Treze de maio - 1847
'êlles Um fome. Snr:- ,., ,,'" Fome! Elles !, voemos, _coitadinhos, vamos soccorre-los, vamos. -sEsperae, Snr. naõ he assim que comprareis o prazer. ..-- -Ja o encontrei. ~Moderai-vos. Vamos, vós ficareis de parte .Qomtanto que possaes ou vir. ._ _ ''-OJi de caza ! paz ! -Que quereis ·a huma desgraçada mãe? _-:-:cAqui tendes, Snr.ª dae paô a vossos filhos o., naõ procureis saber quem vo-lo dá. O bom servo sem se· deixar conhecer reti– rou-::Sf: para junto de se_u amo a quem a,:hou possuido do prazer que até entaõ _lhe füra des– conhecido. --Orae primeiro, meus filhos, pela fotençaô do nosso desconhecido bemfeitor, úepois o seu ouro nos dará o paõ. Oraraõ e o .rico com lagrimas de ternura: oh meu Deos ! gi:aças vos dou. E viveo mais feliz. N aõ v~e aqui só o romantica; muitos dos nos_– sos leitores poderão saber quem foi o rico e qual a pobre que naõ mencionamos aqui por dever– mos cingir-nos ao nosso Prospecto. , - _ ·.l\,las quem l~a hi que naõ avalie o prazer de fazer bem 1 · O verdadeiro beneficente - o caridoso, se o pode haver depois de J ezus Christo, sempre te– rá no praticar da acçaõ a recompesa. Que prazer não terá a respeitavel matrona, 1ue infelizmente não conhecemos, ao ler estas nal escriptas linhas nas quaes mostraremos quan– :o a sua benificeucia levou o consolo ao s1::io de u,ma familia de verdadeiros pobres! N aõ sere– E-9S exagerados, e a indepeadencia que mer– !t d e Deos, vamos levando da desconhecida Se– rnura, nos livrará de qualquer arguição. -Ouvimos, quaze sem querermos, o que se )afsou em hum extenso serão da Snr.ª N. que , 1a noute de que vamos tratar, tinha em sua com– mnhia -luas outras Senhoras as quaes nossos ei-torr., ·--ittirâo que demos a conhecer por riu e Snr.ª Clemencia. Podíamos tal- 't: ..:>ido quaes as familias que estavão ,.o Juízo final das tres creaturas; mas 1 ,..ie a conversa ja estivesse ha terupos tra– ou porque a turbulenta conducta de alguns ,mos viesse interromper a pratica , tivemos ,,, saber dos milagres ser.ü conhecer-mos os san– )S: seja o que fôr: não he o nusso sexo o mais ujeito a curiozidade. Huina Senhora por exem- 1lo, no nosso cazo, não teria cuidado com o mes- 10 esmero no seu toucado ··, teria perdido o som– .o;. estaria talvez morta. í\,Jas nós pouco ou mes– ,10 nada nos affligimos. Em tudo quiz o Ente Sa– iremo fazer-nos superiores ás mulheres. Se el– lS nos subjugão com os attratívos de que nem com á m·aioÍ' prevenç·io nos podemos livrar, tarri:' -bem nós temos sob, e elias taes va~t~gens q ae mui bem nos authorizão a dizer: para existirdes precizostes de que Deos fiz e1,se o homem. E . . ' ntre as 1mmensas vantagens que possmmos, não he menor a ' inab:ilavel constancia com que do seu mais pezddo fardo fazemos hum suave p e– zo - o segredo! Lev?mo-lo até Hlém do infinito; se cahe aqui esta expressaõ. Somos as vezes até insenviveis porque se vemos e ouvimos - bem; se não o podémos conseguir - he o mesmo pa- ra nós! · Podemos·apostar que ao ]er-em este. nosso mal alinhavado artigo, muitas Senhoras não déixarão de perguntar-nos: entaõ, ainda naõ de§cobrifJ? Nós porém, ajnda quando o s:tibamos; temendo a im– prudente condescendencia de Sansam,. responde◄ remos: ainda naõ minhc, Senhora. --Eraõ sete"horas da noute, ja as havia annun• dado o relógio da Catliedral; as ruas parece que estavão emrolvidas em trevas igi:laes aquellas que cobrião o universo antes das divinas palavras: fa– ça-se ct luz. O ár éra abafado, apenas permitia respirar-se. De mui longe, o medonho ronco do trovão 1 se fazia ouvir mal a mal, e p;rossa chuva que com passos de g i~~nte camin haya para sobre a Capital , em breve fazer-nos ver que se enganaõ os que dizem: quem vai patll caza naõ se mo– lha. Por mais p ressa que nos demos, não hou– ve vencermos o espaço que nos separa de caza; chovia á cou t~nto . A porta da Snr.ª N . foi o unico almgo -que encnntramos; he outra vanta– gem do nosso sexo o poder conte1~tar-nos corn ,, - o q ue oa a occa~rno. S up i,onde hun1 a caza em que a mais assus~ tadora pobreza e a doenc;a assignalarão posto, so– bre o te rreo pavimento huns poucos de menino!f dormindo o somno da innocenr:ia sem embargo da mizeria; j,intae a t-urlo tres velhas ao redor de hum banquinho sobre q11e estava hum velho can• diéiro de que pendia hum desses morrões prQ• prios para cura r corações apaixonados; tereis huHl verdadriro ergústulo e um grupo mais admir~– vel que o de Laocoonte, As vizitas gru padas corn a dona da caza; com grossos cachimbos., ouviaô-a attentamente que assi_m continuou. - -Pois olhe, Snr.ª Clemen"ia, he como lhe digo. Aquella gente fizeraü-me de fél e vina– gre... .. Assim mesmo elle naõ he tanto, mas a. mulher...... puf... . puf.... pensa que he huma grau◄ de minha ... A Snr,ª Clemencia, como que ~mubesse que ali estavamos e como querenrlo que para logo lhe conhecessemos a balda (todos a temos) disse com gravidade: 1 ' Da cidade ou da caza em que vos naõ aco– lherem sahireis sacudindo o pó <lo vosso calça– do. - "E Vmc. o devia ter feito. He couza que
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0