A Provincia do Pará 10 de Agosto de 1947

A novela real ista : ~em1ngway, Koestler e T. Mann NUMA excelente edição d> Trlnlty C:Uege, de Cambridge, o sympomum de • f'Ocla" fixa aspectos da novela raUsta nos anos de 1930 a 111311. o tema foi debatido com abM>luta liberda– de l'Or escritores que formula – ram concluaões nlo multo di– ferentes sobn! a natutta e e& limites du produ~ rullll.U. Dcotac• mos os estudos de D. s . Savage sobre Brnut Hemln!f• wav, de George o rwell sobre Art/Ulr Koutler e o de D . .J. Enrlght ,obre T/1mn41 Mann. Emeat Hemtngway ~ o contl• 11\Jador, na Amt!rlca, do realia– mo 6.,perc; e vtclento de ZOia. seu. livros aempre apreaentam do!& !risos - o verme!l)o du ceou gangrenta.s e o negro daa tutu de morte. Pa.lxões rom– blu de valentes e amores de fantaamu . Atraffl de T/te Sun AIIO Ri8tl, novela de uma ge– ração extenuada . A Fare~ll to A rpu, a novela da& grandes llu.o6es malogradas, e de Far w hDm t/te Bell TOU., a novela da bravura aentunental. J)O(k– moe aas!nAlar, com facilidade, o& dona esaenclal5 dfsae proaadOr - o aentldo agudo do dlaloSO e a tendencla lrreprtmlvel para a aplaraçio do patetlco e da bru– talidade. Tendo começado a ea– c:rner aob a lntluencl& de Sber– wood Andenon, lnfiuencla que depols repudiou no Uno T/te TOTTfflt. o/ Spri1'g, como all1- ma cola de • v101!ncla delme– ceuira", Hemlnpay, com o ,eu estilo simples e comovente. oonaUIUla o eacrttor da cta.e mM!a. Ludwig Lewl&ohn che- 1011 memio a. efetuar a ~ forte afjeTUncla ,e,uor/.al, e a faculdade de IHDID\ltlr, perml– llndo-noa conaervar da narra– tln uma remlnJlc6nd& de .en– l&ç6ee - o ao ardente nu are.– la& da Eapanha , a freac :un. de uma sombra, a pica.da do co– nhaque na garganta. Ma.a, aque– le conceito, demaalado amplo e vaco. nlo define a rigor a fl– gur& de &mlnpay, parecendo– JIOI que o novellata melhor se aJuata a esta precloaa obeerv&-– çlo também de Lewl&Ohn t • Ate aco,a, Hemlngway era aúnplea– mente o mais prendado dOI ea– crltorea "hard bolled", lato 6, aqueles quo do compelldoa a pintar a vida para expreuar o aeu deaaoato por e!& e dai o pró prio de aeapero esptrlwal. J:o– ,. esta.do do eaptrlto obviamen– te Imp ede o deaenTOl'flnw:lto ::~eJ',toec;;:,~"': = o novell&ta ae apresenta Jado de uma wle de for– e Uml~ que multo prejudicaram as auaa J)l'Oduçõea 11ntcr1orea. Ele camlnba para a ldffltl4aae utrema da moral • d4 datel/c4. Na realidade, Hemtnp,ay foi sempre ln,pt– n4o por uma patxlo linlUl&r, porque nutria, a.o meamo tem– po, do revolta e do amor. MM. nio 6 e,te precl&amenle o Emeat Hemlngway anaJlaado • dllcutJdo por D . 8 . 8aftle. A ortUca do eavace tem um HnUdo nltJdo, paloolósJoo, do 111terpretaçio 011 compreena&o do autor atrav6a doa aeua \ra– 'balhoa. Aaalm o •Wo de per. ,onallud de Memtngway pare– ce .er o produto de uma eacolh& Bezerra de FREITAS (Cop,r:ta:hC doe 01irtoe Auoc.1.ados) nlo destacada e arbitraria. E' o estilo verdadeiramente per– feito, e:rpre.stvo, no seu modo de encarar a vida. Savage es– tende o seu utudo à apreciação do ambiente em que vivem u personagena. No mundo plano. cactlco e elemenl4r, em que w– mos envolvidos pel1> ficção he– mlngw&yana tudo é ali obJetl\'a– do : a lntertortmçAo e a subJe– Uvtdade aão eliminadas e o pró– prio homem torna-se ob1eto ou coúa . Eaea complel4 extorver- 8'0 da personalidade para o mundo ei<tenio d•. sensações torna u auu penonagcns in!ro– lJCU4a& verdadeiras vitimas de um det.ennltmmo ,em &lgnlfl– cação. O herol de Hemlngway é um afr sem religião, moral, cul· tura, polfüca ou blltorla., sem qualquer um deasea upectos que tranamltem dl.at.lnção à es– pécie humana. O mundo do au– tor da A Far~U to Arms é o ~ ~:~ =º~•d!z ~ aeua livros, nlo ae verl!tca uma continuidade Intima para acom– panhar a aequ.encla crotíologt– ca. Para o novell&ta que não pos– ...., uma Yla&o Interna, coeren– te da existencla humau, o problem4 d4 /0Tffl4 deve apre– aentar dlflculda4u quaae lnsu– perl.vel&, dlftculdadea eaaas que Podem aer encaradas numa let– íura de duaa novelas caotlcal. ele lllO%IOI valor - T/te Sun Al,o RI#& e To Ha:oe an4 Ha~ Not - e eaae problema perece rao!Yldo em A rareuJOll to Arnu. O prlmlUvo e tlplco Hmúng– _, repreaeQta um upecl.o da doença da noasa dvtllza,ção e o atual revel& aquel& doença num eatado alDd.