A Provincia do Pará 06 de abril de 1947
Domingo, 6 de abril de 1947 O telefone tilintou no apa rtamento Conto de Mário ESPlNDOLA Jlarlo 11,pindola foi um do, ~o, t:aloru da 1L01'0 guaç.4.o jnUlectual que o Par4 perdeu, 1Ultame11te no momento em Qtu começava a líbntar-ie da.t • primeira., e ,empre prefudiai.t in/luencfa., literarúu. RaroJ 160 0 1 ,eu., conto.s e cronlca..t dt– i; ulgad.OI, embora ,eu nome u– ttuue 1empre pruniu na., pa– gina& W reutltu "Terra /ma– turei" e ''Nor:"'14~, ... A' pri– meira /<Ue de ,ua rapúla r;ú!a litaaria perten.u o conto ln.tdl.- 1<> qru, lwfe dir,vlgamo,. A principio, o Uo-u ·6 anue– gulu lazer de COnstantlno um jovem modelo, de maneiras me– trl!lcadu, exemplo vivo do bom caminho. cedo porém o rapaz rebelou-se e quando maia t&l'de pen.s&\·a no modelo que !Ora, era com o tedJo Intimo do poe– ta que rell, um d!a, o ptrmeJ– ro aoneto que cacrevera. Começando vida nova. COna-ta.nUno t.o-rnou -,e um mau rapas. mu muito bom no fun– do. Tendo o tlo-avõ ,e aprea– l&do em P6r essa bondade a nutuar, pe.uou a ser no fun– do unt mau rapaz. Em sua memoria ainda se iq1pu.nham, agressivo,, os tr&– ç.,. 10mbrlo, desae Uo-av6, - lmpr...lonante latlnúta, ducarnado, a fronte cadavirl– ca, numa violenta expresalo de deaenterrado vtro, - em auma, um laUn!Jta em duplicata cu– riosa, autentica, palpavel. cona– t&ntlno a!Ua:lra-o mortalmenuo fazendo-lhe oboervar esse orlg1- na.J fenomeno de matert:aliza– çio. O velho aombrlo, butante mortl!lcado, levantou um p,– t.o e a voz: - Desrespeito !alal ! Levute– ""' dol1 anoa de vida. Juro 1 - Melhor 1 - oblervou COna– t&nUno. - Abrlru mais uma l<Pllltura 1 1'ez-se a elevaçio do velho !Ombrlo à categorta de morto '91b palavra e COnatantlno desfez-se &eu lllUmo paren– te, n1o sem ter com ele um \11- Umo atrito. Quando la ulndo detx.ando de uma vez o tio-avó, encontrou-o na aala, cheio de dfsnldade e latim: o velho le– vantou-se e começou a talar no perdlo divino e no aeu, para aquele rapai,. J)Obre ovelha cern J)Utor. COn.,t&nUno abriu a porta • a:ntou: -A ale11rl& do alim-tt\mu– to te tramtorna • ca~ 1Jo i!~d~m que te d1 lotopre; Sua vlda P~IIUIU multo nat.u.raJme.nte. Amou convent– tnteme.nte a., mulheres. a~ o ponto em que ti poaatvel ser convenJente. EnaaJou uma pat– :do deqraçada para .,nUr o pruer de cometer toHcea. Sen– t1u o prazer. Porem quando foi obrl,adq a 1entJ-lo do novo... HomeD1.. • mulheru... l"e– chou-se em pequenoa oon!lltot el • lllWW"lllldo-o.s em co– qUllel1 (ortlaalm01, aturdlndo– ae pare poder ..,.,lia-los. I!! nlo o oonaecwa. Assim J)OJ'em Que viu Linda, a mulher do cabe– los nearoe , tio nerro,s como ee OI leva.ue toda, u manhl!: C()ffl na nqu lm, aceitou todu u crl– atu.raa 1em rfltrlnç6el. ,..~1n~º=t~i:= ~9e,.~ ta-lo. D!.saera ao pai: - Eu t cuar-me eom aquele ne. ela ma ttle!a:ar,. &' lnfa• tipo 7 Ora eaaa I Jivrl ! - Um tipo às dlttltu. - Nlo te conheço, constan- - Que bebe ta direita.,. tino, certo. Não eras tU quem - JI. nlo bebe. Acnra quer dl%la que o conaelbo é a mata fund.a.r um lar. delicada e tnocente maneira do.t -Que funde um clube no- homen■ ae troçarem mutue.- turno. Lhe terá mata provelt.o&0. mente? E vena, agora... - Ora viunoa. Llndioha. ~ _ Que.rei tambem me diml- ma..11 rnzoaveL Um homem que nu.lr. o que me 1nterU&a, e.o.- se reaenera e quer cuar... treta nt.o, i que ela me tele- - Dá UUl bonito exemplo de f O me, porque. meu &miio, rece-neraçto, papa!. AMt.m, pol.5, pretendo recu.â-la com tod&a u ~~ Feria fazer dum tal ma- forçu. O meu amor agora i - Um homem feliz. Dará., oó _:1~,'.;"."'.;.r dois copoo. tio boa eapaga I Quando vieram u bebidal, - P'ortwtmo a.rrum,ento. pa- Marooa se encarreaou de ser- pai ! O aenhor e.atA ficando ea- \ir. Al1U Marcoa aempre ae en- tupend.o, papal, estupendo, es- carregava de ae.n1r Con,tanti- tupendo ! no. E.,,te olhava a verveJa 1r Recuado se.la \'Hei conaecut.1- amarelando o vidro. B ebeu até ,·u, Oon.st&ntino encheu-se. de a metade. parou para. dlr.tr: ddvtdu 10bre a aegurança de _ 81 ela ama outro! - Be- aeu Julzo e tol procunr no ca- 'oeu O re.,-to, in!lamoU•H - Mu tti predilet.Q um ma.nic om!o pre- na cabeça de quem cabe 1uo ! ventlvo para a.s 51.IU 1d'1a1, em _ Exatamente na tua. - ob- eatado de paraU.zar t odo o qual- servou Ma.rcm, levantando o co- qur. bom-,enao. Quando nlo po. encontrava Marcos no caH 1& -V&l-t.e! Nio podes ver di- confla.nça. reir.o, tens um olho lnuul. -Pez hoje o ttue eu mandei'/ :_Meus olhoa? _ o olho perguntava ela. cqo de Marcos cont.raiu-1e - -Sim. Linda JI. deve ter re- Dois !ncoot-illavels. um bom. cebldo o número do meu tele- outro mau, bem vê.s. E é pelo tone. Sempre M fabrtca urna mau Que eu enxergo. uperança, ma.a... -Ia&> nlo me 1nteresaa. P'ra - Não desespere ! te talar a verdade, desejarta A oontfdente favorita eca ,•i!