A Provincia do Pará de 27 de abril de 1947

Domingo, 27 de Abril de 1947 Três \Villir!m SAROYAN I - GROENLAND!A 'N'::i. n~:ir,:ü de ~;:gui1da ou ter– ç, L ec c:::.~a ~on::ana o carteiro m., traz o --B:ern!d Tribune B::u::, '. cie Nova York. que t7atr ele G.critos de todas as espécies e tie toda~ a:; espécb, de escri– tc::es. !,1:':.11~3 estão c;endo lm– preGsos, muitos ainda Hão o es– tao e eu gostaria de rnbe1· de u,na única quadra da cidade o:~:cle nt.o haja pelo mcno:; u1n e&c:·1t:.,r e, S<! e:dsce em algum kga.·, uma p2que~1a aldzla de ci:,c;uenta pessoas onde r:.ão vive t!~l escri~or, gostaria de ir a ei:,;;a aldeia e descobrir porque um dos :;eu3 cinqu~r.tas habi– tante~ não está te;rtando con– tar a historia do homem na ter– ra. GoGtaria de caminhar pela alcieia de nianhã e ir calma– m~nte até a ma µrli1clpal, exa– n}ina-la, olhar para r-; u.is casns e (;Studa.r os 1110·,imentos de seus habitantes, porque cinqmmta pesrn!is são muitas pe:;coas e o, n:o:nentos de ::;ua vida sao mul– to:;. Go8taria de conhecer tal aldeia, mas estou certo de que e&.';e iugar não exbLt:, nem mes– mo na Oroeiandia, e. se vocâ pe,1~a que estou lmncamio o que tem a fazer é ir até à b!– büut~:•ca publica e examinar a lilerat'.1ra t.h Gr-oeh.ndia e você 03H;obrirá quP aq_ue,e p::üs está <.:n0,o de pueta;; e pro~.1dme:,, ~1gm1s rm:ito 00115. /1. poei,ia e Groenla11dia. e a p1·0.;a é Gro– ': ''lland,a. No~;,c, pais. a Aml– rica, ti gra1,àe airnens10rmünen . e~. e tenw;, muitos e;,cru;ores e meu p1·óprio escrito é São l•r:ucist:o e uão é toda São r',ai1cist:o. é a parte oddental, de Carl Stieet ao Oceano l:'a– c1~ico. E' a Ul'odandia. e não tü.1i rapaz L1te. 1gen;;.e e vuc~ po– de dar graças a Deus por ser ae..,m; nan a ~alJedoriu mas o lu!{ar. não a arte e~:at'ameme, n1·~:... a 1ne•. .l 1 ri .>illctade a, única co1~L\, Groela1::u.u1. o;;i. ~ou ue ,. , 1s,·o. o nevoeiro o~ npitO ... 'i, u u(.;..;:1110, ~~ 1nn1.,tn~ nhat;, as düllm;, a lllel. i,colia do 11.it ,3.,. u1,n11... t k,~(1 ,· ,i,:,u;, v ponro une,..: 1;,1Iu11lh.;1 1,~Ja 1.cr - Letras e li r\rtes ·,-,~_, Lt_ __, e~ ., " ;.!!J•. n., 1 c1 i.<.Hn1;.J.-~c (1~ ~ V:i :11.ru -... f' :crc\~ti – do "Cerca Viva · , cuJn a,;fw he o.e~~nrúlnt 1 0. etJ lnl'Jtior thtmt – neHGe. O autat· do "L'lulo c.h1 car•.ii.. d!: a~u-.;~u-·· e:,i ~ }) p ran– <.!o '}ti:.i.1.·a 11a1rttÇZ4o cj(_ t ... mt'l t:or– desdno. XXX t!â. i:'e encun i ·· L ~1a -:i lir; :·r..d n 3 P "J·;a ll_t.) <.;]\ .'!.Ã(. · -· e. -.. t Q Íl.l Y:.:·. (~e <1.~u1tld- :~ Fcn ,, c~--.1 - mon . Atualmeute e ,,;·evem rt>cl R• pé:- de crítica. h.cl' ~r1', uo!; 1o naL do .Rlo e 8 . Pauio o~· .,t,• gumtes escritores : no "Diario de S. Paulo" às quintas-feiras Antônio Candido . no "Correi,_; " ~ ra, antes d0 ama11hecer ~ noi– te alta, a cià.ad. '.'l por ,md,;, vou e venho, e o lu ar onde tenho meu quarto e meu fonógrafo. Pois bem, eu amo esta cidade . e st,a !eiura ~ adorável p r mim. E a verdade é que cu nãO eou tne'.imo de iodo um escr!tt'.'11'. e n verdade é que não quero &er um escriwr. Nunca Lento dizer qualquer coisa . Nl!.o tenho que tentar. Digo apenas aqnllo que não pos:,a cvilui' cl0 diz . ;·. e nunc:1 uso um dklonario. nH,ica faço coisas acabadas. Toda A pmsa do mundo permanece ain~ da lorn dos livros e principal– mente tora da linguagem. e tudo o (luc raço é caminh pela mlnha cidade con~ervando os olhos abertos. Cada :;egunda ou terça -feira folheio as pagina:, desse jornal que me \·cm de Nova York • olho as figuras no jornal e umn vez por outra leio algumas pr.