A Provincia do Pará de 17 de abril de 1947

...;:..::.1.1~ uc t::At:t,uH11ttr, ue pre.1e-1.Menues - .i!incam1nne-se os 1au– ~r~1,1cia a tributação de dass.es iao- dos à repartição requisitante. 1~,aas, as vantagens ~a paridade -·- ba DM, pedindo inspeção ar, lucros nas relaçoes interde- de saúde em :bjalma Jansen Fer– p:idmtes da produção, industria- reira - Ao Serviço de Assistên- liz&ção e comércio. eia Medico Social. E3ta:Jelecido o respectivo limi- -- Do Departamento de Agrl- tc: equita~ivo e intransponível, cultura, pedilldo inspeção de saú– nao haveria entre esses fatores de em Luiz da Costa Chaves - do consumo especulação, locuple- Ao Serviço de Assistência M:édi– tando-se uns em detrimento da co Social. ?ista remuneração de outros, EM PETIÇÕES J; go no qt:al a produção, que é o De Suzana Valente. requeren- eseme!lto essencial, :;erá sempre do na ca~a n. 26, da vila 23-23 da a p~·eJudicada, por ser o mais de- Conselheiro Purtado - Ao guar- 1,amparado. ela-chefe Nina, para verificar com O assunto é complexo. reque- urgência. rendo estudo profundo, mas ca- -.- De Ursulina do Rosário, paz de esclarecer muito:; aspeétos Celio Santos, Raimundo Costa <la, reduzindo a nação à miséria Pedro de Castro Leal e Ferreira soluções eficientes. Gomes Ferragista s. A., reme- Pelo menos, poria um. paradel- tendo para efeito de aprovação ro ao s_u~er-capitalismo de algu- projetos de construções - A' Sub– mas at1v1dadtS, na sua totalida- Secção de Engenharia Sanitária. de de intermediários, em detri- --·- De Germano Pereira Be– me~to do equilíbrio econômico zerra, cirurgião-dentista, reque– nac10nal. rendo certificado de habilitação A viagem do governador - A' Sub-Secção de Fiscalização de Medicina e Farmácia. --De João Mendes Conten– te, pedindo renovação de licença para o funcionamento da farmá– cia Dr, Cruz Moreira, na cidade de Baião - A' Sub-Secção de Fu;calização da Medicina e Far– mária. -- De José Pires, pedindo dis– pensa de multa imposta por infra– ção ao Regulamento - Ao Cen– tro de Saúde n. 1. CHAMADOS u..1.~.1.u.Q, pv... '-it.c.c, 0i1Ja.~.uuv •Jt.1vv reu1, uuu, Yezí que a.:: cuu51uercn1 cabeças por ano, em média, "o· os pontos intermediií,rios, obtidos Pará ficaria, de certo, com cêrca por melo de recênseamento, fixa– de 33.000 tezes, que iriam se dos com a dtWida exatidão, como acumulando anualmente. Isto, deve set, e que não houve,. den– porém, se nos afigura pouco pro- tro do periodo em prova, causas vavel, tanto porque não se co- perturbadoras, como dizimação nhece apreciavel aumento na. po- do rebanho por efeito de pestes, pulação bovina, como porque, se- sacrifício excelll!iVô de rezes para gundo o que está em ·nosso co- consumo, exportação forçada, etc., nhecimento, os ~enhores :fazendei- a interpolação linear plenamente ros queixam-se de algumas difi- se justtfl.câ, motivo por que a, ele– culdades financeiras, embora mo- gemas pàta urna. constatação rá– mentâneas, consequentes do fato pida e suficiente. No perlodo con– do atual preço da carne (dizem siderado, não no$ consta que o êles( não cobrir as necessidades rebá'.llho bovino haJa sido dizi– da fazenda, forçando-os a "san- mado por motêstlàs; a matança gra-lae",. mandando ao açougue para con!umo, como vimos em mais vaca:i do que deviam man- nosso trabàlho .anterior, manteve dar". um deavio padrão de vàlor in- Os argumentos do sr. Custódio significante em tôrno da média de Araujo Costa são de natureZà de 67.700 CâbeÇas no periodo de econômica e não estatística. Em 15 anos, iniciâdo em 19á0 e ter– Economia, podem-se escolher