Treze de maio - 1846

l =-o que tens, m:m~nh8, rlize o qne tens? . -Oh! sou bem infel iz! .•. ht->rn ! .. lê ... 'lê _isto,; e -entreg-0u á -l{"l-Í1'Í11-h-a . -0-pRp~-1 lf'1e the -cau- 1av.a as ma~oas. A pn::iporçar"i, que a irmãa ia pePcorrendo com seus pequeniuos ., expertos .:Olhos asues as palavras que tanto angustiavaõ a moreninha, see;uia esta os seus me11ores movi– mentos ..• e à df's<iitosa pensou ver nos olhos da irmãa um vislumbre de alegria. - Ah! exclamou a infeliz, e tu tanbem ! má! tu tambem ! e enxugou os olhos debulhados em lagrimas. - Não, maninha, não L . respondeu com ca– ,1'inho a loit·inha. O que eu naõ posso con ,pre– -~nder he como ha quem, com tanta iugr-atidaõ .te dirija essas palavras ... ati, que encantas e ..enlevas aos que te couberem t'- te aprecião. -E no entanto houve, sim houve! mas, naõ .advinhas tu de quem provem i~to! advinhei-o ,eu muito bem ! naô póde ser se naõ d'a4uclla velha, que está já tc1ó arahada que a i e nas pó.te -andar para tra7- e para diante; e que se de~faz em comprimentos, para disf,m;ar a falta de gra– ça e agilidade. -Sim, tens rasa5 ..• naõ nó,le ~f' olltra. -Mas, naõ he ella só, uã ) ht> ,..(i ..-s:-:a velha, que antes da nossa che~ada re,uav a co1uo <.enho– ra nos corações e nos gosto'3, te .os out l'a rival, e essa mais cruel ... e mais temi"t'I <lo qne a outra! E' essa magricela, ligei a como o Vt-'nto • • que mais immoral que eu pohrf' i,woct'nte ! atrahe ao seu regaço os namoradus ditol'los • . .• que em seu velo~ corrupio aperta delkad;-is niaõs, e bem torneados braços •.• sim, he ella ! he ella, quem escreve isto! -Vingança! bradou a loirinha fazendo-se grave! vingan'<a ! S. . ' - 1m, vingança. mana •.. mas, como nos vingaremos nós? -Como 1 eu t'o digo .•. E a loirinha correu a · uma escreva ninha, e á . pressa ~screveu um bilhete, deu-o para ler á irmãa, e depois mandou-o por um moltquinho ao seu destino. -Agora maninha, continuou a boliçosa touri– nha, agora toca a nos vestirmos com o nosso ves– tuario simples, mas bouito como elle só •.. Olha, naõ te esqueças de Javares teu rosto e tuas maõs com aquelle no.,so cheiroso sabaõ ..• Meia hora depois um lindo carrinho descober– to parou á porta, o molequinho veio dar parte ás senhoras. As duas mocinhas desceraõ apres– sa,las a escada, e entraraõ no carrinho. -Ao passeio publico, dis8e a loirinha ao boli– eiro; ande d-e vagar, e passe pelas -ruas mais fre– quentadas. As duas casquilhas queriaõ ser vistas, a apre- ciadas! . Chegadas ao portão do bello passeio publico, apearão-se; e vendo a nrn lado, uma SPJre, ve.: lha e enlameada, e pu,.~hada por duas ma~ras --mufas,-qrre -e:rao go)ernadas por um preto -velho, e com o nariz cheio de tabaco, pegou a loi 1 inha na maõ da irmãa, e -com o coraçiio a bater-lht: dbse: - Alí está a sege da velha ... - Aposto que veio junta com a outra, disse · a rnoreninha. - Está bem visto; a caçamba naõ anda sem a corda. Entrarão .•. e a sua entrada foi um triumpho ! eraõ delicadas attenções ••. compri mtntos de to– da a casta! . feliz o joven que recebia deli.is II rn olhar .•. mil vezes ditoso e invej~do o que lhes ouvira uma palavra! Assim rodeadas thegarao ao ponto de reuniaõ da verdadeira mocidade cio tom ! ponto admiravel e pitoresco! Apenas che– gadas ahi, os olhares das duas betlas procura– rão com interesse alguma cousa .... e junto ele um caramachaõ viraõ um pequeno circulo •. no centro d'elle estava uma velha, e a seu lado unia simi-velha.· A primeira, gorda, vestida com ele– gancia e gosto, tinha o rosto cheio de carn,im, e desfazia-se em cortezias ... a sua compaohr--i– ra, semi-\·elha, alta, magra e palhda, respondia aos cumprimentos que lhe faziaõ com um to s1r de tisico !· Para esse circulo s~ dirigirão as duas offendidas, seguidas das fileiras de seus admira– dores, que cada vez se a1 gmentavaõ ... Apenas as velhas as virão, teve a magricela um accesso de tosse, e a gorda mordeu os beiços . ... cum– primentarão-se, e de parte a parte foraõ os com– primentos ironicos e em ar de mófa . . • Conti– nuando o seu passeio, disse a loirinha, bastante alto p<!ra ser ouvida: - Vamo-nos agora embora mana. Oh! estas palavras foraõ electricas ! •. era um nunca acabar de pedidos e rogos para que ficas– sem: Pois retirão-se já! e ha taõ pouco tempo que chegarã_o ! dizia um joven todo no rigor da muda. Taõ pouro nos deixaõ gozar dos seos encan– tos 1 ! dizia um velho gaiteiro -Na-ô se vaõ taõ sedo! naô sejaõ ingratas! ex– clamava uma (:asquilha. -Vão-se com uma figa! dizião baixinho du– as velhinhas. E as moças continuavão seu caminho; quan– do olharão para traz, virao as duas velhas sós ..• inteiramente sós! e desampara<las de secs adora– dores! A velha gorda enraivecida, cubrira o ros– to com as maqs ... e o carmim se despregara de suas faces! a tizica, tossia e fazia horriveis care– tas com as suas dores de peito ! Um olhar esmagador cahio sobre essas duas vPlhas ! olhar de escarneo, ironia e satisfação! Sim, que a Polka e a Mazurka haviaõ trium– pbado da contradança franreza e da valsa do compio ! [ Extr · J.

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