-la ainda. uma esplendida senhora que _ Pobre doente! Deverlu tn&'an&Va honutamente o ma- v~•la como a.a tfta.s de cinema; rido, - piloto de alto-mar, - a uma certa dtatancla. A dlJ- duu vezes em cada vt.acem. 8e tancla precisa J)&1'& nlo aerea voc!s acharem Que eram Qua- recusado pela aetima vez. tro, 1.sao nto me aborrecerá; a -Alguem anda te tnoculan- nlo ..,. que vocú nlo laçam do pé51lmos ditos. o d~nto na viagem aeeu!nte, - Sim, mas pela norlda ae- o que i de grande tmportancia, pUltura do teu tio-aY0! pola esta uplendlda aenhora - Não exageres! en,anava honestamente o mart- -Ela n1o te tele!onar,. do. 1!! hollQtamente ae Julgava ->J 1epUltur.. não telefo- ~~fu:S~ =f:tjul~a':il~i: nam. deade a evacuac;lo do paratao. - Eu dilo a tua amada. - Soceaue I Ela lhe telefona- - Pen&el que losaes burro o6 r,. dum lado. No outro, onde deti- Oonat&ntlno u.fu com uau nha algum.a.5 esperança..s, a bur- palavru aorgea.ndo dentro de rice é a meama. A mesma, po- .d e toJ proeunr na poesia da.s bre Marcoa ! ruu, lUl'ar para o aeu conten• Perto deles sentou-se uma tam.ento. Preteriu, ent.retanto. senhorinha ex.&1era<ULmente es• a poai& dum e.até. Do seu oa.- tribica que, em vez de entrar fé predileto. Dtrtrtu-ae para num tomo crematorio, por dea- ele, entrou e MiUlU na direc;lo bara\o vbual entrou num café. de Marco,, enoolhldo num ean- O salio se enchia gradualmente. to. No ■alio vulo pa.irava um aa luzes se act!n.deram &n.oite- pouco de aJlenclo. um PoUCO de ela. Um rumo claro nutuava aile.ncto ali, locar de tanto ru• no ar entre o barulho daa ca- mor, 6 um &Uenclo prefundo. delraa arrutadas e dai •cw• Sobretudo J)&r& os ,arçona. falando com anlmaçio. Um Constantino puxou a cadeira tarte e.stridor vinha da rua. do out.ro lado da meaa, Mn- r: :=r:aos~~Uõ~:S:~: ~~;~un:~~ = :~; no levantou-se. - Vamoe J>&r& pudeue de~-lo e rea.n.lmt.10. o reae.rvado. Picou numa MJ>e:Cle de peaar = ;::~. ª de..-peu.. por eae arrefecimento, olhan- Salram, peraeiUld01 pelo o• do abatido para a lnd!!erencla lhar wn !lo condutor da aenho• de Ma.rco1, aentJndo uma von- rtnh&; olhar Que t•I perder-se tade de talar, de falar multo, num raJ)&ZOla à uquerda, de ~:·aoubeases como tenho &J. e ara I e e a em a l ucad~. de do humllhado! - começou - ~:'&:: ~:~ chi em,,crtan• ::~. aqu~ mulher! - t=l• . c-::aº :=::.dg ;:,,::~ci: 1 :;_ - JI. leate o que dlue Cria- contundir-se. Marcoo deat&m- to 10bre aa humllbaçõea? - põu a primeira 1arra!a, en- Marcos endlreitou-1e - ors.a.. cheU os copos devagar. eaperou to !oi o prol.....- da roça que que a u puma ballul,sae para teve l&ldaa b6u. enche-loo at6 à beira. COnatan- COnatantlno !u wn 1eato a- tino. vh1a pela lmaglnaçlo, IJla. bor recldo . va um carater fabuloso a seus - I.uo. .. - Bateu na me- amor por Linda. A'• vezea afJ. aa: _ T U D.lo aabe.s que con-- rur•va•~e-lhe toda a sua hlato- Nlbo me deram hoje I Mandei• ria aMim como uma cousa 10- lbe o numero de meu telelo• nhada, absurda, Jnextl·tente. Uma cousa por ele proprio in– NOTAS DE CRITICA LITERARIA ventada. Euea pensamento,, no fim. Iam bwcar a !laurlnha d• Linda para uma realidade aen• tlmentallante: Silvia Pélica na··. liberdade Antonio CANDIDO 8. PAULO - Talvez o mal ~! :j~~:.c:. ~= ançaa. Clellm, ambJauo, em que o ucrltor 6 forçado a ter duu ldadoo • epnaar em doll planoo ::: 1:,ec:-u-:, ~1e1~~ bu~ta poetJco para ulla!a- ~ iJ'~~~ ~ca~ raa. m doll Upoa de livro ele :n:1~~ ºiJ!e P~.;:: = O primeiro, me parece, mi ba– -do num eqUlvoco !llndamen– tal. 8lo OI lala "Joeoalnbo na fabrica de •Vl&o", "Aa maravi– lhas da blslene", etc.. Paza co– meçar pouco Jmtruem, P01'11Ue ou alo lomad011 como livra, de trabalho - • narte caao nlo do ..htatortu .. - ou tomadu como llno de lmaalnaç&o. deqootam :.~Y:. ~ lh~:~:fi: 'Nll!ar • lnteruselra. Na venlade, alo blltarlu ln- ~~~ ir~~..1fo.. "fel'~:: ra encantar, como os conto. de Pernult ou para divertir, como o .. Juca e Ohlco". Eita li.o nalment.e, livra, "llt.erartoo•; i. prova 6 que oendo de criança tamb6'm de adultoo. Acho que é elae o - de!lnlllvo aobre 0 ~~~::.~ ~i:f!'· r~~ é um l!O. /U bl3torla.s que ape– lam para a noosa lmaglnaçt 0 a– aem aobre n6e como u Que en... cantam u criança,, de t&J !ot– ma que ae nem todo ll1TO de adulto aerve para menino, todo– bom llno de crl&nça .. rve pa. • (Como chocolate, pequena; come cbocolat.es1 ra um adUlto. O grande, o bom• con'O tnlantll ,, portanto. o que vale laualmente pua adUlto. "A ■erf.1.a.