minado em 1945; a exportaQão ·•pontos de vista", procurando in- foi relativamente nula, poi11 a.tin– terpretar os fenômenos com maior giu o pequeno montante de 6.048 ou menor sagacidade, e isso mes- cabeçM em 1941 para descer a. mo quando se não encara a ci• 751 em 1944. ência econômica sob o seu as- Diante destas ràzões de ordem pecto atual, dentro da sua formi- técnicas estamos certos de que o davel estruturação matemática... sr. custódio Costa querera. mo– Em Estatística, porém, não nos diflcar o seu "ponto de vista" é permitido arbitrar pontos de estatístico sôbre o cômputo do vista: colhem-se os dados, cri~ nosso rebànho bovino. Estamos ticam-se os mesmos, tabulam-se, procedendo a uma revisão do qua– submetem-se à analise matcmá- dro, porque, como dissemos, êle tica, para lhes surpreender a11 re- não nos merece absoluta con– lações de dependência, a lei de fiança, pois já lhe encontramos formação, que não ê função do alguns erros constataveis "a ponto de vista do observador. olho nú". Os montantes consig- ALCOBAÇA, 15 (Do correspon– dente) - Prosseguindo na sua viagem de observação às enchen– tes do Tocantins, seguiu sábado último, para Marabá, no motor "São Benedito" , o major Moura Carvalho, que deixou esta cida– de, às 4 horas, acompanhado dos srs. major José Menezes, Cavalei– ro de Macedo, Medrado Castelo Branco e José Lopes Andrade. este último convidado especial dei governador e representante, nes– ta cidade, dfl. firma "Vapor So– bral Ltda.". Tivemos o cuidado de advertir nadas ao11 munlclpios de Almei– que nifo confiavamos na eimtidáO rim e Porto de Moz, por exem– rigorosa do inquérito sôbre o gado plo, ressentem-se o primeiro de AO DEPARTAMENTO existente no Estado em 1945. Foi grande excesso e o segundo de De volta de Marabá o major Moura Carvalho ~eguirá direta– mente a Baião, onde tomará o re– bocador "Mira-Mar"; para con– tinuar a sua viagem até Belém. Antes de rumar para aquela cidade, o . governador do Estado foi convidado a jantar a bordo rio "Santa Maria", ora neste por– to. sendo homenageado pela ofl- cia:idade desse navio. DOS CORREIOS uma tentativa a mais que fize- franca estimação. A Diretoria RPgionrl dos Cor- mos, com base de ESTIMATIVA Após a revisão, daremos pu- l'eios e Telegrnfos do Pará solici- (dê-se ao tempo a sua significa- blicidade a.o quadro, com a sua ta a publicação da seguinte no- ção estatística). A ciência, po- discriminação por município, afim trr: rém, nos fornece meios de veri- de. sujeitá-lo· à. crítica dos inte- "Deve comoan-cer com a pos- ficar o gr~u de ap:·o'.'imaçfo dos rcssados e estud~osos, para que sivel brevidadf', ao serviço de Co- rcsult::idos com a real1dade prova- possa ficar, ass_1m, .como ba::i3 municações (Protocolo) da Dire- vel, e porque rec~rremos a um para futuras est1mat1v:.w. Dren– toria dos Correios O sr Eduar- desses processos, e que afir.r:na- mente, estamparemos nestas co– do · M. da Fons2ca e Luiz Au- mos acreditar não se achfü•em os !unas de A PROVINCIA DO !<Usto de Lima Albuqueraue, n.flm valores d? quadro q~e apresent3:- 1 PARA', o quadro de gad~ a.b2Ud,_o, de tratarem a2s1mto vossos inte- j mos mmto afasti; o.os da reall- trabalho em colaboraçao de~~e resses." dade. Se, com efeito, efetuarmos Departamento com o I. B. G. t,; .. O diretor da Divisão de Receita para designar um guarda afim de exarou os seguintes despachos: assistir e atestar nesta e na se- Petições : gunda via do mflnifesto as medi- s. L. Aguiar & Oia. - Como ções totais e parciais e o corte:, pede, processado o despacho. --Sabino ~ Oliveir?, Ao --A. Mesquita & Irmãos - chefe do serviço no cais do Por– Peito o depósito, volte a despa- to, para designar um funcionário cho. afim de assistir e atestar nesta e --The Texas Company (South - na segunda via do manifesto, as América) e Shell Mex Brazil Li- medições totais, parciais e o cor~ mitM - Dada baixa no manifes- te. · to geral, entregue-se. --J. Teixeira & Cia. - Ao --Brasil Extra.tiva Limitada - conferente do armazem, para as– A' segunda secção, para os devidos sistir e dev9lver informada à se– fins. gunda secçao, para_ processo do --Pacha & Mutran, Ltda. - despacho de estatist1ca. Ao funcionárlo Vilhena, para as- --Ovídio Bastos & Ola. - Ao l!istir e atestar, nesta e na segun- chefe do s_erviç? no :i="ort:o do Sal, da via do manifesto as medições para prov1.0.encrn.r, aepo1s de co- totais, parciais e o corte. Jrados os impos~os. --Pacha & Mutran, Ltda. - --S. L . .,-tgu;ar - Oomo pede, A' primeira secção, para extração processado o despacho. do atestado pela segunda via do --J. Serruya & Cia. - Ao manifesto. chefe do serviço no cais do Porto --Jaime Benchimol & eia. e p_ara desig~a~ um funcionário a Marcos Athlas & eia. _ A' pr1- fim de ass1st1~ A atesatr,_ nesta e rneira secção, para : a) processo na ~e~unda ".la do ~amfesto as do despacho, em depósito; b) co- med1çoes totais, parciais e o cor- brança do acréscimo que houver; te. . . . e) anotação nos atestados. -_-M_a~co~_Ath1_as & C1a. - Ao --Nicolau da costa & Ola., f!}n~1onar10 Ja d:s1gnado, para as– Ltda. _ A' segunda secção, para Sistir e atestar, _i,ecsta e na segun– cxtração do talão de serviço extra- d!!, via do_ ~~mfesto as medições ordinário e, depois, arquiVát. totais, pa1 c1a1s ~- o corte. il · t· L' ·t d --B. M. Co~va & Ola. - Da- --Bras Ex,;ra 1va, . 1m 1 a a da baixa no manifesto geral, ve- - Aô , chefe . do posto f_1scal em rificado, entregue-se. Icoraci, para p:novi9-enc 1 rir, me- >---Banco de Crédito da Borra– diante a apresentaçao do despa- cha, s. A. - Ao chefe do serviço cho · S L A . Co . d no Cais do Porto, para providen- -- . . gmar - mo pe e, ciar processado o despachado. • . --Rufino Alves _ Verificado, --.Companhia, I7;1dustri~l do embarque-se. Brasil - Ao chefe ao s~rv1ço no ,., armazem n. 10, para designar um --vornpanhia Textil Exporta- funcionário afim de assistir e dora, Ltda. - Como pede, proces- atestar, nesta e na segunda via do sado o despacho• manifesto, as ;r!.edições totais, --A. MesquWt & Irmãos -Ao parciais e o corte. chefe de serviço _na doca Sousa --Panair do Brasil, S. A. - F?"anco, para ~Ps1gnl':r . um !UJ:~- Dada baixa no manifesto geral, c10nário afim ~.e ass1st1r, exera1r ,mtregue-se. os atestados e informar. --Standard Oll Company of --A. Guilherme & Cia. - Brasil - Dada baixa no manifes– Como pede, processado o despa- to geral, verificado, entregue-se. Cho. --Odemar :Novais Coutinho - --Afonso Costa & Cia. - Ao I Embarque-se e recolha-se esta chefe do serviço no Ver-o-Peso, com a relação apresentada. Como pede. --Domingas dos Santos Loureiro (capeando oficio n. 471-0116, do De– partamento de Finanças, com ane– xos) - Aguarde a abertura de cré– dito especial. --Ralmunda Silva - Ao Departa– mento de Finanças, para exame e pa– recer. --Francisca Pinto - Comó pede. Ao sr. chefe de expediente da a. O. para providenciar. --Dlonéa óarvalho de Faria (ca– peando oficio n. 740-1044, do De– partamento Elltadulll de Saúde. - Em face da informação prestada, que a requerente é interina e elterel! um cargo de ptovimento por concur$o, é de ser indeferido o pedido. --Clara da Costll Siqueira (ca– peando oficio n. 468-01157, do Depar– tamento de Fi:p.anças, c01;n ane:to) - Aguarde a abertura de .crédito espe– cial. --Manoel Ferreira Santos (ca– peando oficio n. 474-01163, do De– partamento de Finanças, cóttt anexos) - Aguarde oportunidade. Em oficios, capeando petiç6es : Colégio Estadual Pais de Carva– lho (capeando petição n. 9111, de Ce– cma Carvalho Barata) - Ao D. S. P., para dizer se há alguma vaga de Inspetora no Instituto de l!lduca.