A Provincia do Pará de 20 de abril de 1947

qu;;,--ia~ncfo'".::~s p~gunta:; lm - becis sobre nossos pais, é que Olavo. que ali estava. veiu n ter conhecimento d.t briga. Pergun– tei-lhe porque r.ão me ajudara. Ergue os om0ros displicente– mente, disse que pensava que era brincadeira, e continuou a afiar a ponta dri. varinha que a– panhara do chão. Foi o Iim ;fa, polícia e do banditismo naquele bairro. Ou– tros meninos <:e apoderaram do parque, das ruínas do casarão, do velho cano descoberto por Carlos, dos r1Imos das árvores. Low·1val ficou de mal com todos nós. Nã'.> nos falava em aula, nenhuma pala\'ra nos di– rigia no recreio. Lamentei tal a– contecimento. Carlos soltava e– xageradas gargalhadas - que culpa. tinha do colega ser tão burro e estúpido ? Tão burro que não \'ira que ele era mais forte, que desconhecia receber Carlos aulas particulares de gi– nasticas, tão est.úpido que não descobrira ainaa que seu adver– sário pertencia a um grupo in– :fantll de natação. Alguns meses mais tarde. ao terminarmo~ uma famigerada prova de historia natural, preo– cupados com a ;iota que nos i;e– ria dada, descemos, eu e Carlol', para o campo de esportes do co- 1,g,lo. Derepent.e senti a mão de meu colega apertar-me o bra– ço: - Olha. lilis que YeJo Olavo encami– nar-se pai-li. Lourival que, agora. andava sr.mpre sosinho. Disse– lhe qualquer cousa e Lourival. rium significativo gesio de de~– preso. cuspiu para o lado e co~– tinuou sem dar outra atençao ao companheiro. Olavo levantou os ombros, voltou-se, viu-nos e se dirigiu e nosso encontro. Perguntou-nos, então, para sur– presa. nossa, o que acontecera com Lourival. E interrogou-nos: -• Será que está de mal conos– co ?·· A MAGICA E O Al\lOR As sesões civicai,. 1ecitaii, de cantoras. dem:m. trac;óes artisLl– cas e alunas de música, revistas teatrais encenadas por arti:stas da terra, cornpareuiamos RE'm– pre com o único fim de nos di– vertir, demolindo o que com tanto sacrifício outros haviam realizado. Azevedo, que possuía uma voz tronitonante, o termo é justamente este, eu ví. uma o– casião, levantar-se e apartear um orador, interrogando-o so– bre' assunto aue nada tinha a ver com o discurso que estava sen– do pronunciado. Carlos, no festival de uma cantora já em decadencia,mas muito aplaudida amda soltou um agudo tão al– to, a~ompanhando-a, qu~ obri– gou o delegado de policia pre– sente a tomar enérgicas pro– via:::ncias. E, assim. por sua exclusiva culpa. foram expul– r.oa da .::era! todas as inofen- i;ivas criatura3 que se mostra– vam ~em paletó ou vestiam fa ·,das colegiais. Restamos nós apcnP,5 e nossa aparente in– tençé.o pacmca. Artt,r descobria saraus fami– liare~, os qt;ais invadiamos ci– nicamente. Comíamos, bebi: - mos, dar:sa\'amos, até chegar a hora éios recitativos e canções, nurr.ero:; em que Artur toma– va parte. oferecendo-se espon– taneamente, alterando qualquer programa. Com a mesma fleug– wa com que anunciava ir de– clamar o r:o::rr:a de autor ·ce– lebre, poema que, afinal de con- d de. l\nur t:onfeswu-lhe que agira para :seu regresso. Mos - t-rou-lhe cópia•, de cartas que enviara a namorada de Car– los, as quais continham as intrigas mais infames. E Car– los, em cujas reações haYia sempre violencia. apenas se a– fastou Fugiu-nos ciefinitiva - me11te. Meses depois, abando– nava o colégio e, m11is tarde, o perdemos por conipleto de rista. Noticias suas, as tivemo"> por intermédio de um irmão. mas elas vinham. envolviam-se de tal mistério, eram tão