& mala adiantado - doença dlaalmUlada de aa Ode e a.celta como tal, Impedindo aa– alm qualquer po181bllldade de real&tblcla. A compreendo pro- ~ÍO ~ ~ '!°1~~: na - que 6 toda uma vllão In– terna, de natu:rea moral, ori– unda da novel& espenhDI& - permite, aob - ordem de aen– tlmentoe e td~. uma jtuli/f– C4Uo<l poUtlca tendente a dlvldlr os ho111ena e u mulheres em do!& campo& armadoe, equipe– doa e pronto. pera uma car– nUlclna m4tua. Além de pro– pena&o pera o aentlmentallamo, obeerv&-ae êm alguns epl!odlca deacrltool por &mlngway uma ~ aecura de estilo, perda de IÍIICerldade e repulsa a fra.sea - · Artbur KoeaUer narra, e,n Dar/e-, at Noon, no•el& de lntereue pelcotoglcoL a Ll)rlúo e morte dl) velho Ruwanow, q\lC ~~~~~r~~ :.r:: na1a o creaclmento, a •~nela de aurpr..,. ou denuncia, a pie– dade o Ironia c om que a bllt.ó• ria 6 conta.da, reaaaltando a vantagem de aer europeu quan– do ae esli lldando com um tema deua espécie. O livro atlnae o cllm&x da '1agM!a, ao pauo que um eacrtlor amar!· cano conaegulrla, oo mutmo a lllltenliO de uma poltm.Lca. Koeaúer lllaerlu oue material e põde conduzi-lo a um alto nini •~IM>o. AW o preaente, o A grande ~ mae Romeu MARIZ Da Academia PMMDN .. Levae Orul Vsmelba 1 A Or11J1de Mie humilde, el~ Que em bt.laamo ntnruem I\IJ)lanla. ?llnguem lhe &t1Ulta A 111&Tldade vltorloea ma , a Unu>Jda oentelba, Que a.o marlmbunll:., ex..,,...,, aponta. 4 brllbar, a fulgir, Numa unçlo de fed&de, g.~ t a esraança.. . Daquele que póde ou'flr A palavra de carinho, De uma 8amarltana, que o lmpoUtYel ~ .. . Que põde sentir o &111WUk>, a maoJeii de auu mloa, que 6 lenlUvo, Que e conforto e bl\nç&e esplrltual, • acalento de mie &UJ)l'elDO bem. abranda e OJ:t!nlUe o mal. morto \ranatonna em redl-mo.. . emelb& I S i!~.~ lumtnoea. em que a abelba o mel, que dulcUlca o amarwo de um IOfrlmento dea!Ju&I ... arando Mie, que num lmenao abraço ta o mundo lnteuo ~ a.o peito • l1nae a.o eeu tt1•90 as racu do Uni-. . . OI povoe da terra. . F- lmpQrta a u o mau. o dlelr&Çado 1 • Importa a crueldada da 1U8ffa , ,,___& a 11'.r&Dde mu.a, a J>W'a& do YU90 ~~ Til 6a., abenQOado .-, .....- de uma lloera DIT!n.&. A tua piedade 6 Nm fJ'orltelru• O teu..-r6deM&e lnetu&Jafd• A tua t6 6 a mala pura· ' A ,ua p&clencla lncomparave1. Ante Deua, Junto ao homem deste a Jura Do aacrUJclo e da renuncia. l'llo te pertenCN • a da HUmanldade • 1-# tuas enfermeiras · ·• !'moam a brance pruc1a1o ~ herulnaa delconhecldM.. . Dn eeua Peltoe. 1' denao lhea chora o cora~c ln .. ~ bocu ~ li '-legrlu 0orldasc _..,. IOlup de compalxlo u •• -1-lc&in, eortendo deslllld1daa.. . A--. - lab!oa, o •IIOO?llJamento, -~ff& Cfllt&, COIIIJOladon .--- o &COlllante. • tA~-=~· OódloN d~ ' J; o temJr Mn<> deoabu A metraJba llllmblr o ,..l ruror nera11c1o Como uma m&Jdlçio c:eleate. A enfermeira. oorrL Bommte Tt a dõr Do a.flito, "l'Olllaado. De lndomlta --cem • Nnate !fada a.tem de NU enc1o eia Yja!wnbr&. eua mllllo , uma ...,......._ famoso prosador hungaro parece não ter nenhuma v'..são do fu– turo . como ü!Urno objetivo, ele acredito no Paralso Terrestre, no Pais do Sul, que os gladia– dores um dla partiram para fundllr e que vem perseguindo a Imaginação dos soctallstu, a.narqulstao, mlstlcos, heretlcoa hA multas centenas de anos. Mas a sua Inteligência mostra– lhe que o Paratso Terrestre vai se perdendo no horizonte, det– :cando, apenas, entrever sinal> de provação, melancolia e de– sespero. O proprlo Koestler se define como um "slwrtte rm pe.,simút". Todas as cot.aa ln– desejáveis estão ocorrendo no ho– rizonte, mas. no final, tudo aca– bará bem. Sua previsão prova– velmente hA de conquistar ade– ptos entre os pensadores : ela 6 o reaultado de Imensas dlft– culdades, uma vez que Arthur Koe!Ue.r ·abandonou a crença ortodoxa religiosa de aceitar a vida na terra como fundamen – talmente mlaeraveJ•. e, por ou– tro lado, a preocupação de ""tor– nar a vida digna de ser vivida, o que comtltul um problema muito malor do que parece". Desde 1930, o mundo não ofe– rece motivos para otimismo. Nada estA à vista. a não ser um pantaoo de mentiras, odlo6. crueldades, tgnorancla e, alm das p erturbações presentea, ou– t.ms ainda maJcres começam a a!Ug lr a conaclwcl& uni venal. E' bem p<>Qlvel que os proble– ma& essenciais do homem Ja– mais sejam resolvtdos; mas - também 6 Inacreditável - quem ousará olhar o mundo de hoje e perguntar a ai mesmo : • seri sempre aiolm, não ae tomará melhor e atnd11 menor num mJ. t!nlo ? "Desse modo, chega-se à crença, quase ml.stlca, de que para o presente não hA rem~lo . TOda a.