– ção do Pará. --Departamento do Serviço P11- bllco (capeando Oficio n. 384-0854, do D. F. e petição n. 842, de Alceu Cavalcante, com anexos, contagem de temP.O de serviço) - Diga o D. S . P., com ur1ieí,cla, qual o tempo de serviço do poiltUlante no D. F .. --Departamento de Finança• (ca– peando petlçlio n. 1812, de Francis– ca Augusta de Mour& Palh& Pires dos Reis, oficio n. 179, da o. O. do Estado, oficio 1299-61171, 45•200, do D. 8. P, com anexos) - Ao D. S. P .. --Serviço de Cadastro ltural (ca– peando um telegram& de JOBé Mar– tins Ferreira (presta 1ntormação) - Ao sr. chefe de expediente da 8. G., para Informar se h!\ algum expedien– te referente e.o caso anexo. l!ito pos– to, volte a esta S. G .• -Garage do Estado (capeando oficio n. 199-01043, do D. E. A., com anexos, presta Informação) - ~-se clencia ao sr. dr. diretor do D!:fiir– tamento Estadual de At,UMI da 1ij_for– maçl!.o ora prestada pelo sr. !'tlical da Oarage do Estado. --Departamento do Serviço Pú.– bl!co (capeando oflolo n. 39•0719, d_o D. E. e. e petiç&o n. ~74. <\i, Leo~ Umbelina da Silva, com ane'll:os, jun- portanto, que a· educação indi– vidual e coletiva inclúa a edu– cação sanitária. A tuberculose, a lepra, a ma– lâria, as disenterias, entre mui– tas outras doenças evitaveis que atacam o nosso povo, levando aos lares os quadros desoladores da infelicidade que carregam con– sigo, apresentam no próprio so– frimento e na dôr daqueles que sacrificam por todos os lad03, a melhor resposta para a pergun– ta que estamos a ver formada na mente de muitos dos nossos lei– tores: - há necessidade mesmo de educação sanitária ? E a de– monstração dessa necessidade se– rá cada vez mais clara, mais pa– tente, quando mais adiante for– mos conhecendo os grandes recur– sos que hoje pode oferecer a Me– dicina, para melhorar a saúde e evitar a doença. Quem não se impressiona, por exemplo, ao ver alguem muito pál!do, tremendo com frio, vo– mitando repeli,iamente, num &• cesos de impafüdismo ? E não impressiçmará maís ain• da, a certeza de que a malária, como outras doenças, poderá ser evitada através certas práticas sanitárias, como no caso daquela. p.oença, evitando a picada do mosquito que a transmite ? A educação sanitáriti; 'é que le• vará a cada indivíduo a consciên– cia de que o mosquito anofellneo, o chamado entre nós "caramanã do lmpaludismo", é o transmis– sor da malária; e de que, só atra– vés a picada do mosquito, doze dias após ter picado um doente de impaludismo, é que a doença pode ser transmitida. A educa– ção sanitária portanto, levando à. prevenção da doença. o exemplo que acabamos dt,1 apresentar, com relação à. malá– ria, parece-nos esclarecer a afir~ mativa que fizemos linhas acima, quanto à. necessidade da educa– ção sanitária, na luta contra a doença e para conservação da saúde, como base de uma vida :re11z. - e. P., O cangaço, •l verdadeiro can– gaço, com os seus aparatos e bra– vura, a:; suas valentias temerárias, suas emboscadas, suas traições, suas covardias i· vilesas, os seus assaltos, roubos e assassínios, suas rebeliões, seus revides ou