&lnha ", de Andenen, ou "A Veadinha cor de neve ", de =t:~'1m~i:~ ~u':xi':~ nlno quanto a noua, aem que :3m~en:r1J:_d~ue' aeªt~~ noutro nbel, aflm de apreciar N&o falando, f obvlo. do mate– rial mala diretamente folclorl• co como 01 contos de Orlmm, !eJloa aem lntençlo lllerl.r\a e t!·:: i!t':uFt~~~\'~:: 1< dirigem ao que hà de pri– mitivo na noua mente e na da criança. Quanto a mim, conle110 q,ue aou le.Jtor aa.,lduo de Andersen. de Orimm. de PerrauJt. de Ma• dame d'Aulnoy, do .. Jura e Chi– co·• e da prlmeira Cl.!e do &r. Monte.iro LobJ.lo. E de multoa livrinho, &em autor dertn1do. ou mal lembrado - quanta •• Hi!– lórta da A\•ozinha ", da "Caio• chlnha" ou da.a " Pada.s ·• me Cll na mio. O.s autort.a ctptl• cos, por exem.plo Anatole Frun– ce <allis maravUhcao conta:lor de hlatorlat, nlo ,·éem diferen– ça c.sunclal entre a na:rn~h a tantutlca do prtmfU\·o. o con– to de !ada e u c,peculaç6< da fllOlorta: do, todo,. m:inel– ru dJvrnu d~ p&!.53.r a, , d!l. dand o lm pr~o de que e:a e uma col.sa bela ou lmp:>:ts.nte t''Falsona dc.s contu··... ,. E o nosso poeta Funando P~:v-a. - allú. Aluro Cc.mp03 - dl~ um poema admlrá\"cl que hoje me !oi da~o ler · Olha que nlo Ili mala met&Jll!ca no Olha que u re.11c:lõea todu nlo enaL come, pequena, como! ·ndo Aenlo ct:ocolalt!. r., m3Lt que a con!eltc..r!a Pudeaae eu coma, cbocolatea com a me.sma n.rdade com Que fccmeal Mal eu -• • ao tirar o P&P<I de prata. que é tolha de cot:i.nho, Deito tudo para o cblo, como tenho deitado a vida)", O nONO amor peloa cont~ in• tia, depola de adultoo, é eapecie d• procura, como esta do P()et■, duma poalçlo lnelivel ele alm– pllcldade, em que u alegrtaa mall almplanlo rouem deapor. dlçadal pelo mal do penaar e de vtver. Uma saudade não ae aa– be bem do que, procurada om Ylo. A palavra aaudado Cohl ohl), ~ 6trvlr de lntroduç&o ao li– vro que 1101 ocupa o roda~ de hoje - • Sllvla Péllca na Llber– dade", de Alfredo Me,qUlta m. ~t~~.1uz :!:': ~~ f:!"! ":~:- q:,m :J ~ri:; d011 bona livros ln!antll porque IAo bon, antes de mala nada. Voltando à dlvilão feita ac)ma direi que nlo é um livro de en• cantamento. ma.s de dh•ertl• mento; e nlo i uma fantuia, como oa contos de fada.,. Part!- ~ ?:n 1 ~:ld~eer: 1 :~=~r~~~ P6e fatos reai.s e.m atmoafera real, com Intenções de reprodu• &ir a realldade. Antes de maLs nada., ºOUvla. Ptllca." é um livro de aaudade: aaudade de tempos Que o autor nem conheceu maa que vlveu atravff de recordaçõea doa mai. velh01, Alfredo MeequJta te.m a :i~!: :.~P:U:Od'?u~:.nMe::: de quem nlo ae aente t. vonta– de no prc,ente • o.prime ..a_ ?:~~':'~o~:, ~~~~~~ u aombra.a de um mundo que ae perdeu na nolt~ do tempo" - A's vezea. . • Quem aabe? - O rapaz olhou para Marcos enlre desconfiado e receJoeo. - 81 eu lhe !aluae . .. - hesitou. - SI eu lhe !aluae em ligrt– maa de sangue? - Bem: ela poderia te ru– ponder que uma l&llirla na clindUla lacrimal te reJreecarla 01 o~. alem de relre.sca.r, - U nua. quem e:abe? - o teu duejo. - Porem quando se fala em morrer elas costumam faur al– cuma COU&a. - H• M que fazem algu~ !lorcs. Ela te !ari uma \1stta o ütlmo adew. E e1euta. ~ ela chor:ir aobre tua cabeça nlo lh~ dê::. ouvidos! Con.st:int.m.o apertou l\l ~ n&.l borda.a da r.1esa e curvou• ae para A fr('r. te: - Mns afi nal o que l)CllE.a.s? - Q.ie e!a n.lo te te!,!onart. di;-, E' t eu olh'J cego qu-m 0 -Com efeito é. Ccn:to.n,lr.'J !--•·anto11•se jo– aa:ldo co:n a p~:--=u~. a c.:i.delra pirr. i-i.i. - N°ll'J te direi multa., COU.!.&5, ?.I.1:-co··. Rl.t e!~ m1r.1. vi Iô.. EU te rr~~rrrct nu,. cl!'"'. r.1c telcto- 1'!:irá. E \·erá~ CiUC ruuca cstt– H rpa.ixon:ic!o. t.--ora ~:-.cutn 1 ·to· ~ ~r qua.lqucr e vente&• llC.ade cu me llt-0:recc:- no n:eu ap!lI~t.r..1cnto. c o n i o ln r - C'I e penrando que duru:uc um mU. pelo n~1oa. tt:-i., nuc pagar, t'-1 me1mo. todas a.s de:p:za.s q•·c fl:.:crn. D'"' c1.m1:iho co?nprou umu re\.·l.stas. f)O.s todos ccmpram re– vl~t~s qu:inc!o ••ão p3:,s:ir al - 1un1 tc;npo i5o~::1c11. Dc~-u ao a!cen::orl:t:,. que ach'JU a, flcr..i – ru soberbu. aerndecc:ido an– t:clpada.mcnte em nome de sua prlnu para.lttlc~. O npnrtnracnto pu.. s.wu por com,leta reforma. A cad a e&– prlcho r.o,·o o criado fatia uma non. e Conat..'Ultlno re."1o,·a,,a a prorneqg de te.d-lo seu herdei– ro no dcvtdo tempo. n-u fl. ln:. de garra.fo. .s, posta.a junto à Janela. se incendiavam de sol. O rapaz achou o &mblente. a– rrada.b eltulm o: um ambiente p.1.:.::. a m.za dcmencla aenti– mcnt..ll. E "3a boa dt.poalçlo U0,.:160U maLt depreua do que lhe era dado esperar. Com oa dlaa compridos, enervante•. velo, forte, a lembrança de MarcO!. vee-- Allovolpaa- 8oETAOI. .... . A neceutdade de Morcoa. O te– lefonc em cima da meaa. ruar– dava um aUenclo od!oso. Con.s– tantlno abria lonaamente a bo– ca, puaava pelo quarto, fa à. J2.nela. O mov1.'