A Provincia do Pará de 10 de abril de 1947

10 de Abril de 1947 sem v i o lões revelar aquf aquelas histórias que e, tempo ,.esaparecer. Elas se recompõem, voltam, de vez las as suas cênas e detalhes. Voltam com a noite interrogando as estréias e as sombras amigas da, com a chuva irritante, voltam com a exuberaneia 1spalha no parque. Imprudente sim, seria relem– Jmento em que tudo parece estar calmo, meu espirita .os os meus nervos. Recordá-las setia um retôrno, ia volta dolorosa. E .. afinal, ela está morta, nenhuma .ça a faria cantar novamente. Nunca mais sua voz , para meus ouvidos, nunca mais sentirei suas mãos ,neus cabelos, nunca mais sentirei seu rosto roçar o Enfim, está tudo terminado. Um final sem remédio ser totalmente esquecido. Que importam as centenas de 1ue enchem· folhas de papel almaço e ocupam lugar nas Sinto que elas não possuem a fôrça que deviam possuir, ,eles estão va.sios de poesia quando ela era a própria poesia. f!,os nós temo,, necessidade às veze11 de ficar triste!J. Deve ser !o meu dia. Dia apropriado, altás. Dia, não. Noite. Noite :luar, sem serenatas. sem bebedos e sem violões distantes. Tre– ; de músicas passam, repentinamente, pela minha. lembrança e J llS gravo. Ocorrem-me versos e sonetos celebres mas incom- ,etod, Estou só, fumo e estou triste. Desejo de recuar no tempo, mtade absurda de realizar novamente o que é morto. Se sois leitor d4 secçli.o necrológica dos jornais, dos convites para missas de sétimo dia. clevei.q, por certo, ter tido notícia da mor– te de Esmeralda, morte ou. passamento como talvez tenham dito os diários. Para alguns de vós isto passou despercebido, a nota foi lida como é lido o noticiário de posses de diretorias ou os telegramas de Lisbôa. U'a minoria imaginou uma nova estréia no céu, e muitos outr,;;,s •Jiram apenas a cruz que enfeitava o canto da noticia e o nome de Esmeralda. Houve quem se preocupasse, entretanto, houve quem fizesse interrogaç6es a respeito da morta, ho1we quem pensas– se que a conhecia, houve quem lastimou seus pais, houve quem se viu na aborrecida obrigação de acompanhar o enterro. Pois sabei que sofri. Sabei que sofri muito e que chorei. Sabei que continuo eofrendo, sabei que, a todo momento, vem-me a certeza de que Es– meralda voltará. Mas, ri.ão voltarás, não, Esmeralda. Não pôderás te levantar 1amais e, por conseguinte, devias me deixar sossegado, devias deixar de ser egoísta. Outras Esmeraldas hâ que precisam J.e mim, outras Esmeraldas conheço que preciso delas. Tua obrigação era me dar a liberdade, me soltar, Eu iria sorrindo ao encontro das outras. Esmeraldas. Mas, morreste, e queres bancar a Leonora de Poe. E aqui estou eu, pensando em ti, sem vocação nenhuma para fazer de graúnas, hóspedes de minha casa. Tua obrigação era desaparecer. Esta tua contínua presença torna-se importuna, paulificante. Acabo )'requentando sessões espíritas por tua causa, por tua causa acaba– rei sendo obrigado a tomar algum elixir reconstituinte, tão fraco estou ficando. Será que teu fatal egoismo deseja que eu vá ao teu encontro ? Ah, !ilha minha, penso muito em ti, muitas saudades tenho daqueles monu;ntos, mas estimo demasiadamente a vida. Esta vida tem seus atrativos. ll'linguados sim, mas sempre atrativos. Gosto dela com todas as suas misérias. Há muita falta de cardter aqui em baixo, muita mesquinharia, a guerra continúa, os cinemas não apresen– tam filmes esplêndidos, há também falta de cerveja, existe a gripe, porém vou lutando 'ferozmente contra tudo isso. E tudo isso vou vencendo. Não consegui vencer ainda a tua imagem que se aviva, se torna mais forte, mais nttida e mais real com este "noturno" vindo de um