A Provincia do Pará 20 de abril de 1947

Domingo, 20 de abril de 1947 - Já nao somos os mesmos Mú-ioCOUTO fhra A PllO\t'fflCL'li DO PARA'} BA.rnmos E POLICIA Carlc.s era o mnt.s perfeito, o mals completo do todos 01 b&n– cHdcs. E.scondh.:.-~ em tugucs imposstve~, desaparecia entre moltG.!5 e ramos ,ie ârvores, con– fundl:i-se com a t.erra, at1n– gi3 pontos de 1, ab dilicll eces– ro. penetrava em perigosas c;i– ,·erna., e ali !.ca,·a, horas ae– gul d.., &llencto.w Nós, a poli• e.ta , que nos e~ pro– cur ando-o, g?ltmdo pelo teu nome ou tent:iudo apanhá-lo de :.;urpresa. E q11•mdo, completa– mente extenuados, n0S sentJ.,•a– mos aobre peclrn:, ou tronco., derrutadcs, ele surgia, com um sorriso que n.:::,s t,umllha·,a. ,1.n– do entregar-se < sponta neamen– te, zombando Je nossa impe.rf – cla e falta de ogilJdad e. Louriva.1, com sua incapacida– de par a reconhecer-se vencido, jur.wa -lhe pot todas a.5 cou– ... sag rad as, pe la bençã.o de aua mie e pe.as citlZ!l.S de seu avó, que n Ao o p rendem por- ~~~aq~t~~~~ ~~v:~~ tn.tanto, não o atestavam o auor :~l~e d;:~acf:, 1 ºér°:e~íia: raladas de se :ura.star pelo chão. Carlo., ria, um rtstnho macio, multo calmo que lrrltava pro– fundamente Lnurlval. obrlran– do-o a conter teu ódlo mutl– gando !olhaa uue barbaramente arrancava doa arbu.stoe. JA O1.a- ,·o, eternamente afiando com aeu velho canivete pontu de 1a– lhos, pouca lmportancla dlapen• uva à tnteltgencla de Carl.os ou ao gênio lrr83Civel de Lourlval. Nós o ha v1amos nomeado detetive, mu se isto er:1 motivo de ale- gria para tanto3 outros ~ue na- :or~v~1~~~~!t~e t:;; continuado a C:esempenhar u funções de simples guarda-e!• vU. Ia procurar Carlos porque nóa tambem ta.mos. Subia na.s irvorcs quando subíamos, t"ola– va no chão 'l!J2.ndo rolávamos. De aew lábios Jamais fc,I ou– vida. uma pabvn. de protes– to ou de apol., a qualquer 1Dl– claLlva. Se nos cama.vamos de ser pçllcia e r(U"olvlamos ir to– mar &anho no Ouamâ. ele ae– guta-nos tmp&.1tlvel. Dava-nos a tmpre58A o de que ae um dia pre– tendes.se- mos moner, atirarmo– nos do a lto de uma torre, ele morrerlra lambem, atJrar-se-1& da mesma maneira, 5em qual– quer lnterrogaçào 10bre nossa atitude. Um dia, l.():.u-fval, mals neu– ra.stbllco do que nunca, após ter pu.udo duu horas procu– rando em vAo (1 esconderijo de Ca.rlD! que, wt11Jemos depol.s ha– via se metido num velho e m – ferruJndo can:,, onde nlnguem teria coragem de entrar, pro– vocado pelo r1N.> do colega, ati– rou-se com ftirfa sobre o chefe doa brmdtdos, tentando atlnglr– lhe o rosto com IC'W sôcos. Per– cehf o fim de todu as noa,ga.a ~~~~~eDct~v~;:~~la~ - ~ sangue coma do nariz de Lou– rlval que apanhava, como res– posta a sua vc.le.ntla, uma vas– tl.sslma suna dt Carlos. Tentei aepará-103 mas nada mala fiz do que me confundir com ele.s. rolar tambem no capim, auJar mlnhH mãos com o sangue de Lou:rlvnJ. Quando, minutos de– pois. um lnlnJ?Unte resolveu a– parU-1 05, arne,,çn ndo levar-nos pruos, chamo.do -nos de mole– ques. t aze.ndo-!'or. pergunta3 lm– becls aobre n~eos pats, é que Olu•q. que ali estava. veiu a ter conhecimento d.1 briga. Pergun– tei-lhe porque cão me ajudan. Ergue oa omJros dlspUcente– mente. disse que pensava que era brincadeira, e continuou a a11ar a pant.a tia varinha que a– pMhara do ch~o. ba~\u~O:~mna~~eÍ: 1 ~:!-r!. ~~ troa meninos i::e apoderaram do porque, du rulnas do casar&o, do velho cano de&e0berto por Carlos, dos ramos da.s Arvora. Low1val ficou de mal com todoa nós. NI~ nos falava em aula, nenhuma palavra nos di– rigi.a no recreio. Lamente.l tal a– cont-eclmento. Carlos aoltava e- ~:r;!8~a•~~a~:;: ~ ~~ burro e e,r;tUpldo ? Tão burro que n1o vira riue ele era ma.la forte. que desconhecla re ceber Oarloo autu particulares de st• naatlcu, l.&o •stQptdo que nAo deacobrtra almJa que seu adver– alrto pertencia a um grupo in– fanUI de natação. AIJU1lS mosu mais tarde, ao tennlnarmoe uma fami3eradt. prova de twstorla natural, preo– oupadoa com A nota que n03 se– ria dAda, deacemoe, eu e Oa.rloe, r.;~. o~z:i~n~e =r~esm~ e:; i ~u ooleso apertar-me o bra• - Olha. Da que vejo Olavo encaml– nar-ae para Lourtva1 que, agora, llbdava eem pre aoe lnho. Disse– lhe qualquer cou.sa e Lourtval, num algnlltc atlvo se sto de d.,· preso, cwiplu g:n o lado e co.n- f':~=eiro; Jr..~: 1:!:f!~ oe ombroia. voltou-ae. vtu-nos e a d1rlgiu a nouo encontro. Pe.rauntou-noa, entl.o, pua aur– preaa noua. o que acont.ecera ~~t°~~v~~ ~!'