ção polltJca aeri tnu– tll, mas, de qualquer modo, ein alguma parte no espaço e DO tempo, a vida humana dei– xará de ser a colaa brul4 e ml– ~vel que é no momento . Da au:i long1> anâUse da obra do autor de Scum of t/te Barth, conclui George OSwell que a única evulo 6 a do crente re– ligioso, que encara esta vida como o preparo pera a vida ru– tura, •maa pou006 penaadores creem, no momento, numa exls· tbll:Ja depois da morte• . E' ne– cew!.rlo restaurar a atitude re– ligiosa. Os homens sómente po– derão aer fellzea quando com- ~J:'~e•:"ie1~~da~e~bJetJvo da Thomu Mann ~ conatderadD atualmente por alguns homena de letra. como u~ grande no– velista, o grande novellata da 6poca, o tlnlco que pede aer comparado a Tolstoi, enquanto outros o claaalftcam como •um cacete colosaal e multo teuto• . E.ssa dlvergencla de optnlõea não 6 de todo estranha, pois arnbu u teorlaa alo austentá– vets. Buddenbro/ca alcançou, em 1900, o maior ulto no norte da Europa . Pertence a.o genero du novelas que têm par aaaunto IL correlaçio da cultura Individual com a cllllura social. ou mdhor, a dealntegraç4o lndloldual com a dulntegraçdo ,octal, e, neate caso, e!& receberá o sub-titulo deThe Decline o/ a Famav. ~tn".'1:'J !!cii?'~mM ~. ~°':.':,; tecido de entrelaça.du rderen• clas. toda.. elas m ulto slgnlft– catJvu. Ease livro gal!enta en– fallcamente que 4 arte i a unl– ca dai ten~• que lmJ>Qrtu– "ª'" o lltmlem cloflfzado. Tem sido objeto de maiores contro– vcmas que Budd07lbrolu, onde a maioria dos leitores encontra alguma coisa para a.dmlrar. Sua genese 6 modesta . Depol& de vllltar um aanalórJo, TI>o– mu Mann teve a ldtta de .,._ crever um conto gat.lrlco alusivo à natureza mlcrocosmlca deaoe aanillórlo - o seu dh·orcto do mundo da realidade, aua moral e 006tumea pecullarea. enfim, o melo !arclsta da doença au– to-conclente. A história não aeri ma.Is do que Isto, mu a ldtta ae desenvolve pélaa auu l)róprlaa !õrçaa, e. afinal, ele escreveu uma novela qua.ae tio longa como Buddenbrou . J;m 1939, Mann publicou LOtte ln Weimar, que 6 um estudo oobre Ooelhe, e, como rdleJo, um es– tudo aobre o itnlo. D. J . En• rlghljlllga-o um traballlo sa41o. A oportunidade da vlalta do 'Lolte Bu!f a Goethe, Jà 1~ - cujaa rela~ com Lotte cm parte lnsplramm o Wertller - rornece ao nove.11.sta um mo– Uyo paro o exame do conflito dos elementos clisslcos e ro– lIUlllllCOO DO "'Plrlto do poeta. Ooelhe eslâ Inclinado a paten– t ar a sua re,..-otta com a vtsita de Lottc e sua lrll!teza !oi a de Werthcr, e roo do proprlo O!:e· lhe. A llltlrna novela de Thomu Mann lntltllla- Tra,uJ)O.led Htarcl$ e baseia- numa lenda Indiana releren te ao amor ma– ternal e esplrltu:ú - uma Jo– vem que aspiruvn o melhor de 1>mboo oa mundos. '!!.o oblltan- o ""u plrl~ e a sua lnten– çlo. D. J . Enrtght nlo acredl• ta que a. no,.."'tla !eJ:1 le:~ ,nu:f– to a ,mo. E' o Mann que mais •· aproxuna das bellea-!ettrea, porque, nu outrns produções, o que tnte~ ao no\--e.11.sta são oa a..<pectos dr. lub pelll ,ida. luta de onten1, de h Jc. de =– nhA. luta. <ie nervos cada. vu ma 1.3 devuswdora e tini nica. Segundo Enrlght. o autor d~ Budd<!nbr<>I<, ocupa uma posição de d taque naquilo que se pode distinguir como aendo a hn/14 de G<>ethe. Uma mol'lll ffl3Js prud ente, m ais WB.:J?lerl:lna ou um G: cl.he mais exltante e contemporanco. Ihf o receio de que, ~o lado dn. s crtnç õe.s de TMffln.j: M.tlnn, a nove.lo. moder– na fe to1 ne bastnnte provin– clona. Foi ocua que a deltlnot,_,,, •• MPmlio.àC&rldadt, :s em face de Deua ela • dealum,_ A enrennetn da crua v- -n.- --. O' Mie. 6 araada Mio uni........." Tua e,plrltualidade • l1Lffla, venal t crua Vermelha 1 1 ~,..............._..,._..............._ ............