A Provincia do Pará de 12 de agosto de 1947

r- Terça-feira, ~ de agosto de 1947 ~ssará por Belém, hoje, o Hoje será ele· a secretario-geral das ~ações Unidas da Ordem dir toria ~;~ N A ogados LISA" Transitaram por nossa capital, domingo à noite, várias delegações à Conferência de Chanceleres - Samy1ção ao ·povo brasileiro Possibilidade de re-eleição da atual dirigente mesa Com cie!ltino ao Rio de Janeiro, l povo brasileiro, por intermédio d;., onde vão participE,\l" da. Conferên- A PROVINCIA DO PARA: eia dos Chanceleres do Quitandi- ' Ao chegar a primeira estação nha, transitaram domingo, à noi- brasileira de Belérr. do .Pare., te, por nessa capital, os delega- apresento em nome da Ve1,czuela, dos do México, Venezuela, Hon- uma respeitosa :saudaçãó. ao ·go– duras e República. Dominicana e vêrno e ao povo do Brasil, sem– o observaãor de Nicaragua, ao pre laborioso e nobre. - CARLOS importante conclave inter-ame- MOR-ALES" . ricano. A DELEOAÇAO No aeroporto de Val-de-Cans, lJOMINlCANA os ilustres viajantes permanece- No mesmo aparelho .viajaram ram curt:> espaço de tempo, du- os ctr!egados que representarão a rante o qual se entretiveram em Rer:-ública Dcininica no importân_ palestn, com os reptesentantes de te cotiC'.lave do Rio, e que ficaram A PROVINCIA DO PARA, as úni- ho~r,edados 'lo "Grande H:.>tel" cas pessôas a. ~umprimentarem pH·ss€gulndo v/agem somente _pe10 Quatro dessas cmco representa- avião de ontem à noite. ções, e por intermédio de quem Está assim .constituída a dele- dirigiram breves saudações ao gc'ção domin,cana : povo brasileiro. sr. Arturo Despradel, ministro o PRIMEIRO ':Bb· Relaçõe.; Exteriores; Robertc A ATERRISSAR Despadel, m:nistro plenipoten- Os delegados desas clnc:, na- ciário junto _à Santa Sé; JJaquim ções amigas viajaram nos dois Bela~uer, ministro em. Hon:ll.'.ras; aviões internacionais horárics da .>orf:::o Her-.e.a, ministro na Pan Amertcan, aterriS;;ando · o Arg•,!ltina; Julio M. C~tero, m~– primeiro nó aeroporto, às 20,30 :n31lO no Chil·i, e Em1li:> Rodn– horas conduzindo os delegados da guez Demorr!zl, ministro I!ª Co– Venezuela, da República. Domlni- iomoia. cana e parte dos representantes DELEGMJOS hondurenhos. liONDUHENHOS A espera dos representantes ve_ Am1a n::> mesmo aparelho, tran- nezuelanos, encontravam-se no sitarnm ,,~ H::. Angel C. Hernan– aercporto o sr. Paulo Eleutério ciez, ministro da Educação de Filho, representando o gov!rna- Hondurc1s, ~ M:\rio Batres, minls– dor Moura .Carvalho; o comte. Lro p 1 enipctenc1ârio de seu pais Braz Dias de Aguiar, chefe da. em i"icaragua delt:gados hcndi.– Comissão Brasileira Demarcadora 1enl10..- :l(J ct,uc:1ave inter-ameri– de Limites; sr; Julio C. Montilla, ca1.o tio Rlú, que, como ·os seu,;; i-epre.sentante consular da Vene- cul:>ga!! ccn~Uicanos receberam 2uela no Pará, sr. Max de La un:, a,nente o~ cumprimentos dos Fuc,nte, cônsul do Perú em nosso repr• .sentan'..t:s de A l?ROVINCIA Estae;o; major Hamilton Gordou, r:.o PARA, i ;t1.do continua.d::> via– cõns;,il in$lês no Estado: diversos gem para o F.10, no mesmo apa– munhors da comissão de limites rtc,h.: às ..l.! rn horas. da Venezuela e pessôas gradas, 'fAMBltM alé3 e.os representantes de A PRO- A REPRESENTAÇAO VJNCIA DO P_ARA, que cumpri. DO :M'.ll:XICO mcntar9:m os 'destacados viajan- As 2.l,30 horas, chegava o se- t:es, apos e:starem todos desiam- gundo aparelho internacional da ban.