A Provincia do Pará de 24 de abril de 1947

• Quinta-feira 24 de abril de 1947 VIDA SOCIAL cachor·ro e o osso l Recital da piar..ista Maria Josefina Depois de pr:weitoso estng!o -no. capital da Repúpiica, onde se sub. meteu a um curso de aperfeiçoa• f mento c::im a grande artista · pa- ' tricia, M:sdalenrt Tc.glii:fcrro, en– contra->.::'! nesta <.:idade a sra. Ma– ria Josefina, vitoriosa pianista pa– raense. Tendo ido ao sul do país .em viagem de estudos, premio que , A PROVfNCIA DO PARA <\t~ndendo a inúmeros pcdi-1,01 a Em– pr0sa Cardo~o & Lopes ap~esentará c:;.:::clcsivame·a te amanhã., no 1\10· DERNO., o~ cluls maiores suces3os clestes últimos tempo, MOVIMENTÓ HOSPITALAR !J D. LUIZ I i ' ENTRARAM - Mznoel da Si!•' va Pires, Antoni,J Alves da Silva . Lena de Sousa l•ernandea e Dar- 1 cf Ferreira Pouciano. SAIRAM - .Séveriano Maximo da Silva, Marcelino Cordeiro, Os– marina Batista Serrão, Willian , : Fleetham e John Patrick. ; . TOTAL Entradas, 4; ~aidas, 5. i 1 SANTA CASA . Debruçado à ;anela olha o movimento lá embaixo, mas das ffgu– ras humanas nem mesmo as àtversas manetras de pisar o traem. Muito mais interessante achou o cachorrinho pirento que, na surdi– tia, se aproximou da lata de lixo do .casa defront'!, tirou-lhe a tam– pa e acabou por derramar seu conteúdo no passeio. A sujeira, pe– daços de papel, um sapato roto, cinza, pontas de cigarro, etc., se es– panhou pela calçada. O cachorro deu uma ccrridinha para o outro lado da rua, assustado com as consequéncias do desastre. uas, des– cobrindo que ninguem te apercebera do acontecimeito, que os tran– seuntes continuavam alheios ao que sucedera de grave; evitando apenas pisar na imundice, ~le se aproximou, _novamente, vagaroso, com todo o cuidado. A principio, era apenas um cão cheirando a sujo que estava no chão, sem outro interesse maior que não fosse o do prazer de fuçar. Depois, porém, como movido por mna estranha volup~a, sem poder mais conter seus impulsos, animou-se, e com o focinho e com as pata,, acabou por espalhar mais ainda aquela sujeita. Vitorioso, consequiu encontrar, entre · a papelada, um hu– milde osso, prova de que seu pres,enttmento fôra verdaàeiro, de que i.eus esforços não haviam sido em vão. E com o osso nos dentes foi at,inhar-se num canto de porta, roendo-o feliz. Lá ficaria hora; seguidas, sem tomar conhecimento do sol que começava a esquentar ~ôbre seu pêlo ralo e feio, àtstante do movimento que aumentava, sem preocupações, Sl:Jn ambições maiores do que a de roer. Se, por acaso, alguma cousa desejava, nesse momento era que aquele osso se eternizasse, não diminutsse. Que lhe importava que aquelas per– nas que passaram t4o perto e apressadas pertencessem a um homem cheio de dramas, que caminhasse atormentado pelos mais comple– : r.os problemas cotidianos, ·ou que aqueles pés grosseiros que, bem defronte dele, atravessaram a rua, pertencessem a u'a mulher que entrou no armador para combinar o enterro do próprio filho? Nada, absolutamente nada. Terá por acaso um ~horro obriga~ão de se intrometer na .vida humana, tomando parte nas suas alegrias e an– gustias ? Os que fazem isto silo uns cães sem personalidade que estão longe do pensamento daquele do canto de porta. se alguma vez reparou nesses, foi para patentear seu desprezo por êles e se lhes dirigiu um latido foi, por certo, uma advertência de sua dignidade e absoluta independência, São uns cachorros frageis habituados a leite e a colos, a bobó e a banhos a horas