A Provincia do Pará de 03 de abril de 1947

A PRO,rf!rCIA Dó PARA PASSOU POR BELEM A MAIS LINDA SEREIA CARIOCA - A senhorinha Martba Lopes de Almeida, a niais bonita sereia carioca, escolhida em movimentado concurso realizado pelos "Diários Associados", transitou por Belém, rumo a Maimi, nos Estados Unidos, em viagem que lhe foi oferecida, como premio extra pela "Aerovias Brasil". Angela Luiza, pscudonimo usado durante o concurso pela mais linda sereia carioca, viaja acompanhada de sua irmã, senhorinha Julia Lopes de Abneida, terceira colocada naquele concurso e de sua 1>rogenitora, sra. Lucia Lopes de Almeida. Alcançando o primeiro lugar no grande concurso dos "Diários Associados", 1\-lartha Lopes de Almeida fez jús a vários prêmios, dos quais se destaca uma viagem a Paris, pela Panair, com estadia de 10 dias na Cidade Luz e mais um cheque de Cr$ 10.030,00. E' ela uma das mais destacadas componentes do corpo de baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sendo, também, um dos maiores elementos do escolhido elenco do Teatro Universitário do Distrito Federal. Em Val-de-Cans, o reporter conversou longamente com a encantadora sereia, que demonstrou sua alegria pelo resultado do grande certame e com a po!llli– billdade de ir a Paris, tendo realçado tambem a significação do gesto da "Aerovias Brasil", oferecendo-lhe e à sua progenitora passa– gem de ida e volta entre o Rio e Miami. Hoje, às primeiras horas da madrugada, as "sereias" l\lartha e Julia Lopes de Almeida, em companhia de sua genitora, prosseguiram viagem para a América do Norte, onde se demorarão cerca de Ui:D mês. No seu regresso, então, após uma temporada em São Lourenço, em gozo de um outro prêmio que lhe foi oferecido, a "mais linda" seguirá para Paris. O fia– ---------- grante acima fixa um aspecto da chegada de Martha e Julia Lopes de Almeida, em Belém - - --------- e .. , ,> (_ ontrar10 a 1nsl.1aliação da Escola Belterra de Agronom~a Fala-nos o presidente da Sociedade dos Agr onomos e Veterinários sobre o plano de Valorização da Amazonia · A PROVINCIA DO PARA' con- luda pelos jornais duma pretensa tinúa hoje a publicação da série criação do Departamento Nacional de entrevistas sobre o plano de re- da Amazonia, no Rio de Janeiro. c1:1peração econ9mica da Amazo- EM QUALQUER PONTO DO ma, a ser executado pelo governo v ALE f1:cteral, iniciada com .as decla:~- A uma pergunta nossa, sobre a çoes do profe~sor ~aulo Eleuteno movimentação do credito concedi- e do sr. Otav10 1\1:ell'a. rln noln T c~,. ,n«un .,M, ___, ,. --- programa, sob pena de paralização ::las industrias na maior parte e colapso da vida na capital. ELEV AÇAO DO NIVEL DE VIDA Sobre esta questã.o, respondeu : - Uma vez postas em execução :.is medidas que -dizem respeito à f.lY$lr>.11f"'.r-in rln Plo-nn rlo 't7alnT'i>7a,..Õr. sivameite acidas daqµela conces– são, segundo opiuião do diretor do Instituto Agronomico do Norte, não aconselham a instalação da Escola Agronomica em Fordlandia. POSSIBILIDADES DA BOR– RACHA E • s to rguido concre to Quinta-Feira, 3 de Abril de 1947 no o Utin nort i r rasil c onJu Dentro de três anos estarão concluidas as obras do novo sistema ele abastecimento dagua de Belém - 100 litros diários para cada ha bitante - 600 operários em tarefas de sacrifieio Falta as:ua na cidade ! - E' o cla– mor público. Dentre os grandes males que nos atingem, destaca.-se, por sua impor– tancla, a carência de agua. Não raras são as famlllas que passam dias in– tel'l'os bebendo gu&rané. ou agua mi– neral, à falta do precioso liquido branco. Mais raras, ainda, são aque– las que não se servem das torneiras públicas. Nií.o temos agua para be– ber, trabalhar, tomar banho ou mes– mo para lavar as mãos ou escovar os dentes. Sendo uma das provações por que passam os 300 mll habitantes de Be– lém, ·parece &e[, entretanto, a unica a ter rfü1 ni'.lin futuro muito pró– ximo. Vamos ter agua ! Sim, ·vamos ter agua l1mplda, e multa, que dê sufi– cientemente para tudo o que dela necessitamos. E' para Isso que mi– lhares e milhares de cruzeiros fora,m gastos e outros tantos o serão. E' para Isso que centenas e centenas de homens dia , e noite trabalham no Utlnga. Para termos agua, bôa e multa. que dê para beber, ~rabalhar, tomar