vingan– ças, enfim, suas inconsequencias; o cangaço, pelo nome e pelo sen– tido, o cangaço, nasceu, no Bra– sil, nasceu no nordeste, ao calor da ignorância, ao sopro das in– justiças, das perseguições, das crueldades do forte contra o fra– co, do mandão contra o humilde, dos capitães-móres, dos senhores de engenho e senhores de escra- até a mais dolorosa humilhação. Assim, o cangaceiro, como cer– tos grandes chefes, que foram se– nhores de barar;o e eutélo, man– dando e desmandando, ditadores absolutos, o canr:a,ceiro é um pro– duto do seu mei.1,/n'.l bonança co– mo nos ergastulos da fome, tam– bém serio fator ,;o cangaço. cen5_ias de um t,,mpo que tão lon– ge .1.ICOU! O cangaço! O cangaceiro iso– .'.ado. ~0]1téxio destemeroso, que :urava rertões, brejos, tabaleirns e m~rranias, que, cercado, como Adolfo, o famauaz. brigava como um louc0, e, a:i lusco-fusco das m2,drugadas, servindo-se de alnw– fadas de ;"2,zer renda, atiravam– nas, d1vrn, três e quatro, pelas ja– nehs d:1 casa bloqueada e en– qLtanto bis ob,:ctos rolavam pelo ('hào [!, íóra, dando :J, tropa r;i ... tiantc n ~1npre.:,:fio de r{U8 eram hc1nc.ns Co fft":.li~O que te;.1tavan1 rt:gir, ele, Ad::ilfo, na passagem fugaz d2::se cstrat8.ger.12., csc:1pa .. n1-sc pelos fundos da m:irada, le– go após uz3alt:uL, pela força ludi– briada, qüe ali dentro :::0111en:ic cn-– contrav.1 gente do coiteiro, do fa– moso bandido . Predestinação de nord~stino Não é ela uma de suas Fatalida– des? Vejamos um caso, perfeitamen– ~e concreto, e JUe nos convidou e 'mpcliu a esta crônica. de homem, humilhado, estrebu- ciencla e de coração; o hqm~m. chou, enterrou •)s pés, brigou como absorvido na grandeza farimst:rca gente, feriu, matou e caiu no can- da terra verde e rumorosa, o ho– gaço, e liquidou um companheiro mem esquece certo passado e per– e fez tropelias cte malfadado. de multo de sua ancestralidade, •vos, verdadeiros inquisidores, fa~ zendeiros das caatingas e sertões, seus fatores primordiais, seus agentes inconcientes, pelas açõet e desesperos de conduta, comple– xos, recalques de um feudalismo que eles próprios nãu sabiam co– mo lhes adviera. Assim, o cangaceiro é um indi– viduo revoltado, é um elemento da sociedade, que se revoltou contra ela, porque ela lhe negou o con– vívio no seu concerto, porque ela 0 desintegrou do seu meio, afas– tou-o do seu ccmtacto, inepta e presumida, por u'a mentalidade aue ainda hoje, incompreensivel– n;ente prevalece, em muitos pon– ' ,, do país, telegando esses po– bres errados a ,:rr'. completo aban– ~::mo, negando-lhes alfabetização, ~•.egancto-lhes iJf. complacências ':lumanas, ditadas nela razio e to– •:erânoia e, alé·n disto, intoxican– do-lhes o espírito com o veneno ela. desiguald::::lc, ,:e:;usando-lhes a liberdade ele ações, coactando-os Se o politico que empolgou o po– der, que se alojou rw3 bastidores partidários, suhjllgou os gover– nantes, forrr,.ou erupos. falsificou atas eleitorais, compôs assem– biéias tendeneio,a~. cdifir::cLndo, s:i– lerte, a sua sa·;,rapia, des2nca– deando ódio3. v'olento e injusto com o adversá,·i.o, vive, nas em– boscadas das caatingas da polltica, cometendo desatir!Os, até cair ven– cido por outros r;olpes mais certei– ros e adequados que os seus, per– feitos "coup de barre", alijado– res do seu presUg:b rapace; ::;e po– llt.icos tais. aào can::;!derados, ::.aos depois que a murte os levou, pro– dutos do tanpo, do ,:,,mbiente cm que atuarr.m, podemos ter na mesma co11ta, ,1 cangaceiro. Ele foi e será sempre um agente do meio que o envolveu no seu tor– velinho e o arrastou à