-lhe !ertllldade < vida Acompanhando o cu:• so da água. alguma.. árvores cresciam viçosas à. sua mar– 't'em. como a querer protegê– lo, com sua sombra. desse so! Inclemente que tudo cresta.• va ... Espnrsas. 5. 10 casl• nhas, a bomba de iz:azollnn e. segundo o mapa, 30. 40 hn– blt:intes A's veze, alndo menos : 6. 10 almas. que Q mapa registrava porque. nes• te pais. nada escapa à., es– t.atlstlcas ! .. . P3ssamos a noite à entra– da do Yellowstone. num pe– queno rnncho. onde th·emos um Jnntar "à moda do! cow– boys" . Mela dúzia de pane• Iões de ferro. cada qual com um qultut• diferente. fer– viam sobro o fogo feito nn chão. alimentado a toros de madeira . Apanhando o ca!– xote-annárlo. o copo e prato 4~ -~~ .. própria pessoa se se"1a, eo- mendo o que c\ rse.1as.se e ser• vlndo-ae qUA"'"' 1 ,·~1M nnl- ccoaUAIU na par. u Atualmente, essa grande clvllJzação é principalmente formada por povos latlnos e 'povos anglo-,axões. Cadu um dos dois grandes grupos tráo à obra comum tradições, virtudes. caracteres particu– lares e todo o equlllbrlo des• sa clvllJzação dependerá, de• pende desde Já, daquilo que chamarei uma justa balanç ~ entre esses dois elementos. Nossos amigos anglo•sa• xões têm méritos Incompa– ráveis: - a proverbial ener• gJa e o que chamarei o genlo da técnica . Os povcs C:e origem latina tém grande, tradições em matéria de genlo Inventivo. sentido da medida e har– monia. concepção particular– mente humana e humanlst.n da vida. Que ambas essaa filosofias >parentemente ti.o disseme– lhante, possam cohabltar e cooperar. els do que o Cana– dá nos oferece concluden!.<' f'-'<roã . C~<io,~ francês. tmerso no mundo anglo-saxão, vive, - prospe– ra e cresce lncessa.ntemente. Nada de maLs confortador e - """ , ............. . "! 1 empo receberam llções ~a F.uropa, Jé se acham em coo dlções - em Inúmeros do– mlnlos - de lhe devolver °' 1<enerosos présUmos. de Ih• fomfl'cer exemplo&. e, por suo vez, Instrui-la . Acrescentarei, nã.o sem 1<rande emoção. que ao lóngo de meu périplo. aconteceu– me. pensando na minha ter. ra. lembrar-me dos dias mais sombrios de nossa grandt provação. Nesses dias. embo– ra nunca tivesse duvidado d'> de,tlno de minha Pátria. no decorrer das minhas refle– xões que se assemelhavam ,1 preces - não podia delxnr de oferecer. de entre~ar. de confiar ao mundo Inteiro es.sn França Imolada e - mui naturalmente - era t.s Na• rões da América Latina qu• mais frequentemente me dl– rl~la . VI. durante minha pero– llrtnação, que essa prece erR nuvlda., que o pen.sarnento lrancêa. o ~ênlo francês. es– tavam certos. ontem com1J hoje e hoje como amanhã. de encontrar, nesses povos amigos. não somente aalloa. mu principalmente santuá– rios . Ela porque me sinto feliz. P<>r ter Iniciado com palavras ne r.qradec.tmenWJ e, term~– na, tambem por um penaa– mento multo afetuoso e fiel de ~rn ti dão, A todoa, multo obrlpdol• - -· ..