banho, lavar as mãos e es– covar os dentes. Vamos ter agua! "VISITE O UTINGA !" De uma conversa com o engenhei– ro Augusto Melra Filho, surgiu o convite para uma visita ao Utlnga, onde a Bylngton executa uma de suas maiores obras no norte do pais, talvez a maior, em pró! da coletivi– dade. Disse, o engenheiro Melra Filho, das queixas da população - que i;ó a verdade exprimem - da situação de uma capital sem ai.ua, e de um empreendimento de vulto, por todos ansiosamente esperado, cujas obras e seu andamento poucos conhecem, bem como falou da triste realida– de sôbre o Utinga. Foi uma conversa, como essa do engenheiro com o re– porter, que surgiu o convite: "Vi– site o Utlnga !". NO UTINGA No Utlnga, em toda, parte, só se vêm obras. Cêrca de 600 homens, desde o mais competente engenhei– ro ao mais simples operário, traba– lham ali diariamente, muitas vezes até de noite, a!lm de conservar um serviço de agua e er,guer um mais completo e moderno. Por toda parte são os caminhões. tratores, guindas– tes e até britadeiras em ação. São os operários da Bylngton que exe– cutam parte das obras daquilo que brevemente cerá o serviço c'e aguas de Belém. No Utlnga se trabalha com ardor e coragem. pois não faltam as cir– cunstâncias que fariam multo ser hu– mano recuar. o terreno é pantanoso, as distancias não são pequenas, o 'tempo é cruel e o dinheiro escasseia. Só -uma coisa não tem faltado: ma– terial, multo e do melhor. O SERVIÇO ATUAL o· serviço atual de aguas está sen- _.,. ... • _ _ _ • -..1.--L..:,J_ ,;a- D Oswaldo Mendes - Fotos de Carlos Pinto Entretanto, vimos, tambem, l;lQ• mens qúe 0:11 trabalham hoi:aa a no, · dl'a e noite, sem nunce. salrem, nei;n para Ir em casa. São homens a qµem se deve o abastecimento de atua, são homens cµjos aervlQ_os são · l~~– tlma,vels, são hoQ:1ens' e. quem se deve a vida da cidade. A FRANQUEZA DE UM OPB– RAR1O Durante uma visita. que fez o en– genheiro MP.Ira Filho ao Utln0a, ~ qual o acompanhamos, tlvemOB oca– sião de constatar as queixas de cé.r– tos operários eôbre a efetivação c!fo pagamento, que, mal grado todas as providencias tomadas pelo Depar– tamento de Agua, nAo pode 11e efe– tuar com a regularidade de sempre. Um dos últimos homens a, talar, foi um velho operãrlo que exerce suas atividades no Utlnga, hã varloa &1106, percebendo a diária de 15 cruzelrõe, o qual assim se expressou, :ralando ao engenheiro Melra Filho: --Dr., minha situação é cada, vez pior, Sinto-me envelhecido, vlvenilo o dia Inteiro metido na l&me., con– duzindo acha de lenha de um l~,\Iº para outro. Não espero nada mais da, vida. Nosso esforço é grande P.!ir& o que ganhamos, que é pouco para a época em que vivemos. Estou de– s!ludldo da, vida, e dia vlré. em que me jogarei sob as rodas de um ca– minhão. Estou canse.do da vida ... Estas palavras saldas da boca de um velho operário de 40 anos de idade mas já se sentindo com 80 - foram acompa,nhadas com re.spelto pelos outros seus compailhetroo, to– dos já velhos e doentes. O SBRVIÇO DA "BYINGTON" Falemos agora dos serviços que a companhia Byington esté. proceden– do no Utinga, em colaboração com o govêrno, cumprindo o contr&to que com o mesmo celebrou e que dentro de 3 anos, estará em pleno funclo– namento, permitindo que o antigo serviço passe por completa refor– ma e limpeza, para, funcionamento, no caso de emergência. Nesse serviço, já foram gastos mi– lhares e milhares de cruzeiros, es– tando sendo esperada a concessão de um crédito de 30 milhões de cru– zeiros, para o término das obras, mas que se tala que não mais será concedido, o que constituirá uma calamidade. o engenheiro Augusto Melra Fi– lho, entretanto, afirma. o contrário, A verba virá. O QUE EXISTE No Utlnga e em São Braz serão instaladas 4 grupos de moto-bom– bas, que são motores elétricos - o que virá substituir o velho sistema a vapor _; de 150 HP cada, para- dois m11 metros cublcos por hora, sendo dois em cada, tendo custado 3,700 mil cruzeiros. Pa.ra. a. movtmen.açáo desses moto– res elétricos, esté. sendo Instalada em são Braz, em edtf1clo próprio, uma, Usina Diesel com três motores wn:r........Hncrt.r\n" d,a, NV\ HP. com três (Para A PROVíNCIA DO PARA)

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