A Provincia do Pará 17 de Agosto de 1947
Domingo, 17 de agosto· de 1947 A PROVtí<TCifa DO PARA ARTE E LITERATURA -------- f'ãglna' N Ã O RESPO NDERA' --- ------------ A ---- inconsistencia da de Jean-Paul Sartre Conto âe Mário COUTO í Do portão no alto da uca– darta de ._•irm:re, cl Irmã Pr.in– rl!ca ,iu ch1?1ar o.carro da :l!– ab~ncla. ,1u os homens n,tJ– rarem a maca e virem 81.l- pelu 1~ que não conae– suJu conter, entrega ao médlro a seringa b!podermlca que po– derá oonduzlr a u.lvação cu que poderá aer lnuW tam– Wm. A voz presa. depob uc lançar os olhos sõbre o bole- tim. onde leu apena.s o n-:me Angela, ela Interroga o médico : - E a familia dela, por que não vem? E o desconhecido balança a cabeça. - Então por que tudo lato ? ~ia ~ue euu hlstórla.s de po- - ForrnalJdades, slmples f<r.– malldades. blndo, lentamente, 06 degrán• limpos que a chuva de há pou. co tornara escorre gadio s. V'!u- 05 passar a EeU la.do t.nsen– a1vels, sem um cumprimento. aem um gesto que del.xa.s!E– t;ransparecer um pouco que fo1 · ae de humanidade. Ma.\ a rre!– ra não reparou nesta atitude. Seu olhar caiu forte sobre oa cabelos louroa que ,e estendhm M lençol alvo, naqueJe r05to parado, olhos cerrados pâ!Jdoo, multo pâlldo, onde havia .un:, espécie de alivio depo1' de ter sido enfn,ntada urna profunda dor. Não e,capa, penscu. !ll, depob seguindo os homens, lntemicou-os : Debru_çado sõbre a moça, o médico expllca mecanlcaménte, como ae tud o roaae comum, co– mo se tsso tives.se para o~ t.ra. '\ vtda.s n mesma lmpartancla que tinha para a inia : A lmaKlnacAo de Olavo não era suflclente para que ronnaa– .., provável! ao onteclm enl<Js, arma55e possivels e.e.nu. NA,,. Tudo lhe deveria aer exposto claramente, com todos os deta– lhes, a~ =mo °" dialogas oe– verlam aer repetidos. PortssJ aente-se exasper ado com a '5!?• cura do bom.em que o acompa– nha, dá palm ada., na coxa, tre– m.e ao acender o cigarro e 5tn– te-.se abatido por ae ve.r obri– gado a refrear os primeiros lm– pul>o•. - A ramllla não velu ? Um deles explicou : Parece que vem af. - A policia apareceu crian- do compJJcações. c :mo se nto... 13, por certo, Iniciar uma ,e– rle de consldecações sobre M tunçõe., pollclalo, mas a Irmã atalhou--<> secamente : - Para o quarto trinta e oito D::entea andavam pelo corre– dor, coxeando, braç~• e cabeçu amarradu com gau,, cadeir~s de roda.a empurrados por en• ferrnelros cruavam-se a Ir.de, momento, de" um quarto maio al~m alam dol<:roeos gemldt>s e alguem, ao fundo do corrtocr. apareceu a uma port4 chorando, Enfermeiras passavam apre,sa– daa, campainhas soavam, e um grito fel ouvido do aegundo an– dar Ju•tamente no momento em que oa homena paravam dli\nte do quarto Indicado. A Trmli to– mou-lhes a !rente. empurrou :, porta, chamou urna enfermei• ra: - Ajude-me a põ•la na cama. E ncou na parta, em ~. na !:~a~:uO:(a 01 ~':.doqie ~; repetJa a LOdo o moment'> e que fatia parte de aua vida. Depzla, a enfermeira aproxl• mou-sc da rellglO!tl : - E o m~lco? - N4o dcmorar'1. Mas pera que ? Que poderà rav,r ? Por que a trou~eram ? lnten-ct avo. e e:n suu pc.r- 1,mt& adv1nhavam-se terrlvei. reapo3t.a.3 . A enfermeira tentou ainda vencer aquela 'lecura : - E o padre ? Por que nAJ chama o capelão ? - Que valor r.erla per6nte Deu.o? Nenhum . E' urna rr cn, ao!rerá castigos terr!vels. As dores que a atormentaram nada são comporadu as que sofrerá depolo, daqui a pouco talvez. Que Importava a extrema un• ção oe ela catA eatb!elta com a aua atitude . Seu oorJ)O ,,ti~ aorl'l wvo. Sua alma aerá con– denada. Palavras que afll!il0m aquela moça de branco, com a cruz ver• melha na t.Ouca. eln que Lant.as e tan~ vezea t!ttvcra em attun• ções taenUco.s c: m outros u,.. entes, iwl>tlndo a vagarosa ou ripldo. aproximação da morr'l, contra a qual multoo luta-,am, ::1~~':fiº~1/!: r!ce~~'::~br~~ f~ª~';!,"Jbo":":1::'':{ q~~~,1~ veS!e chesando. Ela que aofrla ao taao de todos oa d: entes, ela que tantns e tanta• vezes che– aou a desejar .,imar-lhes o tu– ..,, sómente para não cs ver sofrer, eln que em tantas .,..._. •Iões sentiu o Imenso de,ejo de tugir, lltn a Irmã e,panUlrla l_!Ulls uma vc,, achando-a ab• !':r;f::; a':i~~~~;~ ;;~~·u~1~":.'r;~ tava. uma criatura que d~,o • Jara morrer . Alt estava e ern ~la . Um dia as mãos do amigo aparlcJnram Mlut oabelos lou– ros e ela scntJu, certamentt, ~uo sentiu, um )>em estar des– qonhec,do uté antes, um de,e- 10 de aublr aos ci!u. e deJcJr ào fundo do Olllr, uma. ,·ont:\• 4o de que aquele minuto •o t\orn!Jasse