A Provincia do Pará 07 de Dezembro de 1947

Domingo, 7 de Dezembro de t!WT A PR OV f ~_C_ I _A_D_ô __ P_A_ R_A_________________ ____:CI:.::.N:.:.'IE:.:M::A - Pázf~E.__ Como vivem os brasileiros emHollywood Escreveu P e d r o L I MA GIJbert Souto conversa com \Valter Dbney antes de sua partJda para revêr o Rio. O antt,o correspondente de "Ctn~arte", é agora d.Jretor do Departamento Estranrelro Walter Dlsuey Studlos São passados 16 anos que Gilberto souto deLwu o Brasil e ele mesmo se admira disso. Mas aqui está de novo, revendo tudo e a todos. Tão longa fuga talvez encon– tre motivos no coração. A ra– zão poderá desconhecer mul– tas coisas mas Gilberto custou a esquece~ "La sede de AmJ.r'· e "Las Engenuas" de Fellpe Trigo. . . Fol bom assim. Eru Hollywood ele substltulu L .S . Martnho e fol sempre um pou– co do Brasll a falar aos brast– lelros que Iam ã. terra do clne– rr..a. Conheceu todos os nossos patrtcios que estt\"eram em vi– sita ou toram trabalhar em Hollyv,ood Zacharias Yuco– neU não fez falta quando veto rever sua terra. Sã0 Paulo, porque Gilberto o substituiu, ensinando até Carmer. Miran– da a balbuciar Inglês :ios fll– mes. 1 "Fã de cinema, ele rol tam– bem chamado o "arquivo am– bulante" pela revista Varlety: 1 quem qu.ize!-se saber nome de !llmes ou Idade de artistas err. só perguntar-lhe que recebia pronta resposta". Fol pelo seu esforço próprio que se lez em Hollywood. Ami– go dos artistas. Intimo dos di– retores e do pessoal dos estú– dios. supria-se deste manar.– ela! lnexgotavel para a série de artigos que publicava aqul no Brasil, na Argentina, Portugal e nas revistas e jornais de ou– tros palses. Não sabemos se fol ele quem descobriu as posslbl– lldades dos estúdios da Walt Dlsney, ou se lol Dtsney quem achou nele o que precisava pa– ra explorar os motivos brasi– leiros nos seus filmes. O fato é que Gilberto Souto está hoje trabalhando nos seus estúdios com exclusividade. E com ele Ingressaram outros brasileiros para colaborar com e pal de Mlckey, do Pato Do– naldo. do Papagaio, Pluto e do Aracuã. O PUBLICO '.'/AO IMAGINA mado "Ttlngs Aboutr SOme– lhlngs", onde aparecem o Pa– pagaio, o Pato Donald, Ethel Smith e aquela ave brasileira Aracuã. no papel de um maes– tro de bar batendo coquetels num acampamento de "Apa– nhei-te Cavaquinho". Este fil– me é para ser lançado somente em melados de 1949 . E quanto a "Alice no Pais das Maravi– lhas", Já está sendo preparado, mas para 1950. Fomos encontrar Gilberto nos escritórios da R. K. O . em Estes são filmes de metra– con\·ersa com Olga Br:indt. a gem. como "Branca de Neve e diretora de Publicidade desta os Sete Anões", "Bambl", "Vo– companhla. Gilberto estava cê Já Iol à Bahla?'·, "Fantasia", contando como rã".> feitos llS "Alô. Alô Amigos" e outros. desenhos de cada ":;hort" o Era "Música Maestro" ainda público não pode Imaginar u lnédlto, Dlrclnha Batista can– que seja o t!"abalho neces.1:irfr, ta para abafar e em "A Can– para um d?Sles pequenos fil- ção do Sul". \Valter Dlsney fará r.i.e.: Precis~m de cerca de vln- aparecer seus desenhos con– t,,. m.H des~nhtJs. de ritmo mu- Juntamen te com elementos hu– slcal sincrono ao movimcntv. manos mas o processo está ago– de uma série de estudos e cori- ra multo melhor do que o que ferenclas que se arrastam por nos mostrou Aurora Miranda e seis longos meses. com a n,s. o Papagaio. Duas revelações -tstcncla devotada de UJH\ ln aparecem em "Canção do Sul": llnldade de pessoas