A Provincia do Pará de 16 de abril de 1947

.. Quarta-feira, 16 de abril de 1947 A PROVfNCIA DO PARA VIDA SOCIAL t, "' o HWOa~,m~u~M~:~n?.m ~' ~-~n~,?, 1 Càsà Silv NOVO ESTABELECIMENTO DE MODAi l'IINCIONANDO 11:M NOSSA CAPITAL CASA SILVA é a denominação do novo estabelecimento de mo– das oferecido à sociedade paraense por CORDEIRO DA SILVA. Ins– talada à rua Treze de Maio, n. 138, a CASA SILVA possue em ex– posição um magnifico sortimento de fazendas, sedas, caslmlras, tubarões, etc., bem como admirável estoque de perfumarias. ela de vez em quando tinha belas inspirações, e um questionário para ser respondido pelos conhecidos, amigas e namorados das amigas. Do di!!rio, ela tinha µm ciume incrivel e só mesmo suas coleguinhas mais intimas possuíam direito de conhecer o que nele estava escrito. Devo dizer que, .à falta de outros en.cantos, Heloisa tinha uma cali– grafia, que metia inveja, caligrafia de dez cm nota mensal. No que diz respeitá ao questionário, cuja fama corria o colégio e o quarteirão, apesc:~ de ter sua capa de papel celofane mudada quase diariamente, começava já a ficar m~io ensebado, tantas as mãos que nele pega- Todas as pessoas que têm visitado a CASA SILVA manifestam sua satisfação não some.nte pelo tratamento que lhes é dispensado como também pela qualidade dos tecidos ali em estoque. RUA 13 DE MAIO, N. 138 vam. Mas Heloisa estimava-o, tratava-o" com tod-0 o carinho possível, das pessôas de apertava-o contra o peito magro, tomava para si toda a ratuina lite- amizades. 1atura amorosa que ele continha: "Que é o amor?, perguntava. E um gaiato lírico qualquer respondia que "O amor era um mistério que nos trazia a aleg;-ia e o sojrimento". Heloisa achava isto formidavel. Po- 1ém, adoecia, tinha febre, sofria e odiava quando se'l.!. querido questio– nário ia parar às mãos de um inescrupuloso, sem capacidade para re– conhecer o que havia de profundo e sincero naquelas páginas. E a principal interrogação do caderno, êle, irrefletidamente, dizia que "o amor era uma chatice como outra qualquer, com obrigação de matinés e voltas de ônibus". Tinta encarnada era passada com cuidado sôbre as res'!)ostas desta natureza. Delas, não sobravam indícios. Outros havia que citavam poetas e pensadores célebres, nnma cópia fiel aos almanaques e aos versos das folhinhas. Quan– do isto acontecia, Heloisa, definia o autor da resposta como "muito modesto". As visitas, Hêloisa mostrava seu questionário como se exibe uma relíquia familiar. E recebia aplausos pela iniciativa. E agradecia os aplausos. Seu Costa, que constantemente aparecia para uma prosazinha, chamava-a de "artista". Falar a verdade, êe não sabia cUreito o que vinha a ser uma artista. Seu conceito sôbre a palavra co7:fw.1dia-se co:7i cinema e teatro. Quando a chamou assim, pela primeira vez, foz sem intenç6es. Chamou-a de artista como poderia tê-la chamado de caixa de fósforos. Percebeu que ela gostou e passou a ser a maneira dele a tratar. - Como vái a nossa artfata ? . Ela respndia que "bem, obrigada" e sentia-se possuida do dese- 70 de mostrar-lhe seu diário. Seu Costa merecia sua