?lento na rua em baixo fazta.-lhe mal. E para fu– gir a uma auto•nne.lliic, para. <CoAtinua •• oisa,a pAc.) 1. PROV!NCIA DO PARA PRISÃO Adalgisa N Elt Y (PARA OS "BlARIOS ASSOOIADE>lil") NÃO CONHECEREI A LIBERTAÇÃO PORQUE DEPOIS DAS CONQUISTAS CHEGARA' O CANSAÇO ATE' OS OSSOS. D~OIS DO PENSAMENTO VIRA' A DEDUÇÃ0 QUE DESLIGARA' A IDtlA COM AS FORMAS DOMINADAS PELA MO.R-TE. O IMPETO QUE ME LEVARIA A' AÇÃO SERA' DESTRUIDO EM SEU PRINCIPIO PELA DESCRENÇA DA SUA UTILIDADE. E ATE' MESMO AS GRANDES EMOÇôES NÃO ME TRARÃO A LIBERTAÇÃO PORQUE A AUTO-ANALISE ESCLARECERA' UMA DEPRIMENTE EQUAeAE>. PELO AMOR EU NÃO SEREI LIVRE PORQUE DEPOIS DO DESEJO CAIRA' SOBRE O MEU ESPIRITO O C:0Nffi:€1M!N-TO T0TAL DOS FATOS PRECONCEBIDOS. E NEM PELA MORTE EU CONHECEREI A LIBERTA~ÃO PORQUE AS FILHAS DOS MEUS FILHOS EM SUAS VIDAS ME RECEBERÃO. !___________ Aspectos da assimilação e da aculturação do português no Brasil NO - O portuguN !oi apon– tado como o elemento coloniza– dor por excel~ncla. dos tróplcoa, pola a ,ua acllmataçlo, a 111& amalgamaçto e a sua uaimlla• çAo soclo-cultural teriam ,e completado de maneira mati: perfeita que as dos outros co– Iontudores europeua. Argu– mentou-se que essa tarda de aasimllação e culturação do PortulJUêS !6ra facilitada por uma sérle de condJçõe1, onde se deata.cam o seu longo con– tacto h1.stór1co com o.s povos da Afrlca, no ciclo medUerrâ– neo; a obra de amalgamação com povoa de cõr de várias par– UuJ do niundo; a plasticidade dos seua traços de cultura, fa– vorecendo todos oa contactos poMlveis.. . JI. vimos, em vár ias partea desta obra que t.to !oi exato no p~ano blatórlco da colonl>a– çlo do Brull. o elemento luao, dude oa primeiros tempo., da colonlzaQlo, proeurou mJ.turar– se com o.s povos indfgena.s que &CtUi encontroq f!l pc,st~tiormetJ-– te com. o atrtcano trazJdo do OOnttnente Negro, realizando e~ tarefa da mestiçagem. que e;tudimos em. capitulas espe– dals desta obra. Por outro lado, a sua aaalmt– laçlo cUltural ou aculturaç&o foram perfeitas, na criação des– lA cultura l\180-braallelra, que ae apresent& como um !en0me– no à parte no mundo amerl• cano. Os nossoa hlatoriadores sociais, da marca de um OU– berto Preyre por exemplo. ex– ploraram o tema. Para êle!, o Portu,uê.s triunfou, onde ou– tros europeus nórdicos teriam fraC&69ado <Vide O . :Preyre, OJNJ"a omnia, e eçectalmente o Muftdo que o Portw.gub crM>u~ Rio, lQtO, J>CU•lml . Arthur RAMOS (Pua oa "Di&nos Auoeiadot) culo XX nlo ~ mala o meamo element.o colonizador do sc19- ce.ntos ou do 61Jtecent.0$. Tem que aer estudado 10b novas lu– zu. nos aspectoa da aaslmlla– çlo blológ!ca e aoclologlca e da aculturaçlo. Os dados do problema ainda alo lnsu!lclont&, poli l!Õ po1- stlimoa poucos estudos cienti– ficos e objetivos aobre a amal– gaç&o e a u,lmllaçlo do Por– tuaues nos dw de hoje. Temo,, porém. alll\llllas evidencia, da queatAo, em dado, parclail, ou naa própr1-a atitudes e opiniões dos Portugubes atual em rela– çlo à.s ra~ de cõr, a renettr– .se n& obra da amalgamaçlo . o llberallamo tradlclonal no contacto das raçu cede o lu• gar, presentemente, a alguns preconceitos que se delineiam, por !Orça de lnjunçõea de c:õr social e polltJca. Embora u re– lações de raça, nas colonJas portuguesas de noaaos dtu, se– jam multo ma19 liberais que naa colõnlas de outros povoa europeus, contudo as restrições aaora 6A.o multo malorea QUe nos dia.a de antanho. mal(!amatlo llllenl doa velh01 tempos. o comentl.rlo de Ollvelra Vla,– na confirma-o. "Em Slo Pall– lo, 01 eapanbóla • portugueses apre,entam urna contrlbutçt.o mais homodneoa mator do que os llallanoa. l!!st.u revelam uma t.endi!neJa menoa acentua– da do que os seua co-Lrmlos la– Uno&, para a nupclalldada en– doramlca; parecem, po rtanto , mala suaceptiveis de tu.do" <R49a e A111mllaçdo, 21 ed . S , Paulo, lD34, P&I- 140) • Em contraposição, o lodice de nupcialidade do. Portugu.... em Slo PaUlo 6 de, apeou 0,3,% abaixo do lodice <lao lta– llano1 C0,S8'lf,l . O Portuauk contribui na obra de amatra– maçlo menoa que o It.all&no em Si.o Paulo, e menos Que Ale– mies e Italianos no Rio Gran– de do Sul. "Ru.lmente, nem o italiano nem o e.spanhol, nem o portugue, auperam Individual· mente, no 5Ul, o germano, 6ste entra para o meltfng•J>Olt com u m o ont.Jngent.e (0,67%) lncom• l) t.ra\ 'clmente m loi- do que. o d e qualquer du tres etnlu la– tinas (0,48, 0,71 e 0,11 %, rupe– ctlvamente) • (op clt., pag. Ull. /U oomblnações mlata.s alo lntolramente lnesperadu. o Porturuh une-se menos com a ulher bnollelra CB7,8'lf, no Rio Orando do Sul • 72,4 % em 8&o Paulo) que os Eapanbóll (91,1 % no Rio Grande do Sul e 83,2ro em Slo Paulo) e o, próprio• Alemães (88,8% no Rio Grande do Sul e 88,l % em Slo PaUlo) • Mesmo o Slrto revela a alta per– oenta,om de 90% de caoamento com brulleln3, em São Pauto. l!INes dad01 sAo oontlrmadoe (Ooatl.naa na olt&Ya p6cl.na) AR'1'E :! M'l'1!111M:TURA - Página 7 AMOR PLATONI C Major Demostenes MASSA Ccmferf:Dda pro11unda.Ca •o dia do encenam.uto 4& a:po• lic,&o '° plntor ltoUriaae 011 Coimltra. aa A.ut.m):lliia PU&-– lllJt, IOlt O pat.rodDifO da fo --Aall•" ........ Artn. Um dia em (lUe llocrat. fala.• Ya, na Pra()& 4a ~ a OU'&k:1 rocurando oon•tncer oa 4.1-cll>u• que .n.&o 6 i,.ta Arle, mu por entuatumo • UlClraç.io dht• 01 que ~ art-t..tu comp6em u 'be-, o'bru, a.ceroou... dela um Jo• •am que N ccmfaaou d..JOIO de receber ll;6ea de oraiorta, l>epola de lonp dJ.Jcua&o, du• rante • qual o rapa.a o tn-i.rom– pw oom •eemmcl&, Mm o dt:1- nr f&l&r, o mente cu... : - "l>t!Yo prmn.t-lo caue t.er• t tra– ba.lho dobl"M!o nu w.u llo6 a". -"Mu oomo t ... ~SWIIOU ad– mil'ado o futuro diac1pulo. - "Porque", re1pondeu calm&mtn• te 8ocra\8, "p.-.CUO G.&1.D.u-lhe duu cknciu ao mamo tanpo: um.a, oomo ,uard.u &Uendo • ou– tra, oomo :l'al&.r"". D1ou no CIMO do Jonm aluno de oratorta que de.oollhecta o prt• mell'o elamento do en.&lno da f1• lolofta, que • aprender • N11u:1o– nar e MQ.Utoer de falar. AW o •ttbolo Protasoru. o m.a1t eloquente orador do MU tempo. u– pondo a Socrat• o procn,ma d• l)ed.&l')Cta da esoola que torm..an, d.laee YOltando◄e para Hlpocra\el: - ''Meu tllho, u •anta.cena ~u• pod• aleanoa,r ooml,o. a&õ que a J)&rtlr do prtmetro dia do no.o trato, ao ddxare1 mlnha oompa– nhta, pouull"N multo mala haht– lldade do q·· ~ pela manb&, qua.ndo d•pcrtut.e". Z dlrtrtndo-u a Socrat..: - ''A cleocla que eu .,.ino • a prudenda que tu que eonmemoa nouo lar • u oouau r-e.terentea ao sonruo da repQbllca com mala ca– pacidade de d.l&er e faur tudo a.qut– lo q ue , m ata nntaJoeo". SU 11t.ou, como Hlpocn,i., que tsnoran o .-alor d.& prudeocl&., e mat1 tu.feliz do qua tle que tot pela ralo de socni. apreodt-la dt Protaaoru. Sem au prudent.t pan. recuu.r o oonrite feito pela 8oc1edade de. Am1&oa du Belu .&..n-. e puu.r • outro, maia entendido, o dnar de encenar etta upoalç&o de pintura, e Mm upertencl&. para comp,-n– der- u nnta1ena do allancto, oomo podarei trat&r, entre 'f'ÓI, do amor pl&t6n.loo, Vfde o oontn-ae.a..o do lmpro" 1.u.do oonferanCUta: • tlloeofla a o oD.Hlba ao dladpulo o 1Uenclo e • prudueta no tela.r... Do entanto eu falo • YÓI perm1ne– eele aalad01; eu murmuro o que n&o d.-ro, e •óa m• aeutala com beneYole.ncla. e trulQutUdade de a– nimo! s · PNC.lao, portanto. confN&ar• \009 que •o ettel O OODYlte da 8o– deda.de d.OI Aml!:Qt du Btla.1 Arttl apanu porque haria. uma. raleçlo de N.nalbUJd.&da ola.dora eotR ao– c.rai. e 09 arttat.a.a que me COD'f't• d.aram pua .ta homena1tm ao plnt.or OU Coimbra. 8ocret• rol na tua. Junntude, lnlclalment.e, •• tud&nte de eecultura. Zle apnn• deu do p ai • arte de cutl1a.r o marm.ore pa.ra. da.r forma eenalnt a.o Belo. l:le rol o t.aeult.or du ues Oraçu: >oJlala, Bu.troalna e Tal.La, torun 1u::a.rdadu que no Pe.rtc:non Por outro lado, tamt>e.m. me aen– U OODl-.zrte de QOlltrtbult pe,ra a tnta de OU Coimbra. Bt.l&Unm.nt.e a.o HntJmtnl<I • babWdade UU..Uca de OU Oolm– bra, podt-at 1.nnnar, com Otcar Wlld.t, que • "At14 6 um du mala do que um •P t.lho: J) OIIUe flor• que nenhuma flore.ta conh1ee1 e a-r• que nenhum bolque poeeu1". :z ae hou•... dd•ldU de que a Vlda Imita a Arte multo mala c1o que a Arte 1.taU.a a Vld.&, a •ld.& errante e a U"lt ND&lnl de OU Co– Jmb ra, mostra.riam que OIC&r WU– de t.em rado rm attrmar • lou• cura abeoluta em qu•llo de are.e do lnfortunaelo Bamlet, quando de• clarou que a "Arte • o •pelho da N"aturaca", llecllt,a.ndo aobra a pintura. doa snDd• clull009 e a herança da cultura ht11>enhola de OU Colm.· bra, ooorr.u•mt, ainda, • i .mllrla – ça da hlatorta oon Lida por o.na. – ta e que " aplica aos oo nf..... , W lm,proflUd«-. Refen a n rdaddra narraUn da memorue.la proezu do C.ftlttJO da Tr tlte Pll \U'& ou CanJtlto ._ Leõ •. como &e 11pcUdou. aer• "" ., "lt. e.nu.ua u&ana da io. anda•• caballtroe, que at muCUbaD • nombree ouando querJan", QU. D. QuJ.soi. parou numa. atLa.111-. que ricoubeeeu "como ia!, n&o a tomando por outdo <.te to.o pro– fundo, torra e ix,::ah lcncu~ Por• que Julpn com mal• Jul.so ..., du M CO\l.M.I", AloJaram•no - uma -.ia ballle, onde h&Tla 11&1 paredes qua4'W •elho,, pln\&da9,, como M UNm nu ~deW Nuna dtlat •tan o rapto de Raltna. 