– lavms aqui e acolá. os nom ,, dos livros e os nomes do8 escri– tores. Quero saber o que eztá sendo escrito pelos homens que estão sendo impressos, porque quando eu souber o oue está sendo editado. posso compreen– dei· o que não está 1;e!!rlo edi– tado. e acho que a p:·osa ma.is impo:·tante da América é :, pro– "ª que e sec;eta, e todos sabem que para rada livro impresso exist~m vinte ou trinta ou qua– renta. que na.o o são : América, como a Groelandia. a mesma coba. Quanto a mim, sou um escri• tor muito pobre. Isto oorque 11unc:u li as obras dos grande;;; es:::ritores, ou porque nunca fre– quentei colegio, e é porque o lugar é mais imp01-t1mte para mim do que a pessoa : é mais :-:ólido. e não fala, e os escl'!to– reo. E;ditad.o, falam demais e :.;ão Lol1ces, na maioria. Gosta– ria àe saber isto : Existe algu– lJ.l'l c:oha. de que se falt\t, .,endõ 1~1n e.':.icriLor ? Sej ou2 htí. 1nuito crn Qllf.! se calnr. s ndo um <,scri– ; 0r. Se! que hi muito rlc cme !D.lar não como escrlt r. e•:I'>('• chlmente o temno, ah. adoruvel , adorn.vel o sol tão adoravel e! – ta lll~hhã. e a%im \Jor diante. rnr..3 natura'.m"ntr, -por o·.itr!l« ra1avras sl~nificanco m s:us coisa . A~sim : hnjc " o cp:n.xto cii.Jl. que fico eUJ meu quarto. Te!,1 siclo tão bom e eu me icn– t.indo tão fo!iz. c agora possfl fica:· em meu qu11,rto a de. pei– to d0 ai· cla:·o e qtientc. Preci– so fica t· aqui e t.entar falar calmamente decita cidade, e não como um escritor . O que vem a dar nisto : go,– ta;ia de tenta\' dizer tudo aqui.. lo que os csclitO!·es inéditos e;;– tariam aptos a tentar dizer se estivessem aqui. se tivessem vi– ncfo esses tres dias de tempo lumino:;o. E certnmente nãn estou telltando escre,'c•: wn históna . A hi8torla e~tá a.qui. é claro. E' impossivel omitir a historia. Ela está sempre pre– sente. mesmo se você escre,·er A .1· 1} · ill ução acm1.a da-nus uma ideia úa ti;cn ka de Pignon crue t , .u 1942, desejar encontrar "fonn as mais '\ivas e menos a o IRREALISMO Bernard DORIVAL (Tradução de Mário l•·austlno, para .'lt PROVINCIA DO PARA l Por interei;santes que sejam as di.ri ,'6, 5 tomadas pelos her– ,1 Ji:o:.; do realiemu e destruido– n:s ào surrealismo. o fenomeno princi1.al destes anos do guerra é a "renovação" do movimento "irrealisi,a ··, a " desum:i.nlza– ção" da "pinturrr pura", que todos nos pensávamos estarem de!initivamente e.xtintos. De tal convicção participav:1. entre ou– u·os, Valdemar George, quando i;m 1S36 prnnunciava nestes ter– mos a cra~,üo fúnebre de uma de sua3 principais manifestações, o cubismo: ·•o cubismo pertence ao pa::,1,,-.do. Os home1,s jovens de hoje, os que sejam capazes de imprimir à pintura francesa um novo itnpulw, voltarn-lhe as costas francameí.1te ". A questão o:.!c este mc;:;m" erftico propu– nha. então: "E~tamo~ no come– W ci(' uma novi~ idade cl~ai– c:1 ? •·. rc8pondeu-se em 1941, ~:oll.l a exposiçãa que dos "Pin– tores Jovens d~ Trnôição Fran– c!J: 3," 01·.;anlzaram 11u galeria r,-, '!l. e qut: m«rca a rcssurrei– çüo da piutum avançada . ResuiiTeição aµanmtemente para toxk.n , posto que i,e reali– z:rn