técnlcas dois autenticas orodlglos artls– Porque no estúdio de Disne•:. tices - Luana Patren e Bobbv desde o desenhista até -o lll - o ·Drtscoll. duas crianças que mador, todo~ entendem e sa- Já estão seqdo aproveitadas ent bem as minúcias e a uma tê- ··so Dear te My Heart". cnlca de filmagem. Enquanto DISNEY \"A.I \'OLTAR AO um drama pode ser dirigido BRASIL por urna Jomallsta um homem Walter Dlsney ficou tão en- de teatro, os artistas animados :canl:.do com o Brasil e os dois precisam ser leitos por quem Intérpretes que ele levou daqul, entenda de desenho. de mtisl- o Papagaio e o Aracuã fizeram ca. de ritmo, de emoção, dt tanto sucesso que t:le faz pia– tudo isto que é necessãrlo para nos de voltar em breve . Seus se fazer um !Ume. projetos são feitos Jã para o Há meses que Dlsney vem carnaval prôxlmo e vocês po– trabalbando, por exemplo, na dem Ir Imaginando o que ele confecção de um desenho cha- oão orlará para seus futuros Escolha você o melhor filme do ano filmes . Dentro do seu estúdio, todos se lembram do Rlo. Quando eu vim, mandaram lembranças para o Ar! Barro– so, Almirante e tantos outros que aqui estiveram em sua companhia ou os cumularam de gentilezas. E tambem vocês nodem saber de uma coisa. os nheclmento apenas elo pseudo– nlmo, até o llnal do concurso, quando proclamadas as me– lhores cartas, serão abertos os envelopes subscrltados com pseudonlmo, em cujos lnterlo– re< deverá estar a verdadeira Identidade do "fan". Oitavo lugar - Ingresso– permanente para o cinema Ollmpla, a vigorar durante um mês. Nono lugar - Ingresso per– manente para o cinema demo, a vigorar r' mês. Os orgãos "associados" de Belém, em colaboraçao com as principais empresas clnemato– grá!lcu de nossa capital - a São Lulz Lt<la. e a Cardoso & Lopes - realizam, através a página de cinema de A PRO– VINCIA DO PARA' um sensa– cional concurso-tnquérlto en– tre os fans da sétima arte, a !lm de serem escolhidos, pela votação popular, quais os me– lhores arttstaa e filmes estrea– dos entre nós d; 1 de Janeiro a 15 de novembro elo corrente ano. E' preciso salientar que o QUE CONCORRE AOS PRE- ' MIOS DE INGRESSOS - P MANENTES DOS C Déclr- ,Aos leitores são leltas a,i se– guintes perguntas: !) - Qual o melhor ator de 1947? 2) - Qual a melhor atriz de 1947? 3) - Qual o melhor filme exibido ne•ta capital de 1 de Janeiro a 15 de novembro de l1H7? OLIMPIA E MOTl - AS JUSTIFIC'" TO SOB ME E sejr tr po A's duas primeiras pergun– tas o "!an'' responderá com o nome dos artistas, na sua opl– n1áo merecedor do nosso "Os- t car" slmbóllco: e ao respon- ' der a terceira pergunta deve– rá não só Indicar o nome da pellcula escolhida. como, ain– da, justificar o seu voto, em trabalho nunca lnlcrlor a 20 linhas dalllograladas, nem su– perior a uma !olha de papel– alma..o, escrita à máquina. O numero de votos Indicará o.s vencedores do "Oscar" que serão os preferidos do ano, na oplnláo dos nossos leitores os PREmos Entre os leitores serão dls– trlbuldos vàrlos premlos, cons– tantes de lnrreuos•permanen tu dos cinemas Olfmpla e Mo– derno. Para a esc:olha dos pre– miados. será levada em consi– deração a Justlllca tlva do ,·a– to Assim, contados os voto, dados aos melhores artistas e ao melhor rume. a Comlssõ.1 Julgadora passará a aprecia a oplnláo dos leitores •obre a,< pellculas votadas. premiando as melhores. que serão publi– cadas. em destaque. na sec~ão I dominical de cinema de A PROvtNCIA DO PARA' COMO VOTAR A votação é a