sua pre– destinação de <lff,:erminado, entre– gando-o à Sorte com que nasceu, na sua hora. de Fatalidade, escri– to nu livro Fatal co Destino. Aqui, ali, acolá, ele cumpre sempre a sua Predestinação, dentro, repitü, da GUa Fatalidade. Por que me ocorreram estas con– siderações? Foi uma visão de ca– leidoscopio. Qu:1ntas coisas que vi nas placas sensíveis G.e minha rc– te.ntiva, impreguaaas de reminis- E mais reminisce!1cir~s, figuras das e.1ni:;r0.1 dac intsrprcsas cangacei– rais, c;ue vadia~:i.m cs meu~ pa– gos s21tanejos, multas dos meus dias infantis, rJutras de éras pas– se.d::.s, como :ccs que compunham a numerosa e terrivcl horda dos Ca– langros. Nobres Viriatos, Cachea– dos, oci.:pantes da vila cearense de Bôa .Esperança, onde passei pela í:ltima vez, lá se vão mais de qua– renta anos, desohda povoação que ainda guardava, nas casas desmo– r onadas, nas paredes e8bu:racadas p1clas balas, mesmo as de sua igre– jinha, os vestigius da luta que ali se travou pouco depois de 1677, com forças conjugadas dos gover– nos do Ceará e Par::tiba, luta ,,m ffU.e n1orrerain mais de 'Crês dez2- rias cie amotinados e das ·cropas Romeu MARIZ Da Academia Pamense de Letras . de sitio e que durou vários dia~. 2,pós os quais, quando já lavrava, no vilarejo cercado, a fome, a sê– de, esta sobretudo, foi arvorado, numa das ca,sa.~. certamente o quartel general dcs bandoleiros, um grande lençcl brarico, à guisa de bandeira ·de paz, 0ncerrando ::1 sanguinolenta e fratricida csc'.!.r:t– muça. Cerno detalhe esclarecedor e que constitue uma o;:cepção à ::egra, que. sempre motivou o cangaço, o atirar-se alguem a esse "oficb", por assim dizer e como ficou ini– cialmente aludLio, neste trabalho, há o cangaceiro por tendencia, por inclinação inata, que· se su– pondo um vale:ite, cheio de pre– sunção e empatia, e vivendo aos impulsos de uma mentalidade pre– cária, desmesura em sua visii.o in– terior casos fúteis, banais, dando aos mesmos enorme vulto. somen– te grande na ~,ua estreita cc:,1- preensão dos hornens e das socie– dades. E' este um Iip:i à parte de can– gaceiro, dos ma;s :i)erigosos e per– niciosos, porque se tornam profis– sionais do crime, assaltantes, as– sassinos frios, "mboscadores, vio– ladores da honra da mulher, per– !eitos facínoras, Esse pruriJo, que é mais que um apareDte meio de vida, ·no n:irdeste, c.stá noje quasi extinto, pela açílo dos Governos, nas re– p:tts.::;ões, como VP, us,'Jisten:.!la so– cial, - traballlo, escolas por toda a parte, e outros m2todos modifi– cadores do velho costume dü uso sistemático de armas, agora proi– hido por todos os cantos daqueles Jf3tados brigões. l'l".l m2u livro "Crônicas Serta– nejas", p:.:blicatlo, aqui, cm Be– lél'n, em 1903, ,:nrontra-se peque– na monografia <h história do can– gaço, na qual são passados em re– vista numerosos cangaceiros, dos mai3 famigerados já existentes, excepçãu de Vlrg,1lino, o D.famado Lampeão, que àquele tempo _não existb. Renito : - Tudo isto está mui– t& rrwdificado, atualmente, no ncr"J.=,-.~~e, mns, .-· 1.