-~ . .. IEURYALO JUAÇA-1 1 BA MACHADO ~ ~ Advogado ~ :,~Udo '"Cllndda. o amór hwnana, ~ ~1~da~ . 'T1l á a Lua i Imortal, que ae ~ ~ruz&v:..=~ Mio ., .,,...,,_, Til & o Proprlo Am(lr. Pan-Beljm 1 Civel e Comércio ij 1 Avenida Gentil Bit-1~ tencourt, 231 : Fone: 2253 , (!1131'! -::,,,,wiw.::==-~ A PROVtifCI A DO !'Alt A A ROS B RENO ACC I OLY !Prime11 a poesia de Breno Accioly) (Para os "DIARIOS A'ibú( IADOS") ANTES EU BEBIA ANTES EU FUMAVA PELAS NOITES ERMAS MEU CORPO A-....DJ.VA MAS AGORA, ATE' MESMO A FIGURA DA DAMA DE OURO DE UM BARALHO DE LINHO EU DESCONHEÇO DESCONHEÇO TUDO PORQUE A PENAS VE,•J NA IMENSIDÃO DE MINHA PLANICIE f. FIGURA DE MARIA D.A GRAÇA APEl-'AS VEJO OS LINDOS OLHOS DE A~Af<IA DA GRAÇA APENAS ESCUTO A VOZ DE MARIA DA GRAÇA MARIA DA GRAÇA PERDIGÃO CARVALH.A L - A ROSA QiJE O JARDINEIRO DESCOBRIO PARA QUE EMBRIAGADO PU:.>1;5SE SENTIR O SEU PERFUME POReM MARIA DA GRAÇA, APENAS 't'C QUERIA COMO IRMÃO, COMO AMIGO DAQUELA INFANCIA OE BICICLETA, DAQUELA INFANCA DE BANHO DE MAR, OAQuE 1 A INFANCIA DE SERIES DE BUCK JONES E DE TOM MIX MAS TAMBEM NÃO CHOREI NEM UMA RUGA ME VINCOU O SENHO A?ENAS A VELOCIDADE DE UM TAXI ME LEV0U À RUA VISCONDE DE P'RAJA' - 387 - E À CASA DE ANIBAL MACHADO APENAS FIQUEI PRONUNCIANDO DEO GRATIAS ENQUANTO UM DISCO SE LAMENTAV À NUM ST. LOUIS BLUE. 'N - 7 - 47 CADBHNO DE UM REPORTER A FESTA DE IANSAN AUlt.61 AUlt.ó, meu pai 1 o grito de todoo oe crent•• levou os vlaltantee a vira– rem. em um aó movimen to, a ca– beça para a entra.da do am– plo plplo, o nde, por Instante, ceoaara o bater dOI au,ba.ques. Ao fundo, o caboclo J'o&aalnho, descalço e em mangu de cami– sa. ingressava no u t,e.neJ.ro" e1 respondendo à saudação daa fi– lhas de santo e crentes, ordc• :::d~ {~~ tu~u~•i~~ aan. NOVO& vtaltantea chegavam na– quele Instante e um caboclo for- :fó ?~=~ d~ aa':i~ui:i~ meta, fula u honru da caaa, mandando vir cadelraa eapeclal& para acomodar, da melhor ma– neira, 01 ..curi0101" que deae– Ja vam ver de perto OI mlate– rloe da macumba. ... ~o~ '!l':n= de de: ra hf. apenas alguna ~ mu a reata em louvor do "orl– xá " v I n h a animada desde quaria-feJra. quando OI ataba– ques bateram mala forte e todos OI membros do grande .. cl&n" da Oomela deluram ludo o que llnham a fazer para oe dedicar &01 ritual& em honra de Ian– san, a aoberana daquele oonhe• cldo retuglo da& melhorea• tra– dições da& aeltaa caboclaa. M ralar do IOl do.qu ele d ia, deve– rl1> ser tnlc.lada a ta.se final da& cerlmonlaa, pauad& a q ual emu– deceriam 01 au.baquea ate Janei– ro pro:rlmo, quando seriam rea– lllad&a u festaa para O:ralf. • logo depol& para IemanJ'- a ral– nha do mar. Alguem, a.o ncuo lado, pedia e:rplJcaçlo a um d\'I crentes aobre Ianaan e o aeu cul– to. P!Clllno& t. eacuta e pudemos ~Iler que •para os brancoe ela era Santa Barbara", DIM outru expllcaçõea ee perderam com o barulho ensurdecedor dOI tambol'•. agora ajudados pelos "agogõ", "&Ih" e "ca.xlxl&". Jo6<wnho, no centro do ter– reiro. tendo na mio direita um f:'.u~i:~co-,,~e:r~ J . de Almeida CASTRO (P•ra A PROVINClA DO PARA') cempanlava em veraoa, cada vez r:J.!a compllca.doe, o ritmo ar– uente dos lnnrumentoa. Enten– dlamoc pouqululmaa pal&vraa. ou me!hiJr. conaesulamoa perce– be-!u. ■em atinar no ,eu algnlftodo. Deat.acavain-se aoa nosso. ouvidos "egbeJI" "oru– lU", " okum-ku.m:'', ••orix.6. 0 , "\o– man ", porque repettdu mat~r numero de veau. J' dez a qulnso mulherOI "manlfeatadu" haviam sido conduzidas para o quarto dos santos. Meamo ualm era sran– de o numero du que danaa· vam no terreiro, em sua mato• ~ ~~"tn~~:ç~ mJ'~e~oJ:r[,; dono da noite. continuava Jof.o- f~ç1o"tr~~ur~':i: ram no santo", a aalt&r e cantar, ll'Lfecendo que u " ftlhu" e os crentes procuravam anima- lo rro;~ ~~~~ ~e,1l~ã1a acelerado e acompanhados por toda a orquestra de atabaqu • agogõa, a1h e cax!:rla algnlflca– vam que J olozlnho Jà recebera os .Primeiros alnals do acu "orl– xá . I!:... !.. . !... -Chegara, final– mente. Ianan. Com a voz tn.ns– rormada e apresentando u mu– mu caractertstlcu daa "mulhe– res manlteatadaa" o "pai de aanto" lançara o grito s1e.m– catlvo da presença da sua ' san– ta. ". Centenu de •011e1. em to– dos os recanto. do amplo ga}– p&o, repetiram aqu~laa letras. E' . ..1.. . 