confiança. Ele gostaria de ler seus pensamentos: "As estrelas brilham no céu como também brilha no meu coraç(Io u1n eterno amor". Bonito , 1!f este: "Vale a pena viver? Oh. sim I A vida é amor, é delicid e extase". Colosso ! ' . f!e!ois_a vái longe, sim senhor. Heloisa promete, Heloisa é uma tntelz,qencza rara, Helaisa é única, Heloisa, sobretudo, pensa. Pen– sar c!a51uele ,o.eito não é p~ra qualquer um, Heloisa é um exempo a,s~guzr, H e,oi~a é a salvaçao da Pátria. Acabará numa estréia lite– rarza, num grcmio Coelho Neto, numa associação Catulo da Paixão Cearen~e. Se algum dia conhecerdes Heloisa pedi-lhe que recite. Ela t~mb~m sabe_ fazer isso. Sabe cantar também. Amanhã ou depois tirar~ . se~ d;?lo71:a de professora. Tcrd. ambições, pois pos.~ui, ao par s.ua inspraçao, um pouco de humanidade. E derramará toda sua !zterati;ra, mas dizei-lhe, dizei-lhe por favor que agora já é tm– possivcl. l!eloisa que se perca na multidão. QuP- sojra um pedaço que _se dane, por que eu na:1.a tenho a ver com sua vida. - M. ' -)X(- ANIVERSARIOS Srta. ORO GABA Y - Está aniversariando, na data de hoje, a srta. Oro Gabay, filha do sr. Jacob Gabay, comerciante e in– dustrial no interior do Estado, e do Cabral Filho, professor care– drát!co da Faculdade de Odon– tologia do Pará, o dia de ontem foi registado com alegria, pois assinalou o decurso do aniversá– rio natalício de sua espôsa, sra, Aurea de Medeiros Cabral. A aniversariante, r~cebsu pm esse motivo, várias ·homen~genc VERA LUCIA - O dia de on– tem foi de maiores alegrias para o lar ~o sr. José Tavares, técnico da Ericsson do Brasil, Comércio e Indústria S. A., ora nesta JOSE ' MARIA - Aniversaria, na data de hoje, o garoto José Maria, filho do sr. Osvaldo Pau– lo Monteiro, e de sua espôsa, sra. Nora Rodrigues Monteiro. Em sua residência, o aniversariante recepcionará seus amiguinhos. Sr. JOSE' EDMUNDO PEREI– RA - Faz anos, hoje, o sr. José Edmundo de Campos Pereira, an– tigo funcionário da Policia Civil. MARIA FATIMA - Comple– ta. no dia de hoje, a sua segunda primavera, a menina Maria Fa– tima, filha do sr. ·Alcindo Perei– ra Neves, 1. 0 tenente do Exército Nacional, e de sua espôsa, sra. Adelaide Abreu Nevei,. MARILENA - No dia de on– tem, festejou seu segundo ani– versário, a menina Marilena, fi– lha, do sr. Joaquim Santos, e de sua espôsa, professora Conceição Carmona dos Santos. VIAJANTES Sr. FRANCISCO SILVA-Pas– sageiro do vapor "Iracema", che– gou anteontem a esta capital, procedente da cidade de Curra– línho, o sr.. Francisco Chagas da PROCLAMAS DE CASA!v!ENTOS Estão correndo os proclamas dos casamentos de: Milton dos Santos Miranda, bancário, com Francisca Domin– gues Neves, prendas domésticas, ambos residentes à travessa da Estrela, n. 291. Os dois nubentes, são solteiros e paraenses. ~Alberto Lima Tuma, co– merciante, residente à travessa Marquês de Pombal, n. 23, com Suraia Kisau Fraiaha, prendas domésticas. Ambos os nubentes são solteiros e paraenses. --Walter Fre.!.,re, aeroviário, com Ruth Sá de Figueiredo, fun– cionária autárquica, ambos resi– dentes à rua Dr. Assis, números 124 e 