ão cessou, não se cxtir..isuiu a predestinação, que é porventura, uma simbiose, um de– terrni;lismo daquele povo singula– rlssimo, daquela região que é o mioc1udio do coração da verda– deira qrasilidade, em todos os sewi aspectos. Mas, ainda v.ssim, preval:oca-á, no noi:,de_tttiµo, çssa Pr:fiile,s_1;;naçõ.o? Domingão ou\ Domingos Fran– •.;:co da Penha (Domingo Parai– ·;-a), paraibano, veio de seu Esta– :lo natal, cm um dia que ninguém ~abe, a procurar na Amazonia o s0u El-Dorado. Não era soldado da borracha, benza-o Deus, era um voluntário rlo t:rnbalho e a céga-rega da vida atirou-o aos ga– r;mpos auríferos do Gurupi e ad– jacencias, ignor,1ndo o valor dos seus filõrs e o cteleterismo do meio viciado e cruel. .. Aquelas paragens contam, desde muito, com um farto acervo de crimes, de revoltas de trabalhado– res, infelizes ludibriados, desam– parados da sorte e da justiça. Não conheço bem a trajetória de Domingiio naquele centro de operosidade rude de calcetas, onde o obreiro, em !'egra geral, come da banda podre, na unha dcs pa– trões ser:1 entranhas, que lhe tira coiro e cabelo quando não o man– da "passear", 11ara ·nunca mais voltàr e nem mais dele haver ru- Cumpria um Fadário . Era a sua particularmente daquele espírito Predestinação de Nordestino. Sai- tendencioso, daquelas inclinações ra de casa com um fim e a sua para as resingas, para as conten– Sina lhe indicava a sua marcha, das armadas, isoladas ou em gru– a caminho a percon·er, daquela pos, ou sejam aqueles desígnios hora cm diante. do cangaceirismo, que tanto per– Domingão, que já ai perdera os seguem o inculto daqueles torrões sobrenomes e era somente Do- tão flagelados por fenomenos cli– mingão, o pavor, Domingão, o ter- matéricos, de onde emigram, por rcr, fundára o cangaÇO na Ama- necessidade e mesmo por índole, zônia. Era o pioneiro da bravura os domingões de imaginações de– céga, inconciente do nordeste. Era lirantes, pobres doentes, mais me– um cangaceiro, tinha um grupo recedores. de hospitais que de ca– de asseQlas, era chefe de bando, o delas. desgraçado. . . A sorte foi vária com Domin• Tomando vingança, tomando gão; Transportou-o a paises lon– represálias com razão ou sem ra- ginquos dos seus, para fazê-lo zão, destemeroso ou covarde, Do- cumprir sua Dita, para desencan– mingão cumpria um Fadário. to do seu Fado E dando-lhe a A fatalidade o impelira a essa projeção de pioneiro de certa ca– interpresa nas terras paraenses, lamidade social - o Cangaço, fê– virgens de tais elementos; nas ter- lo vitima de seus excessos na car– ras paraenses, que não têm am- reira desatremada do crime; :fê– biente para semelhantes arrivis- lo vitima dos seus equivocas, no tas, que não têm clima para tran- balanço de seus direitos e razões; quibernias de gente do quilate dos cerceou-lhe os remigios na vida domingóes que mfestam os :mun-_ tumultuá.ria, qU':'! abraçára, e o pôs dos nordestinos; nas terras para- ao alcance da alça de mira de mo· enses, ou sejam da Amazonia, arma temerosa em mão temerária O que é certo. o que é real, é que ainda guardam os mistérios de rapaz decidido e . precauto e que Domingão armou bivaque na- seculares de. recusa ao cangaço, cuja bala certeira tirou, por uma quelas bandas, faté que um dia, sentimento instintivo, que nobil!- vez, o róço_ e a Vida do cabra pa– aperrzado, por ,sto ou per aquilo, ta, não há dúvida, a gleba feraz, raibano, já agor,1, imortalizado, - r,2rt;::meí1te des,1tcndi::lo nus seus e redime, e tambem enaltece os trlste e ôca imortalidade, - como propósitos, nas suas ,queixas e an- nordestinos que a povoaram, que "Fundador do Cangaço na Ama– seios, sofre:,J,:; ;,-i: 10vntratempos, ri àesbravaffl'tn, que a eonqtiista-· 1 z(mia". . ~~~ºf:;_?s?, _no, sc~'.,;efxiç°,, ;,\~·):;: ::~::?: -~ara 9 Br~:llll, vale~do is~ Não foi isto? mna Predestinaitã~ ,~,, .L, , ,_,. - .. 0 ____ ct.... o, .n,_.... ,u.... ,.u, .1.~r, que aqu na plan1cie for de Nordestino. do 1 1 03 ;icm; i;rk~ e a:r::,r ;pró.,,:lo • mi.füryel, o lioprm 1'1:HP.ª cie, e_~- Pa;á. - l3elém,

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