confu– sa:; que facilmente percebla– mo,, encobrirem qualquer cousa de trágico. Pouco depo1s, r,ambem. já nê.o eramos os mesmos. Na vida social, nínguem deverá perceber iam.iis que a senhora arra.ve ~~.t uma epoca frequente– mente dolorosa na ,uJ vida de mulher Man– tenha seus olhos serenos e sua tror.te pura, em todos os dias de roJ os os mêses, .:om OFORE– NO - o regulador femmino ideal. ~ -.......::: mni. ous11cra e pen a ao qu . as manchas impressionantes e a musicalidade do simbolismo. O primeiro tende il. clareza, à precisão, à rigidez, ao nexo lo– gico; à prosa, numa palavra. O segundo tendo à obscuridade, à imprecisão, à fluidez, ao desco– nexo: ao delírio verbal (ten– dem e não Yisam nota-se bem. Em 1·ela.ção à pro&a, univer– so ordenado, não há dúvida que a posição do lei.r io verbal é mais comoda e mais vasta as suas possibll!dades. No confu– so, no som pelo som. no im– preciso, pode refugiar-se uma :ficção de arte e, sem dúvida, a semente de todas as sugestões. Hipnotizado, o leitor recria os arranjos vocabulares do poéta, sentindo-se transportar para um mundo de fantasias. Na prosa, ao contrario, quebra-se o encantamento e resta apenas a elocução normal, o que vale dizer, do ponto de vista poé– tico - nada. Assim. no limite, a poesia parnastana encontra muito mais, duro e. fatal, o es– colho entrevisto por Mallarmé no soneto famoso já que o sim– bolislllo consegue, não raro, dis– solvé-lo em neblinas 1nefaveis. Imaginemos, por piada, dois versos: "Meu pai, um homem rude [egrabundo" mélicas. flogornias sibilantes". ·ro primeiro. a.pesar da per– feita clareza nada existe: no n..:tro, pode existir um mundo ooético .·.. DeEte moclo. o simbolismo dispõe das franjas insondave1s ri.o mi~t.érlo e dp inexprimível, que acobertam, nas suas do– bra·,, generosas. o c.abotinismo, as e.co: alias. o ~imple~ malabaris– mo \·erbal. A estétic<i parnasia– na. pelo contrario, é um cam– p0 raso P aberto, onde todos cctê:.o obse,vando os movimen– tos do poéta. Um combate em planície sem o rec:.irso dos mor– rinllos. das grotas dos capôes ,:l'.) ma,o para executa:· tintas Yi:m·io~as. Dní a dificuldade em c1·i:ct!' a sugestão e os efelt0.~ da poesia. Na sua clareza arroja– da. o:: ,;u lJterfug!os soo poucos e muitos 08 ;;ropeços. -II- As revb tas france~as de.:,co– b:-iram "Darkne~3 at Noon". de Koestler, traduzir.to com o titulo de •·Le zéro et l'inf!ni", e estão c:1eias dele. Quando o livro apareceu em inglês o su– cesso não fol menor. e a ra– zão cscá em que o rnu autor procura debater o problema _da co~cic:,cia. indh·idual dentro do movimento revoluc!onario. Sob este ponto de vist.a tem ra- 1,ão o ensaísta mineiro Fran– cisco Ip:les!as. quando diz que 1~0 romance político de inten– ç;:, es mais larga;,, o nonu: de Koestler 5e junta ao de SUo– ne e ao de Malraux para for– mar uma trinca indispensavel para o conhecimento dos pro– blemas de ação do homem mo– derno. "Darkness at Noon" (em por– tuguês, provavelmente "Trevas ao meio dia", se algum dia for traduzido) é dos tais roman– ces d'e interesse tanto polftico quanto literário. Para muita gente, valerá na mediêl.a em que contribui para formar juizo a respeito dos chamados proces– sos de l'ooscou, e isso nos le– va a perguntai·: esclarecidos es– tes, ou passado g seu interes• J. .lt;;V \..U::::}AJJ.t.