1. .. o caboclo deu pequeninos aal– tos e movimentando vlJorota– mente os braços, em tranac, re– petia algumas palavras profe– rida& anteo, em "na.g0", acom– panhado aamente pelOI ataba– quea, enquanto os "crentes" e "fllhu" pareciam agua.rdar uma ordem para render aa homena- 1ens a.o • orlxf." . Lotlo em ac– gutda, toda a orlglnal orques- ~::c:' ~'::'~ =~ senhora, a.o nouo lado, e:rpltccu aer toda tecida pelo tradicional metodo do congo, e aandallu encarnada&. Atrls de Jo&oalnho, ou me– lhor de Ianaan, baixada no fa– moso "pai de 6&.0toº, oa outros santos. La estavam IemanJà, OUIJ,,---l'lanan. Begt e o curlo,o Omuld. cuja tnc1umentarla cha– mou a atençlo dos vlaltantes, alm de varias outros. o " senhor da peste". tam– bem conhecido pela deslgna\'AO ~ ~ t'l'&a~J, 6 c:::r:si:dg.~ ç., a.oo ~ por ftc • groaaus de anl age m ou a.t,odão multo ae– melhante u aataa de havaia– na.a, que noe e.costumamos a ver no carnaval. A estranha veau – menl& - si 6 que podrmoa con– siderar Ulllm - nAo pc,&1ue ne– nhuma abertura parll os olhos ou para aa nartnaa. sendo 01 ~':mt.&i::n ~o~d: ~~~ aldo tecidos. 8ó faltava ao du flle o ou– tro • or1x,.. da CU& - ~ r'..1~~ ~ a! ~ ao!: feat.&çõea do " 8&o Jo<i e df>s brancoe" e, apeaar de muJto u– nldOI, • quando Ianaan vem a Oomel& deixa o xout lona: terreiro", o meamo acon - do por oc:ulio da& fMl.u d .1· ca.daa ~~:_;santo", que l,m· Dede a de vir u cde– braçõea. l"altava pouco para raJor o ro~ quando oe • aantoe, d"'epol& de danaaa e evoluoõea pelo gal– plo, ao rom dos atabaquea, vol– t.aram à caaa grande para u desDOdldu. N'- lnat&llte, tambem DÓI t,.– slamos u noau despedldu, cJe- g:>.1:,:e á!,,~~ ~~~Ir~ oboervaçlo da grande reata que. em aua honra, a Oomela •FJl· ~ ~ osde ..d~ prlm • Mrl'E i? L118RAiôftz'i - Plllft'91 URUPIRA Conto de J acques FLORES Raimundo Serra. deu una pu– - tora da barraca, colocou a mio direita em pala aobre os olhoa, olhou o eol, cuaplu uma cUSp&rada oOr do tabaco que eatan ma.scando e exclamou: - En. en I Mais u menos trN hora e o Nlcoleu aem wrti. Bem qul eu dlase, num vai lon• ge. No gara~ Mazaglo tem muJlo açal. Rapa.tzlnho filho '10 sllto e criado na cidade ]'esta de– sacostumado de and' nu ma– to... - Quem asile, tio Remundo, se o Nicolau nAo ee perdeu ? _ falou o Rosendo, dono da bar– raca, caboclo de uns 30 anoa que. esp~o gaude por todas u b~~ ~ -fama de eer pau - Ah ! P0SS!va ! Quem asbe mêmo ? - Perguntou a nh' Co- 16 (Colortna era seu nome de batismo), velha de una eetenu. Janelros que. graçaa ao aeu de– sempenho, ao seu deaa.ssomt,ro no trabalho, era. nesse ano a dona do maior roçado naqueh-, redondezas. COntJnuou ela: - D~ ulto hora que ele saiu pru açalsá. Não, - nlo, meu ri. lho, pega a munt.arta e vaJ 1á percurá o Nlcotnu. Antes que =~o'.' nulte... Dtrlila-se a Após migar o ta baco n eces– Mrlo a um cigarro gros.so como canudo de mamoeiro, ta MC o ~ue era um resto de molho compra– do na Ultima viagem que. na " No mar te ganho", fizera à cidade, - Rosendo puxou •1m remo que estava metido na pa– lha que servia de parede entre a coztnha e o copiar, acendeu o cigarro com um llçAo, acomo– dou ru,. cabeça o velho chapeu de ca.mallba e. de terçado se– gura à cintura, despediu-se: - Bença nhõ tio. - Deus te a~Q6e. - Bença, nhá mãe. filho rus te acompanhe, meu dentei de que a1- • vta. aubldo. ~..., Nlo podia - -- ...... Fóra o Nicolau. Abllq a· floea: num grito forte. eatrldlate. ._ reuóou longe, mataria a 41iD– tro: 6-6-f-6-6-6 1 1 1 ....._ Contllluava o lll8Dclo, .,._ quebrado pelo eatallo de folbu e galhos ,ecoa IOb 09 - pá e pelo C&Dto, dlltante. de - bando de tucanoe. .1, a,cn chovia. copiosamente. o filho de ~ Ool6 .ten– deu o olhar pelaa redoDdeaa t. procura do raato do primo, e ell que !obrigou num pedaço ma6 limpo do terreno. tres caxarr6e, de açaJ. Apro:rlmou-ae. Co– lheu um fruto e nele r1acou a unha do polegar direito, IDOl– trando-ae aatl&felto com o ver• melho sangue que lhe atlnl;tu a unha. .Julgou : - Nicolau abe apanhar açal Eate esti rMmo bão.. . Lembrou-se do tempt,, daa hora a que