A Provincia do Pará de 25 de abril de 1947

~~f.A_f..e..~'-'"A 'l.~ rl.a -!.... ..--:.1 ...3- ... ____ .,_ .., ----- -·, -------- ---------------------- ··------ VIDA SOCIAL o COVARDE l\'.l o V I M E N T o H. VI H Ü ss!:1!A~A!~ LAR ; OJe- -ORI H • CINEMA . . 0Je GAIVOTA NEGR A HOJE J Seguí-la ou não seguv-la, eis a questão, a dúvida, a ar.gu.sti;i. ., Vacilou alguns minutos, acompanhando seus pa:;sos com o melan- 1 cólico olhar, mais apaixonado do que antes, começando a sentir _um } sofrimento que desconhecia. Não se tratava, cartam-:nte, de dores 1 ' ,1,,.,U~"'º C!!-JOIA ✓ 1 1,.,, ••· irremediaveis, destas que levam ao suicídio. Nlio aa um .tormento 1 1 iJM ;;) r,;r, ·.; 11 W •-·"Q1J. mortal, nem um.a vontade de desa-:;m~cc~r para_ sempre. Apenas ,' ·• ' . fiJ' I!'!::/~ · DO · · l - ll //'i· D 1(\ iC: ..;; ~.ma luta intima contra a timidez que nao conseguira vencer, que w • .iJ;J ;r;?/! c:.p.ffMJ~ ~ ., qualquer entusiasmo. Daquela época nenhuma recordação feliz, ) ,..,., 17 1/ t Vf V ç;;- _ _,,, proporcionaria uma pálida infdncia sem diversões, sem alegria, ;;em l PI')_• -f.19, , e ;"'li .IA ./ o nenhuma cêna que merecesse reconstruir ou reviver. Infância apa- f DA yíiJf'f"itlii- U",M gada sozinha e descolorida. Agora, todos os àe:;ejos para a luta mor- l , •·. riam: eram imediatamente sufocados por uma imensa covardia. ,~ UM CAQ~JAVA 1. Neste momento, mais do que nunca, senttu-se um v encido, um rn: nlT"AOS'' ' fnutil na multidão. Viu-a pas,ar, como em tantas outras ocasiões, , \ ) UL !,( ffl · . .· ! vagarosa e leve, sorrindo com os olhos, como se lhe dirigisse a cr uel _._;J,':.·. ;,•:.. . / -f interrogação, cuja resposta estaria num simples gest o seu, gesto ~., :.:)'h;"":':'.>-- que, dolorosamente pre11entia, jamais seria concretizado. Continuava ?~, amando-a, em silêncio, recolhido, com mais seriedade do que um frade na velhice. Jamais lhe falaria e, entretanto, se lhe. d.issesse vamos ela o acompanharia, segu1rta seus passos, sem inter r ogar pelo destino, iria a seu lado pelos caminhos mctis dtficcis e perigo~os, não hesitaria em enfrentar a morte. Mas fito era o tmposstvel, o irrea- , liimve!. Passaram-se 011 dias, paa,aram-se as noUes. Novos sóis e novas lua brilharam. Os sábtos descobriram planetas estranhos, muitas cMatura, seguiram para 'ª' trevas, os mares cesceram, conflitos se verificaram, milhares de criança:; abriram os olhos para a luz, foi experimentada a bomba at6mtca, construiram-se cidades e êle, irre– dutível, ·continuava o mesmo. Ela continuava passando, sempre vagarosa. sempre leve. 1:le con– tinuava incapaz de vencer aquela ttmtdez já transformada em pavor. Porém, um dia, que tuão tem o seu fim, decidiu-se. Bem ver– dade que tremta um pouco, sabia que seus lábios ntlo pronuncia– riam conretamente as palavras tilo estudadas mas, de qualquer ma– neira, tomara uw,a decisão e nao voltaria atrás. Quando ela passou, não ouve mafs dúvida. Segutu-a, As pernas ,Pesavam-lhe, sentia · u.ma opressão na garganta, mas aproximou-·se, afinal. Ela fitou-o, tJ que olhar, senhor, que olhar. :éle bc.lbuciou meigo, com uma fa– clltdade que o fmpressionou e deixou admirado: - Bôa tarde, senhortt&ha. E ela, sem qualquer melguice: - Bôa tarde. Que é aue o senhor deseja, ein ? - M. ••• ANIVERSARIO& LINDALVA - - No