- \.!U'C êU, 1,;C •..J U l.J.a.U• funda. "Os Deuses sedentos", de Anatole France, ensinam mais da Revolução Francesa do que um tratado porque nos convidam a olhar. não de fora para dentro (dos acontecimen– tos para os homens , . mas de dentro para fora, dos homens para os acontecimentos. Eva.ris.. to Gamelin é a quintessencla do rodespierrtsmo; em "Trevas ao meio-dia" espec1e de "Os deuses têm sêde" qa Revolução RUBSI}, Rubaskov tem o mesmo valor slntetico e essencial de Game– l!n. Pensando nele os relato– rios do Governo Soviético so– bre os processos nos parecem menos incompreensiveis; é uma chave, como o burocrata Gle– tkin. A arte, frequentemente a– ge oomo chave em relação aos acontecimentos. E' preciso po– rem, que o artista conheça ab– jetiva e profundamente a situa– ção social de que trata - e.o– rno é o caso Koester. de Si– lone e de Malraux. Como era o caso do velho Anatole, erudito conhecedor da historia revolu– cionaria. -IM- Quando pe::isamos no papel dos confidentes na tragedia classica francesa - as Aricie, Oenone. os Albtn - lembramos que eles talvez funcionem como alter-ego dos herois. Haveria então dois tipos de explicação - uma técnica outra pstcologi– ca. No Teatro. o monologo can– sa o esplendor, enquanto o dia– lago permite um desenvolvimen– to natural dos problemas psíco– logicos: o confinent<> age como a critica interior. E' p~eciso pon derar, tambem que a literatu– ra não havia ainda naquele tem– po, aprofundado suficientemen– te os recursos de auto-analiee. A luta moral aparecia. ainda, wb certo esquematismo, como um duelo entre dois princlpios o debate interno parecendo an- tes um duelo de duas almas. A menos que não fosse por cau– ~a da con.~ciencia de sociabili– dade do classicismo ao qual re– pugnava a imposição indiscre– ta. e:n bloco de um dram~ pes– soal, mas que o aceitaria em troco miudo, na conversa. no debate. O personagem iSQlado sozinho parecia excessiva a.uto– ., firmação do individuo que a– meaçava romper o equilíbrio, suprimindo a presença eia :;ocie– daci.e. O confidente aparecia, então como processo de socia.li – zacii.o; a sociedade estava rein– tegn da através do interlocutor, instalada no proprio amago do drama individual. Ne3te •;aso ,.seria i;reci::;o uma terceira ex– plicaçil.{• sociologica. O romance moderno pelo con– trario r,utrido pelo lndividua– l!smo romantic'.J aceita a perso– nalidade ,ob as suas maniiesta– ções mais•dive_rsas. Não fazendo tanto caso de hierarquia men– tal, não te:ne a coexistencia. no drama anr.erior dos varios eus: antes os :,,ceita como expressão normal dr personalidade. E a consciencia de solidão tende a suprimir o representante da so– ciedade (interlocutor super-e– go> em beneficio da livre ex– pressão dP- individualidade. em toda a sui. complexa riqueza. E "Albertine d!sparue'', fa– lando de Fedra diz Proust que Oenone era "la mauvaise p~– tie d'elle même ". De fato, o confidente. na tragedia clas– sica, era o proprio heroi refie- ~utH.·n w , ua.o rst: poae 1a1ar, a seu proposito, de paisagem c.ultural: homens como Coppée, Stecchetti, Cesarlo Verde, Ms,– rio Pederneiras faziam uma es– pecie de transposição do buco– lismo, bucolismo das cidades, a nova natureza guardando o pa– pel ornamental de apoio, de as– sunto. O modernlsmo, e já. Varha ren no simbolismo, procuraram usar a paisag~m urbana, no me&no sentido que os grandes romanticos (Wodsworth, Vitor Hugo, Gonçalves Dias) utiliza– vam a P.!lil-sagem natural, ou se– ja, como "correlativo objeti– vo" da emoção, do pensamento. A emoção ou o pensamento se ''apoiando" na paisagem, mas se exprimindo por meio das suas ! orm.as e dos seus misté– rios. Os modernistas