viano ao lonae. - M. ANIVERSARIOS LUIZA - Transcorre, na daia srta. LAIDE BARATA _. Ani- de hoje, o aniversário da meni– versericu, na data de ontem, a gentil sita. Laide Barata, filha do sr. Dulcidio Barata, nosso confra– d':l de "O Estado do Par&", e de sua di:eta espôsa sra. Didiana Ca.:itt,) Barata. A nataiici:u.tl . que é l>luna do Cclég·i,1 Mc-C.Ern.J e ornamento de n·Y,!a .'MCi.edac1e, ru•<":heu 01:1 para– bens e cumprimentos de suas amigui..has. Sra. NORMEJ.,IA ANTUNES - Faz an9s hoje a sra. Normelia Antunes, espôsa do sr. Jeová An– tunes, do comércio de nossa. praça. Crandemenie estimada, a an:• versanante tHá, oportunidade de avaliar as reais amizadci:; que po~~ue ?ll'sta t.(J~~e_. A. PROVfNCIA DO PARA Página 5' Novo prefeito municipal de Chaves MOVJMENTO CINEMA HOSPITALAR EXPOSIÇÃO ANDRÉ DE WEDER --- No próximo sábado será inaugura- 4a, nesta capital, a exposição de quadros a óleo do pintor hungaro que ora nos visita, André de Weder e cuja obra os meloa intelectual e social de Belém vão ter oportunidadi, de admirar. - A solenidade da inau– guração será realizada às 16 horas, no salão da Assembléia Paraense, devendo comparecer ao ato as altas autoridades, representantes da lm• prensa. e o 11úbllco em aeral. Variados i;ão os motivos das télas de André de Weder. Lo10 após o encerramento de sua exposição, o pintor se1ulrá para o Território Fe\teral do Amapá, a convite do capitão Janari Gentil Nunes. Visitará, tamb6m, co:i,.vidado e&pecialmente pelo deputado Francisco Bordalo, a ilha de Muajó,, onde pintará algumas télas sobre motivo~ regionais. A exposição e1tará franqueada ao público pelo espa~o de quln:i:e dias. Não comprem FOTOGRAFIAS DE Foi nomeado Prefeito Municipal de Chaves, o sr. Pedro Afonso de Carvalho, em substituição ao sr. · Rodolfo Chermont, que acaba de ser nomeado pelo governador Moura Carvalho para o cargo de · Diretor Geral do Departamento de Finanças. Q novo Prefeito de Chaves, que goza de real conceito Sr. Pedro Afonso de Carvalho naquele Município, será alvo de inúmeras manifestações por parte de seus correligionarios e mui es- pecialmente do povo chaviense. Na posse do sr. Pedro Afonso de Carvalho, realizada na Secretaria Geral do Estado, compareceram, ARTIGOS PARA PRESENTES sem verificarem os preços e o va– riado sortimento da 1 os 11rs. Rodolfo Chermont, Augus– to Cesar de Moura Palha, Eduar– CASAMENTO -.- RE- do Mendes Patriarca, Osvaldo Fa- rias, Dionisio Bentes de Carvalho, CASA DRAGA O Travessa 7 de Setembro, 20 e 22. Obidos, e de sua espõsa, sra. Ali" se Prado. Aluna do Colégio Santa Rosa. as colegas da aniversariante preparam-lhe homenagens pelo acontecimento. Srta. ZENEIDA ANDRADE - A datá de hoje é de grande ale– gria para o lar do sr. Aricyne Andrade, prefeito municipal de Alenquer, e sua espôsa, sra. Ana Andrade, pois transcorre o ani– versário natalício da srta. Zenei– da Andrade, filha do casal. , A jovem aniversariante, '!_Ue cursa o Instituto Gentil Bitten– court, será, distinguida com as homenagens a que !az jús por ·seus dotes de coração. Sr. RAUL FRANCO - Viu de– correr, no dia de ontem, o seu aniversário natalício, o sr. Raul Franco, gerente da agência do Banco de Crédito da Borracha em Porto Velho, e irmão do nosso companheiro Nilo Franco. VIAJANTES Sr. EURICO FERNANDES Viajando em avião da N. A. B., seguiu para o Rio de Janeiro, hoje, pela manhã, o sr. Eurico I<'ernandes, inspetor do Serviço de Proteção aos Indios,na região do Oiapcque. Sua viagem é feita no interesse das atividades que desempenha naquela região. TRATOS DE ARTE João Vieira dos Passos, Manoel Al- ' ves dos Santos e a professora Er– Recebeu dos Estados Unidos material novo e escolhido, o !ato Mendonça. para atender os seus clientes. 