-;,,, Voe! pode lmainnar hoje que e,tamo, Juntos hi quaae um eno? Dezoito meses atrb, se at– ruem houvesse J)t'evilto tal cot· ,a para rnlm. eu ter-lhe-ia pe· dldo para deixar a caaa. Ji lhe ta.lei o.lruma vez acerca de meu pr1.metro encontro com o ctrurgt!o? Ele delx.ou •me eape– rando trb quartos de berra. Chovia " Cora AUl()movels pu– savam ou fretavam rangendo Junto ao mek>-·flo. Estava aen. t.ado com a minha capa. fo– lneando Inquietamente jornais r!lho.s UUJtradoa. relatoS aobu a botalha da Jul.landla. pladu tobre guardu especiais e 101ub– mlsto1 ele ruezn por prtncl· pio. Uma .enhora dea,ceu com uma sarol.lnha, puaua.m os cha• r..:s f~~'!° ~ c:r:.1~r; atender~me. Quando ent.rel. uma en!erme1ra acabava de sair, carreaando uma vuUba branca esmaltada. cont.endo um. ::n~ =::· a~1f.!rudet~: dio. Mr. 0&n11e lavan u mioe. O exame aobre o duro d.lvl de couro, em bollto da luz brilhan– te, terminou toso. Lavando-ae nevam.e~. ■nauanto me vea– ~ 66,.... Siil ,__. ~ pegando uma toallla voltou10: "Receio", d.lue... La fora nio vi cola& alguma. Andei, lliO ~9 )eDaaf, e CConttnuaçio da nona pogln&> homem que ae oerve daa pala• vraa•. M. Jourdaln. para pedir seu, ch!neloo e H!t.ter. pera de· rlarar a cuerra • Polonta L>ta· "' modo a arto da prosa 6 .. m, pre 1l1nlflcatlva. porque aa pa· Ja,,ru nAo . do objetos, mas •lcnlftcam obJelos A proaa ~. para ele, de co~. uma ai!• tude do esplr1to. Hi prosa quando, pill'3 ratar"'le • manel .. ra de Valery, a palavra paaoa atravb de 00&11 atençlo. oomo o u,J poua at<av~ do vidro ~:1~1~ºt8:'~': ~:e: açln. Por 1uo ele caminha sempre paro des?m'olver um tema. para alca.nça.r aJswna cola&. pa.l'll atingir I uma tina· lidado, Deu& torm~ ;,elo est.tencls· l&:mo. a Uteratw'a perde o te\. daac<>mpauo antenor e a ,us contradição Intima Detu de ,er a 11tero.tura &fel.ada e 1no· renatva. qutmtea.rne.nte Lratada, dlra ,atWaur tio a6 t cuu,ua da subjetividade. E o UIO d– lltt.rat-ura nlo tot aem rLeco. Como 8t tomar a aer1o o ceU• ct,mo de Montatsne. M ele ten· :Ju medo da peote, quando ela chegou a Bordeaux? E o buma· j=ie:e c:f=:.C~i::':! a&llo? oon'!ka"o Cn~~ = ni:. ;r,is;r.;a~ -.-,- t::: ~ Deixa com laao a literatura de oer um veiculo para • oo– mvnb&o "rl13111o l:J:"11 rw o , ,.. eladeft.,,tlml ~ davtda.um -emdcloilal de !dentlfteada t para repcà• çio doo ,ocabUloo e dai f&lo– re, tm seus l"NJ)ICUvoa tup• re, A funçk de um eocrltor, dl• 8atrt. I de chama.r ODI pio de gato. "81 lu moca _, ,... ladN. c·•n a noaa do I• ..,.. rir" Enfim. evitando a _...., ~tre a UNDCla e 1 &pa.J'8D– cla, lefllndo 01 - Jo– sJco, d• Brtntano • HaraaL pretende o •xlateDCla11amo. - a UIU!zaçio do malerlal 11- rlo, acabor com a tpoca de ..,. U!tcaçlc •m que Vlnmoa O exlltene!allamo a.dqUirt - poder atuador lnlgualanl S ~artre =clUI - "PulaqU nou, \Ommet ,crtv11ru c'ed nOtre doYOlr d'aldtr a falrt I'Europe ;ar - 6cnta· Eu&laara.nda~da S.rtn. .._ por - q11a nio • non tm Prança. - & llteratura 101 ....,pre am tlDal deeaperança. 8-. eõa tnn,fJ\lt,.. _... • fruto "" um -ID 111111> eado, aboolutamante IDdlealnD de 11 IIIMIIÓ, _,. da • - ra. ele. a.qallo que - QJUlilll temP0s Wm lldo. - e, ...... tlmtnlo • -..ndL Nlo-qua--aüt,e Prlvtltslo do ---- .. Sutre. que mw10 ai,llc&. PIie ..u lulro Uterarlo. Ma& 11111 hi d11Vlde all\llll& - f a - aencladeama~,.... fiila.Clo ......... u-..-•IIQlll'1lalda, de. para o qua.dro doa dlftltlo ~ ~...,,

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