dia de hoje decorre o aniversário natalício da menina Lindalva, filha do sr. Walter Alves Maia Lima, e de sua espôsa, sra. Aurora da Cunha Lima. srta. YRECE MELO - Está aniversariando, na tia.ta de hoje, a srta. Yrece Melo, filha do sr. Germano Melo, proprietário em Igarapé-Açú, e sócio da firma Martins, Melo & Cia., do comér– cio desta praça. Sra. MARIA CAVALCANTE - Comemora nest data o seu ani– vesário natalicio a sra, Maria Fer– ;reira Cavalcante, espôsa do sr. João P. Cavalcante. Srta. FRANCISCA FREIRE - A data de hoje e.ssinala o ani~ versário da srta. Francisca Cam– pas Freire, filha do sr. Gumer– cindo Freire; fiscal do consumo, e de sua espôsa, sra. A1merinda Freire, já falecida. VIAJANTES Cel. ANTON!O BABOYA Acompanhado de sua espôsa, se– guiu anteontem para o Alto Ja– purá, viajando no vapor "Juru– pari", de sua propriedade, o cel. Antonio Saboya, comerciante e PROMOVIDO proprietário naquela região. O El\:\I YGENHEIRO Ao embarque do casal, compa- l'' receram o sr .e sra. Ney Peixoto, MAR.IO PARIJÔS sr. e sra. Dantas Lima, sr. e sra. ....,. Antonio Carlos Saboya, sr. e sr a . TdcgrP.ma de ontem, rêcebido Adalberto Acatuassú, bem como ãc, Rio, trouxe a not icia ~0; pr o– o sr. Luiz Clementino de Olivei- moção do sr. Mário ~anjos, ao ra, amigos esses que lhe foram posto seguinte da carreira de en– apresentar votos de despedidas e genheiro do q1!-ad!o efetivo do bôa viagem. Ministério da V1açao. COLAÇAO DE GRAU Presidente da Comissão de Pre~ A Escola Preparatória de Co- ços em n osso Estado, tend:i sido mércio, que obedece à direção do para issó designado, com a_Pr~va– professor Renato Barbosa, diplc,- ção do Presidente da Republ!ca. mará, no próximo dia 4 de maio, Seguir á para o Itio, por êstcs em cerimônia solene, a ser rea- dias, afim de particlpâr da reu– lizada no Teatro da Paz, mais nião dos presic)entes <las comls– uma numerosa turma de alunos sões estaduais de preços, em todo daquele estabelecimento de ensl- o pafa, para tratarem de ahssunto no comercial. relacionado com a campa_n a em Pensionist::ts 1 ENTRARAM - Luiz Euzébio de sousa, Ciro de Nazaré de Sousa, .!\ntônio Sousa, Ab!l!o Henrique de Morais, Ana de Agufar, Josó Moisés Pagner e Selma Raba– cuhic. SAIRAM - Manoel Pereirc. Bastos, . Gélson Bezerra da Rocha e José Matia.s de Sousa. Total - Entrl\,(las, 7; saídas, 3. PAVILHÃO INFAN'I'IL Entradas, 1; saldas, 2. MATERNIDADE Pen1dunistas ENTRARAM - Maria Rodri– gues de Biftros, Maria Amélia Lo– Lato Ferreira, Adalgisa Soares •. Silva e Ilma Barreiros da Silva. SA1DAS - Nê,o houve. Total - 11:ntradas, 4; saídas, o. lbdiJíentes. Entradas, 3; saídas, 6. at JSikRUlllall : 4. ª-FEIRA, 30 -no- OLlMPIA o, Maiores cartaze» do JU– dio, do Cinema e cfo TeAtro, reunidos na maior "fe"1'ie'· mutlcal destes últimos ~ tcmposl ESTE MUNDO Ê UM PA.NDEIRO OSCARITO CATALANO :Emilinha Bôrba Ciro Monteiro Joel e Gaucho Bob · Nelson MARION Puitartclinha Serenad<!rs YOLANDA FRONZI ~ OESAR FRONZI~HORAGINHA COR– REIA - CARMllN BROWN - GRINGO DO PANDEIRO - NAMORADOS DA 1, U A - NELSON GONÇALVES -AL- VARENGA é RANCHINHO Muita alegria! Sambas aluci– nantes! Piadas gozadissimas! e. . . as melhores músicas dn Camava1 de 1947. Muitos parabens pelo evento, apresentados por suas amigui– nhas, por certo receberá a jovem anlversaria_nte. Contando com 70 diplomandos, que o govêrno f.ederal esta empe 1 .