A Provincia do Pará 08 de agosto de 1947

' 0,45 H • Er 'f .ª Ri A DE ASSINATURA A PEÇA MAIS DISCUTIDA DO 3;,EATRO BRASILEIRO: • I do momento) IA CAETA e~utando dois eJq)ressivos bailados: "VOLUPIA" e "ANGUSTIA" ' A SEGUIR: "CRIME E CASTIGO" de Dostoiewsky musicas e cançoes ele l.xeorge Uershwin! Maravilhoso romance! Luxo! Elegancia! Vejam!... A estonteante BET'fY GRABLE c001 DICK HA.YMES Ane Kevery, Alyn J oslyn e Gene Lockhart, em SU/1 AL1 1 EZA E A SECRETÁRIA Um espetáculo que faz sonhar! Não percam! ULTIMO DIA! DE ESTHER WILLIAMS, em ESCOLA DE SEREIAS o fabuloso sucesso da "Metro... O GRANDE FILME FRANCl:S MACAU, IN– FERNO DO JOGO (Imp. até 18 anos) - com ERIC VON STROHEIN Frio Siberiano SIDNEY TOLER, no papel de CHARLIE CHAN, em A Mascara Verde JORGE RIGAUD e CONSTANCE IJEl,.NE'J'T no emoclo11ADt11 drama: París Subterraneo -com– GRACIE FIELDS QUE voei: FREQUENTAI 1 . ELA E' UMA ESTRANHA MULHER, POSSUIDA DE DESE,JOS NEURó– TICOS E PRONTA A DESTRUlR OS QUE A AMAMI O SEU NOME B• A HPOCRITA A'S 14,30 e As ZO hOr:ll JOAN FON'l'AINE. em Os amores de Suzana e Gl':ORGE SANOEK8, em VIDOCQ Ma.rio Neves e seu 'proximo conserto no Teatro da. Paz Apresentar-se-á ao povo para– ense nos prox!mos dias da segun– da quinzena deste, o grande pia– nista paraense Marlo Neves. No– me por demais conhecido de to– dos nóNs, Maria Neves é hodier– namente uma das mais altas ex– pressões da virtuosidade pian!s– tica em nossa terra. Muito pro– ximamente daremos a data. exa– ta de sua apresentação, assim tambem como o magnifico progra– ma que será interpretado. Amanhã, IRACEMA! "MARGIE", em Teeni- e JEANNE CRAIN, em AMANHÃ, no POEIRA! "O ARANHA" - co.Ior, com . Jeanne Crain e Glen Langan. ·Coraço-es enamorados POLICIAL, COM RICHARD TORPE; e a 3.ª série de"º GUERREIRO RELAMPAGO" - com RIN-TIN-TJN, ---------- SÃO JOÃO -As 20 hs. "0 Guerreiro Relampago", 2.ª série; e HCilada na Fronteira" - com John Mac Brown DOMINGO, novas matinais passatempo a preços reduzidos, no IRACEMA e GUARANÍ, às 9 horas da manhã. No IRACEMA: "Este não é o Oeste", esportesJ "Sapatos a dar com os pés", melodias; "A Volta do Gato", desenhos coloridos; "O clube dos prontos", musical tecnicolor; "OS GALGOS E A LEBRE" (Fox Jornal); e a 3.ª série de "O GUERREIRO RELAMPAGO", e/ Rln-Tln-Tln. No GUARANI, O MESMO PROGRAMA DE DOMINGO PASSADO DO IRACEMA. e, com uma tanta e tão paté- tica certerz:a, que ele sofreu: "Eu nunca beijarei minha _ Em mim você nunca to- CAPITULO XXII O NOSSO FOLHETIM mulher, nunca". cará - ouviu? Quero que Deus Ouviu então aquela pergun.. me cegue se um dia ... ta que o marido firlera no au- Os olhos de Mauricio não ti– tomovel: nham mais aquela doçura in- " De tino E' ar"· - Posso beijá-la? tensa e perturbadora; estavam A mesma pergunta. Ma.a frioa, lúcidos e frios, exprimiam quem a fazia agora era outro uma maldade, uma determin&.