e aquela! mlloa oon– tlnua.socm pelo tempo puselan– do &Obre seus cabeloo. Nada diz. Baixa a cabeça, evl• tfo enoontrar °' olhos da ll"e!,n, ~ do quarto e oorre, rápida, ~lo oorredor, entrn na wo. de • l&r 1 senta diante de uma me– •· aelta a cabeça aobre seu. jfáços e choro. -sz- Naquele mesmo mom ento. cm 11_!11 distante hotel, um bom .em parou repenUnamente a sua re• félç&o. O sarro que la M"ndo vado à boca ,·ottou para ,:, to e ele pemou : alSWIU\ sucedeu a Angela. Aban– nou o ruanianapo sobn, " • saiu UliOmbrado. Su• u a rua, atravesou a peque. praça, onde as J)Om bolo ar– havam e aa crlançU oorrlam. lembrança \'oltava-lhe m.w rte e agora não era um olm– es pressentimento, era um avl• : Angela està .perdida, per– da para sempre e ttl n&u a varáa. Entra numa CM&, llaa o t.ele(one, ncrvoeo, pergunta a atguem: - Alguma oow.a de novv ? E a resposta allvlou-o e che• aou a fuê-lo sorrir, Balu ir.ala calmo e confiante, n,provando• • l)elaa ldelaa que, agora, Ines– peradamente o usaltavam, to– manm conta de si, faziam-no perder o cont.rõle, acordavam• no altas hora! da noite, tev,t– "llm•no por camlnhoJ desconl!c– cicloo, davam-lhe desejos de nrl. tar, de blasfemar ou então llmpleam.ente, de delxar--1e fl~ car ao&lnbo, abandonado num banco de Jardim, vencendo l~– conclentemente a vontad, do chorar. Canúnbou um, dela. tr& quartetrõea, o pen•.amento ln– conatante &1<Jra, eurgla-the va– gamente a figura de Angelo. depolo um negóclo lmpori..nte' que o Pn!ndera dlaa atru no escritório, o monte de flores que alguem oolocara a um cao• to de uma sala Quando mor– reu o primeiro !Ilho, um ho– mem au.tero em quem r,,co. nbecla seu pai condenando-o per algum crime lutantu e ou– via uma voz que o chamava que o chamava e que convldavá a segui-lo para onde, IMlra cn. de ? Subitamente, seni medir con,equenclaa, oorreu e apa. Dbou o primeiro bonde qu• pauava veloz. Jà sentado, ac,n: deu um cigarro e aornu nova– mente. Nlo. nada l>Oderla ter aoontecldo. Soam•lhe no ouVldo aa palavras de aeu auxu1ar de aeorltórto, dizendo-lhe que Dada nada bavta de novo de arando únportancla. Então. aio baVla dO.Ylda, nlo aeontecera 00111a allUma ptoe, no cuo contrirk,, llllluem avt.aarta. B reooatou-:se, oru,ou aa pernu e delxou-:se alllorver por outrao lembranças, - X X- Neue mesmo Instante, a en– fermeira, ga olhol :vennelhos - Não tem !amllla. X.to é, parece que tem pai ma.a n ão sei ,e alguem o avuou . - Ter– mina de aplJcar a Injeção e acrescenta : a pollcla Ji deva ,e ter encarregado disso. Dà o lugar à enfermeira que levemente esfrega com um pe– daço áe algodão o )oca! cndl, a agulha perfurou o braço, e vai lavar u mãos na pia 9rõ– x!ma, enquanto vai dlzendo : - Há um rapaz tamWm mas desapareceu. Par~ cbllm&r-sa Ola VO OU cow,a parecida. Sei porque Y1 a carta que ela !M delxeu. A enfermeira Interroga-o a deixa transparecer um cen.o medo em aua, pala vraa, um lnexpllcavel receio : - Que dJzla a carta ? O médico ellXUlla ao mAos : -Não ae!. não a U. Mu pos- ao tn,aglnar Derfeltam,,nte. As carta., de sulcldaa são todas Iguais. Pobres de llteratura e de 'Imaginação. Sejam de en– forcados, de afogado•. de en– venenadoa, são aempre a mes• ma cousa. Angela eetA gemendo, aua respiração torna-se maio dlflcll, ,eu rosto ,e contra!, aeus olhos ao abrem maa fléam parados, parados como &e n&da vissem ou oomo ae tlvesoem deocoberto uma pala&gem maravilhosa e ,eus ombros ,e movimentam. Onde estart aquela calma de hi pouco, aquela tranquJJl~• de que não rosoe a palidez do roeto, dava a lmpreaaão de que dormia serena.mente, dorm!n e sonhava, aonhava com que, com que i:>=derla Angela sonhar ? Seu pul.a é tomado pelo mé– dico, aua rroQte ampla desapa– rece tamWm aob a mão e'l1r– me. Depois .... mão enorme duce e toma a de Angela e esae gesto i tão tem:> que !em• bra caricias de namorados. Por~m. wa lmpreaaAo deaapa• roce Imediatamente oom a •u:, voz QO mesmo tempo em que obrlca o olhar da enfermeira a pousar sobre os dedos finos da enferma : - Veja. As unhas começar~:n a arroxear. CBem aqui tc-c\ot os meus poderes. Como poss1 !utar conb-o !aso ? Abana a cabeça volta-se para sair : - Êsaes suicidas, essu sul• clda• noe colocam em c:>da •1- tuação . Na Po~ do quarto aparece a freira e, desta vez vem acom– panhada pelo capelão, com as paramentas especial, para o ú!– tlmo sacramento. Velllo e cu,– vado, vai oom a certeza de que sõmente ele poderâ apontar um rumo olaro a aer tomado na eternidade. E ae sofrer um:,. decepção, ae aquele a quem for wcorrer o ex1ntl!ar, a.blda ll!