13 de Maio, 156. (446 cilia Ambrosia <ic Carvalho, e va– rios amigos do recem-nomeado O sr. Pedro Afonso de Carvalho 2.everá seguir para o Municipio de Chaves, na proxima semana, afim de assumir as suas funções. ---- -- ------------~------ - - FATOS POLICIAIS Centro visitado gat·na pel policia d j Apreendido o material utilizado no jôgo A'a 20 horas de ontem, o guarda• clvll n. 219, de serviço no posto de São Braz, telefonou para a Perma– nencia da Central, comunicando que no bar "Pilsen", situado à avenida Independencia, realizava-se uma ani- mada partida de "bacarat". Imediatamente o comissário Bezer– ra comunicou-se com o delegado de plantão, o qual transmitiu a ocór– rêncla ao chefe de policia, ficando estabeleclda a Ida de uma dlllgenela policial ao local, dirigida pelo ins– petor Jorge Corrêa. No bar "Pilsen" o inspetor Jorge Corrêa constatou a existência de Jo– gatina, tendo apreendido !numeras baralhos e fichas as quais foram le– vadas para a Central. TRANSFERIDO PARA A DELE– GACIA. DE MOSQUEIRO De ordem do chefe de policia, !oi transferido para e. Delegacia de Po– licia do Mosqueiro o preso José Fer– reira Martins, que se encontrava de– tido no Páteo da Central. Naquela Delegacia, o referido detento deverá reeponder a lnquéito pollc!al. SERVIÇO POLICIAL PARA HOJE Delegado de Plantão: sr. Quinta– n!lho B!bas. Permanencla: comissário Eimar Cordeiro e escrivão Jul!o Soares Fei– tosa. Ronda: Delegado Gilson Medeiros e comlssãt1o Luiz Freire. D. LUIZ I Entraram - Luiz Gonzaga de Souza, Carlos Martins, Cesar Ba– rata, Alcidéa Araujo, Alberto Kuri, Izidoro Pedreira, Antonio dos San– tos, Manoel José da Silva e Artur Borges de Souza. Saíram - Manoel Estevens, E– cluardo Fernandes, José Augusto Rebelo e Othan de Castro Alvares. Total - Entradas, 9; saídas, 4. SANTA CASA Pensionistas - Sem alteração. Indigentes - Entradas, 7; sai– das, 9. Pavilhão Infantil - Entradas, 2; saldas, 3. MATERNIDADE Pensionistas - Entraram : Er– nestina Soeiro de Souza, Osmari– na Maria da Silva e Donatila da Silva Marques. Saídas - Não houve. Entradas, 3; 1,iüdas, O·. ORDEM TERCEIRA ·Pensionistas --' Entraram : Braz 1rerreira de Brito e Francisco Car– neiro Leão Sobrinho. Saídas - Não houve. Indigentes - Entradas, O; saí– das, 1. HOSPITAL DO INSTITUTO DOS MARITIMOS Quadro sem alteração. REGISTRO DE ó BIT O S Nas repartições competentes, re– gistaram-se, ontem, os seguintes obitos : A' rua General Gurjão, 88, Constantina de Souza Ferreira, paraense, branca, <;asada, domes– tica, com 50 anos; à rua Domin– gos Marreiros, 177, Izabel Oliveira Santos, paraense, parda, casada, domestica, com 23 anos; à rua O' de Almeida, 534, Flavio Rodrigues da Rocha, paraense, branco, casa– do, funcionario federal, com 49 a– nos; no Hospital Juliano Moreira, Raimunda Borges, paraense, par da, viuva, domestica, com 48 anos; à travessa 14 de Março, 518, Ma– ria da Consolação Nascimento, pa– raense, parda, com 1 ano; à ave– nida São ·Jeronimo, s[n, Maria de Nazaré Rodrigues dos Santos, pa– raense, branca, com 8 dias; no Hospital da Caridade, Ercinita da Silveira, amazonense, branca, sol– teira domestica, com 36 anos; no Hospital da Ordem Terceir~, um feto, pardo, do sexo masculmo; à rua Carlos de Carvalho, 916, Ru– bens da Cruz Oadolva, paraense, branco com 6 meses; no Hospital do s.