-~~~=: co ?" A MAGICA E O AMOR M aeaões clvlca:s. recitais de :!1t:~~~~r~~t~ tcatrab encen1das por artbtu da tttTa, compu_reciamos ac.m– pre com o ünlco fim de noa di– ,·ertlr, demollncto o que com ta.n\o aacrUlclo outros ha\•lam reallzado. Azevedo. que possu.la uma VOJ. tronltonante, o termo ~ Justamente este. eu vl uma o• c:1111.o, levantar..,ae e apart.ear um orador, inlertop.ndo-o !O– bre u.su nto (LUe nada tlnha a ta.s, improvl!a\'a no momen– to. sem qualquer respeito ao no– me do aulor que promet em., e.nunciava tambe:Dl ir c &nt.ar um aambe. ou um fox~ Vi-o, uma ,·ez. dlzer pubUe!llCntt, n:i c:i.:a do dr. Ollnlnl. q~~– do a5 rodas se formaram para e.ecotar os lmprovl1ados ·artistas daquele momento, que ia re– citar .. A! pombu", de Raimun– do Corre.Ln, e declamar com entonação comovi da, a letra de ~. erilar~~rr: :i.~~-ai..~;:: aentar-ae nA reunião de um centro art..1.stico e oferecer-se para fazer um numero. Con– ,·encldos os dlretore.s da festa. surgiu Artur no palco, após uma pallda senhorinha ter t.:,cado o "Reve d'amour .. em violino, um ca\'alheiro ter executado, ao piano, um Noturno de Chopin, um Idoso 5enhor ttr cantado, com voz de barttono. uma can– ção napolitana e uma poetila ter de,erirolad.o uma eirle de sonetos de au.a autorl:I, fazer números de mállca com um lenço e uma mofl!a, pedindo. em aegulda a uma pes.,oa da pl&úi11 que aublaae ao palco pa– ra aJudt-la em out.raa mala in– te.reuantu J)(lrtes. Dlante do convite, previamente combinado. Oarlo.s ensaiou uma timidez co– movedora, e foi para aeu lado, lá !lc&ndo os doUi a fazer ma– caquice, inconce:btvels. Eram relóetos que desapareciam e C3.rlos 05 CU!J)ia, era uma cal– cinha de sh1a saindo d.o bolao de carlos, o que, allia, motivou aJgun, minutos d.e p.rg &lhad&.s e aplaUAOs IA de ntro, a dire– toria do centro desea-perava-ae. Aquilo era uma ofert33, um sa– crtlqio. Como havia sido per– mltlda a presença de membr03 num ambiente em que somen– te a cultura deveria predomi– nar, num logar criado com o objetivo de tornar mais 661l– da a cultura do pavo ? Nlnguem sabia expllc.ar, Dinguem queria respo ruabUlza.r -se pelos gritos e apl&UIOS da a.s,:i.stencta. A.Ylrn, levavamos a vida. Nenhuma preocupaçlo, nenhum desejo mais forte, nenhuma as~ piração irreallzaveJ. Nas aulas. condenaveb cfna., ia.mos repe– tlDdo diariamente, enqun.nto nosaaa cadernet.&3 colecionavam vergonhosas notaa, humllhante.s obs<rvações. Juntos fazlamos p.zetu, juntos Uvemos os pri– meiros a.more,, noS5aS alegrta.s eram u mesmas. Ríamos, nu• ma feliz lnconclenciD.. E. muito embora a maldade eatlv~ au– aent.e dos nos.,os gestos e ações. u.mpre que um desconhecido nos lnte.rroeava sobre o bonde que deveria tomar para ir ao Arsenal de Marinha o acon– seJha\-amos. 1med.latamente. a apanhar um eletrico com a ban– deira Sowa, e a Wtar no fim da linha. Certo dia, porém. Carlos tornou-se meio refratârio às procurava a solidão, detxava transparecer uma melsncuta que dlvenõu. Afastou-se de nos nos preocupa\'a. O motJvo foi des- coberto Por Artur. Arranjara uma namorada e tal. aconteci– mento trouxe à Ju.z um egols– mo que ainda não percebera– mos. M&.1. um dJa, voltou. E. quando uta·.:a. Já nq.·amente dentro de nosaa. velha lntl.m.1- dade, Artur con teaaou-l be que agira para seu regres.se, . Mos - UOU•the cópl&s de cart aa que enviara à namorada de Car– los. as quab continham u intrigas mats infames. E cu– loa. em cuja., reações hn via :;empre vtolencla, apenas &e a– fastou. PUilu•nos dettntUva• mente. Meaa depou;, abando– nava o coli,io e. mais tarde o perde.moa por comp1eto dé vista. Notlcta.s aua.s, u Uvemos por inler~io de urn lrmAo mas elas vl.Jlham. envolvtam-58 de tal mtatúlo, eram l.&o conlu• aa.s que facllmente percebi.a– mos encobrirem quAJquer oouaa de tr6stco. Pouco depot,, tambem, Ji nlo e.ramos os mesmos. ALEGRE EFELIZ N• vid,social, ninguem dcved perceber i•mm que a senhora atra \·cs.s.a. um• epoc• frequente• mente dolorosa na ,uJ vida de mulher Mon• tenha seus olhos serenos e sua trontc pun, cm todos os Jias Je 10Jos os mi'su, com OF0RE. NO - o r egul1do r fem1mno 1de2I. orORENO ,•er com o diacu.no que estava. ac.n– ôo pro nunctado . Carloa, no !estival de uma cantora J' cm decadencla.mas multo a plaud lda alndo., 1oltou um agudo t.lo al· to. acompanhando-a, q ue o b:1- gou o delegado de policia pre– itenle a tomar eniratcas pro– vtd:.ncias. E, n.sz1Lm. por &ua excluatva. culpa, !oram expul• co, d.o. ~eral toda.s as tnofeu• & lvu criaturas que ISC moatra– , .a.ru um paletó ou veat.t:un t ard- u colcclal.s. Restamos nós Gpcnr:, e nOMa aparente ln– tençõ.o pacutca. Artur descobria saraus ramt– tlare!I. os quats lnvacUamos cl– nlcammte. Comi.a.mos. beblr.