A Provincia do Pará de 18 de abril de 1947

1 OITO PAGINAS '"""--- ------------------,--------------- ----- i. -., •. DADOR: ANTONIO LEMOS - Orgão dos "Diários Associados" - FUN:g1po 1-.•. 1 18~6 ÃNO L X XI BELÉM-PARÁ - SEXTA-FEIRA, 18 DE ABRIL DEt947 ~~-_,\'.(,-:,•.--.:.•·-' . ,:::•l".~~--i~\·,,;-'._'.\~ -~------ .,-=- ·"'---~,,--.i'°,.,·_;~,i-::SEi:t:':-.!}'vk>·- NUM. 14.819 ■ 1 e NOVAS EXPLOSõES MED'DAS ABALARAM TEXAS , A DE URGENCIA PARA DEFENDEUOGOVERNO CAFE ' DURANTE 4 HOR1iS - Destruidos 90% da cidade -Atingidos os depósitos de petroleo - Exodo CONTROLAR A BAIXA DO os depóstios de petroleo - Exodo TEX.<\S, 17 <R1 - Aumentando o maior desastre da história dos E:atad~s Unidos 1 duas novas e terriveis explosões abalaram hoje, pela manhã, esta cidade. já parcialmente destruida pela catástrofe de ontem há pouco menos de 24 horas, depois de terem as chamas que - se desprendiam de um cargueiro francês, se alastrado pelas fábri– c11,s de produtof quimicos e de- pósitos de petróleo, localizadas nas docas. Uma das explosóes ocorridas hoje, que vieram acrescentar no– v~s vitimas à já extensa listo de mortos e feridos. verificou-se rio navio "High Flyer", que se incendiou no momentn em que era rebocado para Ióra do porto. O barco. que estava carregado com mais de 900 toneldadas de nitrato de amonio, foi comçleta– mente destruído. A segunda explosão ocorreu nos depósitos de petróleo, porém até o momento não se conhecem de– ~lhes. O número de mortos, se– gundo os calculos feitos, eleva– se a 1.200. EXODO EM MASSA NEW YORK, 17 (R) - M.ilha– rts de pessôas aterrorizadas, que residiam na próspera cidade de Texas, que se encontra hoje ar– razada, neram inicio a um exono ep:1 massa depois que novas ex– p1osões abalaram a cidade. Os tanques de petróleo continuam queimal).do, e inúmeros edifícios ficaram em ruínas. Os habitan– t~s. lacrimejando em ionsequên– cJa da fumaça dos produtos quí– micos, e cheios de pó, abandonam a cidade a pé e em automóveis, enquanto milhares de soldados e marinheiros patrulham as ruas. Algumas noticias dizem que a ci– q_ade está em perigo total, e, após as explosões ocorridas hoje, as turmas de salvamento calculam que noventa por cento dos edi– flcios se encontram grandemen– te danificados. O NúMERO DOS MORTOS O total de mortos e feridos não rapidamente, a não ser que uti– lizem mascaras contra gases. Te– me-se que com a mudança elo vento, a fumaça mortífera da clo– rina que se escapa das fábricas quimicas, envolva a cidade. DESTRUIDAS 312 CASAS NEW YORK, 17 cR, - No minimo 312 casas residenciais da cidade do Texas, foram destruí– das pela explosão ali ontem re– gistada, enquanto um em cada seis edil'icios da zona comercial da cidade, perto das docas, pon– to chave da intensa vida indus– trial dessa região petrollfera foi aniquilado, de acôrdo con{ os calculos feitos pela Cruz Ver– melha. Os dados mais recentes e exa– tos sôbre o número de feridos va– riam entre mil e três mil pessôas. INTERROMPEU O PROGRAMA NEW YORK, 17 <R• - Depois de iinunciar que o incendio n bordo do petroleiro estava quase se propagando a um navio con– duzindo munições, e que se re– ceiav1;1, que os navios car.regado3 de mtrato nas docas da cidade do Texas. onde ~e deu a pavoro– ~a explosão de ontem, pudessem 1r pelos ares a qualquer momen– to. o correspondente Ela NBC, que estava fazendo uma reportagem (C,:mtinua na oitava pâg.) o en 1 GOV ER NO ARABE PARA O EX I LIO Caso ganhem os judeus a Palestina JERUSALltM, 17 (Reuters) - t:egundo anunciam cs c!rculos árabes bem informados, o sub– Comité Político da Liga Arabe, v,pr:ivou a decisão segundo a qual o mufti ele Jerusalém, Haj Amin d Hussein!, deverá estabelecer "o govêrno árabe Pxilado da Pales– tina". se as Nações Unidas resol– verem o caso da Palestimt cte ma– neira favorável aos judeus.