– slrn confia num perdão aup,,– rlor. !lm ~ t. cabeceira da cama, a enfermeira enfretando mai. uma vez a chegada da lntr:;,nsl– aente, da lnfallvel, sente dentro de ai aquelo oovardla que J6 co– nhece • contra a qual procura lmpõr-se e descobre que ne– nhum dor presentes poderia aer refugio, nem o sacerdote nem a freira poderiam auxJlli-la e mais certa f1ca ainda quando a rellgloea se aoroxlma dela, ao mesmo tempo em que o padre senta na caedlra ao lado da que vai partir dentro em J)OUCO e lhe diz: - lnutll, lnulU . EMa almn ost.A perdida para aempre . Que Deus, cm sua divina bondi,de, ae oompadeça dela . O capelão não a ouve r.o• ~m. Seu olhar desceu ...,bre os olhos sem vida de Anaela e neles procura de.scobrtr aluda um pouoo de luz Suas pab – vr0,,5 saem sumidas e bA ne1..'l.i uma certa doçura ; - Responda-me : se necessitas m1nhn presença dé. um slní\l, sim ? Um sinal qualquer . Eu o compreenderei. Angela estremece e seu. de– dos se oontraem e suB mão pa- ~~:nS~:1"~~c::~~~ a~r~u~Ô dela o crucl!lxo ela o tenta opert4-lo, tenta alnda uma Vt!Z, mns o seu braço lomba Inerte, •em forças. A enfermeira procura encon– trar na Irmã Francisca umll t~!~º :i~é{;ll;~~~deé ~c•;~i na rellgloSll, ~us bro.ç~ con– tinuam cruzndoa, seus lé.b!,a nio ,e movimentam numa :-11.– plda oração, seus olhe• c:nu– nuam como antes, n!ld.3 lhe ~lg– nlflc~ aquele comprido rcd.rlo que desce de sun clnturo, - X X- Num clncmn, cm n!astado ou– bllrblo, entrou um homem o filmo Jà havia tido :nlclo Acn.;– tomou seus olho~ • cfcuridã.1.' e desceu pelo corr~t:or, o olhar Inquieto dançnndo de um p:\r;> outro lado, até que bn!ançou mecnnlcamente a catcça e !oi sentar-se ao lado de um rapu que fumava. Dois minutos rle– pols debruçava-se rob•c o ,m– bro do rapaz e dl::!n-!he : - O senhor precisa vir co- migo t. J)OlJclo.. . Olnvo fitou-o as..--ombcado. L'll– provl.sou uma surpresa : - Por que? - H6 uma carta dlrlf.lda ,o oenhor e fazem qúesU!o que a vi abrir e lér là mesmo. Levantaram-se, salrnm. entr.1- ram n'l automovel Que espera\ a na Porta. E!te rapaz seró. um c!nloo, estarà fingindo ou não se :mbe realmente do que a.:: n~– teceu? o homem i:1t<0rrogava-se e, de repente pe=u: quanLu vetes não fiz estas mesmo., ln· terrogaçõe.s a respP!to de ou:ro.s pessoas ? Nem porLs.;o se se~tlu Inconformado com & lnvar1<1:,1. !Idade de sua vida. E, n:l.,, aguentando começou : - Você conhece alguma pe– quena chamado Angela ? - Conheço, res:xmdeu O!o,c, conheço . Que teria feito ela, seria c~ • paz de se ter se quelxndo de seu gesto ao ab9ndon:I..Jn à policia ? Não, não ern posslvrJ. ~~z J';~;la;:'itu':.'"cie:~!~ Aquela calma, aquela pnz, aquela eterna reslgnl\Ç&o 'lUD• ca lhe permitiriam um ato de,;. "'3. Entio, por QUe O Viera OUS• car este homem ? - Que aconteceu ? - Nada, aboolutamente, nada. - Vocês brigaram ? - Brigamos ? Quem ? Eu e Angela? Não, palavra que não . Se ela d1sge 1!-to, o que não acredito, m,,ntlu. - Encolheu os ombros : apenas eu me afas– tei. - Por que? O auto roda veloz aõbre o calçam,,nto, faz uma curva pede pe.sga.gem a ouUo carro, a~l5a com um apito mala prolongado um Incauto menino que atra– vessa a rua . Por que ? Pela primeira vez Olavo fez es,a perll\lilta e a re pete a si mesmo. Por que? Por– que sim. c ansara-oe, e devia ter sido !Mo mesmo. Cansado ? E aurge-lhe a lembrança como uma revelação : não. Seria te– dJo realmente se não Coe&e este desejo profundo de a rever, de !alar-lhe novamente, de maio uma vez ouvir sua voz, de ouvi– la chamá-lo: Olavo, Olavo, Olavo... Em vez da voz amada, no entanto é a do homem que eatà ouvln_do agora : - Era uma m.iça bonita. Afirma, slncero : - E' sim. E o homem, sem o fitar : -E', não . Era. Agora está morta . Morta ? Desceu a noite de aúblto sobre a esperança de um dJa eterno. Agitaram-se cs m9.– res, Incendiaram-se nore,tas, eetouraram trovões &Obre cab•– ças de crlançu. O vJnJante perdeu-,e, a mulher pura .,.n. !~~odi:"J:u ~=•,e~~:: mente e dUfechou-se pelo ra– pnço. •Morta, Anseia e.tava morta. 