– mos. darwl\·arno3, all chep.r a ho:-a dos rccltotlvos e cançõe.s, nun:cros em que Artur toma– va parte, oferecendo-se espon– taneamen te, alterando ctualquer progro.ma. Com a mesma neug– ma com q ue anunciava lr de– clam:ir o po::n:n de autor ce.. lebre, poema que, &final de c:on. Ruv Guilherme BARATA 1,Pllfa A PROVlNClA DO PARA'J SE ESTA E' A NOITE ~M QUE ANUNCIARÁS O FIM . DOS TEMPOS NAS ESTR.A ;)AS AMORTALHADAS PELOS Di:NSOS NEVOEIROS POR QUE ESTAREI VELANDO SOLITARIO QUANDO D~VIA ESTAR CANTANDO OS SALMOS DA RfiSUIUtl:IÇAO? SE ESTA E' A NOITE DA LIBERTAÇÃO DAS FORMAS,' NOITE EM QUE CAMINHO PAR~ OS VÔOS CALMOS POR QUE NÃO CHORAREI COM A MEiGA E MANSA VOZ DAS CRIAN- [ CINHAS MORTAS? SE ESTA E' A GRANDE NOITE DAS COISAS INVISIVEIS FOR QUE VIOLASTE A M INHA A LMA PELOS TEUS SUSPIROS E ARRANCASTE O ANJO DAS ASAS BRANCAS DE DENTRO DOS ESPAÇOS DE M IM MESMO? Notas de C ritica Literaria OBSERVAÇÕES A' MARGEM Antonio CANDIDO - I- SAO !'AULO, abnl - A métrl• ca c-lll geral. a rima em par– tlc-.ilar. rc!letem de c::rto mo– do a eisUdca e o proprto tm– pul.so Interior dos movimentos literár ios. A rima rica rara ou procura.da . corruponde. nos parruuiano s à dicção martela– da e à concepção plástlca da es– cola, cujo lnt.ulto era delimi– tar os nspktos relevantes da \"!da e do un1ver!o. A rlma flu– ida e de3lizante. aa frases em bloco do slrnbolismo Yis3m ru– gerL.- aspéctos vagos e tmp!'e– closos da realidade. Diluir e es– fumar em vez de delimitar. A m~t.rtca parnaslana é de contençio, de Hm!taçlo da ma– téria paétJca: a métrica sim bo- i is ta é de expansão e Hberta– çlo de.ata meisma mo.léria. .Me– clitt.ndn sobre os l1mJte3 da ex– preMio e do conhecimento, de– vemos convir que a geometria plástica do Pnrna.so t muito mais ousada. e perigou. do que as manchas Impressionantes e a mustcalJdade do simbolismo. O primeiro IA!nde à. clareza, à prect.são. à rigidez, ao nexo lo– gtco; à pr011a, numa palavra. O segundo tendo à obscuridade. à tmpreci.são, à nuidez, ao desco– nexo: ao dellrlo ve:rbal (ten– dem e nio visam nota-se bem. Em relação à proan, un1\"er– so o.rdenado, não hA dúvida que a posição do lelr1o verbal é mala comoda e mata vuta u sua.s pC>SStbtlldadea. No contu– ao. no aom pelo som, no lm– ~tso. pode refu!P&l'..ae uma tlcçAo de arte e, sem d1l.vlda, a aemente de todas u augeat:6&. HJpnotlzado, o leitor recria os arranjos vocabulares do ~ta. sentindo-&e transportar para um mundo de fantu1a1. Na prosa, ao contrario, quebra-ge o encantamento e resta apeou a elocuçio normal, o que vale dizer, do ponto de vista ~ – Uco - nada. Alisim, no limite, a poesia parnastana encontra muito mais, duro e rata!. o es– colho entrevtato par Malla.rmé no soneto famoso Ji que o stm– bollamo consegue. nio raro. di:9- 801vê-lo em neblinas 1nefavets. lmaglncmoa, por piada, dola nnos: "Meu pai. um homem rude 1 egrabundo• mellcas. nogornla., ~!bilantes•. No primeiro, apesar da per– feita clareza nada exl.ste: no o.:.tro. pode existir um mundo ~tlco.. . Deste modo. o !'limbolWllo dl!pôe das franJM lNOndanlã do mi.11térlo e do tnexprtmlvel. que acobertnm. ' nas 1:ua.s do– bro'> r.enerosa5, o cab otinismo, as eco:aHa.s. o 1.lmples malaba.rt& – mo \ erbal . A es~lica pa:nuJ a– ""· pelo contrario, é um cam– po ra!o e n.berto. onde todos cst.:o ob5e~ando 03 movimen– to, cio poéta. Um combate em pla.nlcte sem o recarso 1os mor– rinh o:-. d as írotas dos capões de ma.to paro executa: rlnta.s \ tto rto::u . Da..f a dl!tculdadc em cri::!.!' a !'IUSestão e o, ctelto., da i:oesta Na .ron clart"ZA ~rro,la– da. o:; ::;ubterfug1os ! Õ.O poucos e mu!toa os ;.rop~os. -II- As rcv·1.,w rra.:ices:13 d~ o– b!i.r:lm ..Darkne::s at Noon ... de K~sUcr, t.rnduzido com o tltulo de "Lc ttro et 1 ·1ntlnl.,. e estõo cheias dele. Quando o hvro aL)Areccu c:n tna:lh o au– ceuo n:io foi menor, e a ra- 1..Ao e.; em que o 5Cu a.utor procu1a deb ater o problema da coru:clcr.cla lndh·ldWL1 dentro do mortm e.nlO re\"oluclono.rio. Sob este ponto de vista tem rn– do o cnsa.lsta mineiro Pran– cl.sco Igles!as, quando diz que no romance polfttco de lnt.en– ções mais lo.rgas. o no me de K~ tler se Junta ao de SUo– nc e ao de Ma.lraux para for– mar umB. trtnca tndlspensavel para o conhecimento dos pro– blemas de ação do homem mo– derno. '"Darknesa at Noon" (em por– tuguês. provavelme.nt.e "Tre va.a ao melo dia•, ae alaum d.la for t.raduztdo) é dos tala rom an– c:ea dn lnt.ereue tanto poUtlco quanto 11terário. Para m.utb\ rente, valer&na mediê:la em que contribui para formar Jutzo a respeito dos cha.madoa proces– sos de Moacou, e ~ nos le– va a perguntar: esclarcctdo:1 ea.. Los, OU pauado O .. U intol'CI• C-opyrtgb.t dos 01&.rtoa .