certas, desconhecedores por completo da verdadeira vida. Se são castigados não protestam acacha.pam-se, esfregam-se com ganidos, clamam mtsericórdia che~ acachapam-se, esf~eria:n-se no chão, choram, lamentam-se com'gani– dos, clamam misencória, chegam mesmo a fazer porcaria, tal a humil– dade que os possue. Humildade ? Aquilo é covardia covardia stm se– nhores, deverá pensar o cão pirento que encontrou. ~ osso no~ seu ra- lhe .. foi concedido pelo Governo 1 , ' do Estado, a s1·a. Maria Josefina prepara agora uma apresentação 1 à platéia de sua terra natal, em 1 recital que será oportunamente anunciado e que se realizará no Teatro da Paz, onde por certo e– videnciará os novos elementos ad– quiridos para aperfeiçoamento de sua carreira pianistica. 1 . Pensionistas: _ENTROU' - Manoel Felipe Ara– UJo. 1 os instantes de meditação. Raros, porque um cão como aquele não de– ve ter_ muito tempo para se didicar a pensamentos mais profundos. E' um cao Zu_ta~or, um cão de "meeting", capaz de provocar comícios nas praças publicas em noites de luta, sem temer um provavel apareci– mento da carrocinha ou uma inesperada pedrada de um moleque. Po– rém seus sentiment~s. não são de revolta, porue a revolta_, afinal de co7:tas, é u~ espec1e de sentimentalismo e aquele cão não tem geito d~ sen!imenta_!. Nem mesmo a lembrança da infância lhe proporcionara emoçoes mais fortes. Seus irmãos deve lembrar às ~·ezes f?ram pouco depois de nascerem afogado~ numa tina se nesse dia, um companheiro na rua (qual era mes:no O nome? j, na porta da casa (qual era mesmo o número?), como êle acaba de fazer ~~rrubou uma lata .de lixo deve ter encontrado seis pequeninos ca~ aaveres de · cachorros que não chegaram a abrir os olhos nem a procurar um lugar ao sol. Apenas êle escapara por causa da man– cha negra n? pescoço, tão bonitinha, que a pira já fez desaparecer. Nem o assov!? amigo chamando-o, nem as mãos carinhosas que ten– t'!!ªm um aia por-lhe u~ coleira, nem o nome com que O ba– t1.. a:am, do qu'!'l tam~ém Ja se esqueceu, foram capazes •de o manter 1 pr,euo. O deseJo da liberdade foi profundo e ei-lo, agora, aninhado n 1 m canto da porta, roendo um osso, um osso que é um mundo. _ M · • • * . ANIVERSARIOS de. suas amigas e os cumprimen– tos das pessôas -Pertencentes ao circulo de amizades de seus pais. Depois de sua exibição em Be– lem, a sra. Maria Josefina dará audições em Manaus, · Fortaleza, ·I Recife e Baía, efetuando, assim, uma tournée pebs capitais do nor– te do país. Tivemos a oportunidade, on– tem, receber a visita da artista conterranea, que esteve em :Q,ossa redação acompanhada pela srta. Donina Benacon. 4.ª-FEIRA, 30 -no- OLíM PIA Os maiores cartazes do Rá• dio, do Cinema e do TeáÍro, reunidos na maior "feerie" musical destes últimos -- tempos! ESTE MUNDO É UM PA.NDEIRO -com- OSCA~ITO CATALANO Emilinha Borba Ciro Monteiro Joel e Ga1,1.cho Bob Nelson M_ARION 1 SAIU - Romana dos Santos. 1 InJigentes: · Entradas, 13; saídas, 11. R E G I S. T R O. PAVILHÃO INFAN'l'IL Entrad~s, 3; saldas, 2. D E O B .J T O S MATERNIDADE r _ Pensionistas: ENTRARAM--Maria Raimunda Nas repartições competentes, re- Cordeiro e Beneçlita Camarã<;> de gistaram-se, ontem, os seguintes Oliveira. obitos: · · SAIDAS - Não houve.- Indigéntes: Quadro sem alteração. 1 ORDEM TERCEIRA Pensionista: ENTRARAM -- Rit,i Rodrigues da Silva, Humberto Nicólau de i Sousa Viana, c~Jixtrato Belemen-, ' se de Castro, Iris Monteiro .Ma- ciel e Maurilo Luz Portugal de Freitas. ! SAIDAS - Celina Rachid, Dul- 1 cinéa da Costa Alves, Didma Leão l Lobato e Maria Amelia Oliveira da Silva. 