11• t Na confu.são de penaamentcs · de Olavo a voz daqule homem tomB proporçõea rantastlcas e o apavora : - Suicidou-se. Deixou-lhe uma cana . Miia nada d1'so lmpedlrt que digam que você foi o culpado. Olavo voltou-!e para ele. Ia dizer alguma co= quando o carro estanoou diante do pr~– dlo enorme e dominador. Abnu– se a• porta do auto e o rapa7, nada mai. fez além de seculr em silencio o homem, - X X- Diante da pedra de márruoro do necrotério na ([Uai eslÁ ... tendido o oórpo sem vida de Anseia, eatà parado um ho– mem. Não ae percebe em rua fbloncmla qualquer expre!!AO de angú8tla ou :lõr. No en• tanto. suaa mio1, escondidas no bolso, não ficam quietas um ,ó momento , Seu.o dedos ac riiachucam, apertam, cerra-01 oom força. H6 poucas boraa at.rá.s, entrara num restaurante e de repente, Uvern aquele pre• séntlmento : alguma COU5& tU• cedera a sua filha , E, agora, el-lo diante daquela que Jax:ula se rebelará oontra auaa aUtu • des, ei-lo parado diante daque– la que nAa tomará a sent.r a aeu colo nem mai. be1Jar6 ,eu rosto. Numa tarde, nu vespe. ,.. de No.tal, bà muitos ano,,, ela v1era, , mab loura do que nunca, mais bela do que a!ltcs, e lhe perguntara por sua mil. Eram os mesmos cabelos, êl'am oa me,mog olhos e at~ mesmo o sinal no queixo IA estava e po..ula a mesma atração. Se ,he houvesse mentido, ae lhe houvesoe contado urna hlstlrla oomum que lhe ocorreu no mo– mento ela se teria entristecido, Se lhe houves,:e contado a v.r• dade, Angela não a compret n• =- ~o:u~.ª~t~~~r:•~,: verdade a gua rdara ,empre coa– siso como o nu.is doloroso dvs segredos. Per onde andaria, que terr!vei. caminhos estaria pi - sando, aquela que ele amara e que mais tarde C:escobrlu oo– vamente em Angela e e,qucceu, cuja lembrança volta agur mais vlolenUl, mais nltlda, pur onde andarà ? Imnglna-o., à noite. num cab de porto .;Jr– rlndo a marinheiros de tod•• as W1clonnlldader e raças e o<!elB-se por esse pens:unento. E Angela foi amada com a meJma 1ntcns.1dnde e com aquc• ln certeza de que não a per– deria Jamais . Nada lhe tra ne– t,Bdo, ,atlsfeltoa eram t,,<103 cs seus caprichos, até mesmo os ab.::urdos. Pela !ilha. e~e senLh! aquela mesmB vontade, aquela m:oma capacidade de lut..<r. Em todos os gest•,s de An~el1> ele descobrb também um grnn– de amor, um grande reconhe~i– mento. I!:.b sen~o quando surge o lnctp~do e. para seu tormen– to. é-!he rcveJndo que o amllr de SUB !Uha não era ! CU cpe– na;; e que eb, lhe dedlc:iva n~•, o <itJsfazia. MllS, pertsara, per– dera a esp&a e não tivera uma o.:Jtude p:ira retê-ln. Por Ar.– gc!~. •~ la de modo dUerer>tt , n10~trurl:l s~u pcder, suas !Or– ças, rul.o, o amor âe Angela ue– vl:\ pertence: &>mente a ;J, a l~-o tlnho dl!elto, era seu p3.l, e c:n:iva. Porém o seu e~r;:to rora a sua perdição. E .'\n– r;el:l partira também sem 1rrt adeu.;;, sem a ternura de uma lr<U:c. Também sw1 filha se W: oura e também elB o devlt\ ~g\ Por que, por que as ;,er- Interro~n-se, fnterror,-n-se, e ne.::u o corpo de Ange!3 sob o lcn~ol, nB pedra fria, é umn fCS!l()ata . LETRAS E ARTES t.:: ESCRITOR PARIIIBA.oVO José Vieira, o autor de ES– PELHO DE CASADOS e VIDA E AVENTURAS DE PEDRO MALASARTE, sem favor algum pode ser considerado um dos n:soo.s melhores escritores e ro– mancistas dt\ ,.tualldade, loto ape~.ar de sua evldentR modes– tla, Pois ele geralmente vive e trabalha em silêncio, pouco amigo da publicidade como é. Podemos informar, no entanto, que José Vieira acaba de entre– gar à Editora José Olymplo os originais do seu novo livro - UM REFORMADOR NA CI– DADE DO VICIO - romance de costumes cr.rlocaa. ' Castelo do t logica POR ENTRE ESCOMBROS E RUINAS TE CONTEMPLO, f:NVENCILHADO COM AS PLANTAS TREPADEIRAS, ERAS MEU PREDILETO AP,RIGC', O MEU REFUGIO, NAS HORAS DE TORPOR E DIAS DE CANSEIRAS. Maurice BLONDEL ,OOpyrlgh1 do Se.niço J"ranctt de l n!orm.açlo) JAZES AGORA 50', ABANDONADO E ENTREGUE I>' INCLEMENCIA DOS TEMPOS, DOS VENDAVAIS, FOSTE, OUTRORA, M EU LAR, Ll:i.lCA MORADA, A~ UALMENTE, E'S 50' RUINAS E NADA-MAIS ~ D~pols da enorme celeuma que se levant.ou em torno doa ro– m nncc.s, e, s obretudo, do teatro de Jean-Paul Sartre, pergunts– se o que fJcarà - o que reoro. ainda - dum pensamento a– parentemente utll e ap:,.rente– mente novo, e verlftca-se ~ue · essa novidade envelheceu rapida– mente e que essa l)Slcanalloe e• xistenclal, em vez de enrlqu•– ~1;:t1mutar o pensamento, o COMO TAMBEM, AO FIM DA VIDA, EU JA' ME ABIHÍ\O:: EU DESEJAVA TANTO E TANfO TE CANTAR, . •:ELESTIAL MANSÃO, CASTELO no MOSQUEIRO. A atualidade, para se man– ter, requer urna noV!dade mai. clara e mals real. De re,to ela surgiu de crltlcu mais 5\Jtls quo as que se Julgou encontrar noa audaclas e Da! analises de 0 • bra, sutllmente paralóglcu. Se– ria Interessante recolher, donde a onde, essas aprectaçõea que reduzem ainda u mais firrn~• asserçõea dum autor que se pre– valece duma loglca que nlio l•• va r,enlio ao proprlo 5Ulcldlo. En– contram-.. provas exemplar•• E i'ARA TAL, EU QU IS AZEP. BE 0 SONETO; POREM, MEU ESTRO NÃO ME Vfl O AUXILIAR . .