~oclados") Je Imediato, sobre\'h'eró. o li– vro. Tal\•ez; ele nAo se posa& destacar do fenomeno hlstor1- co que o determinou. seja por causa da pro:dmidade do autor em relação ao mesmo. seJR por– que não atinja literalmente fa.. , !ando o nlvel dos grandes ro– mances. Para nós, porem. que ,,h·emos sob o .signo dn P.evo– luçào, ele é não apenas impor– tante como indlspensa,·el. Com efeito, é a primeira grande t~n- tntiva la que eu saiba ) de con– siderar a Revolução do angulo interior. Tudo que se publica tende a historiar, informar, compendiar, analisar, Interpre– tar. Não ocorrera todavia (nem er& passivei sem o relativo a– rutamento em que nos acha– jmos), mergulhar na alma dois revolucionnrlos e procurar, por 11\elo dela, conhecer a Revo– lução...Trevas ao melo-dia" se coloca num ponto de vista in– terno, e por isso ilumina. Pen– so que nós só compreendemos vtvament.e um fenomeno h.lsto– rlco depois que a arte o apro– funda. "Os Deuses sedentos", de Anatole France, en.sinam mais da Revolução Francesa do que um tratado porque nos convidam a olhar, não de fora para dentro (dos acontecimen– tos para os homens,. mas de dentro para. fora, dos homens para os aconteclmentos. Evarts.. to Oamelin é a qulntessencla do rodespierrtsmo; em. "'Tre\'as ao melo-dia,. especle de "Os deUIS.eS têm sfde" e\&- Revoluçio Ruaaa, RUba.skov tem o mesmo v&lór slntetlco e eggencial de Game– Hn. Pensando nele o, relato– rios do Governo Soviético 90.. bh os processos nos parecem menos inoompreenatveJ.s: ~ uma. chave, como o burocrata Ole– t.kin. A arte, frequentemente a– ae oomo chave em relação aos acontecimentos. E' prect.so po– rem, que o artista conheça ab– Jetlva. e profundamen~ a. situa• çl.o 90ela l de que trata - co– mo é o ca.so Koester, de Bi– iene e de Mal raux. Como era o ca.ao do velho Anatolc, erudito conh ecedor da. historia revolu– ctonarta. Quando pensamos no papel dos oon!ldentes na trn.gedla class.lca francesa - as Arlcle, Oenone. os Albin - lembramos que eles talve~ funcionem como alter-ego dos herola. llaver1a então dois t.tpo1 de explicaçlo - uma tknJca. outra pslcologt– ca. No Tea.tro, o monologo can• .sa o esplendor. enquanto o dia. lago permite um desenvolvimcn• to natural do11 problemas pslco– loglcos: o conllnent.e age como a critica tntcr1or. E' p:eclso pon de rar. t ambem que R. literatu– ra n.lo havia ainda naquele tem– po, apr ofundado suftclent.emen• te oa recursos de auto-anall8e. A luta moral aparcela, nlnda, rob certo esque matismo. como um duelo ent.rc dois prtnclpios o debate Interno parecendo an– tes um duelo de duu almas. A menos que nlo fosse por cau– !.a da consclencia de wclabUl– dade do cla.531cl.rolo no qual re– pugnava a imposição tndlscre– ta. em bloco de um drR.11\3 pea– EiOal. mn.5 que o aceitaria em troco miudo, na conversa.. no debatA!. O pen.onagem lsqlado ooZinho parecia excessiva auto– ..ttrmaçio do Individuo que a– meaçava r omper o equU1brlo. suprimir.do a presença da socie– dade. o co nfidente aparecia, então como processo de soc.laH· zaçio; a &0e1edade esta\"a retn.– t.cgrada atn.\á do interlocutor, Instala da no proprlo amago do dra.mn lndlvtdual Ne, te ·.'UO µ.ria P fecl:.o uma tercclra ex– pUcaçaq_ aoc:lolo(ica. O romance moderno pelo con– t.rario n1Jtrldo pelo indivldua– llsmo rorhtL.ntlc-J aceiUL a perso– nalidade ~b u 1 suas mnntfeata- ~to ~ºJ!r~!~:r:~,~~~~ tal, nio te1ne a coext.stencia, no drama anscrtor dos ,•arios eU1: antea os aceita como expreaslo normal da personalidade. E a consclenct& de soltdão tende a suprtmlr c:J. representante da ao– cledade f te.rlocutor mper-e– '°' em neflclo da livre ex– pressio d individualidade. em toda. a su oomplexa riqueza. E •>Jb(!rtlne dlaparue", fa· lando de d.1z Prouac. qu• Oenone e "la mauvalu pãt- tte d'elle !.!me". De !ato, o con!ident.e na. trMgcdlo. clu- 51ca, era ó proprto heroi refie• tido. No "empos Perdu" o he• rol vin em si mesmo e de st mcs.n:o. Se hou,·e:;ge con!'ldcntea. estes p•eci&D.rtam ser uezentos, trei.entos e clnquenta. -IV- Um dos cavalos de batalha do modernismo foi o problema da. substituição da pai..sagem natural pela paisagem cultural. O futurimlo tirou dai um credo arttstlco, e Marinettt. num dos seus poemas meno.s pes.simos, concebe os aviões co– mo &"f'1lDdes pas.saros mecani– cos - .. ucelli meccaniccl" - reno\'ando a magia da paisagem marinha, interpretada com ima– gens. A paisagem simplesmen– te urmana. Cnlo mais "'natural", mas ainda não umecànica", a– pareceu com o romantismo e Baudelaire foi um dos