e stavam .,,._.. do. Deu out.ro srtto: - ~-t-4- ó-õ-6 11 l Nada . Nenhum lnclldo ~~~~ ~e~~gena e- Ent.Ao, sem atentar mala • cotas ~ . tomou o rumo do poente procurando aecuJr o ca– minho que lhe parecm fõra ,e. cuido por aeu primo. Chegou àl i:.,~dades de um pequeno Apóo atravessar wn muto manguelro caldo, cuJo amaro. melo apodrecldo. devia aer ~ rada de numerosos tunla. cn• centrou outro toucelra de aç I• zclros. apresentando &Inala ,ia que alguem antes ali UIJvera. De tato, tá eaian a prova. C<J11 canrrões us1m mau adiante, na mesma sttuaç&o do& tra pr!IMl– ros, aguardavam conduçio. Do Nicolau, no entanto, - nhum veltlJ:lo. Deaol&do, aem • · tlnar, sem compreender o d-• pa.reclmento do primo, Roeentlo deu um grito mllls forte, J' af usando o nome do aumldo: - U'ma vez no J)Orto, desamarrou • a canõa que utava présa a uma raiz de seringueira, põs-se den– tro dela, sentou-se no Jacumã deu a primeira remada em dire– ção ao lgara~ MazagAo, uns bem espichados cinco estlrões a– baixo. :t Nl-co-lau--6-ó 1.. . Continuando a andar, nlo 11- nha dado una vinte J)UIIOI qu&D• do seus olhos caíram &obre d~ peconhu que ae achavam atira– das ao chão, perto duma em• baóbelrlL Naquel& llora, a mar6 estava começando a vasar. Viajando a canõa a favor da oorrenteza, não durou multo ao Rosendo chegar à bõca do Ma– zagão, um lgara~ estreito e cheio de pe us caídos, o 11ue. de mar6 baixa nelo só podia na– vegar mon!.arta pequena, tipo CUCO, Durante a viagem, ele nlo ae preocupou de outra col&a ,.. não de achar uma Justificativa ~1~1~ti:a·~~;rato ~.s:=, Não I NAo podia ser. O Nico– lau, que era caboclo naacldo ali, conhecedor .da vida d.o Interior, de todo o trabalho de roça, de peacarla, acostumado desde cu– rumlm a andar no mato, nAo la agora, depola de homem fei– to, se perder aaslm atõa, no melo doa lgal)ÓII, dll floresta braba. !: o Rosendo, continuava no aoUloqulo: E' verdade que o Nl– coleu puaou tres anos na capt- 141. F'tll sorteado e, como acida– do teve no Rio e em varloa Eslodos. Mas, que diabo 1 - ,.. tr.. anos de auaencl nAo Iam faaer, com que ele, entran– do aoZlhho, no mato c:errtdo. oe ataranl.Uae para galr, a ponto de ficar perdido. Remando devagar, ualm do lado esquerdo, Rosendo viu no ~ uco a Impressão recente .1e • humanos. Olhou em red?r, Ao havia duvida. ra ali que o Nlco!Jlu aall&ra. Lá mala adi– ante, a uns dez metros, ut.ava– va., amarrada, a montarJ.o. em que ele viajara. Rosendo encoatou a canõa, a– marrou. a a uma rali de man– gue e, de terçado à mio direi– ta, aaltou. O local era perlgoro para, ae andar. Terreno alagado, :'o:~".ii':'~~::m ~ = 01 lados; cipó&, paua podres cal– dos, vl çoao marajau l, andlro– belru, praca:rlz.etros, maaaaran– dubelraa, moltaa e moltaa de a- f! = ~mro~r=d~~~~~ espalhados pelo chio de ponta ~:ri:i. ~ ~'êr~t· ~g~ de marajá, à espera de um ~ que nelea ,e eapeluae. De mu– tuca nem é bom falar. Nlnguem podia estar 1011egado. nnha era mutuca 1 Uma nuvem encobriu o IOl e uma chuvazlnha penetrada co– meçou a borborlnhar, a cair, en– chendo, a parda penumbra rel- =,1~ umd:;,~:,tcr~~ melo. Tudo parado, tudo em el– lencto. tan~S!'ú.""!!:~~ ~~ca~; ~~~1r~OI, C!º· v~: ficou em do!& d~ a!naÍÍI evl- O "5pecto delu .-a de 11119 havtom sido feltaa e uasdu na– quelo dia. Rosendo levantou-a, do chão e, Imediatamente, foi todo tomado pelo sentimento da aurperstlção. Picou trio, meto desconfiado. Recordou-ae do que, no seu tempo de rapazinho, OU• viu certa vez do tio Deslderlo, aquele morador da Bõca do Campa, pai da Florentina, e que todos 011 anos, promovia a feata de SAo Bebaatlão. Dls!a ·tlo De31derlo, num p i• Ião de quem tá aconselhando: ça! nt"J':i~a t.! ~~~et ~:.l'o~Se~;;-nl,"1r~ r~.c~~ ruplra mallna cunllgo. .. Nlo Podl& ser outra cola&. Ro– aendo estava aendo Judlot!o pelo– Curupira. Certamente aeobou de apanhar o aç:,I e, ,cm ct;rlV aa peçonhaa, encaminhou-'° ru• mo da canoo. Fot nl qu o Curu• pira. mallnando, tez com quo n Nlco!Jlu, ao tnvez de dlrtalr•N para a beira do Igarapé, ceda vez mais se afundn , pen._ traase nrL mau. den . Parara de chover. Um ao! ma.