- a nova turma terá como orado- r.hado, no _sen.ido de obter un - ra oficial a srta. Orinaria Bar-1 dade 5ie a_çao em favor de .~elhor reto de Sousa. e como paraninfo, contro~e. a e P.rfços das ~[~ 11 iides __ _ _ o major Moura Carvalho, gover- essenciais à vm,i~_:>!'.___~·-- •__ _ FESTAS SANTOS DUMONT CLUBE Nú próximo domingo, o Santos Dumont levará a efeito, em sua séde soiial, mais uma de suas ele– gantes vesperais recreativas. Para essa reunião, que se pre– nuncia de grande sucesso, foi contratado um P.Xf'.PlP.ntJ:1 "ia.."" nador do Estado. . 1 Na redação de A PROVINCIA 1 DO PARA', convidando este ma– tutino a comparecer à solen!di:.– de estiveram ontem os diploman– dos: Francisco Gonçalves de 011- ·. veira Joaquim Corrêa da Costa, . André Sousa Bonson, Ana Maria 1 Bonifacio Francisca da Costa Pi– nheiro . e Eunice Martins dos 1 va NOVO ESTABELECIMENTO DE MODAS FUNÓIONANDO EM NOSSA CAPITAL ~.c.---- CASA SILVA é a denomlnscão do novo estabelecimento de mo- - VEJAM!. . . 1 . Atravessamos, sem dúvida, uma fase ruim em matéria_ de film~,s. sucedem-se os lançamentos precedidos da maior publicidad:.e, C07!' JOSÉ MO J I e A duções medíocres. Para nós, não constituiu nen7:um decepçao esta. · · • ' --~liculas premiadas e etc., e, no fim, os filmes nao passam .de pra~ · ;.Gaivota Ne{Jra", porque não esperavamos mais do que en:ontra~º!• A voz mais bonita c!o lliexico, em Ao analizarmos um filme, separamos O que consideramo,, de qi,~i- sna melhor p ellcuJ.:, ? cZade e colocamos no prato da balança, tendo, no_outro ladC:: o im- :,restavel. o f iel da balança nos indica a cotaça? do film . . Co• esse "Freechamn Creeks" poderíamos fazer assim, colocc.,ndo a.) :~·do agradavel: a) - o colorido; b) - a beleza e graça ae Joan Fontaine · c) - a figura sempre correta de Ba!!tl Rathbone; d) - •om totdgrafia e outros detalhes técnicos de valor. E do outro laio 1 !vão' há dúvida: a) ,- -Artur o de Cordova, um pessimo pt_ra!a; b} - Mitchell Leisen, responsavel pela direção insegura ~a pelicula; e) _ a história; d) - o desenvolvimento lento e cansativo; e) - ~er– . t os absurdos incríveis; e muitas outras coisas, .que tornam o filme i apenas regular, mais próximo de ruim do que bom. . i "Gaivota Negra", pode ãiverttr muito aos amantes dos "cromos,• ! e- das cênas bonitas, mas decepciona a todos que procuram bom cf• i nema ou mesmo àqueZeB que esperam ver um filme dr: ave'.ituras. 1 A história talvez pudesse ser melhor explorada, mas prectwna, an– ' tes de mais nada, de um ator à altura, para fazer o pirata_. Arturo ! de Cordova - como disse ao nosso lado uma jovem bonita - dá : ·a· impressão de um falso pirata e salvo ligeiros . momen tos de3empe– \ nha sem vibração o seu papel, aliá.~. dos mais simpáticos. A c{ma i do duelo mal dirtgida por Mitchell Leisen, não oferece atrati;;o:, e ' ;;ela -~err!elhança de ambiente com a de "Capitão Blood", muitos es– ;)::ctadores são forçados a se ·lembrar daq1.ele m_agnifico rJ;uelo cntrtJ í':rrol Flynn e Basil Rathbone, que a arte e técnica de Michael Cur t~ transformaram, numa das grandes cênas da tela. 1 Raro é o espect ador que consegu_e se _ma~ter interessado at~ o D tíi f Jim da película. Os momentos de vibraçao sao poucos e neles e • U 1 /igum de Joan Fontat.ne que sobressaí, seja_ fazendo o gru~ete ,ou _ na La CANÇ_l() MIL AG R E ,uta com Rathbone, aliás, cênas em que a linda artista realiza ' coisq.s e.o arco da velha", saltando muros, cortando amarras de barcos, en– f rentando tiroteios, empenhando-se em luta corporal com um homem fisicamente mais forte, levantto pesadas armaduras de ferro, etc.