aeua mestres. maa foi o reall!:mo ~tlco que dela se apossou, ex– plorando-a desesperadamente o.o ladu da poesia de gênero. No entanto, não se Pode falar. a eeu proposlto, de pal.sagem cultunJ: homens oomo Coppée, Stecchet\l, Oesarlo Verde, Ma• rio Pederneiras faziam uma es– pecle de tra.nspo1lçAo do buco– llsmo, bueollsmo das cldadc.s.. a nova natureza. guardando o pa• pel ornamenta! de apalo, de u – sunllo. O modCl'llluno, e Ji Varha ren no Blmbolls.rr:o, procuraram usar a patsagem urbana, no me6mo sentido que os grandes romanUoos CWocbworth, Vltor Huro, Gonçalves Diu ) ut.l..llr.a– vam a P!'Jagem natural, ou se– ja, como "'correlattvo objeU– vO" da emoÇ!o, do pemamento. A ernoçio ou o pensamento ee "apoiando" na paisagem, maa se e1:prtm1.ndo por melo du suas formu e dos se\111 mlatf– riõa. 06 modernistas bra.sUeiros, to– davia, perderam ou nunca che– a:a.ram a ter cate .sent.Lmento "natural" e, do ponto de vista poético, metaforlco, da palaa– gcm cultural. Dos seus e&forçog ficou uma tradlQlo de lma11ens matérias, tomadas à industria, à mecAntca. ao urbanismo e ua,.– d.u a ponto de perder o aen– tldo (Pcllpe de Ollvelra, Ser– glo MJlllel, Paulo Mendes. en– tre outros) . Maria de Andrade guardou-o até certa a1turn, e Cnrlos Drummond de Andrade .se tornou 56U grande ~1.&. Nl.a• to, vai encontrar alguns lng:te– sc11 e americanos - Cummlng11, Spender. Auden. Day Lewis - que haviam tido a llçio de cer• tos \'Creos de EUot, em ..Wu– te Land.". no "'Prurrock.". Va– rlos poemas de Day Lewl.s cm "Overtures to deat.h .., o Poema "xxtX" dos " Poema, de Au– den. ··Thc Exprcss... de Spe.o. dor. J)Odem 1-ervir de paradig– mas a ru:pefto.. Em ··Poerm"' des1..e ultimo, o n. 6. ooloca. por assim dizer, todo o problema da paisagem cultural : "' . . .De repcnle o avlGo upa.5.. C sagem para Willm" E a cuinha perto do Iaeo me {apareceram vividos, m&ls lr– [reall. .Real.s eram os cabos de aço e, resmaeando a arama, Os 11.utomovets cm que ta.moa, e o [n05&0 tempo compulsorJo: Pintadas a eama1te sob o VI• [dro movel As vacas eram irreais, e na cegonhas de au.s ondulantes, e ro arbusto: Ee:Las coJ.sas fulaiam num cla– [ro mundo de que fugiam.os como t~~ ~u=! .. éa~~ .. ~ Mas, o mesmo homem que ea– creve este poema noata.lgico e conformado recrla. no poema serulnte.. n. 7, a natureza. ..na– t.ural " de que brota velho en– cantamento shelJeyU>O, p&ra superar o anterior. ..Ouço os gritos da tarde, en– (quan\o a garra da treva crepita no solo.,, etc. lielltindo que 1l 1,ua pert.urbaçlo •se dtuolve, no rlt-lmo dfl5 coi– sa.a, Drummond nAo saberia re– aolver o lmpaaae uoA,o pelo deaea pero e o sa.rcaamo. Homem eà– mapdo pela cidade tentacula.r :!t~~~1:! ~• ,;:e~ ~r!;~f!: e ele rea.g:e por me.lo dela. NAQ - llbertar•se pelo Ydbo • sempre forte eentlmento da na– turc::a nntu..--al. Este nosto poe- (Conuaua na oU.an pillDa) " ARTE E LITERATURA - Página 1 A Literatura de Guerra nos William J. GRIFFIN tProteaaor de Literatura Norte~Amn1caaa da r.ouldMle de PIIOIO'f1a dO aJo ., .,....._, lPll~ OI "Dl.a.doa Aaoc1MIOI, JUO, - Chega-nos de Mos– oou a noticia de que os escrl- ~~Le ~~l!!!Lro;~ ~=; à tn!lueflcia de l:omcna oolf.o Proust. Remarque e HemlllG· way. Ntlmero reoent.e da revltt– ta JlterArla .. ZmamJa" explica que Proust é demasiada.mente tndMduallata; !wna<que, um escarnecedor do herol!mo mi– mar undo Htmlngway uma e ~~t;~d~l~al~~ ~tl~r~":fi to. Annla" CAdeas às arm"'J -de.,-plu a iUOITa da aua slorla". Para falar com ma1J exatt– ddo, ne:m Remarque, nem He– minrway nem qualquer outro escritor é. capaz de "dcsplr a. guerra da aua 9lorla ... Se 110- ria houver, a Hl!torla preser• ,·a-lhe-i a memoria nos seus registro!, paro. nada dizer aos escritores sempre prontos a exaltar o rufar ent.uslastlco doa tambore.s. Escritores como es– ses foram. numeroaos desde Ho- !reer~~tó~~~~~·ouri::3~~ muitos outros que se sentiram LmpedJdoa o. completar o quadro. dando expressão ao sofrlme.nto do soldado e à tragedia das vi– timas do. guerra.. Hou\·e Zolo- 10,·s para quallticar a guerra de coisa "'terrivel e atroz". e dra– mattca também, e surgiram Zo-– lu para descrever a co.nfu.sAo e a miKrla que formam o aeu cortejo, Foi neste eaplr ito, pro– curando enxergar pt.ra alem da superftcle romant ica e dos re– latos o!lctllis. que Taunay CJ• creveu a sua "RetlradB da La– guna ". - honeata, sobria e tre– mendamente enternecedora. O tato de haver Bemlngway ~~~if:riite º~:rr:J;u~:1!