É.S.P., Zilma Pinheiro, a– creense, branca, com 9 meses; !1º Hospital da Caridade, Joaquim José Almeida, paraense, pardo, viuvo lavrador, com 48 anos; no Hospital Domingos Freire, Alber– tina Oliveira Tenorio, paraense, parda, casada, domestica, com 29 anos. Total - 12 ohitos, sendo 5 de crianças e 7 de adultos. DURVAL NOVOA ADVOGADO Escritorio - Praça Felipe Patronll 106 - Sala 2 - Fone: 357 CIVEL • COMER;;::XO " TRABALHO asa Si va NOVO ESTABELECIMENTO DE MODAS FUNCIONANDO EM NOSSA l"APT!J'.I.T. .' ,1 r~==-~v "J''"··"-o=•-7.,1 1 1 8 i': A JOALHERIA "A MARANHENSE", atendendo a pedidos de sua ~J t~ numerosa freguesia resolveu prorrogar até o fim deste mês o des- M 1 ~.:: conto de 20· por cento em todo se11 maravilhoso sortimento de Joias. ;) r t. na -,,.~at1AR.a1&1 n11A nA.n.n11riPe1"A.-Tn l":nm.nr8.r--no mês de matco. -apro- -- Estre las do ■ ci nema ■ nacu, n 1 Mary Goncalves iniciou a sua carreira artistica como "show– girl" do Cassino Copacabana, no tempo em que aquele, "night clube" carióca possuía um dos mais famosos corpos de coristas do Brasil, de onde tem saído várias figuras dos atuais elencos do cine~ ma rádio e teatro nacionais. Jovem e bela, Mary era elemento destacado daquele selecionado conjunto de mulheres bonitas, de (!nde saiu depois para ser "lady-crooner" da orquestra de Simon Boutmann, que atuava no mesmo cassino. Um dia participou do "show" contracenando e cantando,, ocasião em que despertou a atenção dos produtores de filmes brasileiros. Andou pe_la Cinedi& mas não fez nada, porque - dizem - faltava oportimzdade. José Carlo; Burle e Moacir Fenelon a viram e convidaram-na para par– ticipar de uma pelicula na Atlântida. Nessa ocasião, pa7:a a n~va companhia brasileira tinham ido Wanda Lacerda e Ma:io Brasznz. nomes conhecidos do teatro uni.versitárío. Nos estudios da rua Visconde Rio Branco· submeteu-se a vários "tests", aprovando. em todos. Foi-lhe, então, dado um papel em "Gente Honesta•:, filme que marcou a sua estréia como "star", ao lado dos seus dois com– panheiros citados. Daí por diante o trio Wanda-Brasiní-Mary jícou famoso • volton a se apresentar outras vezes. Mary Gonçal1Jes 1á foi pre– miada pelos críticos brasileiros, como a "melhor atriz do an~ no cinema nacional", pelo seu desempenho em "Vidas Solidarias", película da Atlantida, consid~rada como uma das melhore~ de 1945. O ano passado figurou novamente entre os melhores artistas bra– sileiros com. o seu trabalho em "Fantasma por AcasQ", novament• ao lado de Brasini e Wanda Lacerda. Atualmente atua numa "boite" de São Paulo, mas, apesar dtl paulista, declara não poder se aclimatar em sua terra natal, prefe– rindo Q Rio, Mary Gonçalves, solteira, bonita, jovem talentosa, é uma da, figuras de escól dos filmes brasileiros. JO. CARTAZ OLIMPIA: A's 15 e às 20 horas - "Idilio na selva" - Cr$ 6,00 - Cr$ 3,00. IRACEMA : A's 20 horas - "Dois contra o mundo" - Cr$ 6,00 - Cr$ 3,00, GUARANí: A's 20 horas - "Acontece que sou rico" - Cr$ 3,60 - Cr$ 1,80. POPULAR: A's :2v horas - ;.A Tentadora" (Imp 10 anos' t. '·Paixão de Zingaro" - Cr$ 3,60 - Cr$ 1,80. POEIRA: A's 14,30 e às 20 horas - "Amor e Heroicidade" e "Quan– do desceram as trevas"· (Imp. 14 anos) - Cr$ 2,40 - Çr$ 1,20. IRIS: A':,; 20 horas - "0 c,apitão fu– ria •• - Cr 2,40 - Cr$ 1,20. SAO JOAO: A's 20 horas - "A tomada de Berlim" e "Quari'b para dois" - Cr:S 2,10. MODERNO: A's 14 e às 20 horas - "Nin– guern vive sem amor" e "Assim que elas gostam". 1NDEP3NDENCIA: A's 14 e 20 horas - '·Mulher exõtic3.''. UNl\l'ERSAL: A~ 2C hC1ras - "A3sim é que el;; gc,stan1" e "E' un1 prazer" VITORIA: A's 20 hora~ --· "0 monstro e o gorila" (7.ª sérieJ e "Johnny Angel". GABINETE DE RAIOS X -- DO - Dr. Epilogo de Campos (Do Serviço de Tisiologia da _Pol!cll- nic:i Geral do Rio de Janeiro) . ...DOENÇAS PULMONARES.. Rua santo Antonio, 48 (altos) Font1, 1014 - Das 8 às ll,30 e das 15 às 18 horsa.

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