~ados no serviço de imigra- Pan American conduzindo em ção e da saúde 9-os portos. 1:a1:fito para o Rio os delegados A REPRESENTAÇAO mex.ranos, o chefe da delegação VENEZUELANA hon,;i.renha, o observador de Ni- C: tfiada pelÔ sr. Carlos Mora- ,_.arngua e o se~ret~rio geral ~d· • les, ministro das Relações Exte- J1;1~"9 da Orçaruza~ao das Naçoes riores de sua pátria, que se faz l n;oa~, todo., ~estinactos à Con– acompanhar de sua espôsa sra. fe':cnc1a dcs c.-ianceleres. Rosa Morales, de sua filha,' srta. "ãc os s_eguintes os represen- Beatn2 Morales, e de i;ua cunha- c.antt.s mexicanos: d·i sia Cristina Paul vem assim Sr. Jaime T(!rres Podet, secre– c~Í.1st1tuida a representação da tálio úas Relações Exter!Cl_res e Vemzuela: preridente da Jelegarão; Roberro , . Cordoval, delegado; - , Poro.;,tt• ~...artms Perez G1;1_nvara, ex~ za, delegado; oonató Miranda, me,noro da Assembleia Naciona sen:cidor· José L Bennudez d~– Con~~ituinte, e at?al mag~tradc, pt:toc,c.; • Francis~ ui·sua e 'san– da .;orte Suprema, Desidéno Go- c.hez Gavito, i::.ssessorc.s; José A1- n1eu Mora, Domingos . -~~r~o varez. e Albert4 Sales, secretários, Rang~l, membros da As~._,m;,lé1a e O jornalista Octávio Novarro Comhtuin_te; Eduardo Plaza, con~ . · sultor jurídico do Ministério do bAUDAÇAO AO POVO Exterior· Marco A Falc::ne Es. DO BRASIL pirltll Vivas, Santiago Perez e Fo1 in1~rméd1o de A PROVIN- Lu•z Paez assessores. CIA DO PARA e de "A Vanguer- .'\companhados de suas espôsas da", o chanceler mexicano .dirigiu e f.tiJ-·as, viajam os srs. Santiagu a_ s'.'guinte ~au:dação ac, povo bra- Perez e Aurellano Otane:1. s1lfl:-O, eecr1ta em caste~hano, de SAUDAÇAO AO BRASIL P'- ~prio punho . Ai:,'l.s breve troca de cumpri- ._.,Ao chegar .;l. nobre terra. bra– mentes, mantiveram-se em reser- Sli-ita que com .tanto entusiasmo •···da conferência O chance'er ve. e com tanto aceito tem contribu1- ;1~zuelano, 0 comte. Braz Dias d.- ~o !'.t;ra o _de-~:f,1volvir~e~to de u~a Aguiar e dois r.ltos funcicnário;; ~o~v1;7:i:ic1:i Justa. e d1gna de nos– da camisão de limites da v•mezue- ~-! .lc1,usfer~o, a uele~ação do Mé– la numa das dependênr.ias da x1.:.o, por· mim µresta.da , aprove1- es'tas ~o de. passageiros da Fan ~ 7 g./ 1 ~';-e; ~v~~ iº ~:~?º ,, f Fsi'::.ndo à. repo1tagem, de~laroi: o :ir. Sacasa: -- Num tratado de aJian~a con– tinental não deve estar ausente nt>n:t:üm país, senão a !a:ti!ia nfw estara éompletà. Minha pátria aspira incorporar-se à Conferên– ••ia para dar sua pequena contri– buição sincera e . eloquf>ete à es_ t•ut•2ação do tratado que have– rá de lírmar-se para gHl!làeza da. paz r;ue deve rei.1<tr ent~e toda·,; as ra~ões irmãs. Meu ~afs julga– se C(,m direit-0 :-· partlc:Ipar cle.,s~ c,,nt.iave, por isso pl;:-Heará su~ inclusão entre as nitções do con– tinente, em igualda~,és oc conc;,i– cõ~:;. r,111er ce mar.t;;. i.üa o atual gc'Vêru._,, que.r sob a. dneçâo dt. que ,:aná do.:; 1!,11ns. o embaixacc•r S:1ca.s:1. viaj~ accm;,anhad; do seu 5!;r;·~tário, 5r. ,. r&~ Sanson tend:> airlg1c;.::i li_ geirn s.1;1c'ic/ío ao p.:,vo brasileiro, ror mtermécl10 cie I\ Pt'i.,:.iYINCIA uO I• l•RI\ :) C'J'i.F.P F. !"IA D~:I.EGAÇAC· HONDl.hl!.NHA rramltaram ainda no roes.mo aparE'l!l'.' o .,r. J•.1lian R. CacéreE chefe da delegação hondurenah à Conferência do Quitandinh'l, e cmi.,;i:i-:adc:r dr: sua ;,at.ria . em Wasllin 6 ton. que dirigrn rápid!l ,audac:;ã,.