• PROCURAREI FAZl:-LO EM SRE\'E, TE PROMETO . A. E>. / disso nas "Refle><:loru sur l'ELse et le Néant" de Pierre Ayraud, nos "T~oJgnages" (Cahlers de La Plern,-quJ-Vlre, agosto de 1946.l estudo que começa uslm: "Quando se 1e "L'Etre et Né– ant", pergunta-se se é realmen– te nccessarto refutar Sartre. Ele organizou "a priori" um •lste- Paul V aléry, visto por André Gide ~• P~~~~ ~~ae d~cw::i. somos levados a aceitar cada VP.Z mais todo o livro. e se as re– Jeltamos, o autor não delxut de objetar que não é leg!Un:o criticar sua filosofia em nome •le doutrinas que não são as 5\Jas. A· tem disso, Sartre é um pena~. dor sutil, multo 5\JUl I Arma<!o de sua pslcannti.e exlsteuc•al em breve dlssolverà o pensamên~ to do oponente, reduzindo-o a um Jogo de espelho, onde o oeu mundo triunfa para melhor •• perder. um mosoro - devo dl· llê-!~ ? - qu e ve no ea plrlto t<o ser!c a Uuslo supre.ma da cons– cle.cclo. não merece ºa priori" aer criticado. Não procuremos Por Francis JEANSON (COpyrtg:tu. do Scntço rraneh d• In.form&(lo) A opoolção dcst.ea do!, ho– mens, claramente definida pelo próprio Glde, é, nu wtanto, mu- !:,"'~te~'."f:.;;J!da~~.: de dois modo, de consciência, de dola esforço, para a sinceri– dade . "Quando lemos Valéry - di– zia Glde em 19~1 - adquiri– mos essa sabedortn de nos 6en– tlrmos um pouco mats tontos que de coatume" . Várias vezes em seu Joumal se encontra o traço desta espécie de Inibição mental que Gld,e diz sempre sentir perante Va,éry . De rea– to acha a sua conversação ex– tenuante: "Salo dela contundi– do ... como se a\3Uem me 68- queaose a cabeça . A conversa– ção de Valéry coloca-me nesta horr!vel altemallva : ou achar absurdo o que éle dJz. ou achar absurdo o que eu faço " . v~ J~f~~~ ed~ui~e ~ta~~ mente falso . Transcreve, por exemplo, com uDJn espécie de satisfação, uma dossas "bouta– des " em que Valéry trBduz sua fadlaa de momento, declaran– do, p0r exemplo, que sõ escre- ::..i;e;:'t..,:'~t!c~d:~ec~ se ele não oa escrevesse, Isto é, qtJe ele, Valéry. teria a seus próprio• olhos o mesmo valor. Ma• Olde Joga ILQU! com um "mal entendido" : u Varlétés aj,undam em esclarecimentos • em que o poeta, transformado em seu próprio Cl\!lco, assinala expre&Samente o lnalor lnteres- ~'\':~ ;,b~~~o,~eo l~g::i,~ em que, 11 procurando constran– ger-se all!da mais", fez esse exerc!clo admirável que é "La Jeune Parque". Não é a obra feita, diz Valéry, nem suas npa- · rênclaa e seus efe!tos no mundo, l1:r ~~,r."1:.,~~~r~";,;n~~ como nõe a fizemos". E, auão, "aa ob,-as, erii meu aistema, sao um r:1tio de mod.111- car por melo da reação o aer de seu autpr.,. Ora, OIde 5Ubentlma "La Jeu– ne P:irque", que lhe foi dedi– cada, a ponto do riscar d poema uma pesada pilheria, e ~~~a~esg,oq~Pt~ 3i~e 1~: ~~ntu p~~r.r,• ~~! clo.cr~ ~~ dum só verso, sem que o autor soubesre. ao prtnc!plo, aonde la nem o que queria dizer. M.u, de rat o, o e aplrlto de Olde e dema., lo.du 5\Jtll para cluslflcar deflnlth·amente uma lnteJJsencla que •Je sente, diz. .. incomparavelmente superiorº t. aun . No entanto, = dlversênclas com Valéry não r.Ao essencial,, como ele se obstina em crer, porque "p0r camlr!bO! comple– tamente diferentes, é certo, eu me encontro com ele lncesun– temente, aderindo a ~aso tudo ~~e :~ ~: ~· :ai. ra! i~~ zes urna admiração sem limi– tes" , Decerto, o eixo da a1•cstão, =~ ~1:1!:f:..~~asa ~~ prlo Inteiramente, nos aeua mais dlversos aspecto., e COD41dera pr,ecJoaa toda a vlrtualldade. Valéry conatrol-se por uma re– cusa, a recusa de, tudo o que dele não pode cor.siderar-se co– mo sendo o autor : para ele sõ conta ,eu poder de realiza• ção. Compreender p,ua Gldc é re• ceber, tomar cons!fo, acrescen– tar a ai . Para Vsiéry é re'.lona– trutr, "eonsldera-s~ capaz de". lato ~. definir-se Valéry é um lntelectuallata. N~o há realida– de aenão a que se dt na reall– zação, nem mala verdade senlio 3 q~, ae acha no valor da e!l• ~ CJ~ !U:e,ª~ ~~~:~ro~~~~Ô eaoe, nominalistas aoa que re– pugna qual~uer •ntervenção naa ~~i::· ei..°e :- r:cSYJ~':t'é. ~~t mental como exterior, está dada, E tocá-la aerá áeformé,.-la . o Ideal ,erla Umltar -se a sente a viver em sua lnllnlta prolife– ração . OIde defino 1ua atitude como a do II esJ)t"Ctador", do "testemunho" . 8ua alma não é senão o *'teatro" de certos conflltos . Valéry tende, pelo contrtrlo, a tornar-se ator, au– tor e resporutvel de tudo quanto em si se pasaa. Recll5a-oe a receber, quer obter. Vejamos como Olde capta tão ~rt:;~~~~~eu~ d=•~'!