– homem. Era Mauricio. Levan- ção tal que Leninha recuou Romance de SUMNA FlAG tau-se, rapida, agressiva. mais ainda. "Um homem que - Está louco! olha assim, é capaz de tudo", Direitos de reprodução reservados em todo o Brasil pelos "DIARIOS ASSOCIADOS" Rapido, ele quis toma-Ia nos pensou. Maurício conservava a braços, mas ela fugiu com O mesma expressão quase inu- corpo, desprendeu-se com uma mana de olhos quando Leni.- vam rapidamente, em derro– agilidade inesperada que O nha começou a correr. Sim em tas integrais. desconcertou: uma fuga; precisava de um Quando chegou em casa, a - Não me toque! Está pen- movimento qualquer, de um e- sogra estava na varanda; exa– sando de mim O que! que eu xerclcio !isico, que esg~~asse a minou-a com uma expressão sou O que! sua.,!ensao de nerv~s. Eu rf'•· especial nos olhos e num semt- Mas ele não se submeteu ao. sist1 ' pensava Lenmh~, com sorriso irritante fez uma per– fracasso. Estava acostumado a ,um ,?rgulho selva~e~, eu ~e- gunta brusca: vencer sempre,a dominar todas sisti . Era a su!l- vitoria de mi1- - Você viu Mauricio? as resistências. Sabia que a in- lhe~. Mauric10 permaneceu Leninha teve uma duvida, transigencia de uma mulher muito tempo naquele lugar, a- desconcertou-se utn pouco. la pode se fundir instantanea- companhando aquele pequeno negando, mas o sorriso sardô– mente num abandono total, e vulto em fuga, cada vez mais nico da outra irritou-a: tentou, de novo, segura-la. Ela, pequeno. - Vi, sim! Vi. .• - e espe- então, esbofeteou-o. Foi uma "Talvez eu seja a unica" rou o resto. coisa tão rapicta e imprevista,, coni:;inuava pensando Leninha, Parecia desafiar a sogra. O que o rapaz tonteou, não pôde na corrida, "a unica mulhet· sorriso ambiguo de D. Consue– sequer defender-se. E não foi que até hoje resistiu a Mauri- lo expandiu-se mais. Houve um uma vez. A mão da moça esta- cio". E uma lembrança, sobie- silencio - as duas se olhando lou duas vezes, com uma vlo- tudo, estava presente no 3eu como inimigas - um silencio lencia inesperada - uma vez pensamento: as duas bofeta- que a sogra cortou, bruscame\1.. em plena face, outra vez ns. das que dera, uma que alcan- te, fechando o sorriso e com fronte, perto dos olhos. çara do lado, na altura dos agressividade: - Você não presta, Mauri- olhos; a outra em plena face. - Vocé não tem vergonha? cio! Você é indigno! Ambas tinham sido humilhan- - Vergonha de que? O que Ele estava imovel, com <J te para um homem que se pre- é que eu fiz? mesmo sentimento de espan- sume irresistlvel (e que, de fa- - Ainda pergunta? Na sua to. Maquinalmente levou a mão to, o era ou quase); que se ha- primeira manlíã, aqui em à face. A moça continuou, re- bituara a vencer m1,1lheres, es- "Santa Maria••, eu primeiro cuando um pouco; repetiu o magar as resistencias que elas cuidado foi o de se encontni.1 j~~~~!}to <1ue !!~~ra. a ~Jfil~, ?I>Uaj; \a.µi -~ <1u~ ~ tra~~~-- iW. ~,l,..Y,.ti}çj~. ~is do qu~ houve ontem! ..