1 TOTAL - Entradas, 5; saídas, 4. . Indigentes: · Quadro sem n 1teração. A Praça Veiga Cabral, Casemiro Lucio Nogueira, paraense, branco, casado, braçal, com 40 anos; à rua de Cametá, 96, Juliana Miran– da Cunha, paraense, branca, ca– sada, domestica, com 47 anos; no Hospital da Caridade, Emília Size– mando da Costa, amazonense, branca, casada, domestica, com 56 anos; à travessa, narão do Triun– fo, 203, Maria Lucia Brito, para– ense, branca, com 1 ano; na · Es– trada do Sacra::nento, s.n., Naza– ré Dias dos Santos, paraense, par– da, com 1 ano e 6 mêses; à ave– nida 25 de Setembro, 2, Francisca de Sal, paraense, parda, solteira, lavadeira, com 25 anos; à passa– gem Teixeira, 130, Maria do Car– mo da Silva, paraense, branca, com 3 anos; e a travessa Gentil Bittencourt, 1195, Pedro Guerreiro do Azevedo, paraense, branco, com 7 dias. i VEJAM!... 1 TOTAL - 8 obitos; sendo 4 crianps e 4 de adultos. QUARTA-FEIRA, DIA 30 SENSACIONALMENTE JOSÉ MOJ ICA ' . 1 t\ voz mais bonita do Mexico, em 1 sua melhor pelicula! O espetáculo monumental que assombrou o mundo inteiro! - em TECNICOLOR. l',1ARIA YVONE - Faz anos hojj a menina Maria Yvone, fi– lna do sr. Ivo Moreira, comer– ciante nesta praça., e de sua espô– sa, sra. Elmma Moreira. As amiguinhas de Maria Yvo– ne, c:rtamente, .lhe levarão os parnbens pela data. JOSE' EXPEDITO - Aniver– sarh na data de hoJe o garoto Jocé Expedito, filho do sr. Au– gusto Belchior de Araujo, per– r"):::;.c_ente ao comércio. desta ci– dade. MARIA NINIO,E COSTA - Es~á aniversariando no dia de hoJe a srta. Maria Ninice Nchôa da C_osta, funcionária do SnaP.P, onde desfruta de gerais sim– patias. NASCIMENTOS LUIZ GONZAGA - No dia 19 ~ultandinha Serenaders YOLANDA F!tONZI - CESAR F°RONZI-HORACINHA COR– REIA - CARMEN BROWN - GRINGO DO PANDEIRO - NAMORADOS DA L U A - · NELSON GONÇALVES - AL- VARENGA e RANCHINHO Muita alegria! Sambas aluci– nantes! Piadas gozadisslmas! e .. ; as melhores músicas do iA CANÇÃO DO, MILAGRE Srta. SELMA ARAUJO - A data de hoje assinala n <1.nlv"'"- do corrente mês, ein sua residêi1- cia, à _ rua Manuel Evaristo, n. 549, a prof.ª Palmira Miranda, es-,· pôsa do ar. Sebastião Miranda - !U~cionário público estaç:lual. deu __ _ Carnaval de 1947. Um romance (!Ue é to~o um poema l sublime <'.e dor e de alegria entre- : meado com lindas canções de \ Gonçalo Curlel. D Ci 11.,1"' Página 5 , CINEMA ' ' A ULTIMA PORTA" Connectamos diversas críticas referentes tio Jilme "A última ';)orta·· , em sua maforía elogiosas. Produzida em 1944, pc.la "Prae– ::ens", de Londres, esta pclic:i,la, exibida na América e na E;.:,r;;pa. aind_a durante a guerra, er.,éontrou o melhor ambier.te, o q1:c. não 1 ocorre atualmente, quando o seu tema central • já está 1:~u~to ex– plorado e não pode ser .recebido com agrado pelo público, cansado 1 de tanto ouvir falar em guerra e suas consequências. Portanto, no momento atual, o tema é quase inoportuno. foS(' somente, no entanto, não bastaria para condenar o filme, que ,:;o.;suu também, muitos defeitos e pelo seu desenvolvimento arrattc.do , cansa o espectador. A história dos refugiados, que procuram ganhar a fronteira suíça, para fugir à pttrseguição dos nazista::, podia ser melhor explorada, mas faltou ao diretor L. Lindtberg maiores qua– lidades para realizar uma produção capaz de entusiasmar rcaln~c.n– te. Contando com atorês modestos, salvo uma ou outra cxcc.