~1g~ cruzada" não dim lnuiu a n:pu– t.açA.o do escrit.or e.m aua pro– pt1a terr a. Antes pelo contra– rio, foi louvado por haver des– crito com franqueu o que vira e sentira, embora. se reconhe– ça que a sua narrativo. nlo constftuc a hiatorta toda. 01 Estados Unidos estavam acostu– mados a ouvir a verdade sobre n guerra. Jã em 1773, Benja– min Franklin d1%1a: - "Jamais houve uma guer– {ra que ro11ise bõa ... • Reconhecer a realidade daa coisas e snber que a guerra en– volve males ou de!gr&ÇB!i que r~ur':ai}:~~~ ';C:~~ !e~= dnde, não significa que no11 re– signemos à passh'tdade ou l covardia. Em 1776, Franklin estava pronto a dedicar todas as suas energias à lula contra o. Orl Bretanha. Em 18t4, Longfcllow, com o pensamento em lhe ln!lnlte fleroe lohorus, 'lbe cries of agony, the en– ldless groan, Which, trough lhe ages that. Oieve before w:, ln long reverberations reacb [our own"', eaperava pelo dia em que o no– me de guerreiro tosse tudo em horror, e toda a na.çi.o que le– vantasse a sua mlo contra o ir– mlo carregasse para todo o sem– pre cont a maldiçAo de Calm. Do1.6 anos depola, Jame.s R:ua.,el. Lowell exrevls : "As for war, I caU lt murder~: Thete you have lt p111h . ena ". Apesar disso, em 1881, t&nt.o I.Dnatellow como Lowell, os dois amboa, consagravam-se à cau– sa do governo f.ederal na p,e– sen-ação da união nacional e da libertação dos escravos. Na guen-a. da Seceulo, tomou parte o general William 't. Sherman que. escrevendo a uln cp.1:f!prada de armas, fez a •– gutnte obse.n"B.çio: .. ~ ~! ~:~ºqW.e~o~ de berbarJa.". Sh~~=~e ~ ~~e g:°»f- i,e gegulnte: - .. A lll orla da ~ a ti COJ)· vcrs& fla.cf 'a... A lftlêtta 6 :lll– fe:mo ". E, lodavla., foi esse me.amo a:e- – neral Sherman• quem levou t.er – rtvelmm te o. cabo a taref a de devast.ar llternlmcnte uma vas– ta zona do Sul dos Estadba Unidos. Lembremo-noa do que Fran– klin Delano Roosevelt. !u nu– mi\ lncquivoca declara.çÍl.O do aeu odlo à guerra, mas rot ele quem condw::iu o &eu pais ao mab estupendo confJlto d.a sua ht.t.orla. Evtdcn~men!.e, uma vlaio bo- neata e humana. dos horrores da guerra nl.o Im p ede nem o rcconhec.lmento da 8\.1& necea:ldade última nem uma a– çl.o determinada em faée da crue. WALT WHITMAN Entre os que ofereceram oa seus serviços durante a ,uer– ra da Secessão encontraYa-ae Uln tal Walt Whttman, Jl en– t.lo nutor de um 11upreendent.e e & 11IllflcaUvo livro de poemas. mas ainda nlo reconhecido pelo que era, o poéta da ma 6PoC&. ~l!:ªa°m~g, ::-:~~be.1~~~ hospitais de sa.nsue. Ntnauem era mata devotado l cauaa a que servia. Ntnguem mata do que ele .. deixou Inspirar pelo ldeál pAt.rlotlco. Enquanto outros po– diam coorever comoventes ver– sos, faLscantes de belos aentJ– mentoJ.. a poe.sta. da guerra de Whltman nos oomunica inflnJ• 10 senso do pa<'tlco. Retr!Stra ele breve alto durante a reti– rada quando nu..Q;J,& arvore, ao– bre rasa aepUltura, 6 colocada a toaca tabuleta em que se- lia • Jle!IUlntA! Jnacrlçlo: - •Bold, cautlons, t.ruc, and, my louvinJ conrade l" pe1~/~:an:v~ -:'.;!'a,1~ IU de catrea nos hOIJ)ltals de campanha. pelas , 1 ia6cs dt corpos mutuadoa ("'poor ora.zed hand, tear no, the banda,e away"). Lembrava-te doa mor– tos. os olbo3 vitreoe e faces der· t:r~~e=d~ ~nl~ .:~ ~= "°" do trtµnto·. era leva,Jo quue a "to chant tlle cold dlr• ;. tJf the bafned". o que Shakespet.re dcnomJ– nava "lhe pr!de, pcmp and clr– cUNta.nco of r;lor 1u11 wn.r", fot -• um i.ma lavol'IW> doa romnnclstas. e t1uando a guer– r,- do. Beceaalo terminou, ha• via quantidade de eac1 :..irts P:.· ra ce1ebrar•lhe os ..péctos eira. m.:.tJCOA e heroiooa. Mult.o úa proauçlo de tat. escrltm!!, to• davla, era de lnt.rHM pura– me:nt.e u mporano. Lugar per• mancnlo na llter•tura norte– amertcana. est.A. rtte.rvado ao proteato ae llydney LAnter con• tra a "tyranny and Ohrl'ltleto· neM o! wa.r". oonUdo na aua. r::~a d~ 1 ~ ~~~el~ J:: verUon", novela de John W De :P'or.,t; às ht.U>rlas trontcaa ~3:~uo~;l~~r:aea B/~ truçlo tmastnarl• aa c,:penen– cta da ruern. fett& por BIA!· phen orane. De Dorest havia combt.tl (lo na guerra da Sucus lo, com o posto de caplt lo, ao lado <Soa forças da Unllo. J amala neaou a validade ctos .,bJettvo5 da luta, mas revelou ,1 lado 10rd1do e mt.eravel da gvern.. Mostrou que a guerra n: oderna nAo 6 somente a estrat.6gta e a d.ansa de espadas d os cen erals. mas en ,,oJve o povo tr.do na con~da. Representa\"a t1, a tropa co– mum, com os teus trequwte.s ates de bravu:-:i, ma.a tambem oom a sua frequente covardia, con!usl.o e d~pero, dando a, – sim uma noh nova e moder• na ao roma.nce norte-ameri– cano. ton11U.mo, • - Jll'OPrl& ~ 801181lda4e N OI.,,..-_ ,a, ao meamo tnnpo 111N 1111 1e na do llOlrlmfttll • • ..... ~ ele. ....., callllftdu. ,..._ me,il;e, oó lhe ,.,ta o~- :~:.v=r ~.