aos olho~. e '"nas barbas" de µes;;:,as que fa..:,:,,m profi3.s/io de , 1Jj·.rar a arte "'<lege't1erada" co– mo se di~b . Ma,; 1·essurreição, :;em em,;arg1J. lógica. <i que não tinha pudifü, tc.r lugar :;em a o– cupação. l:.ra necessario, com e- feito, sob pena de a morte p1;– zar sob.e si propria, para che– gar assim a 11er ma!s decidida– mente sua. Debaixo do golpe de ferro da derrota, a pintura f:ran– cêsa, como toda a França, tendia para essa escola. Se náo tinhl. !eito ante~. era porque tinha s~do impedida de fazê-lo. Os pintore:, jovens adi– antados eram temperamentos persuadidos, com Joan Bazaine, que "a aventura da pintura :francêsa depoi~ de clnquenta onos, era o único caminho razoa– vel, e respondiam à Chapelain– Mldy, sustentindo, como se viu, que nestes dominios já se tinha chegado ao objetivo". Pergunta– vam tambem co:n :Sa:iaine: "'.re– mos nós direito de renunciar tanta riqueza reencontrada , r e c h a ·r obsti!1adamente olhos ? " Os p1':ltores jovens y• . viam meio de cor~tinuar Ouagu ,. Matts:ie e Plcallso, Continu ·, sem repeti-los. Recusavan• ,, • gulr as pegadas de;itzg m :Faltava o irnmpolim de P~ •, da que permitira aos Nav!s, ao Fauves, aos Cubistas lançar-se mais facilmente na <;arreira de "colocar-se" e-pondo-se. Estes antecessores, dos quais reivindi– cavam a herança, que lhes , · ;,avam a descohrir ? Que ! em pi·eaeuça daquela llbct' de invenção, daqueh, quan : de de soluços que são ao ~~otas de u:mcaderno inexistente mo t u •)rtunidade e ? ~,, yç,;~.;U.t:... legofLhn:i a11- t!ito e t e chc– de . . . " E o - estes caminhos ,postos um, au:,; grandes exem– xcluir-se: Gau– . Rouault, Rous- . ou Braqt,e. • . A ;ão fol. para mui– e ~ luz. Maneseri em c!e forma bastante quando de meu li . JUerra, seja por sim– "": ·ão francesa, seja por n- ir:,ento de mais profun- mim. que sintia neces– apiigar-me ~, h ernn– ndo btom, em um mo– e de:c,esperunça, sobre o "' cultura francesa, que .:ssario primeiro cultuvar or a. continuar destro– e corroendo seus próprios ·ces. Bru:scamer,te, sem Ili-fo, o-~ e. treinos ;;e toca– .. Aqullu ()Uil me parecia uma .. , ,:;sivel opo~ição, Bonnard– . · llbso, por ex('mplo, achava-o mplcmentar. Insisti sobre o Ci,l áter interno e hübté:n'\neo le t rabalho. •-u , .o "e es– depois tl'l guu xa. 110.r e– dos aconLecirn..: 1w:.;... A idade de salvar <>. piü ,,U– dc salvar· a l"rarn;a. ar– "'l assim ots pintore;s do ,mo no qu~l tinha-os man– brn,1ument,a a dificu'!dnde ·o;:;:,eguir J irreali~lllo t: dú ali,;arem a 1:JÍ prnprios sem ·ar ::,u:.,. personalidade. ' nw :-;eus pri:moge:nitos de uarda, u.s pin~ore:; jovens donavam. então. os meius . úicionais ria pintura ociden– ' desde o "Quatrocentos", pa– 'encontra;: l, essencial por médio ela "iiolencia, a. pai- TE E LITERATURA - Página 7 poeta pol itico ' . iJril. ..ia fu.: bm talado rn.ult a provJ.vd renascença que os Geus t JOl "fim"; a llfo– t a com a perspectiva , utm-o incfmdio de trola, e , o fim do Paradi~e Lost abre- "" a va sta perspectiva da his– iuria do gene1·0 humano, expul– ~u do par ,liso. A nova epopéia virlil, então, abdr a pe1specti– va d'~ outro uaraiso do futuro do ·•coletivo'' Hum 'rudadc. .i~"taJ :,XI.J:maçoe:s incluem uma pnAeda de ordem sociológicii,, transcedendo deste modo o;; 11- rni-;<);; da (;ritica. llterária e tal• v..:z