· a.; Brasil, por intermé– dio de A PROVINCIA DO PARA; o sr. Benjamin Cohen, 3ecretário geral adjunto da O. N. U.,_ q~e tamuém se destlna à Conferencia dos Chanceleres, da qual partici– pará. com o Eecretário ~eral dessa entidade, sr. Trygvie L1e, a tran– ~itar hoje por Belém; e os corres– pondentes da N. B. C. e da c. B. s., srs Roberto I. Unanue e Ar– mando Zegr!, respectivamente. além llJ sr Alfonso Rosenvieg, do Depart;;,mento d~ ..Assuntos do Consr:ll:.o de Segurança da ONU. Realiza-se, hoje, à.s dez horas, na sala do Forum onde funcio– na a Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Pará, · a eleição dos corpos d!i'igentes dessa entida– de de classe, para o bienio 1947- 1949. Há algum interesse em torno desse pleito, em virtude de uma declaração feita à imprensa, por um conselheiro, de que há nume– rosos advogais que não pretendem re-eleger o dr. Aldebaro Klautau um mau prenur,cio para os tra– balhos que a Ordem pretende rea– lizar durante o mandato de sua diretoria, aqueles vogais pensam demover os discordantes, afim de ser conseguida uma re-eleição por unanimidade. Para isso os entendimentos vêm se realizando ·com certo exito. A PROVINCIA para a presidencia, o que estava • praticamente assentado. . re t r o s p ee t I V a Como é sabido, o deputado, · · Klautau, eleita para aquele cargo 12 de agosto de 1912, "Ulti- há dois anos, deu invulgar L.'11• . . mo Trabalho ", é uma car- pulso às atividades da Ordem, e- . ta de Quintino Bocai~va levando-a sensivelmente a um . ao pensador argentmo bom conceito em nosso meio. I sso Barrcetavená, agradecendo tres deu origem à idéia da recondução volumes de uma obra do seu gran– de todos os membros da diretoria, de confrade platino, e que abrt do que, todavia discordaram al- a edição. Ainda nessa pagina en– guns conselheiro'>, invocando di- contram-se a1-tigos redacionais, to- versas razões. ' 1 d f t 1 A ATUAL DIRETORIA picos e comentar os e a os o- cais. Grande numero de vogais talvez --Datas historicas. Em 1834, a maioria, pretende a re-eleição neste dia, a camara dos Deputa– da atual diretoria, que é a se~ dos Federais discute as reformas guinte: president~. Albebaro Klau- constitucionais; constantes de "A– tau; vice-presidente, Cassio Vas- bolição do Conselho do Estado; concelos; primeiro· secretario, Sal- redução do numero dos membros vador Borborema; segundo secre- da Regencia a um sõ, e. substitui– tario, Stélio Mareja; e tesoureiro, ção dos Conselhos. Gerais por A'f"- , Virgilio Melo. eembléia Legislativas Estaduais. POSSIVEL A Essa lei tomou O nome de "Acto UNANIMID~DE . Adicional à Constituiçao do Im- Apesar da p0s1,1vel dlssidencia . 1 perio" e foi Jorro promulgada pe– na ~otação da diretoria_ a ser es- la camara. Ist~ resultou de um colh1~a hoje pela manha. há coI_?--1 grande esforço do Partido Libe– selhe1ros .interessados na vo~açao ral. Em 1860 trava-se a batalha unanimE'.! par~ a permanenc1a 51a de Perebebuy, na guerra do Para– atual diretona. E para. iss9 tem guai, ação essa comandada pelo desenvolvidos esforços no se!o dos conde D'Eu. Em 1895 é encontra- 21 conselheiros votantes, afim <;J.e do em estado de mumificação o angariar simpatia para a chapa Já cadaver do almirante Saldanha existe_. . da Gama, morto a 24 de junho, Considerando essa dISsidencia na bat::ilha de campo Osorio, _à ----------------------------- margem do rio Guarahy, no Rio Grande do Sul. Os despojos do bravo e inolvidavel oficial bra– sileiro foram transportados para o Rio de Janeiro em 1908, a bor– do do cruzador "Barroso". Elt!e-se amanhã a Mesa dirisente da Assembleia Legislâtiva Hoje os pessedistas aprontarão a chapa Chegará do Mosqueiro o líder Sílvio Meira As 16 horas de amanhã, na sala de sessões da Assemblda Estadual, realizar-se-á a eleição dos mem– bros que comporão a Mesa para L· período legislativo a ser iniciar no próximo dia 18. ./--través de nota ofi,h.I :i vul gada pelo "Diário Oficial", o dr. 1'eixeira Gueiros, vice-gotverna– dor do Estado, e com função de pn;sidente da Câmara, está con– voci,ndo os deputados para essa l'eunião preparatoria, cujo prin– cipal objetivo é a esc::>lha dos ccmponentes da Mesa dirigente dos trabalhos. O PRESIDENTE NPR,a eleição, somente serão apontados os quatro Yice-presi • dente e os quatro secretários. Não i,e cr.gitará da presidência, uma vez qm, a própria constituiçé.o determina seja esse cargo ocupa– do pelo vice-governador do Esta– do. Essa autori(_iade já foi esco- 1~6s ouvido, que ainda não se co~ gitcu da formação da chapa, Haverá, entretanto, para isso, tt'lla reunião a qual terá lugar áinda hoje: e· quando serão co– nhecidos eis nomes dos deputados que ·farão parte da Mesa parla– mentar paraense. CHEGARA HOJE Hoje pela manhã, deverá re– gressár do Mosqueiro, onde se enccntrava hã muitos dias, o dr. Silvio Meira, lider do P. S . D. na Câ1:1ara. Com a chegada desse deputado, o Partido situacionista tratará de i:re1;.irar os c.omponen1..ec í!a Me~a. o~ q.:a.!s s.erão submctid,)s à dfli– beraçã.o do llder. MADEIRAS VENDE-SE BARATO --Cambio sobre Londres, lQ 5-32 e · 16. A libra estava com o valor de 15$000. A 29 do corrente reassumirá seu posto o deputado H. Santiago Dentro de mais alguns dias vol– tará a funcionar a Assembléia, desta vez já como Legislativa. Os deputados eleitos a 19 de ja– neiro retornarão n seus lugares na camara, preparando-se para dotar o Estado de uma legislaç.ão con– digna com suas finalidades e per– feitamente adequada à evoluçao que tem sofrido a sociedade, RETORNO DO SR, SANTIAGO Dentre os deputados que se en– -contram licenciados dos trabalhos parlamentares, está o sr. Henri– que Felipe Santiago, unice repre– sentante comunista em nossa As– sembléia. Por motivos de saúde, o sr. santjag_o r~quereu licença .de (PELO TEATRO ANCHIETA) Atinge. o teatr::, brasileiro, com "Mona Lisa", esse climh es– piritual em que se sublimou a fa.se ciclica de Ibsen, desenve– lando, na visual!sação simboli– ca do cotidiano, o fio flexiyel do pensamento a. debater-se num mundo de trevas impenetraveis em b11sca de um raio de luz que aclai:e as almas e desvende, al– guma cousa ao ·menos, do que possa vir. A obcessãó da luz perseguia Leonardo da Vinci, e, fllgftico da realidade, o sr. Renato Via– na anima o gen!o inquieto do Renasc!merito à sua feição e se– melhança, creando-o vivo, den– tro do s.eu proprlo tempo, no seu ambiente, no imenso turbi– lhão da época longínqua em que o homem se debatia entre a natureza e o sobrenatural e a. arte, segundo Croce, oscilava en– tre este mundo e o outro. Concentrando -se nas novas tendencias humanas em razão da sua receptividade estetica, sente o sr. Renato Viana ser a arte um meio de evasão e re11,– liza corajosamente para o .meio brasileiro, o seu avanço, apenas entrevisto por Ortega y Gasset, para uma das modalidades do simbolismo, para a intelectua– lidade pura, aludindo sem a.