_\~ :tão "Sua maravllhora lnteUgén– cla, sem nada de lnhumano to– davia, deve-se a rigores exclua!- ~~- e~plr~se':n~~;e~b~~~~ nnr de seu rtgor, soube conser– var todo o aeu valor poetlco; soube levar à crleção patética esse mesmo rigor que ae pode Julgar hostil à arte e que raz, ao contrário, da arte de Valéry, uma maravilha t.Ão completa. Admiro a direção lnfaUvel e a triunfante conat.Anela de seu es- O PUBLICO VOLTA AO ROMANCE FR ANCES Por Raoul AUDIBERT (Copyr11bt do Se"lço Francêl de lntormaçlo) Há alguns meses a esta parte as traduções estão se vendendo m enos em França e o editor já não tem a cer– te1.a de esgotar toda a tira– gem dum nutor estrangeiro, como vinha sucedendo, por vla de regra, há um ou dois anos. Permanecem nas li– vraria, pilhas Inteiras de ll– vros, multas vezes, apesar do valor do titulo. As prevls?es prortss,onals dizem-nos que d!\qul a um ano, ou ano e melo as traduções estran– geiras passarão completa– mente da moda. Parece, com efeito, que se está chegando a um ponto de saturação por parte do público. Alguns escritores france– ses, ,,.s vezes entre os que mais ;.gradam, afastados de sua clientela por varias cau– sas começam a publlcar de novo, Maurols, por exemplo, regres.sou da América com cinco livros inéditos nas ma– las. Mas deve-se considerar tambem como as traduções se estão apreesntando atual– ment.e, porque os edltcres procuram encher o seu ca– t'1ogo sem outras reflexões. Enquanto se oferecem aos leitores os "best sellers" a– mericanos ou as obras mais caractertstlcas da literatura lnternaclonal a venda das traduções estava assegura – da. Ma:i hoje se lhes dá uma multidão de autores estran– geiros, m enos slgnl!lcntlv08, talvez estimados e com pú– blico em seus palses e não de valor lndlscu tlve!. Depois de uma ou duas experlencias o leitor compreende que o nl– vel de sua., leituras decaiu. Outra das causas que es– tá contribuindo para o afas– tamento do mercado das traduções estrangeiras, são os escritores de cstpela ou d e escA.ndalo, que se distin– guem pela sua audac!a. Con- tam, é certo, com uma cli– entela "snob" e nnclosa de toda uma llteratura fóra do comum, Mas o vasto públl– co, o verdadeiro público a que aqui no s referimos, de– pois de t.er feito o sucesso das traduções, está Já ofus– cado ou pr03trado por esses autores. Encontra neles a pornografia ou a compllca– ção Intelectual, de que fu– g1n, sem ter por vei:es o be– neficio ou a clareza no rela– to, qualldades estas que pri– mam a seus olhos sôbre to– das as outras. A' medlda que as tradu– ções anuem e• que nos vão revelando a realldade do mundo . atual, 03 leitores franceses apercebem-se de que, em toda a parte e mes– mo nas sociedades melhor constltuldas, se levantam duvidas, lnqu!etaçõPs, deba – tes sôbre o futuro, as gran– des maldições sociais, o pre– texto d~ Individuo que se Julga perdold ... O peso do mundo pa rece Impedir a aventura pessoal da felici– dade e do sucesso, ,que con- •tlnua sendo o a.ssflnto pre– ferido da maior parte dos leitores. Está se dissolvendo, o universo remanesce para dar passagem ao processo de presente e, em todas as lln– guas se encontra o deses– pero e a recusa. Desde então_ e por tudo Isso, as literaturas estran– geiras Já não oferecP.m - salvo os grandes autores que permanecem a titulo de valores seguros e reconhe– cidos - a garantia' do pra– zer, que o público francês procurava antes de tudo. Els por que está voltando, In– sensivelmente, a seus pró– prios romanclste~ Ou sim– plesmente aos clasnlcos, seus amigos de há varlos se– culos, .. !Orço. Em noaaoa dlaa, nlnguem como ele, ajudou mai. constan– temente o progrPt'SO do espiri– ta ; ntnguem podlc escrever com mai. direito : • Je sala ou Je vais, laboe-tol condutre" nem nJnguem, como ele, aerla capaz de conduzir tão longe ". Letras e Artes "INTERPRETAÇÃO DO BRA· SIL•, O NOVO LIVRO DE OILBl!:RTO PREYRE Sem a oompreensAo dos a&• pectos fundamentala de um pai, - a sua hbtót la, auu condl- QOea antropogeograflcas, seu.o fundamentos etcnlooa e cultu– rais, nunca poderão aer resolvi– doa OI problemaa que mals de perto lhe dlzem reapelto. E de certo, tala problema, mul– to tm embaraçado muitos ho– mena de governo pela de!l– cléncla do conheclmentoa hls– tórlcoa e aoclológlcos. A obra que Ollberto Freyre boje en• trega ao noaso público, INTER- ~~A~!