– nhoso mostrara os aeus uttlmOI ratoa luminosos através o tntrln• cado dt. ra.mnrla, tá DO alto. Cal• culodoment.e, eram cinco horu de uma tarde tola, de fim ~ inverno. Temendo que • noite o tn• controaae naquela, brcnhu, Ro– aendo andou mala um bocado. deu una vinte llrltoa e esporou. Ouviu pla!Ldaa, barulho de UmA PeMOO. quando anda no m to ~:l! ~~º~uraft."',tC !rente, num caminhar d•ror• denado, o Nk:olllu. Pobro foco- ~a0u J.,°?:i'~t:'~:. !':.:?fi::: deagranhada, olhoa esbugalhs• ~~· eª~a~! ~~~l:.· ~':;:I:, ~~ mou-o. Nlo foi atendido. En• t.Ao, cerreu atrAa dele e p:gan• do-o no braço, PefiUlltoU: - Que 6 1110, Nicolau ? Va– mos pr' cua. Como um 1f um auJelto tonto, Nicolau. q\J8 ardia de febre, deixou-ao lavar. Ao pouarem no locot <>nde ata. vam u peconhu, Rooendo. - gorando a mio direi(:, do primo, tez cem que te u doce com dois golpea de terçado. F'tll só ao checarem ao ponl,o onde lavam· aa montarl&s qíll o Nlcelt.u falou: - Que horU' alo ? - Bem uma cinco e mela. Nicolau paaaou, en"'°, a mio pelo rosto e peta cabeça a ex– plicou: - Num ael o que me deu. aa ~~V~~= ~~t~~•JU~ ael cunt.A rnal& nada. Mlnha \11.– ta l&cureceu. E qued6 os ca.choa de açal ? Apanhei una quanto_ - Picaram tá onde tu dnas– te. Cum'en!Ao eu havera ele te trazê e traz6 o açal ? - Anião, va ,, buacar.. . ., malJ depreaga, N)colau encaml• nhou-ae ao local onde havia dei• xado .. caxarrõea do aaboro– ao fruto, dali voltando com .. mesmoe, e aaaoblendo, alesra. va aug..Uvoo puaoa num bo.l– !&do e:roUco e atraente. 0 ...0 .. .0 ... Todos OI CfHI• tes. a ..una voce ", enquanto o "pai de ganto", balançando tre– netlcamenle o •ca.xlld•. la pre– parando as fllha.s e aJudando-u. a receber seus protetorea. A transr~ção du "!Ilhas atus– das" era lmpruatonant.e. Olhas techados. face am~da. bra– ços rela:r&dos a.o lonso do cor– po ou em permanente movimen– to, Jovens e velhas pulavam e arltavam, sempre responden– do aos vensoa (pelo menoe aa– wn nos pareceram l que o • pa t" entoava, ao so m da exquis ita or• ~= de tn., trument.os baru- entoada mais comp......damen– te. Joloolnho girava no mesmo local. levantava-se, abaixava-se, tremia 01 ombros, gritava, de– morando- se quase 1& mtnutoa naque.lu manlfeataçõea de aua •aanta ". OUtru " !llhu", &Qul e all, tambem "calam", ficando a cargo dos • ogana" a conduçf,o d&6 mesmu para o Interior da casa grande, como Jà ocorre– ra com u outras. Finalmente fol Jolozlnho conc1\Uldo pelo cabo– clo forte, que nos pareceu aer Letras e Artes o " " nco-uco no fubf. ". Quando chegaram na barra• ca ondo moravam, al)ÓII conta.– rem o sucedido, nhll. 0016, "dl coca", Junto do rorão. prepa. rou o seu cachimbo, acendeu-<1, deu uma bllforadD. e. do modo compaulvo, observou : !:stavamos melo sugestionado& e acompanhavamos com o maior interesse o trabalho dos ..oeans", awdllando .Joioztnho na assls– lencla àa !Ilhas", "Já em poder dos santoa" ou "procurando li· xar a manifestação do alm". A cada Instante, ora perto de nóo ora mais long e um pouco, uma cabocla .. co.ta em t:ra.nse " e v.a levada tá par a a casa grande. sendo recolhlda ao qwu-to cio santo, onde - dloseram-nos - ner.hum profano podia pene– lmr. Havia uma enorme amledade, refletida em todas aa face5- Jolozlnho Iniciara u chamadu ao seu aanto, fa.zendo m1l tre• Jeltoa e proferindo expresáõea num d.laleto estranho. 0a .. o– gans" e oa crentes o ajudavam na tnvocaçf,o, rep etindo au ges– tlvoo cantlcoa. A checa.da de Iansan era eaperada a qual quer momento e J• uma bruaca mu– dança no rfqno dOI atab&Qu" Indicava a pto:,:lmldade do !na· tanto aupremo. o maior vlror no bater dos tambores o u p an– cadu mau a.ce.Jeradaa era.II) se• cuidas pelo sra11de cõrc, que a- = ~ ~~~~u:..f;! de lansa.n. aob os grito& de Ju– bilo da multldlo que ,e compri– mia no galpão e auu Imedia• çõea. No terreiro, continuou o batu– que. Junto de nóo, &lgumu ae– nhoru. demonatrando forte lm- r.=• .f:'-~deal~ ~ Jos g-. quando em t.ran&e. davam ld& de estar eob o etel– to de um ataque epUept.Jco. Aaua.rdava..