193, respectivamente, sendo ambos solteiros e naturais deste :Estado. -- Paul Emil Hansen, solteiro, natural de St. Thomas, Estados Unidos da América, comerciário residente à rua Manuel Barata; com Elda de Lima Sidrim, pa– raense, solteira, residente à. rua Dr. Assis, n. 40. -- Al:>il!o José de Farias, per– nambucano, funcionário público estadual, r,esidente à v!la;.Gastão com Adriána da Silva Oliveira: paraense, prendas domésticas. Ambos os nubentes são solteiros. " REGISTROCINEMA DE ÓBITOS MOVIMENT O HOSPITALA "FARRAPO HUMANO" · Como a grande maioria dos que foram ao Olímpia, nos anima– mos a assistir "Farrapo Humano", levados pela curiosidade em saber porque haviam sido distribuídos os. prêmios da Academia de Artes Cinematográficas. Mas, mesmo antes que começasse a pro– ~eção, já o nosso companheiro e amigo Sade, dizianos: •·e:ce negó– cio de quatro prêmios pode sugestionar, mas não é o q119 ascegura ser este um bom filme". ·E veio a pelicu!a para confirr:iar que nem sempre os premiados são os melhores. A produção de Charles Brackett, extraida por êle e por Bill!) Wilder de um romance famow nos Estados Unidos, é ;no:;oiona e cansa o espectador. Durante duas. horas é mn tlzsfilar cons– tante de garrafas e de bebedeiras, capaz de irritar o inais b:oncvo– lente dos "fans". Argumento fraco, mal adaptado e de difícil apre– sentação, "The lost week-end" exigiu prodígios do diretor para nuo decepcionar inteiramente ao público. E talvez tenha sido por isco que ri Academia deu o prêmio de "melhor diretor do ano" a Di!ly Wilder, honra prestada à sua bôa vontade e ao seu esforço pc;ra fazer "qualquer coisa" com o nada que lhe ofereceram. E' de valor a direção da fotografia (um ·esplenáido trabalho de John A. Szitz), e o cuidado com alguns detalhes preciosos, como, por exemplo, aquele no "bar do Nat", onde a "camera" focaliza os círculos for– mados pelo fundo do copo. Mas há senões imperdoaveis, ,como o da retirada do "abat-jour" daquela garrafa de whiskey, por um homem bebedo, que se conduz de maneira tão segura e surpreenden– te sôbre uma fragil cadeira. Depois, aquele final ab~olutamente iló– gico, feito especialmente para os apreciadores do "happy-cnd" aumenta a decepção causada pelo filme. · Ray Milland, no entanto, mereceu o galardão de "o melhor in– terprete de 1945". O seu trabalho surpreende a todos quantos se acostumaram a vê-lo naqueles horrorosos "idilios na selva", etc.. Compõe o bebedo inveterado com sobriedade e segurança, deixando a melhor impressão. A cena do "delU:um trenu;ns" no apartame:i.– ro é do melhor efeito, como aliás são muitas do seu valioso traba– lho. O escritor fracassado, vencido pela bebida, vivendo a angus– tia do vicio sem poder dele se libertar, encontrou em Ray Milland um interprete capaz de justificar todos os senões que a história passa apresentar. E' o seu desempenho o único motivo de atraçiio da película. Jane Wyman, Howard da Silva, Philipp Terry e outros fazem, apenas, ligeiras "pontas", mas a estrela, assim mesmo, vacila e .se perde em certas cenas. O filme é todo Ray Milland, ajudado pela fotografia e música de fundo, sendo