~ d~.. i:~~tu: um brevl arlo de todos 05 bra- &~' f8.ia., ~~:::. "';:,'esb'.. ~ noea o di: ,;envolvlmento não po• demo& reaolver as quest ões par. tlculares. A referida vl.do, .o ~~:'3 a1:nd~ ~~ :: rledade da ciência o bom goato do arUata, oonsurnado na arte da prosa, nesse fundo da sen– sibilidade, que em lugar de perturbar o exame dos ratoa, constltue antes um novo ele• mento de oonheclm.ento. O ~1"{;'.· t:::i'::' d~r~~~~i:'r:: tas por Gilberto Freyre na Uni– versidade de Indiana, em lD«. a convite da Fun.l1ação Patten e lançado nos Estados Unldoa e no Í!.e><loo, onde vem tendo o melhor acolhimento, auacl• tanto as cr!Ucu mais eloglosu. Ollvlo Montenegro encarregou• :acl~ ~~~ ~~º'"'l~dti: vrarla José OlympYo ~ra na Coleção Documentos Brullelroa - fBzendo preceder de uma ln• l.lodução, em qua anallaa oom multa pertlnenola, 01 &1peclo1 caracterlaUco1 da notàvel obra de Oilhcrto Preyre , Afirma Oltvlo Montenegro : •poucos livros brullelros de leitura mala excitantes peloa D1ultoa proble– mu que agita, problemaa não sO llgadoa a uma maio luclda compreensão do nollliO paaaado, oomo a um sentido mala largo do llOISO fu~•. , e'~· r=: ~e ~tJ\~.'J~ gcnlaJ ou um pob!ce homem crJ. do nll$ l'Cdes de sua dlaletl• ';õns~';;t._ni:,ª f1Y~!ª ~; faz perigar as teses mestras da nossa. Mais ainda I o r(tllllsmo, correntamente compreendido permite melhor captar o vlolÓ secr, to d...., entoloala renome• notoclca que não , talvez, nem ent.>!011:lca, nem fenomenologl• ca". Como explicar que um exts– t.enclallsta ·•aartrlano", expr,11. _ to em toda, uma literatura mor. bido, tenha podido nascer e de– senvolver-se no pais de Deacar– tca, embora, at6 certo J)Onto, ele no~ tenha vindo do estrangcl- ~n~~ tm~=~te~~~= e ldeallata., que, durante multo ~mflf~~~tn~,:,m~J/~n~n; nos prlnclploa do XX, o esteri– lizam e separam do real e da vida? Não teremos que reconhecer que essa !rasoroaa exploaão e xl1ten– clall1 tem, aobretudo 1 . ront.ea afetivaa e brotou do cauu:I~ horr!vel da guerra mundial ? A flloaofia deve, é certo, aua• citar a queatão do sentido da vi– da humana e o esforço da re– flexão não se pode ,eparar Im– punemente do proprlo destino do homem. Porque a flloaofln nlio 6 aamente um arranjo de Idéias; 6 urna tomada de poalção em face do Abooluto o todoa nóa, a cada momento, noa sentimos R– traldoa, de modo lrreveralvel, pe– loa valores lnflnltoe. Mu 6 mia– ter que o abuso du abatraç6•A dlsaecantca não noa lancem pa– ra a objetividade pastosa do du– ro exlatente, o mesmo ~ue o alt– tematlamo à "outrance ', de He– sel acabou por levar Klerkega– ard para a crlopação dum " !1- delomo" de deseapero. Não se 1,1 flloaofla, quer dizer, lntellglbll\· dnde, nem com o partl<>ular pe– netrado e colado como vlaco cm nóa mesmoa, nem com generall• dades e euanguea, A pesqulaa flloaoflca pode, com efeito, co- ~Wncr.'.lk uma Q~~o08 ~t'°~; proponho descrever, aob a prea– são de seu lmpulao Interno, os progresso, encadeadoa da açln, não é nunca como se a analloe ae baaluae a al me,mo, e ,. des– crição pode ser gratuita. Há ca– truturaa de conjunto, normas PESADELO DE M ENINO LEMBRANDO ~ IAMA .li Romeu MARIZ (Da Academia Paraense de Letraa) Bllênclol N!nguem me conteré. es'8 emoçào., , Mamãe!? Meu filho 1. . . Ela corria, Abrlnd? o coração, Atenta ao meu ch?mado. Eu dormia . . E era em w nho, r11esmo dormindo, Que eu PFocurava e seu amparo, Fugindo Ao terror do ver.a.dele- . .• Mamãe!? (Eu repetia a 1mploração) E sorrindo, De infinito c.arlnho, E de Infinita melg1,lce, Solicita ao m : u e.1,elo, Se abeirava o.o n:ett leito E em voo su1we. cem aquele ge_lto • 2:',.Qllllfflft d 'El,i,: R~~eu, que t<'llce, _:zitá ,o~uo, meu filho? .. . ,.. Era·:,/~tg!ió'. mamãe .. . Pari\ - Bel~m 5Ul)erlndlv1du,i., tcd'll ~ Gl'll,– nlcos e alntese! lntellgl-, que são em breve verdade! NCldado- ~"f:cf! ~~ ~.: ~ 1>8516 como uma massa homod– nea, nem qqe a consclencla ee a., comprime como uma pie que ,e fende ou fratura, - sobretudo, que eles se defrall. tem para perpetuar dotoron– mente 5\Ja ruptura ou para • projetar para alem de ai m... mo.. descobrindo, no lmprevlato desse salto, a p:roprta eaaen,...:a da Uberdade, ausente de todo o valor. Se a fenomenologia contl• nua desenrolando dlatettcu con. =~;,!,t>~~ .. ~~e~ vam o divorcio entre o albgutar e o universal AplJcam ao J)Onto de partida determinado •nau• lo de perspectiva escolhido ariJl– tranamente e que qulzeram :e. var a toda a custa a todos OI va– lore, da exlstencla. E' a pior d.. abstraoões; querer rcdu• t:1r ao ldenllco - nrbltrar111- mente concebido - a ve.rle,ta. de dO! sentimentos e das nec'!S– sld,de• humana!, que