~~ a selvo, 1, ferido •~ Por fim, ,ncontra da ""'º:,.: ~ J:.~ :.:.; v:°"°~t • HenrJ Plemtnp:, bavando - bido o bt.tilmo cl1! fo;o, e -• blndo a medt.lna Verinelba da corarem, •'lti prl')lando para tomar-a.e um tnlda4o mdweot• do n• lute. O ultimo v~ do Individuo .. rmlen. &• - uma m:inctra J~ como M ruea OI hlí,i1:N· . D OS P AIIOI o que o povo r.os Eltadoa Uai- ~°" o•~~~~ e i:'m '~~ji,~ \':: ,·e conrbto cum a Zlpanba f,. uinB aventura ucltante e JJOU• ooa lf'it.ores ae aelxara.m tffiPNl– ,ik)na.r com 1s narraun.a de steph,n Orane IObre o desma• ulo e aolre a JneflClmclu mi• JJtar em OUba. As blltorlaa de maior ctrculaçlo ptocllllld.. pe. Ia 11'1•r ra conu ,, a Zopanha fo– ram 01 rel:lt.ce cltamente Jorna– lt.tlcos de lllc ard H•rdlnt Da• ~.~: .~·~ =! ;-::,~ .. .Ambrose Bfarr;e, outro veie.ra – no do Exercito do ... ·one, no weu Interesse pela psicologia do ln• dtviduo indicou os pro,r~ da ftoçAo dos nos:-,0., dtaa: na sua reprtsentaçlo da brutrJtcl!lde obsecante, su.1•·! os negros ter– ror., de Wlllb:n Faullrner: • One Ktnd of o mcer" ~ umt. ~u~~~r:~~u1:.~~~:~~=~ contra um cócllro mWt.ar Irra• cional. No " g"orseman 1n the s1r;y·• pintou a traa6dl• espectol Qua.Ddo a N •ç.lo ae •jun– aos 1enn ata Al ta.do a em ti 7, o sentimento aeral n-a o de uma lngenua auto.r.:ontlança e entu• ' ~mo e.ate aentlmtnto era ali me ntado entlo pe– dia, como por ex.emplo. " OYer lh e lOP ... de 11:rnpey. A propa– gand:t. no ae:u moderno ~ \!do et• um produto capital aaque– les anos de ,uerra e nos Esta• dos Unl4os produ!lu tmpe~UOIO Idealismo. Ao ,ufar dos um10• res e LOb oa ap Ll.UIOS das mu)ll– d6,i em txt.ue , u Porçu Ibrpe– dtcton11rt .. emb o.rcaram para a Europa. ?i'f~ éa~~el n~;v:Jv11à'i:' :in; filho. Em "00JP de Grace" d.,. cre\'e-nOA os me<!onhoa horrores da guerra que dUacenm os co– rações dos homem outros Jo,·en, tdeallltU. po. rem. havt&.m precedJdo ~ ~– cttos dos Estadoo UnldOI ?\lo· çoa norte-amertcanoa. chelr g de udor, havtam ae apres,nl&do • com, ,·olunt.atioa afim de IC'• vir l caus..'\ aliada; mesmo an– tes da declaraçlo de ru.,.,... Po– dta m et.. ler dito ao,1'1e111 CODI• patrlotu que a vta1em para • Europa nlo era nenhum pas– seio. Podiam t.er- lh.. falado doe Hamlln Gar:.Snd na.sceu de• ma..'Üado tarde para ver oom seus olhos a guerra da Suceasio, mas no aeu beb conto. ·'The Return of a Pr1vate" procurou :&:fe~cf:s~~~co ~u:S 1:V:,ld:~ dos soUtnrloa, c1Je, como recom– pensa pelo seu aervJço mlllt.a.r, ti\·eram a dura tarefa da re– construçlo cm localidades que haviam aprendido a viver eem eles. Como Blerce, De Poreat, Lanier e Whltma.n, aabta c1e que a guerra era ftlta tanto pelos infantes como pelos oflcl1L-., e bem aabia t.ambem que o solda• do ruo nem 5empre recebla a corôa de gloria. 1 ldeai. tratdo s, rta ea<upldt'S mal• vado, doa Mntlmentol de huma– nidade calcad<>s aos ~ da bru• talldsd<- entronluda. Mu o dia del~s nlo era chep~o. E. ... .-3, per ,·Ir l'llndn. Esses jo;:c.:, r: lo haviam aprendido n.1nda ,.ua u– te e pouco \.empo h av1arn ti– do para dtae:r 1 .r u IU&I expe– rtcru::S.11 ou para tentar lança• Ia• AO paP4"l. STEPBEN ORANE Foi eata me&mA conaciencta a- =u«!f uh~,~ =, 1 ~!d8:e i1 Courage": - e,aa novelo de Stephen crane é um dos iiran– dea maraoa da literatura nor– te-americana. AW. o tempo em que a escreveu o autor Jamais havia vtst.o umg, suerra, mu com tamanho <.xit.o projetou a. sua. hnaatnaçll naa aventuras da batalha que, ao observar, a– tlOB depoia. a 1,1~a na Grk:ls, J)O • d.la exclamar: - roz• tudo verdade quanto escrevi". "The Red lladi• o! Cou.raa•• é uma analtae narra\.lva ae ho– men11 sobre o to10, particular– mente de um l"erto Henry Fle– minc, que se apresentara como voluntario, m~ com a IJ'&,Dde ambição de tornar-se herói. A novela olravi&a de lancu monoton03 e deaanlmador,-, conduz Henry Flemln1 A. Batà– lha de Ohancellorsvllle. Tudo 6 vato atravú doe olhoo dllue solllado raso, tudo 6 al)HOJ)dllo pelo seu cerebro e refletido pe1'a; ;~~~méq:i: ~~ aparcnlemente dert.rulda ele al• IP!, entro o contwio e aterrort– à'tl.o eaquece-1e ele da aua he– .r6t ca mi.alio e perde a 00111elen• e.IA dos seu, td..11. Redtwdo a rea ções antmaJa, e loco ao Ml- D.! todc,i eueA DM>90I. o caue mah depresaa opreNDtou o IIU reloto foi John doe Puaoa: "Onc Man'a Intc:lalton", de lNO, , rntc11 uma no,ala inffliGr, atnd> que a 1ua lnfertortda4e rwc!A r.a aua fortnt. e expn,. alo e nlo na i,ua honMlldade de . .nttment.oo . A emoçt,o ta ele w:n homem aen alvel, um artt1- ta num mundo mu.lto avançadt> na obrt. de dOllntecraç&o mona! e social. O herol da hlatorla 10• fre com a delt~ ela cultura ~~~fr!