mal, •lmples J)OO>lvtl e não depende de qual– ouer -::-oupon ou talão. Basta slmple mente o fnn escrever n.c:. eua.s rest>Ostas e assiná-las sob p,6eudonlmo. Juntamente com a resJ>05ta, em envelope fecha– do, que de,•erá levar subscrito o pgeudonlmo, o concorrente enviará o seu nome e endere– ço. em papel separado. Assim a Comissão Julgadora terá co- DE HOLL Y\ 0 0D HEROI NA GUERRA E NA TELA Robert Conte aJnaa não se llzera conhecido dos aprecia– dores da sétima arte e já a ~uerra tratava de levá-lo Ir Conte trocou o maquilagem pe– lo uniforme de T1o Sam, e mo1- trou que aabla ser "mocinho" de verdade. No llnal do cor.– Ili to. Tlo Sam Já o havia pro– movido a major das !orças aé reas e comandante de esqua– drão . Robert est/1. de volta e Hollywood . Sua che~ada pas– tou quase despercebida, mas 1l'!'– r-t údto~ mo°'lraram que cc111- llam no mnJor, e a Fox lá lhe e.rranJou dua~ a:randes opo \unidades em "The Ghos nl M.r~ tulr·· e ·-~-C'-... ,.f'r /\mbrr" este último um lllme que t.,l– vez \·enha a ser mais dt,cutt·lc que o quilométrico "... E , \·ento le\·ou" TUDO PRONTO Vlrglnla Fleld Jn tem tudo pronto pa ra Iniciar o dl\'órclo enquanto seu marido Paul Dou– glas parece mais prrocupad<J em obter exlto. na Broadwa\· em "Bom Yesterday". As dÍ– flculdades que estavam impe– dindo a consumacâQ diziam resn')llo n pcnsi" eh s;?3 rotlnhn cie ano e melo do casal. _e pelas empresas '-údlos de Walter Dlsney es– sempre abertos para os bra– os que o têm vWtado. \lzendo Isto, Gilberto nos ,u uma lembrança pes– rlador de Mlckey: um .om duas figuras de s, no desenho órlgl– ' agem, com o autó– 'prlo Walt Dlsney. Sim senhores, Margaret O'BrJen já procura responder às ear"tas de seu 5 "fa.n.s". EI-ia. em seu camarim, ocupada n esse mister que considera sagrado... A "estrela ae uo Ro– ____ ______ s_e1ra1 __ d_a_Vlda" está. dia a dia mais querida Quem votará em Orson Welles P Urna simples olhadela para , a folha de créditos de "A Da– ma de Shangai", dá logo uma e publicar Idéia da versatilidade do ta– lx Vlanny lento de Orson Welles. Lá fl- arte dos l gura ele como autor do "sc..- da está enpley" produtor, diretor e om su- "co-star"! Slm, ele e a sua bela ltar a ex--esposa, a sedutora ~!ta ecer o Hayworth dly:ldem as honras MI- estrelares da sensacional pro– dução que a Columbla apresen– e tará. Pois é assim mesmo esse George Orson Welles. . . Pare– ce que não há nada neste mun– do (no que se refere à. arte de representar) que os seus múlti– plos talentos não levem a cabo e com lncrlvel maestria . Má– gico, locutor, pintor, produtor, diretor, ator célebre no palco e na tela, quanta coisa mais, Justo céus! Atualmente com 30 anos de Idade, atingiu uma no– toriedade que muitos homens de talento náo alcançaram tra– balhando a vlda lntelral De seu pai, Richard Head Welles, Industrial e Inventor, Orson herdou a habilidade criadora de sua mãe. a pia– nista Beatrlce Ives Welles, o gosto artlstlco e a senslblllda– <!e. De ambos, a mania de via– jar . De fato. viajar é, talvez, coisa que Orson mata tenha eito em sua vida. Oaroto aln– a, visitou com os pais lugares nglnquos dos Estados Unldns a Europa e da .e.s1a . Aos onz,, nos de Idade passeou sozinhc, través da Inglaterra 1 0 ~·5on \Vclles tem feito loucuras em BoU7wood, mas não lu dJvada sobre as s-uu excelentes qualidades como ator e dlret.or Por esse tempo MIM Beatrlce norreu O pai de Orson ln– ernou-o então na Todc1 School m Wood,tok, Illinois. Fol ai! ue o garot-o teve o prlmelrc contacto com o teatro, repre– >Pntando "Jullus Cesar··. Estu- equena Mas a conversa nos ta lembrar outros tempos, quelas noites após noites, en 1 1ue os fan5 de cinema ficavam ~nnvt>r._imdo sobre artistas e obre mmes. na amurada d., rala. Adernar Gonz.a~a. Pau?