º" du própr'ia sociologia . M• J o que poae ser dii.cut!do cm L'ci no,: da critica c'la literatura é a iorma. do genero recomeu– da,io : o conceito dr. Epopéia . D<! que se trata, afinal ? De n c. ;u;:; L usíadas, Gerusalemmes w:~, ctc,s e l:'arafao8 peràidos, ;,t1b::.tituindo-se a1Jenas o a~sun– to cristão pela ideologia coleti– vJJta '! E vu'ientcment.e não. A r 0::v:iviíicação do gênero obso:e– to "i:!popéia vergillana" náü se-• rá po~s,vü nem é desejavel. A imrt-e,;üo ele Verg1lio produziu ulfillmas pouqui~simar, obras-primas, enquanto o nu– mero enorme das tentativas !1u.0a~sadu, dá a verdadei– ra medida do gênero : gê– nero liyl'esco, obras ilegíyeis. A epopéia. renascentista, llv.resca, de~thiava-se a ser lida, e Justa• ment3 por is;:;o já n ão é lida. Mas à epopéia autêntica des• tinara-se a ser I'ecltada e::-n pre– ça pública. A epopéia do futuro tamb~m 1,e:da Jecitada, em co• mfoios, em :;ala;, dl:l conferên- cia~. no teatro, 11ào dispensan– do ó el·emen to 1.1ú1,ico, quer cti– zer, o g-estu significativo que an– ·tecipa a ação; pois a ação é o fim i;ermanenie de toda arte coletiva. A forma para isso eJtá pronta : na;~ crônicas dramá– ticas d~ Strindbe1·g, Wedekind ,:, outros expn:ssionista~. series mais ou menos mcoerentes de cenas, d:'l.s quais cada uma é tuna balada mimicamente reci– tada enquanto o conjunto re– pres~nta a epopéia encenada de uma. vida, de nm ambiente, de uma. época. Se fosse possível criar um teatro assim, de inapi– raçao coletivista. então estava ai a prlmeira forma da epopéia do futuro. Jü. eidste porventura esse tea– tro épico ? Existe, ou Pt::lo me– nos pretende existir. Cnou-o o ooeü1. alemão Bert B1·et:ht, co– Ínunicta e:dlado. No exilío es• creveu em sua lmgUa matern.a a série de cenas Terror e Mi: sérias do Terceíro Reich, que foi + º ,;; ,..,.;,1"' .. narcialmente repre- Otto Iv!aria C no ca&o, foi a. guer– . cidade" a. Berlim d'a ,, oit!I. comunista de Spartaco : eis o ambiente da primeira peps de Brecht, 'Í'mnbores noturnos. Um soldado, voltando da. guer– ra, encontra a noiva gri.vida, amante de um outro; de:sespe– radu, procura os camaradas, e logo se encontra no melo da revolução. Mas quando aparece a 11oiva. buscando-o, ele prefe– rirá, ape..,"'ar de tudo, a moça aos deve1·es Jevolucionários la11çando aos espectadores o desafio final: ··Eu sou um porco, e o porco volta pJ.ra. casa. Compreende– ram ? Não precisais olhar tão romanttcamente assustado !" E1s o ponto de partida de Brecht : na guerra acabaram todai, as belas frases da moral bur:,ue~a. Compreenderam? Na trincheira a criatura humana torna-se animal, pel'denuo a personalldade, perdendo o pró– prio "eu". Eis o problenla de Brecht. Simbolizou-o de mane'– ra magnifica na peça Soldado é soldado : wldado:; ingleses nu– ma colônia asiática, tentando S.).quear um tomplo, perdem um dos seus na luta com os indi&'e– nas, e para ocultar a façanha e eijcapar à punição, obrigam um homem qualquer, um estivadol', entrar nas fileirns do batalhão com o nome suposto do morto; ninguem perceberá a diferença, soldudo é llOldado . A conclu– são lógica desse apersonalismo é um materialismo nada Hlo~ sófico, fora da moral burguesa mas também fora ae qualquer moral revolucionár1a, um cinis– mo perfeito. Esta "filosofia" j& não pode servir de ba~e a uma