• DESIST~NCIA DA ITALIA LONDRES, 17 •Reuters) - O ;:;ovérno i.taliano fez uma decla– ração para a UNRRA no sentido desta organizaçlfo auxiliar o con– trôle de emigração judaica ilegal dos p:irtos italianos uara a Pales– tina, ao que se soube nesta capi– tal. lt provável que o govêrno bri– "!:inico apoie tal ap.§lo. A Itália desistiu de sua questão no contrôle da emigração judaica geral com a UNRRA. ao mesmo tempo que a Grã-Bretanha en– viou ao govêrno italiano uma nota sôbre o mesmo assunto. e S. PAULO, 17 (Meridional) - Diante da gravidade da si– tuação que paira no mercado cafeeiro em geral, determinada pelas sucessivas baixas registadas na Bolsa de Nova York. reu– niram-se na Sociedade Rural Brasileira os representantes da classe atingida, afim de que fossem examinadas as causas da baixa, e as medidas alegadas para estabilizarem a situação. As nugestões encaminhadas à apreciação da Diretoria, em sua to– talidade, visavam remediar a gravidade da atual situação. Destacamos entre elas as seguintes: limpeza e expurgo na pra– ça de Nova York, onde existem imensos estoques de café de qualidade divididos, devendo o govêrno retirar o café que se encontra naquela Bolsa, f' em ocasião oportuna, vendendo por intermédio dos torradores: constituição de uma comissão que irá ao Rio entender-se diretamente com o presidente da Re– pública expondo claramente a extensão do problema; criação de um orgão a fim de representar perante os centros consumi– dores mundiais. os interesses do Brasil; garantir o preço mini– mo de 25 centavos à libra do café. FALA O GERENTE DAN. C. A. NOVA YORK, 1'7 (Por Louis Probaus. da Associated Press) - O sr. W. F. Williamson, gerente da National Coffee Associa– tion (Associação Nacional de Café), disse à Associated Press que os produtores brasileiros de café não têm• razão em dizer que a queda do preço do produto, em Nova York, foi devida à especulação. Declarou que, realmente. o café de opção caiu 8 centavos em libra e que o cafà normal sofreu uma baixa de 3 centavos. Mas ainda assim, o preço do artigo continúa duas vezes mais alto .do que quando existia, nos Estados Unidos, a Administra– ção de Preços. Assegurou que essa redução não afetou os importadores· e sim os especuladores brasileiros, de vez que o dinheiro dispen– dido nessa manobra especulativa era genuinamente brasileiro. Adiantou o sr. Williamson que todo mundo, inclusivé on brasileiros, sabia que o govêrno ianque dispunha de 35 mil sa– cos de café, para entrega em março e que se os brasileiros qui– zessem, poderiam ter feito ofertas sôbre aquela quantidade. "Portanto - conclúe o entrevistado - não constitue se– gredo o fato de que os EE. Unidos dispunham daquele gran– de estoque de café para oferecer. Nada havia escondido". ena ve ----------- pode ainda ser confirmado. En– tretanto, as últimas informações, dizem que 714 pessôas foram mor– tas e três mil feridas, até o mo– mento. Serão necessários vários dias para se conhecer exatamen– te o toti,,1 dos mortos e feridos, desde que muitas pessôas foram esfaieladas pelas explosões, e grande número dos trabalhado• res das docas eram operários mi– gratórios. MEDI D AS JtIANIFESTAM A POLICIAIS DE REPULSA PSD E SUA CENTROS DE UDN TREINAMENTO VIGILANCIA Anuncia o ministro Prestes reafirma propósitos de traição à pátria - Defesa da legislação social ,ln F.d~rtn Nnvn NOS CAMPOS Serão criados para CONVENIO ANGLO– BRASILE IRO Visa maior intercâmbio cultural -·10, 17 <Meridional) - Os go• vernuG bnsilc)ir'.J e britânico a~si– ,1aram um convênio para promo– ver u maior intêrcâmblo cultural, e melhor divulgação da cultura e costumes de cada um dos povos em particular, mas realizg_ções intelectuais, artísticas, científicas, e técnicas. A cerimô:üa da ,,ssi– m,,tura foi realizada no salão "Joaquim Nabuco". Uma comis– são designada r ~ lo Ministério da Educação e Saúde, de acõrdo com -i 11inictério ~1_ J Int2r:or, ficará encarregada do cumprimento do convênio e manutenção das re- 12.