Treze de maio - 1847
(2) Em huma Homilia a.ntiga attribuida a San– to El(l)y, ni,µo ,tl:l Noyon, morto no anno 659, está escript:, que era costume na Igreja juntar neste día a rec• nciliaçáo dos penitentes ao lava- ,f.~. 4ue he a figura de!->la reconciliaçaõ. . E:sta reconcilinçaõ publica não tinha lugar senã0 a respeitl) dos penitentes publrcos que tinhão sido expulsos_da Igreja no dia de Quar– ta feira de Cinza. A absolviçaõ, que hoje se dá publicamen– te aos fieis, ,naõ he hurna absolviçaõ sacramen– tal, que perdoa verdadeiramente os peccados, mas lrnma pia cerernonia que deve recordar-lhes o que custava en1 outro tempo aos peccadores pu– blicos e escan,falosos o serem restituidos á com– n-,urihão dos fieis, e admittidos á participaçaõ dos ,santos mysterios. . {jexta Feira Santa. He este o dia espe~ialmente destinado para ,celebrar os myst~rios dolorosos da Paixaõ e Mor– te rle J e~u Christo. He este o dia em que a Jgrfja faz comrnemoração do grande sacrificio que foi o penhor da nossa redempçaõ, sacrifi– éio offerecido e consumma<lo sobre o altar da Cruz . A Igreja dirige a Deos orações particula– res na M iss deste dia, L O pelos peccadores; 2. 0 pela lgr+•; 3 ° pelo Papa, que he o seu Chefe, vis ·v~l, pel ,l Bispo, e pelos demais Ministros da lg , ,,ja; 4. 0 pelos Principes Christãos; 5. 0 pe– ·lo, Car !óchumenos que aspiraõ á graça do Bap– tismo; 6. 0 pela extirpaçaõ das heresias e pela p ro paga,~aõ da Fé, 7, 0 por todos ayuelles qu~ estàõ em afflicçaõ; 8. 0 pela conversaõ .dos here– ges; 9 . 0 pela conversaõ dos Judeos; 10. 0 pe_la ~om·ersaõ dos idolatras. Reunindo em suas orações tantos objectos cHfferentes, a. Igreja nos fa:1. conhecer toda a ex– tensaõ , e todo o valor da mediaçaõ de Jesu Chris– to. Ella nos mostra que naõ ha graça, nem be- ,111::ficio, que naõ possa ser obtido pelos mereci– ine'ntos do seu sangue por nós -derramad-0 so~ ;bre a Cruz. Neste dia expõe a Igreja a Cruz de Jesu Christo á veneraçaõ, ou antes á adoraçaõ dos :fiei!-; porque naô devemos temer que se abuse deste termo pelo applicarmos ao instrumento da nossa salvaçaõ Este uso he muito antigo na ·Ígreja, e a pureza da fi'é naõ pode ser alterada pelo culto que Tendemos á Cruz, pois que elle .' he o signal da verdadeira adoraçaõ que devemos ao ,no"lso - Redemptor, ao qual se refere . - Temos huma homili:i rle S. Joaõ Chrysosto– mo, intitulada - da .!lrloraçnõ da Cruz, - onde este Santo D;iutor .se exprime deste modo: - He hoje 11ue a Igreja propõe ao nosso culto a Cruz , de Jesu Christo, e nos convida a adorar este pre– • cioso instrumento da .nossa -salrnção. Abrace- mos este venerando signal da nossa redempçaê com ternura e com respeito. Elle nos ' restituf a vida da graça, afugenta os demonios que nos tentão, cura os nossos males, dissipa as nossas trevas, instrue e esclarece todo o universo. Es& ta Cruz constitue a força da Igreja; he o escud( que nos defende contra o pec,:ado; he a origen da nossa salvação. Feliz aquelle que adora e abra ça com hum coração casto, e labios puros! Ar memo-nos desta -Cruz para vencer o mundc ella he o glorioso tropheo da vietoria que Jest Christo alcançou; ella nos sirva pois ao mesmo. tempo de corôa e de arrimo. Elia fará morrer as nossas paixões, e assegurará a nossa salvaçaõ, da_ da qual he symbolo. Sabbado Santo, Collocado o Corpo de Jesu Christo no seput-· cro, a sua Alma, separada delle, desceu aos lu– gares inferiores da terra para consolar as alma~ dos justos, que alli esperavão a sua vinda, t para lhes · annunciar o seu resgate. Este descançc mysterioso de Jesu Christo no sepulcro, e a su· descida aos infernos he o que a Igreja celebr: na noite de Sexta Feira para o Sabbado Santo: e nas horas diurnas até Nôa inclusivamente. (Da Voz da Religiaõ n. 0 14.) · • -----~~ COMMUNICAOO. O PRAZER DE FAZER BEM.- -Oontinuaçaõ do n. 0 689. " Nada falta, disse o rico atormentado pe lo enjôo, Deos abençoa minha fazenda, amii:r;~ :. grandeza... . tudo.... mas que enfado he este'. . :t ..me atormenta 7 novos prazeres 7 onde have-lôs.., aborrecem-me os de que goso..... --Senhor! acudio hum tiel servo. Posso dar• vô-lo, se o quereis...., -Tu! prazeres verdadeiros! oh meu amigo 2 \'Ôa, não me atormentes.... elles ! r -Vinde Snr., trazei ouro. - Sempre ouro! e para que m.. - el- le servido.?! Ah vai-te, ' naõ me illll, --Vinde, Snr, eu vô-lo juro, vinde.... , --S1m vamos: eis ouro; sempre ouro! --Vedes àlí, Snr, aquella mulher coberta '-- nojentos andrajos, cercada daquelles desgraçados que choraõ? - Pois entaõ 7 -Vendem o que vos falta! --Infame! --· Moderai-vos, Snr. -Explica,-te. - He huma honrada viúva, aqueUes saõ seutí .filhinhos .... vede-os que choraõ.... pedem paõ... ~
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