A Provincia do Pará de 13 de agosto de 1947

A PROVINCIA DO PARA' Quarta-feira, 13 de agosto de 1947 -' ÇONFEll,ENClA PA Hll.1>14 AMAZONICA - Vemos na gravura "-LÍnl.a, c!ois fl:,.;;rantes su:;~~tl~·c3 <Ia i;i:;t::..h~ã~ sdenc da Conferência Interna cional d!\ Hilãh Amazonica, oa'ltem realizada na Assembléia ParaensP., num dos quais apà.rece a mesa diretora dos trabalhos, vendo-se no outro um aspecto parcial da assistência. Ao centro, o dr. Fred Soper, delegado da l)ntão Pan-Americana, e presidente dos trabalhos do importante conclave internacional. (Fotos de C. Pinto, para A PROVINCIA DO PARA') • ~ e i~ sta aão ri eira reu ·- Voltou á posse do Estado oedificio do bairro do Souza ' ' O A Escola Profissional será reinstalada em sua antiga sede - A • cerimonia de ontem, no Palácio do Govêrno • s • ca ossa amos'' aria ~ ortante conclave a UN Eleito presidente o sr. Fred Soper, da União Pan-Americana Organização das atividades - A questão da emigração - Os trabalhos de ontem Pela manhã de ontem, reali– z~u-se no gabinete de despachos do governador do Estado, major Moura Carvalho, a cerimônia da entrega do edif1cio da antiga séde do Instituto Lauro SOdré, no bairro do Sousa e que, durante a última guerra mundial, estev.J ccupado pela Base Aérea de BeM lém, em virtude de requisição fel. ta pelo Ministério da Aeronáu– tica. tregava as chaves do prédio ao major Moura Carvalho. VOLTARA que aguardam o amparo do go– vêrno para criar-lhes uma situa– ção melhor, através de um esta– belecimento de ensino que lhes norteie as vocaçõ2s nas .artes, nos ofícios e letras, as tornem fatore:; económic:s da nação, ganhando o sustento paríl si e para os seus pelo trabalho honesto e produtivo, Eent.ia que o E3tado, na posse desse grandioso edifício, poderia concretizar essa grande aspiraçã'J O discurso pronunciado pelo major Moura Carvalho, na Assembléia Paraense 1-Ta séde da Assembléia Paraen– se, teve lugar, ontem, pela manhã, a instalação solene da Couferên– cia Internacional para a criação do Instituto da Hileia Amazônica, entidade destinada a proceder a pesquisas e estudos científicos do$ problemas amazônicos. A importante reunião que con– tou com a presença das ultas au– toridades federais, estaduais e mu– nicipais, representantes consularet e da imprensa, além de inúmeras figuras de projeção nos nossos meios intelectuais, teve início, ~ntualmente, às 10,20 horas, sen– ao os trabalhos presididos pelo governador Moura Carvalho. INíCIO DOS TRABALHOS Instalada a mêrn orientadora dos trabalhos, que !icou consti– 'tuida pelo governador do Estado· ·sr. Paulo Carneiro. delegado dÓ l3rasll junto à UNESCO; sr. Tei– ,xelra Gueiros, vice-governador; e Maurício Pinto, do Tribunal de ·Justiça. do Estado, além do gene– ,z:al Dlmas de Menêzes, do almi– _r.an~e Braz Velôso e do brigadeiro dos Unidos; Júlio C'. Montilla, da Venezuela; Hamílton Gordon, d!:. Inglaterra; Giorglc Braccialarti da Itália; Eduarfü, Bugalho, de Portugal; Rafael Granier, da Ba• Ifvia; Louis Moynier, da França; Paul le Colnte, representante ho– norário da França; almirante Pra– do Carvalho; monsenhor Alberto Ramos, Augusto Melra Filho, de– putado Porfírio Neto, sr. Chaves Neto, sr. Machado Coêlho, Aluízio Chaves, Gabriel Hermes Filho, Ar– mando Corrêa, Orlando Viâna, Ví– tor Menêzes, Paulo Eleutério, An– tônio Nascimento Pinheiro, Antô– nio Vidigal, Paulo Eleutério Filho, Augusto Pinho, Cláudio Danim Marques, além de r.utros. A SESSAO DA TARDE Ainda no salão de conferências da Assembléia Paraense, real!zou– se à tarde, a primeira sessão ple– nária do importante conclave, pre– sidida pelo sr: Fred Soper, dele– gado da União Pnn Americana, secretariada pelo ~r. John Corner, representante da UNESCO e ten– do o sr. Paz Soldan, delegado pe- o delegado da Venezuela, sr. f;:,bias Lasser, afirma simpatizar ;cm o problema a ser tratado,· o mesmo não fazendo o represen– tante do Equado·r, que taxa a 1uestão de verdadeira invasão de .)oderes do Brasil e das outras naçõts interessadas na Conferên– õia. l!:sses direitos, de escolher e determinar quais os estrangeiros que deverão ter guarida em seu território, são prer,:ogativa inalie– nável de todos os países soberanos. A UNESCO não póde tratar senão do aue se refere à Educação, Ciênéia, e Cultura, e portanto, diz o sr. Bustamante, não podemos tratar da emigração. "Façamos estudos, sugestões, indicando ca– minhos, pois nada mais somos que um organismo de estudos". o secretário do conclave, sr. AGRADECEU A COOPERAÇAO O brigaa:eiro do Ar Américo Leal, comandante da Primeira Zona Aérea, fez a entrega das chaves do ed1flclo ao governador Moura Carvalho, tendo, por essa c:casião, agradecido a cooperaçãQ que o Estado do Pará prestou .à causa a que estavam empenhados' os povos livres. A requisição do soberbo edifício do bairro do Sou– sa foi para preparar a def~a da integridade da território nacional e a segurança do continente ame– ricano. cessado o conflito, volta o edif!cio à posse do Estado. Era, portanto, com muita satisfação que naquele momenk> e em pre_ seni;,a de altas autoridades, en_ Sete mortos..