4u:1ndo o auutc.o Par\9 • ruubO\I a Maualau, • noutro a bl1tona de Dido e d• &aW, que fUll,a pelo ra.a.r t~ numa rra.cata ou w- 1antlm No tou n u d u.u hlat.oriaa. que H1.l1.U n.lo dt.lu• • o .poao .. multa ma n, nta.dt, po rcaue " rta a■ HOODdJdu; m u D ido, ..,. mostra• n um ecabrunham.nto tmpr...SO– nante, com u la,r1maa do la.ma• nbo d1 nona, AOOJTtndo doa olb oa. - H Apotto - dtaa BanChO - que dutro am pouco tempo n&o ha'f'.. J"6, t.aHrua. ut.ata1em, nam loJa de bubelro, em que 1llo .-teJ• DIA• 1.M1.& • hlatona dU DOUM teoanh.11: m.. d... Ja.r1a que pl.lUUNffl m&ol d• melbor pintor do que ua qu.. pintou •tu duu". - ''Tana t"Atio, Ba.ocho, - dial D. Qut.xota - parque •te , ccmo Ort,,aneJ•. um pintor que estaH - Ubeda, qu•, qua.ndo lbe S>Ul\lll&a– ftm o qu e plat.an, r•pondla: -O que aa.lf' "; t , H i, onantura )'la• ta•• um aalo, -.cre'f'la por balu: 18TO Z' '0M OALO, P&B n&o J)e• aartm qu1 ara uma rapcaa A qu1.m nlo N bti a,,ardar I&• Iene.lo e d.9CODhece o Talor da PN• dencla de nlo toma.r o tempo a• lbelo, o dlaeuno que tu • aemsin "O QUE SAIA". Que• o amor? Que •ama• o amor pl&tonle o, o amor ai c:oae o conret..u Pl& t.lo t Zm flloaofla o l mportant.e • a dc.notç&o, como na 1eomettta • POnto e na. arttmauca a unlel&d•. Mu. enquanto na 1eometr1a e a. a.rttauuoa. " pont.o e a UD.lcl&u podem Mr d etluld« . de mu.,_ J)Olltln, Mffl d-1.nr d0.T1du., u de– rtnlçõu da. flloM> tla Nnam da ... anoto • oont.ro• enlU, que auaa c.bepm • wn . r•u lat.4o claro e la• dlKUUnJ. 8e u dlacUIION .. t.. r-Lne.m entre &KOIM tlloeonca, au– taaonlcu, am \Onlo da def1D1C61 de um mesmo obJato, o s,robtem. li.inda. po.S.rta enoontnr toluq&o. Na ..._Udade porim lato n&o IMIOA• tece, oorque M deflnlçõall •artaa deniro do panumcnt.o de cada a,. qulteto de ~ m•m. 8IOGI& .,._ lolófl.ca. O pro prto Platlo dlacute PIINO de 1ala datlnJçõall de Juatlça - duu paatnu de um capitulo • Repdbllca, • n& o •cena, DO tlllal. nenhum• de.tu oomo •erdad.U.. Pela. laltun. du auu obra.l, «.a• proeadt•le qut a. JUIUça Unha PI,• ra Socrat• um valor peculiar, ÇoJ melho r, 00111tdtn?,•• como WII me.lo para p.nllar & conflança e a. a ,tlm.a doe conte.mporan-. ltaa\ em ctnco de euu obra.a d& cer• oa de 14.0 detln1q0ea de DHL&J'Latca. Hn.do que alsumu dtl.u a.blurdU. snt.ra 09 ant11oe, Olltomaoo anr• me• • que Jamala p,odffla (.'IIQfflP,._ endrr • opln.l&o de Caru...Se:a pala da huu lldo e rdldo H crltol porque •uu detlJ11çO. • rNpel\O do mamo t.ema 'f"U1&e nm a cada p&&10. Nio i ncceMArlo repl&ar aqui Mata argumento,, tio conhecl– doa sAo eles. HA, por6m. a dia· tln1Ulr o Portugu~s. ht&t6rlco, elemento colonizador proprla– ment,, c!lto, do PorlulJUh alua!, aqui entrado com as novas cor– rentea t.mlgralórlas. O primei– ro reallrou, na verdade. u me– lhores condlçOO de adaptação e a&SlmUnção. Sua adaptação cil~Uca tol coroada de suces– EO, onde outr05 elemenlo.s eu– ropew:. principalmente os An– glo-saxões fracassaram . Tam– ~m toram melhores os &eus condlclonnmentos cultural& da m:a ccilmataç.'\o. na habitação. nu vestes. nos hábllo3 de ,·td" Os proces::cs de amal11amaçÍl.o tam~ m foram coroados de 5U• ce,ro como Ji o temos "t,to. E a an,3!JQ?:!arão - pc~a mia~ d:;:cr.:u;lo ou pelo lntcrc,,110- mento - re:Umente fM•orci:eu a ob:-n da .e:ui. n.-~lmllnçlo eo– clal e callurat No Bra.all, eaaa atitude nova tem-ee manifestado de virtu maneiraa, a tl6 ao ,cotoma com que llU9tres clenttstu luait.ano.s encaram o problema das rela– çõea de raça . São palavras do eminente antropóloro Mendes Corda, nu suu ob&crvaçõea sobre a amalgamaçlo no Bra– sll: .,Não há no BrasU os ar• retaados e absurdo.s preconcel– tot raolals doa Eltado, Unldoa, maa a cordlalldado de relações e.ntre 01 brancos e as raças de cõr nlo stcnlflcam de modo al• gum a fu.11.o se.m reaervu. Quando mUltoa autores brul· lelroa f&lam na homogenelaa- 9'0, na aaslmllaç&o, na forma– ção duma nova raça mtat&, com deaapareclme.nto dos elementos componentes, eu, com o devido respeito peloa llustrea contra• de:s, permtt.o-me duvidar, como Ji duvidou Buelldes da Cunha, ao escrever noa Sert6e1: "Nio te.mos unidade de raça, n&o a teremos talvez nunca". A se– gregação de raçaa, a endoa&mia destaa, não alo absolutu no Bra.su. Mas exi&tem em cacala bem marcada" (Carioca., e Pau– .lula,, Põrt.o, ID36, pag. 286). o Gmor e suas estrepoli~s O lnteruant.e 6 qua à eom11ira da dUlcu1da1" de M"danar o prtt aamento e deflnlr o concalt.o 4e cada obJeto, tonnaram-M muJIM ac:olu de fUOIOrta. Uma.a ct\~1&• n.m a nqar • es.late.ncla do mo– Ylmtnto, e o que • mau cw1al9. pro.-anm POr um rac.toclnlo pune menu matematloo que uma f1N:ba atJrad.