~scg:' .:w:~•10 Jo'1: sente menoa tortmado por toda ~ d::ttd::Oôi ~ eu~.fo: = a~~F.:f!?. do odlo, • odlo A .. ,unda nonla da suem da John do• PUIOI, .. Thrn 8c>U• dlera", 1921. i lnflnlt&malte me• lhor quo o. prlmelra. O. tres aol• dadoa cuJt. hlatorlll Doo P..– llOI cont.a foram .-.lhldol para rapruent&r tlpoa narle-amorlea• DOI e a DOH.la DOI m oetra co mo a tndtvt duallda de • o carat.er ele cada um - eolda doa ao qu e. braram l!Ob u rodas ela maqut• na mllllar .Ainda aqui, e ele DOTO a enfase do autor deacreve oa efettoa da ruarra aobn um tem• peramento ortlatlco,-John AD drewa, que tinha o dom de ""' e de Mllltlr a B<!JOI& e o du•• Jo de expreuar o MDUdo ela YI• da em compotdçOea mu....,:lls, llenttu•se ele fl'Ullado • rouba• (Coottnu u eltaH ,a,.) As d e inglaterra# R. de Sousa MOURA (Para A PBOVIN'OIA DO PAJI.A') 81 houveue o penso de <lua· parecer A obra. de Ruy Buboa& (acontecimento bem poafve.1 neata olvUlzaçiO do papel) baa· tarlam aa "Oartu de InalatA!r– ra" para tra.namltlr a posterida- de uma naçio exata da eata– tura intelectual do bravo bru l– lelro. Anuncla~se • rora nova edlçlo deue livro atantftcaU,o, e eu venho de Jt r eue tamoao caderno do exillo numa velha edição de 1896. 6io geiJI t.emu aom.ent.e, 4eaenvo1vldoa entretan– t.o em 410 pâglnu, o que dellde logo néga. que seJa.m propria– mente carta,, 11115 antes um l•• gado que in,plraram ao autor ._, oousaa da 1ua i-trta, "obee.r– vadu do fundo de uma alma tranquila. e do retlro de um pala clvUizado. "Por muitos u– tul08 t.ae1 menagem .s1o npre– sentattv.. <laa lendftncJaa, do rosto e da cultura de R~y. en- tre os quaes n1o menor 6 0 fato de que elas foram eacrttu no apoeeu da aua maturidade rue de plenitude em que a 8 ,i. ;>erlencla 1ndivfdual tJOlldame:n– te estabe.leclda re~le a aven– tura do e&1>lrit.o . Nolivel 1am. bt!ll) 6 que easa correnponclfn. ela ffl&8nlflca n&o reflete ape. nas as tdll&s peaaoa!JI daquele que a emitJu. ma.s alnda em multo& pontos lmport& numa espec te de lrllan daa Jd!lu 119 • n.ea do século entlo em decil• nJo, oonatttulndo, aastm, uma clrcunstancta excepcionalmente feliz ter acontecido a sua ela– bora(lio precisamente naquela 6poca. Outro IUJ)eeto, nl.o me– nos expreas!vo, ~ que o local do desterro de onde uau pata.vru noa vieram foi umn das ctda– dh cm que ae havtam concen– trado ª força e a slort& da cJYIUuç&o octdenl&l ,. cidade de 'Londre,, de onde ,e poderia portante:,, ratar oom exatlcllo ê atualidade unJver.._ e que 11 non&lgla do proacrJto )Ili-• te se.nua. oontorme eea. na lli- tpllt. de lntrocluçlo, 00- "IIJI d=-. morai no qual ele - Atravb d..... i1',aJ,gu a o criador delas atf'llltII& 0 Z tino de folhu llllu, •- • cunho da duraçlo"', encontra– mos hoJo. depot. de cldquenta &IJOa. moth-·os de lntere,ao e 8'1- 1-11io""" _ "" _ honestamente que estio •t•u. Mas o que me -u fun• dament.al ou preferencial ...,. n numa aprectaç&o du •oartu de l n&Jaterrt.•, 6 que - li– revela l"laramente qual • atttudl ae Ruy dlantA! do ,,_ ele esp!rtto predominante no - IA!mpo. • .... atitude roL IIIMl– clalmentA! quanto , orpnlla,, ç1o social e polltlca, da pia& acett.açlo. Nlo direi que em ~ out.roa volumea que a sua lufa• ttalvet atitude tntalecwal pn,. duztu, nl.o encontraremo, .. dados para o meamo conllad– mento. maa nenhum outro, oo– mo aqueJe, teve a aorte de • ao meamo tempo um docunla– to fiel e lntA!sraJ. r que li& outras reYeJ&.ç6ts, com a ftlt esplendlda ntlldn, ai prec1ta• :;:!n:! ~~ ~:J:-: lnaplradoo pelo ,olrlmento, f- 1em oa mala eapontaneoa. Al– alm. flcamoe com a unna • outra oouaa, da a\lN'nda de nt– caçlo de Ruy pela fUoeolta, dl• ante dt. qual n6o ae Yl'rtflaa de 1ua parte apenu lndCr.m• ça mu ª" meomo um fflado de,prero. • · na critica de ua livro de Artur Jamu Jlalt-, que acabava de aurrtr, ,._ da qu.. 14es met.aflaleu, - "TI» l"ounelaUom of B<!Uef• l,u -■ aea da w,. que ftlDOI • sua ctNcon!tança contra •u U...O. do ftloeoftsmo". Vemoo que • f:°.:! ~brU~trante ":ª ri:; aUIClt.a. de tmedla,:e ln– UterirJo. eoclal ou poUUoo. IOI– Dl•te ouperflclal ao contacto • .._ulaçlo, teYe o propoatto dll vulprtaçlo de auu tdf!U, como ullent.a Rll1, ntlalldo _,, •o tecnlclllllo da - oolu•, IDIII - «mdllla 11111 -la_,.,,...,... o crlllao ... wna-~... lill aNdaçiodoetemuemTlll&o o tmpen.UYo ela IIIJallo Cio ta- ~do ~u= =-4' _,_,oom :=~ daflnlU .._. coacnto. ao IMo poll N&llilede, RIQ' fQI, -- &0 Nl& IIIIDll9 __ _ "'°- IDlrelant.o, O ta OODI que • DIOYI_,.

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