• Quando Maurício viu Lenl-– nha desaparecer, hesitou um momento, e resolveu, então ir à cabana de troncos. Suas fa– ces queimavam. Aquelas bafe-• tadas. . . Não era a necessida . de cie ver Regina, de saber co - mo ela ia passando. "Prectsc ver Padre Clemente", era o que ele pensava, internando– se na. floresta. Desde crian~f< que seu habito era dizer tudo ao Padre Clemente; esvazia. va a alma, revelava os dese– jos, os sentimentos mais se– cretos, os atos mais graves. E o fazia sem vontade nenhuma de se absolver ou redimir, mas porque gostava de ter al?nem a quem abrir o coração. Mes– mo depois de homem, esse ha– bito de confidencia total con– tinuava. "Vou contar tudo ao Padre Clemente", refletia "tu– do". M~ não foi necessárlt. chegar I' casa de Regina. No meio do caminho viu, à distan– cia a batina do padre. "Aind~ bem". ~iefflm os @is conv.e_i,,san.d.Q; o padre falava pouco, prestan- - Como vai Regina? do uma atenção concentrada - Agora, Maurício! Só aoo" às palavras de Mauricio. ra! - ... e ela me deu duas b'l- - Esqueci, padre. Mas fetadas Padre Clemente. queeimento em mim não Q• - Maurício, será que v::~ dizer nada. Amo Regina o s,é' .. · , se emenda? nhor sabe• disso. •· --- ~~- - • - Ama Regina e persegue pre assim. Sempre. outra! - Um dia - não sei se estt:. - Ora, padre! Então não sa.1, longe ou perto - você se vol- be como eu sou? Não sabe que tará para Deus. E aí. . . eu posso e preciso ter vario~ - Perca as esperanças, pa - amores ao mesmo tempo? Que dre. O senhor sabe muito b:im sou um homem para varlot que nem eu, nem Paulo acn- amores? Padre, quantas vezes ditamos em nada. já lhe disse que nasci paiit. - Mas então como vai ser, amar amar e nada mais. meu Deus? - Me disse isso muitas veA - Muito simples. Se ela ti .. zes, Maurício. E eu tenho re~ vesse cedido, eu ficaria nu, rzado tanto por você, pela suit beijo, dois e me esqueceria, dei- salvação! Maurício, você tê xaria de mão. . . Mas agora: está destruindo a si mesmo. Padre, é a primeira mulher, está destruindo a própria al– que resiste e eu não roe confor- ma! Cuide .de sua eternida'.i&, mo. O senhor vai ver,, não sos-• Mauricio ! sego enquanto ela não se apai- Pararam n u m a clareira. xonar por mim; estou disposto Mauricio endureceu o rosto; a tudo, tudo - percebe\!? seu olhar tornou-se mau, quan- - Não fale assim, Mauricw. do ele disse de uma maneiro. Não tem medo do castigo ctt- quase selvagem: vino? -O que me interessa é .-, O rapaz pensou um momen- prei,ente! E' a minha vidl to. Respondeu, com certa al- "aqui".! - e apontava para o tivez: chão - "aqui", na terra! - Não, não tenho! Eu p0- O Padre Clemente baixou a, derla dizer que sim. Mas para cabeça, fechou os olhos. Par~ 4 que mentir? eia rezar. E quando falou qs. - Maurício, Leninha é um?. novo, teve um tom, uma cer- . mulher casada! Leninha é sua teza profética no que dizia: cunhada, reflita, olhe o qu3 - Mauricio, você, que tanto você vai fazer, Maurício! mal tem feito às mulhe:r8;i, ' - Já refleti, padre! Já r&- que tem zombado tanto ® fleti! amor, você, Maurlc!o, 11erá. aa!l~ - E a outra? A que ficou lá vo - um dia - não sei quandi'~ em cima? Você não se lembra por uma mulher. Porque s'ã'!, dela? Nem me pe~S-t1:I1,tou ~omo uma ll'!,U-11.::t~r p!)derá salvar võ';.f ~l.a vail ·· "" ·· -·~ ·- · _çj{ -~--- ,ç~~ti~W.,,

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