– firmar, sugerindo sem explicar. Si não foi, deveria Leonardo da Vinci ter sido exatamente assim como no-lo apresenta o sr. Re– nato Viana. Estudando a figu– ra de Juliano, de "O Imperador e GaUJeu ", assinala Araripe que, por mais fartos sejam os ar– quivos, abrem-se no tempo e no espaço enormes soluções de con– tinuidade. E' justamente a li– berdade de inàução para que o talento e a fantazia supram os hiatos da historia e encontrem terreno para. as·· creações. Mo~ vimentando uma simbologia quasi miraculosa na sintese dos seus tres atos, o sr. Renato Via– na não ressucita da Vinci para o nosso tempo; ao contrario, ar- _ mado de profunda penetração psicologica e amante da bele– za transcendental que se irradia da vida e da obra do genio que proporcionou a Edouard Schuré paginas empolgantes, recua no tempo .para viver, na simbolica realidade de da Vinci, toda a. angustia· da alma humana em busca da perfeição e da ver– dade entre ·os brilhos intensos do triundo, do diabo e da carne·, e atirando-se para o grande e– r.lgm:à da vida e da morte, en– tre a ciencia do conhecimento exato e o dogma da fé que tudo ilumina. Vida extraordinaria. dá o autor a Leonardo da Vinci, querendo a verdade branca como os li:rios;- buscando na. luz a su– prema estréia e no culto do amor quintessencia a suprema gloria; Pintor, engenheiro, escultor, ar– quiteto e sábio, perdido em in– vestigações cientificas n u m mundo de visões fantasmagori– ces, montado no cavalo a.pocáli– tico para tentar, na amplitude inatingivel, as sete chaves do li– vro dos misterios. · .. Decifr.a-me ou devoro-te, di– zia ·a esfinge. E o proprio. amor em "Mona Lisa", na sua alta transcendencia esp1ritual, em nnA' Q l"f:rt.TIUnl":;O a " CHlf'l.,.;-,J"; .........._ - há de ser universal e solita– rio ". O sentimento cosmico da natureza. e o cletlsmo receptivo do seu espirita abstraiam-no da fé para a. inquietação das cogi– tações cientificas. No simbolismo de "Mona Lisa" como que exis– te toda a filosofia do destino e nos dialagos entre Leonardo e o santo Lucas a.profunda-se o au– tor no sentimento da existen– cia para debater a.través da rea– lidade de da Venci - pois até o seu drama · politico que o refu– giria em ·Veneza e mais tarde o conduziria para o castelo de Clox, está todo no segundo ato - o eterno quem somos, de on– vimos, para onde vamos. Há duelos empolgantes no terreno da arte puca, entre a ciencia como revelação suprema, fonte de todo o conhecimento; do ge– nio como a eternidade e da for– ça religiosa, a fé, que ensina ao homem a sua razão de ser a sua finalidade na vida terren11,. - Nunca a força do genio destruirá a força do dogma - diz hucs.; E, à inde.gação da curiosidade insatisfeita de Leonardo - On– de ·está a verdade ? - respon– de o frade na fé reconfortan– te: - Naquele que a encerra. .E' erro, comenta a de.liciosa ironla do epicurista do jardim encantado, acreditar que as ver– dades cientificas diferem das verdades vulgares. Convem não esquecer que a observa-;ão desa– bio pára nas aparencias e dian– te do fenomeno sem poder pe– netrar a substancia e sem nada saber da verdadeira natureza das coisas. E' justamente nesse sentido que a obra do sr. Re– nato Viana sugere, estabele– cendo um ambiente de dúvidas no cerebro do sabia para fe– char, de modo primoroso, o se– gundo ato, num verdadeiro ban– quete intelectual, quando da Vinci, perdido o amor, longe da verdade que prourava, branca como os lirios, exclama, ao lhe comunicarem o l!lesmoramento da ponte do Arno: - Um des– moronamento. Um sonho que