• John Corner, acha que a questão está dentro das atribuições do Amazon Institute. Os demais de– legados, parecem chegar a um acôrdo, concordando com o pare– cer do delegado americano. Ponderando então que todos (Continuação da 1. 0 pag.) esta capital, guardados pôr uma os escolta da FAB. A SUA FINALIDADll: Recebendo, em nome do govêr– no do Estado, as chaves do edifi. cio da antiga séde do Institut:) Lauro SOdJ'é, o chefe do Executi– vo paraen$e, major Moura Ce.r~ valho, agradeceu. as palavras do brlgadeiro Américo · Leal, no que se refere à contribuição do Pará ao esfcrço de guerra durante os dias tetricos que atravessou a hu– manidade, até o dia em que o wl da liberdade se projetou no hori– zonte das Nações Unidas, conju– rando o mal que ameaçava o mundo. A Amazônia contribuiu decidi-• damente com c::mt!ngente huma– no e matéria prima essencial, o esforço de guerra, cutnprind0 com as obrigações que lhe com. petiam em face dos acôrdos as– sumidos pelo govêrno brasileiro. Legiões imensas de soldados da borracha percorreram o g~ande vale em todos 08 sentidos, produ– zindo a quantidade suficiente ·para cobrir os oompromi.ssos as– sumidos. Dessa compreensão pa , triotica., surgiu, como eri. de es– perar, a vitória que cobriu de glórias as armas aliadas. O que foi essa hora decisiva para os destinos da hum.anidadi? revivia-se na.auele instante, quan. do povo paraen~e. RESSURGIRA A ESCOLA PROFISSIONAL O Instituto Lauro Sodré, que é a escola profissional mais anti– ga do Brasil, estava passando po, um período que se não era de ctecadencla por que o govêrno o assistia moral e materialmentJ, pelo menos de deficiência em sua" altruísticas finalidades, vai res_ surgir em seu antigo edifício sede, estando para isso o atual gcvêrno ,animado dos rnelta<Jres propó_ sitos. Brevemente, centenas de meni– nos pobres que viviam na promis-• cuidade perigosa das ruas, rece - barão ali . a educação necessária a se tornar em artifices conscien– tes das indústrias, contribuimio para a grandeza e prosperidade da nação. AUTORIDADES Inaugurando a Conterencl,. Inter– nacional da Hlléia Amazônica, no 8&lllo nobre do Te&tro da Paz, o go– vernador do Estado, major Moura Carvalho, pronunciou o ses:ulnte dis– curso: "Exmas autorldadea. Senhores delegados. No memento em que declaro inau– gurados os trabalhos do Instituto !nternaclonal da Hllêla Amazônica quero manifestar os meus mais vi– voo agradecimentos pela honra in– signe que me foi conrerlda de nre– sidlr a eata slgn!flcat!va solenidade. Quero, tambem, neet?.. oportunida– de, louvar a idéia magnifica que posslb!l!tou a reunillo de tl\o emi– nentes homens de clencla nest~ ci– dade, sentinela postada à entrada deste vale Imenso, debruçada sôbre " grandeza do futuro desta região que concentra a maior rede hidro– gráfica do mundo e contem em seu selo dadivoso e fecundo as ma!ores riquezas da terra. O ambiente tranquilo e tradicional do nosso Museu Goeldl convida à me– ditação e ao estudo. Aqui, com a bôa vontade de varias e;erações de sábios e com os recursos que non tem. eMo poss!vel d!spender. vimos mantendo uma sintese de nossa flo– ra e de nossa fa.cma, e guardando ~varamente as tradições da terra pri– mitiva, através da marcha !nexora– vel dos tempos. PRESENTES . A Amazônia tem sido mlst<irlo e Ao ato de estreg11, do ediflcio cb I lenda. Mlstêr!o posque suas flores- Lenda, porque as traá!çbes da gen– te primitiva que primeiro habitou esta terra. c,1egam até nós, trazida.a através dos seculos pelos mulraqu1- tans e uirapurús. A Amazônia. entretanto, prepara– s~ desde algum tempo para c:leixe.r de ser mistério e lenda. para ser realidade obJetlva, ser ciencia, utl- 1'._zando o potencia! generoso de 1uaa riquezas. Deste vale prodi,:loso saiu a he• vea hrasiliensis; aqui viveu, primei– ro no :aras!!, o café; daqui saln o cacau para as plantações da Bahia. Em nossa terra dão-se magnifica– mente o algodão, a juta e um sem r.umero de outms plantas textels; e 11:ado é afeiçoado ao clima; po.sul– mos as ma1:-:i belas e prodigiosas ma.– <' eiras do mu;Clc1o; oa cereais. sõ por M, podem constttuir motivo para que te confirme a predição de Humboldt; oleos vegetais dos mais preciosos po– dem ser extra.idos de nossas semen– tes silvestres. O selo da terra con– tem o ouro, o carvão de pedra, ga dlamanu,,; ldS-cram o fundo dos nos. sos rios, e variedades minera.is a.ql.LI se acham a espera do trabalho hU• mano modernizado e abundante. Aberto a navegação lnternac:onaJ desde 18ô6, o rlo Amazonas pode ser frequentido por navios de grana@ calado em tocta a sua extensão bra– sileira e contem portos acessivel& • focels como Belém, $antarém, Parin– tlns, Itacoatlara e Manaus, no Bra– sll, ~ Iqultos e Loreto, na. vizinha R<;J?_;-1bllca do Perú.

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