brasileiros, to– da.Via, perderam ou nunca che– garam a ter este sentimento "natural" e, do ponto de vista poético, metaforico, da paisa– gem cultural. Dos seus esforços ficou uma tradição de imagens matérias, tomadas à industria, à mecânica. ao urbanismo e usa– das a ponto de perder o sen– tido (Felipe de Oliveira, Ser– g!o Mill!et, Paulo Mendes. en– tre outros) . Marw de Andrade guardou-o até certa altum, e Carlos Drummond de Andrade se tornou seu grande poeta. Nis– to. vai encontrar alguns ingle– ses e americanos - Cummings, Sper.der, Auden, Day Lewis - que haviam tido a lição dr cer– tos versos de Eliot, em "Was– te Land". no "Prufrock". Va– rios poemas de Day Lewis em "Overture& t.o death", o poema "XXIX" dos "Poems. de Au– den. "The Express", de Spen– der, podem i;ervir e.e paradig– mas a respeito.. Em "Poems" deste último, o n. 6, coloca. por assim dizer. todo o problema ds. paisagem cultural: " ... De l'epenle o aviso "Pas- 1.sagem para Willm" E a casinha perto do lago me [apareceram vividos, mais ir– rreais. ReRis eram os cabos de aco e. [esmagando a gráma. Os automoveis cm que íamos, e o [nosso t~po compulsorio: Pintadas a esmalte sob o vi– [dro movei Ar, vacas eram irreais, e as cegonhas de asas ondulantes, e ro arbusto: Estas coisas fulgiam num cla– [ro mundo de que fugiamos Como "rosa e amor", nalgu- 1.ma esquecida -canção.,. Mas. o mesmo homem que es– creve este poema nostalgico e conformado recria, no poema seguinte, n. 7, a natureza "na– tural" de que brota velho e!l– cantamento shelleyano, para superar o anterior. "OUço os gritos da tarde, en– [quanto a garra da treva crepita no solo", etc. sentindo que ~ sua perturbação se dissolve, no ritimo das coi– sas, Drummond não saberia re– solver o impasse sei;ião pelo deses pero e o sarcasmo. Homem e~– ma.gado pela cidade tentacular esta provoca na sua consciencla estrangulada o germe da revoita e ele reage por meio dela. Nãq sage libertar-se pelo velho e sempre forte sentimento da na– tureza natu:al. Este nosso poe- (Continua. na oitava pi&úta) m can·egasse para roao o sem– pi-e com a mal<liçâo de Cal.ll_l. Dois anos depois, James Russel Lowell escrevia! "As for war, I call it murder.: There you have it ptihh i!1id [fl(11,". Apesar disso. em 1861. ta.nto Longfellow como L,owell, os dois ambos, consagravam-se i;, cau– sa. do governo :federal na p:ré– servação da união nacional e da llberta.câo dos escravos. Na guerra da Secessão. tomou parte o general William T. Sherman que, escrevendo a UlP camarada dte armas, fez a ~– guirite observação: - "A guerra, o q1i1e de melhor se pode dizer é qtíe n'lo pásia de barbaria". E' tambem ao mesmo gene1,al Sherman que se a.trimie a ffà– se seguinte: E . t-0davia, foi esse mesmo ge• nera\ Sherman quem levou t.er– rivelmente a cabo a tarefa de devastar literalmente uma vas– ta zona do Sul dos Estados Unidos. Lembremo-nos do que Fran– klin Delano Roosevelt fez nu– ma inequivoca declaração ào seu odio à guerra, mas foi ele quem conduziu () ,.eu pais ao mais estupendo conflito da sua h istoria. Evidentemenw, uma visão ho- ne~ta e humana dos horrores da gue.-1· a niJ.o impede nem o l'econhecimento da sua necesicia.de última nem uma a– ção determinada em fa.