& de um NOO •t.lnfll. o ai• "º tem M moYer abtolutamu&e. Outra,, nada aflrma nm: co mpra• ztam•H am dUYldar nu.ma frua e&crame.ntaJ - "IUlt.ento, m u ... anrmo". uni aottata fula da ,na,– d1.ncta a bue do eaaJ.no; o pli.a,o– rtco <abalecta COGlO prtm11ro .S.– mento o aprender a retltUr • • eaquectr de fala.r, O d1ac.lpulo - 1er■ 1 copt a.a com tacllldadl • modelo d.OI m•tr•, mu 11nora•a • que Ylnb&m a. Hr • prudeocla. • aUmcJo. a rtflealo e • flt'\ucle. A fllo.otla para o d.lKlpulo 1e ,,_. mla. Qua.M Nmpre nwn.a •Utllde 1.m.uaun; para o meatn .. um• tudo porfiado P&ra aJcan.eu • a. badorla. & ho uve d l'fclto, n:i tn·e!a de.s:n n .. , 1.mu, :-10 ro:131 e cul– t·1rnl. N es se de\·em no~ pró• prlo.s al· :.err..as 50C1Al, r econõ– m!cos ds i';>Oea, com todo, 0111 ,1cio, c'o fcudal~o roropeu e colonial: mo:mcultura lati– tundl,rta. escra.,1dA.o. r.:i.t-1a.r– c.c.lLtmo rural . . tudo 100 ~ rc!l~Undo no.5 rcla'"õe~ d~ ca11- ta e c!U!C" e na !ormaçAo de h•bttos cuitu:-al.5 con:equente.a:, como tal justament.f' e~tudAdo na obra de n0!J$0! historiado– res soctnl,. N:\o obstante 18'0. a tarefa da aculturação nAo teve Hmit!lçõea. Na raça. como na cultura. o Port.uau@a teve todo~ oa contacto!" jmagtná\ei.11. E aua culrJra se entr<>!ou com a do, povos com que entrou. em contacto. a indlsena. a nc– rra, ~ mesmo a de outros po– vo1 e aruJ>OS aqui entrados, na i~:;a~lc:.~:s~r:~~d~;~:~~ na. so bre que ao'-•ctf.xerta.rt.m out.ra. , lnllu!nctu, para eMn ain tese final, que e a culturn. brullelra com &UU dlvernltlca– ç6ea regionai... O problema e, porém, mais complexo quando lidamos com o Portugu~ de DOSIOS dias, o entrado no pata: com a.s nova.s corrente■ lmtaratórla.s. Mesmo &QU~les que acentuaram u vir– t.ude.s colonlzadoraa do eJemen– to IUIO, d.o forçados a odm!tlr que um povo e uma cultura mu– dam no decorrer dos RCU!os. E' a llção que nos fornece o ca– pitulo das mudançu soclab e cult.llrala, O Portull\lff do 8'· E depois de uma. pequena ct– taçio de Oliveira Viana, contl– m)a Mendea Corrêa. aplicando aquêle mitodo intu.Jtlvo ou 1m– pn,s,!onl3ta tão do gO.to de ai• guns dos no.5SOS ensalstas, mu tão pertgoso.s em ciência, pela■ generalizações que encerra: "lt, qua.ndo, nas tardea dos domin– gos, ou reco lhendo ao anolte• cer ao hot.el. eu via, no Rio, na Avenida Beira-Mar, J)l':101 ban– C03, ou passeando, os pare& a– bundantc5 de enamorados. 16 encontrei brancos com branca■, mulato.s e mul11.W. negros e ne– gra.s, numa eletividade atrativa de lndtvt duos du mesma.s ra– ças. N a ba.ae do amõr que ins– p~ra,·a 11.qu~ lc.s tdlltos. catav• como um dos elemento• a afi– nidade nntropológlca. Atuando por mecani&mo1 blo•palqulcos ou cob o condlclonaHsmo de rc.strl– çóe.s ~odab? Nio ~L o fato 6 aquele". (/d., 1búl., pa111. 28.1- 2881. Um PUiO a maia, e ter-Jamoa um racl.!mo p~rfeltamente de– neado. Embora o "fato'" nio seja propriamente "aquêle", pola os pares nc..sta velha cidade de São Sebastião continuam se procurando na.s combJnaçõea mala diversas de cór, sem ne– nhuma prcocupaçio de "atinJ– dadca antropológicas". a pusa– .gem do flwtre antropóloao por– tuguês serve para documentar a atitude atual neue terreno das relações de raça. Mu como se comparta no Brasil o Portuauh de nouos d!u, neue capitulo da amalga– maçlo ou uslmllaçlio blológ!– ca? Os dados obJetlvos alo ln– retlzmente reduzldoa. Nos qua– droa estat.ln.1co1 organir.adoa por Oliveira Viana, podemos ver que o coeticlent..e de homoae.– neldade para oa Portuguéses no Estado de 8Ao PaUlo, 6 do 2,16':., alto ooeficlent.e aclma. do, próprios Alemlea • Japo– neses, o que reveJa que a endo• gamla portuguesa 6 bulante elevada, OOll~dc co.111 a a- Jaques FLORES (hra A PROVmOIA DO P.t.M' I Dlaem que o am6r é ce110. Dai, Jµlct> eu, a Jultl(lcatlva da M• rle ele oolau estapalurdlaa, ... trambollcaa que pratica aqutlo que está com o amor no coiro, que està encesuocldo pelo am6r. Muita., vezes, a gente conhece ~ '::J"~~=ó :i:.: u-ar a tod01 ntar na poue com- fa~ ~ :/-.::~d:~t't parafWJO frouxo. Poli bem. Um dia, fue DOI• ao amlio entra a mudar, tnW– ramente, no aeu modo de pr-dc'e– der. E aabem por que? Porqúo viu "pa.uarlnho verde", rc!~• 1~:. ~~eª~"_°•~~a1:s'!\~: ,via!. ae torna plilldo, amarelo e triate. para nlo dlur coruJento. Ele, que era. o exemplo do J:fo– mem de bem, ensaia a sua pri– meira brtlhatura no terreno da pouca vergonha. da chaht.aae. Ele, que tinha. horror ao copç,, se alinha entre os melhores acf• mtradore& da pinga . Então, a famtlia, 01 am1&oa. os companhelr01 de trabalho ou de estudo, 1.mpre&alonados com a– quela 110.btta e notavel mudan• ça. começam a espiar 01 PU80&, começam a lndapr, a obae.rvar a vida do 110590 tn.nafonnado d– dadAo. E. aem que demore multo, chegam à concluaio - Deua do du 1 - de que o motivo prtncJ- :~~. ~u:~o~~ 1 ~o~ n-:,U,/,:;:~ Slm, o amor que move o 901 e oa outros utros, conforma diue o velho Dante, o amõr que tem at- ~U:d~~d= • e,~c;:,'Taª~ !