ções culturais utre os dois paí– .0es. O convênio vigorará no pe– ríodo mínimo de cinco anos, per– manecendo deuois em vigor até a expir:,,ção do prazo de um âno, a contar da denúncia feita por qual– quer das partes,salvo se alguma c'.clas tenha denunciado antes do término do referido período mí– ::i::1::>. e A política dos EE. Unidos fortalece Peron LONDRES, 17 (RJ - O ex– vice presidente dos Estados Unidos, Henry Wallace, antes ~- -~-+:i- 1,,,.,.._,t,.. ..;,,..,.-,..,.. nR..-..;. f.nl Acusado o ministro da Justiça de tentar extinguir as liberdades públicas RIO. 17 IM) - A Câmara reuniu-se hoje, sob a presidência f.io sr. Samuel Duarte. Como preliminar ao discurso do ministro Costa Neto, sôbre a. nolítir,a e o último pleito realizado no Rio Grande do l'sortc. os– tranhou o presidente houvesse consentido fossem gravadas as pa- b.vras do ministro, para posterior ________ irradiação pela Agência Nacional, já que não se concedera igual favor ao di~curso do sr. Hugo Borghi. Ante.; da resposta do pre– ::idente. falou o !!der da maioria, sr. Cirilo Junior, afirmando que, tanto êle próprio como. o minis– tro. ignoravam a providência e que ambos nâo haviam concor– dado com a mesma. por se tra– ta,· de um meio de propaganda pessoal, à qual eram contrários. O trabalhista Emilio Carlos, en– tretanto. manifestou-se favoravel à irradiação. Finalmente, o pre– sidente resolveu suspender a or– dem de gravação. A seguir, foram empossados os srs. Gilbéi"to Valente e Nelson Carneiro, ambos da UDN da Bahia. FALOU DURANTE 4 HORAS Vê~se. então, o sr. Café Filho entregar ao pr'esidente. uma pas– ta com vinte sete documentos, afim de passá-los às mão3 do mi– nistro da Justiça, que sôbre éles deverá se pronunciar, em seu dis- curso. . Pfecisamente, às 15,30, e · sob uma salva de palmas, o sr. Costa Neto assoma à tribuna, da qual só saiu quatro horas depois, isto é. às 19,30, depois de prorrogações sucesGivas. Coube, assim, ao sr. Costa Neto. pôr em prática o dis– positivo constitucional, de carac- li st jEM JUNHO A CONVENÇ_ÃO D O . S. D. Estiveram reunidas teristica parlamentar. que prevê o comparecimento ao Parlamento, de ministros de EEtado, para. prestarem informações. Afirmou o ministro ignorar a iniciativa de alguma empresa ge– nerosa, de gravar seu discurw. Se o soubasse. negaria seu apoio, pois não tem o hábito de fazer propaganda pessoal. E a prova era a de não levar ri tribnns uma única filha de papel, além do "calhamaço" que lhe dr-J, o sr. Café Filho. Diz estar satiz.::.::n da, oportunidade, que lhe é propor – cionada, de falar sôbre a5 mo– vidências que tomou, com refe– rência às eleições no Rio Grand" do Norte. E de inkio - ac2múa, - a celeuma só foi levantada de– pois que a vitórir,, pendeu para o PSD. Protesta o sr . Jo~é Au– gusto, enquanto o orador 2 [i;-ma que não precisa dos docume:.-tJs que lhe mandoú o sr. Café Filho. E' quando este retruca que os re– feridos documentos não são do conhecimento do ministrn. Responde o sr. Costa Hf'to: - "Se é -caixa de segredo~. o fato contraria a Constitniç.::.o, 1~0.·é:.1e o ministro deve ser ,;0_1. ~'.'.ado para falar ~ôbre mo~ivoJ l" · ·:– ficos". Acentúa, a seguir. q:·J ao ser nomeado, pedi:-a ao ,'.ler da maioria que apoiasse u::Jc os os requerimentos de info,ua· :ies dirigidos à sua pasta. H:l ni ·_.,, ::.s e se esboça o primeiro t:,Yc'.·,,,, com uma série de apartes, O i::-e– sidente lembra que não se t nta ele debate regimentar e o o:·a.-:,or, rondo em ordem as suas co:-::.d– derações, promete falar gener:c1 • mente, afirmando a sua resposta. para depois discutir a fundo a questão e o primeiro item da convocação. no qual se pergunta ,,e as instruções foram mandadas aos interventores de todos os E.,– tados e se as mesmas foram en– viadas ao Rio Grande do Norte. Afirma o ministro que instruções idênticas às que foram cumpri– elas dirigiram-se a todas as uni– ,:lades da Federação, inclusive o Rio Grane do Norte. Alega_ o sr. Café Filho .~1;1e_ !~~

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