desabou ... Alcança esse fecho a intensidade dramatica e emo– cional de "Brand", no sucum– bir da obstinação como o facho que arde e se apaga deixando de si apenas cinzas que o vento es– palha. ••• Diante da bela concepção de "Mona Lisa" pode ser compre– endida melhor a intenção · do Teatro Ancieta, através da apre– sentaç4i:i dada a espetaculo de tão ·requintada expressão artís– tica. Como Gaston Baty, para quem cada peça é um mundo novo, encontra o Sr. Renato Via– na no teatro a arte em que se humanisam todas as outras. A literatura, a _poesia no texto; a pintura na decoração e nos jo– gos de luz; a escultura nas a– titudes e nas dansas; a musica na voz, nos ruídos, nas legendas sinfonicas. A expressão do pen– samento na palavra, no gesto, na cor e no som. Obtem o sr. Renato Viana em "Mona Lisa" · exito completo, pois a. peça con– segue,· na montagem, na apre– sentação e na interpretação um clima certo, no tempo e no es- ""'""'""...........-..:i.... -.i.-~ Jrscreve o camcu ada LOROTOFF: BODE (Boletim Oficial dos Estados) Pela analfabetização dos adultos Aos leitores que nos perguntam por que não fazemos cõro com os "Diários Associados" na Campa– nha de Alfabetização de Adultos, só podemos dar uma resposta : somos contra. Escola é para meni– nos, marmanjo que arranje outra ocupação, se não, tomem chá d<a letras em criança, ago:ra é tarde, meu velho Desde que o mundo é mundo, ·que a gente ouve os velhos dizerem: "Ah! No meu tempo de escola.• . ". Tempo de escola é a mesma coisa. q.1e tem– PQ. de criança. Tem g1 aça. ~ camarada de cinquenta anos de cartilha em baixo do braço, .ma– tuleira a tirn. coloi bolinhas do gude no bolso, mdo, indo, para onde? Para a escola... Vai! E, depois, vamos e venhamos, quem até a idade madura p~.;sou sem as letras, pode muito bem morrer sossegado sem elas, mes– mo porque, ainda. não existe lei divina que proíba aos analfabetos a entrada no' Céu. E o Inferno deve andar cheio de gente letra– da, pcetas, iconoclastras, roman– cistas -improprios para menores, materialistas dia1eticot, e toda. uma classe de gente tndesejave1 na celeste mansão. Analfabetismo é inocencia, é humildade, é simplicidade, é tudo aquilo que agrada a Deus e náo faz mal aos homens e nem às mulheres principalmente. Sabe• doria· demais, quando não é pe– cado é desacato Garanto que <!: mais facil ao sr: Benedito, entrai: no reino dos Céus do que o pro– fessor Fernando de Azevedo. Absolutamente não cultivam0~ o analfabetismo conforme pensrm muitos dos nossos leitores, apr.:r.1s revelamos ao escrever uma ac:c:n– tuada ogeriza acs mistérios pron'.:l– minais, mais ir.trincados que o da Santissima Trindade. Acredi– tamos até mesmo que o ensino, além de proporcionar o sustente honesto de milhares e milhares de professoras, sirva tambem para divertir a.s crianças, cuja curiosi– dade malsã. os leva a aprender tu– do o que se lhes emiin& de l;om ou de máu. Mais tarde, depois de que a gente se capacita mesmo de que já sabe ler de cõr e salteado, c.u– trcs divertimentos aparecem pal'a, nós, nos livros, nos jornais, e nas cartas que nos mandam os pa– rentes que desejam noticias e os credores que desejam dinheirn. Em compensação, o não saber le1· nos evita aborrecimentos terri".-0.i1 como o de ler o "Diário Ofich , ·• ou "0 Brasil e a Sociedade das Nações" do academlco J. C. de Macedo Soares, para não citar– mos autores ainda vivos.

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