qne esta, apesar de muito forte e irritante em certos trechos, é de qualidade. Quanto ao prémio concedido ao argumento, "como o melhor da temporada", pedimos licença, mais uma vez, ao nosso amigo Sade, para. usar as suas impressões: argumento dessa natureza só pode ser O· melhor do ano para a "Liga de temprança", tradicional e rigorosa organização americana, que se propõe a defender a moral e combater os vicias. ' "Farrapo Humano", portanto, apesar de todos os seus prêmios e de possuir_ certos aspectos de valor, é apena,q um "abaca:ri para exportação, isto é, enfeitado e bem acondicionado com o celofane da propaga_nda e das honras que os a!_ll,ericanos lhe prestaram" (sic). Produçao Paramount, 1945, de Chafles Brackett, exibida no Olím– pia. - JO, D. LUIZ I ENTRARAM - Sebastiana Go– _11es, Alberto Acióli, José Santos Gomes, .Robert Banett e Albertci"1 Soares. SAIRAM - .Tusé Tavares e Se– '-Fio Marcuiana. Total - :C,1tl·aaas, 5; saídas, 2. SANTA CASA Pensionistas ENTRARAM ·- Gélson Bezerra da Rocha, José .Martins de Sousft, Maria de Ab!·eu Lima e Maria de Nazaré Neves. SAIRAM - Francisco Rodri– gues de Sousa, Fn:nckco Ferreira, Girotire Ugoreni e José Nogueira de Sousa. Total - Entrad~,s, 4; saídas, 4. Indigentes Entradas, 12; rnídas, 13. PAVILHÃO INFAr;.TIL Entradas, 2; sP.ídas, 3. MATERNIDADE Pensionistas ENTRARAM - Terêza Andra– ;':2 Gomes, Maria de Lourdes S'á :c!ra e Leonor Anisi de Miran– da. SAIRAN[ - Bertolina Oliveira da Silva, Rosalina Soeiro de Sou– sa, Celina Rosa da Costa e Euni– ce de Sous0, Rodrigues. Total - Entradas, 3; saídas, 4. Indigentes Entradas. 5; saídas, 3. ORDEM '1'ERCE!RA 1-,cnsion!stas ENTRARAM - Aurea Celeste -'~ Silva Araújo e Lourenço dà. Silva. SAIRAM - cloão Jamarão <la Silva e Celina Marques de Mfi. rat:. MEIAS!! MEIAS!! PARA SENHORAS, HOMENS B CftIANÇAS, O MAIOR SORTI– MENTO DA CIDADE, 80' NA CASA DAS MEIAS. tT.11 porca de ouro" - Cr$ 2,40 - Cr$ 1,20. !RIS: A's 20 horas - "Flor do ~9," timp. até 18 anos/ - Cr$ 2(40 -- Cr$ 1,20. SÃO JOAO: A's 20 horas - "Amor e He– roicidade" e "Acontece que ~ rico" - Cr$ 2,40. MODERNO: A's 14 horas - "Os mistéF-ios da vida" e "Ninguem vive sem amor". A's 20 horas - "Os mistérlQ.s --) x (-- da vida"· e "A canção do d'é'– serto" GUARANí: INDEPENDENCIA: CARTAZ OLIMPIA: A's 15 e às 20 horas - "Medo que domina" (Imp. até 14 anos) - Cr$ 6,00 - Cr$ 3,00. IRACEMA: . A's 20 horas - "F:arra,po hu– mano" <Imp. até 14 anos) - · Cr$ 6,00 •- Cr$ 3,00. A's 20 horas _ "A Tentaaora" A's 14 horas - "Bonita e tel• (Imp. até 10 anos) e "Qu9,ndo mosa" e "A canção do deserto". desceram as trevas" (Imp. até A's 20 horas - "Os mistériqs 14 anos) _ Cr$ 3 , 60 _ Cr$ l BO. da vida" e "Bonita e teimosa". POPULAR: ' UNIVERSAL: A's 20 horas _ "Id!lio na sel- A's 20 horas - "Assim é qi,ie va" _ Cr$ 3 , 60 _ Cr$ l,SO. elas gostas" e "O monstro e'. 0 POEIRA ·. gorila (6.ª, 7.ª e 8.ª séries). VITôRIA: A's 14,30 e às 20 horas A's 20 horas - "E' um pral!er" "Champanhe para dois" e "A e "Do fundo da noite". - --------------- - -----------~----- H 0 J E

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