dramatargia séria. Em com– per-.:;aç[o, toda frase de Brecht revela o lirismo rústico e no entanto comovente da balada popl'lar, lembrando as xilogrn– vuras primitivas dos folh0to:s que se vendem nas feiras, ma;; reprodu:;;idas por um poeta iu– teledual que conhece e adora Villon, não ficando muito abai– xo do modelo : são assim os pr·óprios poemas de Brecht, as suas baladas, escritas não para serem lidas, mas recitadas ou antes cantadas. Muitas can– ções assim, reunidas, dariam uma espécie de ópera : os in– gleses do século XVIII cultiva– ram mesmo o género da. .. bal– lad-opera", e Brecht deu logo uma versão da mais famosa dessa:s peça~. da. Beggar's Opere de Gay. No original é um11- pa– rodia de gra!1de opera li;·lca. cani.:iti.1 pol' ladróeis e pro:iti– tuta:;; Brecht aproveita os mes– moc pen,onageno para parodiar todos os conceitos da moral bur- a : "Pois de que ,rtve ey ho~ se n!io atacando. estrã'n– gulando, devorando o seu pró– ximo a toda hora ? O homem só sobl'evive pela capacidade de esquec&r o fato de que e ho– mem". Comnreenderam ? Ma.B Bert Brecht -começou a com• preender algo mais do que is::o: a. vida, achará ele, é assim. mas não precilava ser assim . "0 mundo não é ruim, - apenas muito cheio" . E de repente o poeta Brecht muda de tom: ain– da imita com cinismo Infernal a melodh de- canções populare, ~ eclesiásticas, mas .lá não é p-a ~ parodiá-las e sim para substi– tui-las por "hinos" de uma ou• tra Igreja , "Não olha com teus olho~ [só' o individuo tem dois olho11 O Partido tem mil nlh0~ o Partido vê sete Ec,taão~ O individuo vê uma. cida.de o indh·fduo tem SUi\ h'li'~ Ma~ o Partido tem mnta!I ihnra.-, o tnd!vlduo podP. 11~,_. , .,·. ·.. rtr;;jr; .:, Ma.s o Partido nãõ pode- ,.!!, rm~ [destrul<l0 ... Este1-1 verso~. bárbn.ros e . .r,lp– nes ao mesmo tempo eom'l o credo rude de uma novn rc-Jt– i.ião. estão na peça. A Medido .Brecht encontrou a re!lg o e • 1! lhe permite suportar "· 3U8 e · períêncía fundamental. a ,,,n_;;, da tndiYidualidad2. A,J nL '·" temno. ~neontrer:í. ):OVA. f ··•r:" fl. de ~,~nrcs~m.o. a .. b,1!'... l.da i?t!n· .,. ca". recitada Ç; aco~np:,,;~h:':::-:' ,ln gesto:~. Em A f.tedidu . ,... ~!'::r;:_.n can.~\l.Y'· (i;) '; Volr..'2~.H f) ú_ r ~1í ,~"\. para iu~tificar ro. 0.,1~ r.,:.,_,,,_'.:: n re\:c 1 1'· lü"1/q•i· n•..lrf '] { i:.• . , ' r ·{' 0 d~ i:,;i~Ii~âç;;o·,. - én, .. '·\0°~Ó Es;tava com ele~ um 0u.' .1t: 1 'f'P estrn:;ou tt1do pelos :.,~uf F est,J'.< precipitados de um idealish. i, 0 - quer,o-i:mrguês: devim fu~!:·. /\ presença do compar,heiro co:n.– promatido tornou-s p~rls'.::-8ª· MS havia um níeio de S,\lvaça0: matá-lo, eliminando o ind! 1 ·ir1un que já se tornou embaraço o:1rr-, a coletivldade. Comprecnclr– ram? O próprio "quinto" oon> n'l'eendeu, "onsentindo C'Om li. ''m.edida" . E o coro do, , ·v.ma .– radas justifica-rof' : "E' terrlvel mr,tar un' ,....,_ • rner...1. Ma~ llá(I ~ó mat;; ·:awo·, 'li'· rt.ro1. e 111m 1,é,· n.,1smo .-. [1.,uando íór pH' :'. .ry Porqu•;! 11ó pelr> v!o)· •.,,;, ·_1ode f:'(sr ;y-:o,H<icado &,Jt"' mundo ir•{i· t.i:crn . E assim o aabem tono" o~ i~veE . Ainda não - dh;semos - Podemo$ vi•,cr sem matar E Pela ,oni,,i dc de modi!ka~ ,., 1mundo est:l. Ju:::t!fk-;;é';i A Medida" . (Continua na oitava pá:;iaa 1

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