~ :xl.ltcnc!a ; o a mõr, repito, é a causa de e.st.ar com & cabeça v1. rad1 a DOMO pobre mancebo. Ele eati amando, mu amando, tnt.egra.lmente. com todas u vt- ~-d:~~d~~~~~': c:ag: aos ~s. E' maia uma uma vttl• ma do mui poderoso deus Eroa. E ama o nosao amigo nlo 16 com o tal de coraçlo, nloI l!!ltl. amando com a cabeça, com oa olhoa, ouvidos, braooa, pernas, mios, flgado, baoo, estomaro, e!A:. 6 mais etc. Ama com a cabeça, sabendo– se que ele anda aluado: com oa ~h~ ':,°J:!u! !1:,P:V~~en~ ~UJ~~dr::11:~~~~ "!'ve; cqm 01 braços, mAoa e per– lWI, P01'!1\le elo* 00 IOVU!l!; cblft o 11\(f-. -enAo téll apetJte, JiA'o obme, e, a:~J– cesslvament.e. Amõr-ambr. • ~~•~!naja Naturalmente que a tuaa a– normalidades, a lalel rnodoo pg– rlpa~tlcoa, eat.&o auJeltoo 01 re– pr-,,tanteo de &mbOI 01 '""°"· sendo que na mlllher, aqundo oplnllo de aballaado& 1&bld6M, a oot.,a. aparece de forma. maia acentuada . Um homem apalllonedo 6 pau, 6 !elo,~ ruim, mu..• to~..... Entretanto, uma dona Eva, nu ~~ ~.0:d/g::-~=d~i:: pfros, me lembro Joso, nlo l!Õ dai cborad1lru, u -.,ndldal, como doe .. ataque■", dol fanl– qUltos, às ewu. Os me111 amlg01 JI. viram um velho amorudo? D6aaa chama– do. galtelroa? Abl E' uma rapa– dura de rldlculo. E' um bom– bÕln de grota.a,, Vendo-o; •· proclanõo-o noe treJeltoa, nu lorqulnhu que 6le !u à oua deua, ~ do a gente N pelar do ~~...,fda~~ ;~i=. ,r~; Déuu que reviram OI olboa e cl&o JR1SPlr011 que puecem vir do aubt.erraneo do 111& alma? Poli ae nlo viram, procurem ye,-. i:· de eatalar e morder a llnrua do g6to. Para mUltu ore~. pa– ra muitos temperamento,, o a– m6r 1urge 10b a lelçlo de um caao, mata ou menoo, patologlco. Haja vista o ciume. D&r. OI aul– cJd.loe por amõr. oe cuoa pusSo– nall. o lnd!Ylduo tluado. íerlclo pglo tal menino OUpldo, 10!re ::md~f=tÓ.ECO~~~~ cido de que para o NU mal nlo b& remedlo - como fuem aJ .. fUlll en!m-moo d-anadOI - o zinho d' um tiro no "c6c:o" ou bebe um troço venenQIO e, adeus . eT".J:,,,i~o.:.,, pandqo... pode aer cbmparacla a um apa• · relho, parecido a,m uma balan· ça, o qual para elt&r em dia, nlo ~! ~~o~r~~ ::u~ brlo constttue o melo termo, que 6 o melhor pedaço da vida : nem tanto ao mar, nem tanto t. ttt• re . oo~f' ~~=d• q~~ = bona • fellRs, o amOr la•loo ma111 e dooventlll'OIOI, aulm Ili oo ma111 e lntortunadoa que o am6r ondlrelta, corrlke • lu ~ ~~ manoe aanbem na fo. am6r e IIWl eatropellaa.•• 8st &fte IÍIIW)to -~- ... , Cle .:~da-=!= l)Bado . P'tlel tanto em am , - na lavra de quem tem Dt· vra.. l.me. .,....-..~ ..... Como 09 m•Lrw enm conaldllaa 4011; Nb10I haYla a dtacontlt.aça .. que 09 f llolofot 11n:ullanm dl&, culd.ad• D.ai detlJ11çtM>e dM 1dt1lia, i,.ra qua ttcuu ocu11& • -.n d& eua arte, "Be.rcalltc,, 4aae 1-– crec:lo, adq,JJlriu tama ... • ie. lol por cauaa da obtow14Ml• • ""ª Unirua,:em, PGla a: tp,ara,uw adm.Jnm m&la u !ülat, qu.aadl u •fam ocult&a mue p&laffll ... compreanalYe.la". o t~m:=♦ 0 :: :lAJ":: !~:-1 meamo Plat&o que dt'tln• o Me rnem oomo H tora wn calo - -. bomtm. , um bipede MC ~ - eacrHe em uma PMM-1.. • sua.a obra• o qu1 &ocr&\N _. -ria dito. 1'1.0 •.• "em Ytrdadt ..... ramN que OOUM NJa o h.Oaem; • que podemoa altnn ar • qu• • • moa por um.e d.ae 00\lMI .... • nc.ai.a de oonb.e«r'', Socrat• 1,.ra multo cau&tJollt". quando d.laeuUI, c-o.tumando ooJo– car à prcr,a u dtfln.loOee pf"OPNIIII »or ouU"OI, m.u n.&o em propor • mtamo 1df1u e dtf1Dlt6el t• 1nte.rro:an. mu nlo r po,odla. N'o baDquete r,Jtcnl r..., o ..... do Amor, contando , d!M-uf'IU OUYIU de urna mult,v de llaa.lll tlnfla. z QU&Odo qull d•f~Ull' • 1km, que ale conatderan 01> lmut.a•el da r&do, reoorHu. no 6' n&t do ,iJtbo. a •Juda a~ r eltme.ntoa dlterentat: o bt!o, o • meir100. • lnte.U1tnC1.a. a cit • opln.l&o Yetdade.tra. t 09 p rn puros. N ruUch1d1. ho..,, deecrtç&o do Bam, • uo pr menta uma dtflnlç&o. "Nada .. define. S n– pt,cidade de dellolr u que •14 preclN.mtnte a tudo que • lndeflnlnl'", Lam.aru»e. panundo natw-alme am aocrai.. • Mu que 6 o amor? Que, o platontoo t.al oomo ooucebell ,..., Zm •ez de thucu uma de amor, o u de •tud a•l du pa.Ja6N hum.a.nu, oo to ae 101r andecw u N de.ltlt.am em dar uma alPlritual • toou .. malbot MSUJr o modelo t.- ftDPrtPn nu 11.lU 111N mttodo coaataUa te em H&Ullur u de POatM por ou&roe Mm ,eotpada de tmpor uma d O Dlüqo ND qut Pia ta M Amor • • a.aquew, aumo ....... •• 11111A Gbr loeotla, conald•rada por 11 .. obra dram,ttC'II,
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0