\l Vanderley, Alvaro Rocha. e nós. E Ollberto continuaria c.11 falando de Hollywood lndc– Hntda c ... ra contar o que seus olhos de reporter v1rar, - durant.e dezesseis anos. M u iqul termina este primeiro ep,– sódlo do mais longo filme em série~ que vocês ouviriam . Sr ele tiver '..empo, nos conr.a.r& ,. ,nls alL ns eplsócUos a -:egulr, cu talvez mesmo queira escre– ver a.e. emoções da cidade fan– tástica clava t.ambem pintura com o notavel artlsta russo Borls .~nlslleld . Quando chegou aos quinze anos de Idade Orson c.i~hmu a escola, e em compa– nhia de Boris, empreendeu uma viagem a Irlanda. Chegaram a Dublin nos prlnclplos de 1931. Orson, ape– sar da pouca Idade, Já era um gigante . Aparentava ser mais velho . Apresentou-se no Oate Theatre como se tosse "a&tro do Oulld", de Nova Iorque Anunciou que condescendia em emprestar o seu talento e seu renome à companhia lrlande– &a. Foi tão convincente que não tiveram a menor dúvida ' benellclar-se daquela "hon– ra". E não se arrependeram disso, pols Orson fol extraor– dinário no papel ele Duke em •·Jew Suss", peça que perma– neceu em cartaz toda a tem– porada. Ainda mais: a compa– nhia rol solicitada para urna "performance" no célebre Ab– bey Theatre, com Orson Wel- clLavel• abandonem seus al.ueru à3 quatro bora.s da t.arde, lndo f}car de pé, até · .:res" . t que sem qua1quer despesa. se pode ver, em carne e osso, os luminares da pados porém em não desapontar seus "Ians", têm, direitinho, ao mJcrorone lnsta– ,1.ram esta nota foram tomadas em Hollywood, po~ ocasião d;a. "nremiére" de "'MJnb r Bob Hoop e DorothY Lamouz les como convidado de honra. Foi elo o primeiro americano a obter tal dlattnçãol Acontecia, porém, que o ra– pa,: não tinha os seua docu– mentos em ordem. Allâs pare– ce que ele Jamais teve qual– quer coisa em ordem na sua vida. Mas sem aqueles docu– mentos não podia permanecer na Inglaterra e teve que Yolt&r para Nova Iorque. Isso fol em 1932. Fez uma viagem a Marrocos e passava o tempo revisando e editando as peçu de Shakespeare. O re– sultado foi que essas cdlçõc, tornaram-•• obrigatórios •m tornaram-se obrigatórios 0 m Unidos e Canadà. Voltou Or– son à América em 1933 Co– nheceu em Chicago o r~rrltor Thonrton Wllder, qUP Ih• deu uma carta. de aprcsenta~.i.o ra– ra o famoso cri lco Al--:..'.'l~d(!r Woollcott Este. por sun vc-z, o apresentou à grande Katherl– ne Cornell, que se prepara\"!, para lnlclar uma tournée pelo Interior do pais. A estrela le– vou Orson coMlgo, e ele pro– duziu admlr/1.vels "performan– ces" em "Cândida". "A Fami– lia Barrett" e, llnalmente, re– tornando à Broadway, em "Ro– meu e Julieta". O empresário John House– man, como WellM mesmo, ge– nial e melo pancada. ofereceu. lhe o principal papel de "Pã– nlco", peça de Idéias avança– da,,, que só !!caria cm cartui três dlu. fizesse sucesso ou não. Est:\ claro que Welles nceltou. fa!l;cJnndo por aquela cxperlencla ruidosa. A peça fez realm~nte suc~"SO, mas eles só a representaram trêo veecs lléts ao pacto. Em tJJdo o ca..; n sociedade Houseman-Welles continuou 1'-fon rnm · ~ac– beth" ·n,. .,. F· t H:,t" "· 10b <Cont.lnúa na paflna

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