Treze de maio - 1847

Vapo.r A Salva_dor, que foi seguida atê Maca– hé pelo Vapor- de Guerra Ui-ania, e até fi;ra .da Barra pelo Vapor Princeza lmperial, que l evava os Ministros de Estado. Diversas embar– cações de Guerra tinhaõ sahido com anteceden– ci-a a postar-se em alguns pontos da C1lsta por onde S. Magt>stade tinha de passar, e nos Por– tos de Cabo Frio, Macahé e Campos. Temos ja noticias da chegada de S. Mages– -tade a Macahé, naõ tendo eNtrarlo na Barra de ·Cabo Ftio em a noite da sahida, porque era escura a noite e muito grande a cerraçaõ: pas– sou por tanto no mar a noite mui tempestuoza, e . foi entrar em Macahé no dia il as 10 horas <ia nianhã. A viagem está calculada para 20 a 25 d ias, voltando S. l\'lagestade por terra de Cam– pos á Macahé, Cabo Frio, ltaborahy, e N 1cterohy, mas- continuaõ taõ grossas as chuvas, que he quazi impossivel tran .âtar pelas estrada'-, e pó- -de - bem ser, que Su'.\ l\lagestade tenha ainda de voltar por mar. - S. Magestade A r mperat.riz ficou na Côrte -em razaõ do seu estado de gravidez, e aqui es- pt-ra a vindo do Imperador. No día de seus an– nos; a 14 houveraõ alguns pouquissimo,s d€spa– chos, e foi o Pará a Provinda melhor aquinhoa– da, porque de 12 a 15 condecorações, que hou– ver:tõ teve elle ,5, e foraõ condecorados com o Habito de Christo o lnspector da Thezonraria -Joaõ José de Deos e Silva, o Administ- ~ <la RPcebedoria do Alto Amazonas Gahr' •o Ribeiro Guimaraens, e Rairnund~ -e com o habito da Roza o C?· nianno de Moraes Bitencow }'erreira. .,u- José Reina socego em fP.ndas continuaõ a te, que tendo-sP ceita <lo ann,~ q11e suba r <1ue est~ 'ter -"'~ l º ,ncias, e as ,mento de sor– J mil contos a re– . ,·ente espera-sé já, ..s. Do ultimo Balanco, dt: 1 R42 a 1843 consta Geral do Imperio de R 1 , e subindo já a 27 mil contos .r,o de 44 ºIº em mui poucos annos. ,el he a influencia benefica da paz, "'" publico, taõ vantajo7.a do lmperio a "1ca de moderaçaõ, que naõ exclue a Brazi– ..;tro nenhum, e os torna praticamente iguaes perante a Lei como o determina a Constituiçaõ do _Irnperio. Passa agora por certo, que naõ só estaõ ar– r anjadas as differenças, que iaõ surgindo com os Esta~os Unido~, mas do modo o mais lizongei– ro para o lmperio, pois até se diz que saõ re– movidos o Ministro Wise, e o Commodore Ros– -seau, que tanta influencia tiv~raõ nestes aconte– cimentos. Se sa(> exaetas estas remoções he gran– -de o triumfo do Governo Brazileiro, ou direi -melhor, da razaõ porque naõ era po,sivel ser - mais imprudente, nem menos respeitozo para com Sua M11gestàde "O Imperàdor do que fora'ô estes dous Snrs. -O Governo dos Estados Uni– dos portou-se com muita moderaçaõ, e sabedo– ria, e merece os nossos encomios. Pará 28 de Abril de 1847. - No dia 2·-1 do corrente mez d' Ahril encerrou– se a Sessaõ extraordinaria da Assembléa Legisla– tiva d'esta Provincia, que teve começo a 8 de Março. No decurso dos seus trabalhos tomou •o Ex:n. 0 Presidente a deliheraçaõ c:Je proroga-Ja por mais de uma vez, e assim conseguio-se com– pletamente o fim da convocaçaõ extraordinaria, isto é a adopçaõ das Leis do Orçamento Provin– cial e Municipal, e de fixaçaõ da Força Policial para o anno financeiro de 1847 - ,18, que haviaõ ficado pendentes no fim da Sessaõ oruinaria de 18-!6. Amigos comi) somos das Instituições Iiberaes nós observamos com muito prazer que nos deba• tes da Assembléa, mais ou menos animados se– gundo a nnture4a das questões, reinou sempre . o decoro, e a moderaçaõ que convem á .sublime mi,;sa0 do Legislador. Se alguma divisaõ existe entre os seus Membros, proveniente de questões mais anti~as, pede a justiça que se diga que nes.. ta Se~saõ naõ naõ foi ella prejudicial aos negoci– os publicos. Cada um d'elles exerceo o ciireito que tinha d~ fallar, e votar como entendesse, mu naõ se occupou a attençaõ da Assembléa com questões odiosas, ou com intempestivas e impru– dentes controversias sobre assumptos de politica geral, nem se manifestou de lado algum o desejo de fazer uma oppósiçaõ sisternatica e accintosa, co– mo ordinariamente acontece quando se exalta o espirito de partido. Assim vimos nós a<loptarem– se por urianimidade. de votos algumas medidas de manifesta utilidade publica. Entre a Assembléa e a Presidencia da Pro– vincia conservou-se igualmente a mais perfeita harmonia, cabendo hoje ao Exm.° Snr. Ferrei– ra Penna a satisfaçaõ de ver convertidas em Lei muitas das indicações constantes do seu Relato– rio, alem da decisiva prova de confiança que re• cebe na faculdade que lhe é conferida <le refor– mar varias Repartiç0es Publicas por meio de no- vos Regulamentos. · A conhecida i nsu fficiencia da actual receita Provincial, que ainda mais diminuta se torna por ter de ser grande parte d'ella applicada . ao pagamento da divida passiva, e a necessidade que tinha a Assemhléa de limitar-se a discussaõ dos Projectos pendentes, naõ permittiaf) que ella legisla:-;se sobre muitos assumptos, que saõ certa– mente dignos da sua attenç;iõ, e por isso teve de dar preferencia á aquelles que a reclamavaõ com mais nrgencia. As obras publicas, entre as quaes se distinguem a construcçaõ do Caes da Boa-Vista,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0