• Por tudo, "Gaivota Negra" não passa de um filme regular, que, um romance que 6 tod!> un, poema si apresentado sem grandes pretensões, talvez pudesse enconti:ar eubllme de dor e de alegria entre-1 melhor públtco. O tecnicolor de Natalie Kalmus,_ com aquelas be• · meado com lindas ca'ru;õe, de líssimas cênas na enseada e no ~r, Joan F~ntaine e sua gr:r,ça • · Gon alo curiel. beleza e os desempenhos dos coad7uvantes Cecil Kellaway, Bas!l Ra- ç thbone e Nigel B r uce, compensam, em parte, os érros de Mitchell _ __E_N_T_R_A_D_A_._ __,:;.......__________C::--$-::---::3--=5::o:-- Leisen, a inconsistência da hist6t-ia e a interpretação de Arturo Cor~ • • • • • • • • • • r , · dova. P.rodução feita para a Paramount em 1944, exibida no Olim- ~~;;;;;;;;;i~~~~;~;~~~~~;~~~~ ... -,,.~ ---.-.- .- . -=.:--n-. ,,,,.:-=..,._. pia. - JO, QUARTA-FEIRA, DIA 30·· SENSACIONALMENTE 11 1- ---~--·-· -~ n ---... ---- MOD~ R~[r j REGISTRO CA R TAZ O espetáculo monumental que assombrou o mundo inteiro! - em TECNICOLOR. ' . DE O BITOS 1 Nas repartições compebntes rc– . 131staram-se, ontem, os seguintes óbitos : A avenida Primeiro de Maio, 9, Idit Pereira de Moura Lima,, oa– ra4mse, branca, casada, domésúca, com 67 anos; à rua Curuçá, 226, Francisca Nascimento Leitão, por– tuguesa, branca, viúva, doméstica, com 71 anos; à ruá Domingos Marreiros, 489, Cândida Maia de Moura, cearen~e. parda, viúva, •c:oméstica, com 88 anos; à Estrada do àalo, 1.378, Antõnio .Carlos de Araújo OOsta, paraense, bran– co, com 4 meses; à travessa Guer– ra Passos, 120, f'etronila Ferreira, paraense, parda, casada, .domésti– ca, com 51 anos; à rua Domingos Marreiros, s. n., Raimunda Brim– dão, paraense, ~ranca, cóm 1 ll.no e 2 meses; à pRssagem Teixeira, 189, Antônio Luiz da Silva, cea– rensti, pard-0, casado, funoloná:t'icr púbHco, com 63 anos; no Hospital dà Oaridade, José Damião de Al– !1'1eida, rio1;randense do .norte branco, solteiro, esiivador, com 93 a.nos; no Hospital da OaridaQf:!, um féto, branco, do sexo masculi– no; no Hospitál âa Caridade, José Gonçalves da Sll'va, rlograndense rio nnria:. c,cr.lfai......... 1-~~ ª -- OL!M.PIA: As l ~ e à s 20 horas - "As irnw Dolly" - Cr$ 6,ÔO - CrS 3,00. IRAOEMA : · A's 20 horas - "Ouro no bar– J.':J" - Cr$ 6,00 - Cr$ 3,00. GUARANí: A's 20 horas - "Rota fatídica.• (lmp. até IQ anos) e "0 vã.ia da morte" - Cr$ 3,60 -J( Or$ 1,80. POPULAR: . A's 20 hor.as - ''Qaivqta negra• - Gr$ 3,60 - Oi$ 1,80. POEIRA: A's 14,30 e às 20 horas - "~~ que domina" (lmp. até 14 an68) - br$ 2,40 - Ct$ 1,20. !RIS: A's 20 horas - "Farrapo b!j~ mano" (ImI!, até 14 ar.íós) - dr$ 2,40 - Cr$ 1,20. SAO JOii.O: A's 20 horas - "Ç:1!1&11!:P-.3 para dois" e "AconWêe qu& fico;' - Cr$ 2,40. MODERNO: A's 14 e às 20 M.lN - " era uma dama" • ''Zlte mtt é um hospiclo". INDEPENDENOIA: A's 14 :horas - "A ean9ão ~ milaire'' e "Abutre humano •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0