só podem ser Integrada. numa hierarquia de prlnclplos e de valort!. se o .w-trismo não é verdade u– nlo para o sr. Sartre, t.mbe:11, não é verdade nem mesmo ~ ra •le, p0rquo a verdade e o IIDl– versal ae confundem. E uma vez falseada a ,U. ca Inicial, a vista continua pc. turtada. Que são essas noçtfol de " factlqldade", de "mtenslU– daC:e ", de "escolha exi.tencb 1.. e mesmo de equivoco "trans....e– denre "? O simples enunciado dum !nl/l "puro" é lnlntellgl« :· porque o rato maio elem cnl.na ~ sempre em certo grau, um ela• borado, de aorte que a penetra• ção do obJeto pelo sujeito com•• çou multo antes que ,e Lenh, t>O<lldo declarar a aua lrnl)OSII• b!Udade. E assim, que se l>Õ1~. ouvir de claro,,do que em v6• !a– le, .-pós o prngmallsmo, a ar!:• flclalldade do mundo? Esta 110- cão volta-se contra os que a loriom para lhes provar que, ee o mundo é relativo para a sua ~:,~~d~~~\':~to~ialo~~~~ danldade ", •lea a dominam pe• lo ab.aluto do espirita. Quanto à nOQAo da "escolha pura", lde,t• tlflrada com o cego Impulso e– ><latenclal, não l)Ode allrnlllccu– aenão uma obscura tendfncla, de rnlz blologlca e de fronda U• tWh.rlata e hedonlota; ae nr nbuma clencla coerente Po<le ,., constltulda a proposlto da t• xi.trncln, nem nenhuma Inte– rioridade - exigente e aan,.lo– nant&-pode ao reconhecer 6 li– berdade, não hi somente (!) - nem aietaflolca nem moral, mas nem mesmo mata razio po~– dvel e, desta vez, o "vlaco" :;>l'• re > risco Iminente de ae co~• verter em crustaceoal Que dl– enr:m dessa tranacendencla C'\• rlcaturnl, que se noa ofen,ce P"" ~x1af:~faa:mª re~~ 1 :0m~ ma, seu primado eobre o na t 1, aou domlnlo mult.> precarlo ..,. l>re o mundo, e aeu "proJet~" llo anomia no aelo .!uma nu.o– rla liberdade? Nlo 6 qu..Uo. ~~á~":~t!.~do ~='J: manente • requerente e, no fun. do, nio 6 loglco que - liw'• ~1• ~':,e f~-:,r~l~ ~-11~ dtcnlr ta111bem a tranacendrn• ola ao nlvel do lrnelt ... Do exlatenclallamo, no meuw, 111ntldo da palavra, deve-ae ~ ter a neceuldade dumr. fll0t0• fia mlUtant.c e praticante, poli que na questllo: "Que é o aert", ou encontro-me compn.cndldo rb~,t~,f;~!~ 1 ~J:tf~:.~:~ ~ tomar partido a favor ou contra a minha proprla exlatencla. NAo foi todo noaao esforço flloao!l– cp moatrar que a açlo e a ldt!a da açlo não eram a mtlplla colaa • que era mi.ter dar • tado civil na ntoaona ao que pa. recla até aqui lmposatvel d, S– den,!flcar na extrema dlverll,, dade da lnaceaslvel conttnsm• ela das exlatenclas concreíu t Mas que reter dease alatencla• =~n~1!ft~; 1 :~~v~/!~ ~ mem "aubterraneoa" ainda 11· norados mala de e1otamo e de perverção de que de 1enero11- dado. cre-ae ter enriquecido a clencla do homem pela cont"I• bulção desse "totallamo" clnlco? NA,•. J)Orque a verdade 6 aem– pre do espirita; d!Jue-ae, ao co11- trar10, na complaacencla dMC",– tlva e na lmarmaçlo malaA que enfebrece o agitado animal 11. • IIAa, eu conheci multo cedo a– se exlatenclallomo negro para quo não me aaalata agora o dl• relto de dar a minha oplnJlo ,.,_ bre ele: desde 1880, com etal~. o dlletantbmo em voga ton1e– va o enaaiamo perverso, e o PM- 1~~mao ~~'f:i':"~ ~:."'it.º; da mudou. Não 6 o problema tb cxlstencla que se quer rcS<>l•rer: ~e~~~ =1'fu pe.,"'!l;,~J'/:; problen,a. Els porque se c~rt~ a ºprJorl" toda a relação entre o objeto e o sujeito, entre o 111- Jeltv e nóa mesmos, entre o ,ru. Jeito e os outros suJelloa. Mu quem pode crêr alndn que o !lc– mem vtve para .. naURa ·· de!9CO• roçoadora e que morre. se ousa– moJ dizê-lo, para verificar o a- ~~rº~ifr::~ntep~e~J~º:1!:: z4o e nlio o que a sobrepaaga • con,ctrlf'!? Decerto porque ela Joga com o "lrrazoável ", enquanto deve dar provo. de oubmluão anom d qu• a sobrep . E Jli. é temPo de que o caplr!to e a lnt.cllgen- ~.{~n~!~nf~s~~:~,mna ~~ terlnrldade, em vez de se d•1· xor engordar por um, Imagina- ção dema,lado visceral ~ LE'l:B.., E ARTES . PROXIMA6 EDICOIIB •. .. -·~ . JORNA'L ~ - 9.• ~rle d!,:,; gr da cr!tlcr,ttte.ràtla. IJM. OS DIREITOS DO HOMJIK. por Jacques Marltaln, 2.• edl• ção. Traduçã? de Afrànl Ooll• Unho. POR QUE?, poema$ da esorltora gaucha Llla Rlpoll, MEMORIAS DE OOBTHB, - 2 volumes, tradtmdol relP801d· vamente por Lllclo Card- • Osório Borla, com lntroduçlo de Brito Broca. Volume a– Ieção Memórtu-~• flasões . AS LIOAÇOBS PIU\I• OOSAS, romance dl Oboclmoa de Lacloa . 'l'radll9IO de 016- rlo Bo1·ba. lnt?ocltiGlo dl WII• aon LoUZada. Ool~~ ~PclQI Oruzactos. AURORA~ romance de ~- Nonll,,
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