ée da crise. WALT WHITMAN Entre os que ofereceram os seus serviços durante a guer– ra da Secessão encontrava-se um tal Walt Whitman, já. en– tlfo autor de um supreendente e significatlvo livro de poemas. mas ainda não reconhecido pelo que era, o poéta da sua época. Whitman não carregou ~rabi– nas aos ombros mas trabalhou em hospitais de sangue. Ninguem era mais devotado à causa a que servia. Ninguem mais do que ele se deixou inspirar pelo ideal patriotico. Enquanto outros po– diam escrever comoventes ver– sos, faiscantes de belos senti– mentos. a poesia da guerra de Whitman nos comunica infini– t.o senso do patético. Registra ele breve alto durante a reti– rada quando nun;ia arvore, so– bre rasa sepultura, é colocada a tosca tabuleta em que se· lia a seguinte inscrição: - "Bol<l, cautions, true, and, my louving· conrad'e !'' Whitman v1v1a assombrado pela lembrança das longas fi– las de catres nos hospitais de campanha. pelas visões de corpos mutilados l"poor crazed hand, tear not the bandage away" ) . Lembl'ava-se dos mor– tos. os olhos vitreos e faces der– fi,uradas pela agonia. Por na– tureza inclinado a cantar "l– nos ae triµnfo" . era levado quàse a "to chant the cold dir– ~ f1f the buJfled". O que Shake~peare denomi– nava "the pride, pomp and cir– cunsta,:cc of :;101-m,, v.-a,··•, foi s~re um tema fa voriw do& - "Fl' t;ud() verdade quant.o escrt'vi". ·'The R.ed Badge of Courage" (,, uma analise narrativa de ho– mens sobre o fogo, particula.r– mente de um l'erto Henry Fle– ming, que se apresentara como voluntario, m ·.,,s com a gra.nde ambição de tornar-se herôi. A novela através de lances monotoncs e desanimador!:$, conduz Henry Fleming à Batá– lha de Chancellorsville. Tudo é visto 11.tr2.vés ,los olhos d'eS8e solâado raso. t.udo é apreendtdo pelo seu cerebro e refletido pelis sµas reações. Nas malhas da formidavel máquina da guerra, aparentemente destruída de al– :rp.11., entre o confuso e aterrori– zatlo esquece-se ele da ~ua he– :rÕica missão e perde !J. conscien– C!tJ. doi. seus id~ais. Reduzido a reações animai:;, e logo ao au- , "1.JY ~il ti UJ.l'.l:fi:tV nh:i 1eitPl'11.ção do od1o, 1 odio esf.ra· ''\Ull! nte ·, A ,:ei;unda no'.'ele. de gl1erra d& John de,~ Passos. "Three Soli– dierR'·, 1921. f> inf1nitL,me11te me• lhor que a prlmérn. 01, ttes sol– dados cuja hist.,,ria Dos Pasrns no. conta foram tscolludo~ para reprPsent.ar tipo:, norte-america– no:- " a novela nos mostra ""mo a individualidnde e o carater de cada um desses soldados r;c q,,e– braram sob as rodas da maqui– na militar.Ainda aqui, e de no,ro:i a enfase do autor dei;creve os efeitos da guerra sobre um tem• peramento artlstico,-John An drews. que tinha o dom !iP ver e de sentir a Be!e1,a e o <le:Ee• jo de expre51,ar o ,<;entido ela \'I– da ~m r omposiçõP,, mv , ic,,is, Sentiu-se ele fruRtacto e rouha- {Conttnua na oitava pig.) As li e rtcas f ae 1 ,, ina aterra ._J R. de Sousa MOURA (Para A PROVINCIA. DO PARA' ) Si houvesse o perígo de desa– parecer a obra ele Rur Barlmsa tacontecimento bem pussh-el ne:;ta civilizaçê,o do papel , bas– tariam as "Cart.as de Inglater- ra" para transmitir a posterida - de 11ma naçá(I exata. da esta– tura intelectual do bravo brasi- leiro. Anuncia -1':P agora nol•a ediçao <!e,;sp livro sign!firativo, e 1m v0nho de llLr e}.;;e !amoso cadc:·no do exílio numa velha edlçao dr-- 1896. Sào sei~ , ('ma• soment ' . desenvolv!do:; entretan-• to em 410 pág-mas. o que desdt• logo néga que i:eJam proprin– mente cartas mas antes um le– gado que inspiraram ao autor as cousa::: da sua pátria. •'obser– vada~ do fundo de uma alma t ranquila e do retiro de um país civilizado. ''Por muito.