ção, (aquele padre, tão natural e tão humano, por exemplo), o Ci;·ctor teve, ainda, a comprometer o seu trabalho, a parte técnica, nem sempre de qualidade. A fotografia, expressiva em algumas cênas nas montanhas, é na maioria das vezes, muito pobre e, salvo em trechos bem pequenos, muito inferior à de produções medíocres dos estúdios americanos. O transcurso da película chega a aborrecer, pela sua monotonia. Aquela caminhada pelas montanhas, a aproximação da patrulha nazista, as cênas da cabana, em mãos de outro diretor e outro 7otografo, talvez constituíssem pontos dignes de admiração. !/Ias como foram feitos, servem. apenas para quebrar, um pouco, o tedio. Depois, a maioria das cênas. tomadas à noite, tira qualquer inte– resse qúe se possa ter pela história, pois é preciso ser realmente adivinho para perceber o que ocorre. "A última Porta" tem, também, as suas qualidades. O detalhe dos dialogas entre italianos ser travado na língua italiana, como os em francês, entre o padre e o tenentJ Halltday, o cuidado na a1Jre– sentação ã,a mi;;sa e dos funerais do soldado morto, o embarque de prisioneiros assistido pelos dois fugitivos de dentro do trem, as cênas do lago e outras contribuem para que o filme -não seja um trabalho perdido. No seu conjunto, "The Last Chance" é um filme regular, melhor d-0 que muitas produções americanas consideradas grandes e acredi– tamos que se fosse exibida durante a guerra causaria efeito mais agradavel e maior suçessà. Partici11am do elenco Joh Hoy, Rob. Monvoes e outros astros do cinema inglês. Produção 1944, dos es– túdios "Praesens", distribuído no Brasil pela Metro Goldwyn Mayer. Exibido no Iracema. - JO. - ... - CARTAZ mina" e "Rota fatidica" - Cr$ 3,60 - Cr$ · 1,80. POEIRA: OLIMPIA: A's 14,30 e às 20 horas - "Far- A'.s 15 e às 20 hoi:;;ts - "As rapo humano" - Cr$ 2,40 - irmãs Dolly - Cr$ 6,00 - Cr$ 1,20. Cr$ 3,00. !RIS: IRACEMA: A's 20 horas - "O vale da mor- A's 20 horas ,; O ponteiro te" e "A porta de ouro" - da saudade" - Cr$ 6;00 · - Cr$ 2,40 - Cr$ 1,20. Cr$ 3,00. SAO JOAO: GUAR.ANí: · A's 20 horas - "Idilio na selva" A's 20 horas - Malandros sem _ Cr$ 2,40 _ Cr$· 1,20. sorte" e "Ch:;tmpanhe p_ara MODERNO: dois"' - Cr$ 3,60 - Cr$ 1,80. A's 14 e às 20 horas - "A POPULAR: canção do deserto;, · e "A can- ( A's 20 horas - "Medo que do- ção do milagre". e~"-•:_:_::::: INDEPENDENCIA: - --------- A's 14 horas - "Abutre huma– COPOS DE VIDRO, TIPO "SCHOOPP" A preços espzciais, para reven– dedores, restaura.ntes e botequins, vende a CASA DRAGÃO Travessa 7 de St tembro, 20 e 22 no" e "Os mistérios da vida". A's · 20 horas - "Este mundo é um hosplclo" e "A canção do milagre". UNIVERSAL: A's -20 horas - "Os mistérios da vida" e "Abutre humano". VITóRIA: As 20 horas - •o monstro e o gorila (seriado completo). ------·-· .. ···--·~- ··•-· -- - ·1r·:!·!!•::-::-::-::,::-:;,:;-:~-::-::•::•:v:,::•::-r:,::-::•::•~!•;t-::•::·::,::-::,::~:o:•::,::-::-::-r.•=-:m-::-::•::-::,:i - . ft * i."t A JOALHERIA "A MARANHENSE", atenden do a pedl'!OI de IIU& ::\ :_: numerosa !regues!& resolveu prorrogar &té o !lm deste mês o des- :~ f•: conto de 20 por cento em.todo i;eu maravilhoso sortimento <le ,lolas. ~/ :": os tregueses que não puderam comprar no mês de março, apro- ;-:: :"; veltem em compr&r JOIAS! RELOGIOS e OBJETOS para PRESEN- ··t i:i TEs; quase pelo custo. S6 mais est11 mês de abrll. ~{ ft 4 ::: Joalheria A MARANHENSF, :i

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