-se, aaora, o retor· no doa º6&Jltos". na tue que ae• ria a mala bonita da testa. Den· tro de POUCO tempo, t.odu a– quelu mulheres que haviam aldo levadu para o quarto dos santos, voltariam com o • pai de santo" à trente, para o bi– zarro desfile !lnal. onde os "ma– nUestadoe., com a.a rou– papn., caraeterlitlcaa dos " orl– xf.a •. Ianaan. com bluaa e vartaa &atas, lembrando o traje daa "bahlanu" l)IWlva o cort.ejo. Em aua roupa, quo J oioztnho ves– tia, predominava o vermelho, es– l)OC!almente na aala externa, on– de varloa enfeites de conw f a:lam um barulho caracterWJ– co. Por aobre u eapaduas, um gran!l,e chale, largo e cheto de renda, de um amarelo palldo quase br&J\co. Na cabeça um ex oi te o eh a p e u, tambem verm e lho e c o m ar, 11- caçõea dourada&. Co,:,;,.ota– vam o tnJe uma bluaa, que uma M.ULHER IMORTAL Pouoa leltorea brU!letro. aa– berão quem foi Jeasle Benton Fremont, valente e coraJoaa ~~~ii::i.~ ~~•~: portou nos Esta.doa Unido&. Hs• se IIAo aabem que,n foi esaa valente pioneira oitocen– tista, poderio conhece-la agora atram d? Qltlmo livro de Ir– ving atone - M ulher 1mcrta1 - que R4Quel de Qu~ aca– ba de tradu.slr para a IJvrarl& .Jooé Olymplo Editora. Nesse livro, que é uma biografia ro– m&nceada, mas que nlo foge à verdade hJgl,órlca, Irving ato– ne relata-nos o que foi " vida aventuro.a de J uate Premonl, que aos der.usete anos caaou- ~ ~:C:ohn~t!"':'°~1r;i°~ dos Eatados Unidos. E a partir desse casamento, a vida de am– bos foi uma permanente aucea– do de vltorlaa e derrotaa para o marl<I<> e mulher, que soube– ram no entretanto lul4r valo– r05&mente quando a rorte lhes era adverga, unldoe como sem– pre eattveram pelo mala puro e entranhado amo, que aerla po181vel e:rlglr de duas crtatu- ~!~~~ ~~m= ni: 1~ do seu con~ udo puramenl,, hu– ma.no, está ainda valorltado pela e:rcelente vls4o hl&t.órlca e aoctal que Irving atone noa dl, dOII Estados Unidos no K– culo XIX. quando todo o pais crescla em rtquega e poder, quando toei-. 01 seua fllhos comam para a. aventuro. nas terra. do Oeste, em buaca do ouro e da vitória !acll e bri– lhante, ou entlo corriam para os campos de batalha da guer– ra da 8eceaalo, aansrenta luta que d.lvldlu lrmAoa do Norte e do Su~ na mais feraz luta ln· teatlna de que hA memória na hl&t6rla dca Estados Unidos. Irving 8tone Já 6 bastante oo– nhectdo do& leitores pot,, tão também de sua autoria ...,.. duas ex<:elentee blogra!l:u : • A Vida trairlca de Von Coai,• e • A Viga errante de Jad< Lon– don•. CRUZES BRANCAS •cruze, Branca,", de Joaquim Xavier da Slhelra, hoje lan– çado peta IJvrarla J* Olym– plo Editora, é o diário ae um prnclnha que lutou heroicamen– te noa campos da l tAlla, pcr– t.encendo, portanto, a essa cate• gorta de obras determlnodaa pela necessidade Imperiosa de reviver uma expe:rtencla deIJUL– nada forte e rude. Não pre– feriu, porém, o autor. a t.rans– poalçlo romaneoca, como oe d u com Ramarque, Roland Ocrie- 161 e tantos outroa famoaoa ea– crltores do guerra - limitou-se a reportar atngelamente o que viu, em forma de docwnentano, num estilo embora sem preten– ções llt.enlrlaa, elegante e agra– dàvel, e cem e:rtraorclJnár!R densidade de obllervaçào. Deu-J108 ai, não aõ a sua his– tória como a história dos seus cempanhetros. ..hODIOllS que passaram todo uma gu . ra andando R pé por es• tradas poelrent.:,s ou cami– nho nevados. e viveram em - no Dealderlo ful !mato. Curupira 6 aa.tado. Pega a cea– ta nu mato e tu " gente • per– de e ftcf. patelA. Eu aemp(e dl- ~~d :no:: vu~~ef~~~r n~ mato. Mato tem dono.. . N . A. TUft U' - ntohne, ... lw■ e lnutUlu •~ rnado·ra •-..e u ac.h~m c■ltla, "° ...,,... no aia.. .i;c.. Dlnffl • ue • multo •uMtanc,■&, ....._ bom Mr■ lh■"tar u fer. ~.u da 41Hffl "u...,.. q1,1ecldo, PIC!:>!'-01~ - tQo ,_,.. 41■ .... m~ do açal..-lr• eu • MUNlmi........... ■ ... " nat,..,. ....,nlMlnl M mOHOroca, O caNCle tu uso do lato Nra...,.. N 1th Nnlf'"o df&.• ......,. aublr n• acata,,,._ buracos como toupetru• . IIID• coro, u vezu mesmo rude– mente 8lnoero, o autor nlo pro– cura contornar os fatoe : nu• ra-os com ..oda a verdade. t.11 oomo eles o tmpr..ionaram . • expruaõea aemelh&nlel à> C:OI 0orse111s • BarbulN lhe aoca– pam. de quando em quando, nas deacrlçõea d- Jornadas triJ!cu. Em eloquente prat.,_ ~~/i;:o ~~f~.°' coi;:r 0 a C~'f!: fotograftca da luta na ?Wla oor um ~ da l'D".

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0