• tf– tulos tae:,: mensagens são repre– ;,entat1vas das tendências. do gost.o e da c1t1tura cte Ruy en– tre ot- quaei; não menoi- ·" 0 fato de que t>la.s !oram escritas no apogeu da. sua maturidade fase de _plenitude em que a e~– per1enc1a. mdividnal ~olidamen– te estabelectcta repéle a, in·tm– t.ura ~o e:-;pfrit.o. Notável tnm– ~nJ. e que esi;a. correnpond~n– ?1ª mag~l~:ca. não 1·eflete ape– nas as 1de_111~ pessoai-s daquele que_ a em11n1. ma;, &inda em mmt:os PCln t.os importa numu, espec1e dP ll•l an .;: 05 idéias ge- raes do i;éculo tntão em decli– n_io, coru,tiruindo, assim. uma CU'cunstimc1a excepcionalmente feliz ter acontecido a sua Pla- -bora ção p, ecisamente naquela. epoca . Outro aspect-0. não me– nos expressivo, é que o local do desterro de onde essa• palavras nos vie:ram foi uma das cida- des em qu€' s1;; haviam concen– tT_a~o a_ força e a. gloria da füV!l!zaçao ocidental, a l'idade ele 'Londres, de onde se poderia portant.o. falar com exi.tidtto ~ atualidade universaes e que a nostalgia do proscrito justamen– te sentia, conforme está na oá– ~tla de introdução, como "·um de~·to rnoril no qual ele ~- nava ·•. .-~ A_tra véz dessas 1)1 \giç.as a Q!,je o criador delas ati'tb'Üfu O dll– tino de, folha.s ooltas, "sem • cunho .ºª duração". encontra- mos hoJc. . dcpoi:; de cinquenta aI}Os._motivos de interes~c e su– SUBefi .O aue tflltA<l - --• ..._,, honestament.e que 1>stão l'iva.• Mas o quf-' me parpr•eu flln– damental ou pr,.ferencial r..go– ra numa 11preciac;ão da:, "Canai: de Inglaterra·•, é que esse livro r evPla claramente qual :,. , Lt·1de de H.uy lliautr 10 f-'St ar!o de e11plritü pn:dominam,e no •;cu tempo. e (",r.a at.!tud0 foi. i pe• cialmente quan•o a org11,n !za– i;ào :o;ocial P pol1ti1>.0. tt... plen& aceitaçãt>. Não direi QUt' ,,m tant11 011T,l'QS VOllllllfi< QllP .; '<ll:t mil.'• tlgi\vel at.it -nde im.deLLuu l pfl>• dm1h , ullo nwonl~s remo., 011 de.<10° para o n1e.smo co ,1.ieci~ nu:ui.<J. n1ac; H1~11hum ou :-...t,. c.o– nw 'l(f l:E'll' U"VP, a ISOr! (' de l,t.'1' .io mesmL• 1empo um docur,: cn• io fifl e miporul. E' Que há outr.i ~ rPveiaçóc:~. ,:om :i. ,n~sma esplenrl!d~ llilidPz. al pr<'d :a– men1e conaen:,~ctu:,,, 1alvez po•·– que oi. ·'p1:,nsamentos do e>.'.lw .. . inspirado:- \i!!lo , o!ritneDto. r üS– ~m o;. mah PSPQntn neo~.. '!.s– «im. fkar.10~ C'Onl 11 />f>IT .-,a r!':" outra cousi,, cJa w,s:c>nl'in ,_:e ,·o– <"ação tlr R.11~· 1wla filosofü,.. di– ante d,i qual !i.iio ~e 1 •er1fica. de •Ll.ll pa ,te auenas !ncw~- r-~– ça ma• arf mesmo um , ~1:,,10 desprezo E . na. c n t ic:> <' " :;m livro rlP Ar tur ,Jamt>s P ·· ·,.o· d ', que acabava. di> surgir, aeer,•.,1 -:ia que~tóes rnetafi~ica,,. · "T'.11t F'oundation~ ,,I BeilcJ ·• •As lla• ses da Fé 1 • c,ue \'emos a s,:.a desconfianca .ont ra ·•as ilu:;ôei. do filosofbmo·· Vemos oue o exame tãu penetran te oo~ pi:0- blema:s ohjet1·1•0~ que o llv~o suscita. clr• imedia te• interr>~se literário. ~oda l 011 µolltico. · tor- na.-~e sul,Jerficial ao contacto da. espec,ulaçáo. teve o proposito de vulgarizaç~o lie s11as i.céi?– como ,,alienw. Ruy, eviraado mesmo -- o tecn!cismo r as es– colas", mas essa conduta não deveria esmorecer o crítico para uma mcursão transcendente. tal a sedução dos temas em vista e o imperativo da missão <lo in- terprete. Naquele clima eu• foriN do nm do c;éculo XIX, m,arcado, com exagero, como definiu alguem, it imagem do concreto. ao táto poF<itirn da realiàade, Ruy foi, assim. fiel ao seu tempo mas nlo M .. f&ltlo. Vemos, entretanto, a seg~– ça com que se movimenta Ih.

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