Treze de maio - 1846
(6) mesma facilidade sobe a orar na tribmw,, entra no gabinete nris graves disc1tssões - e demonstrações drt scie.nci,1 - voa ás mais altos regiões da lyrica, da epopeia e da tr,, f!,Pdía, lida com as j artes pai– xões do drama, e bai.i-a ás naõ menos dijfiâes trivialidades da comediu; - por quem ao mesmo tempo, e como que mudando de natu,·eza, pórle dar-se toda ás rnrtis ari-lú'> e materiaes ponde– t·ações da administraçaõ e da pobtica, e redige com admiravel precisrtõ, com .uma exacçaõ id,w.– logica que talvez ni,iguem m11is tem entre n6i;, uma lei administrativa ou de instrucçaõ publica, uma cónstituiçafi politica, um tractado de com– mercio. Orador e poeta, historiador e philosopho, criti– co e artista, jurisconsulto e administrador, erudito e homem d' Estado: reli~ioso cultor da sua lin– gua e faltando correctamente as utranhas - edu– cado n,1 pureza classir.a d,i antiguid,,de, e versa– do d,.!pois em todas as otdras - literaturas - da tneia-edade, da renas::enço e contemporr,nea - 0 aucto,- das 1// 'IGE.IV 'S N.fl. .JIIJL.JVH.1 TERR I é igaalmente familiar com Homero e com o /Jan– te, com Plataõ e com Rousseau, com Thucidides e com Thiers, com Guizot e com ...Yenoplwnte, com Hnmcio e com Lamartine, com .,VJachiavel e •C(lm Chat!wiubriand, com Shakspeare e Euripedes, com Camões e Cald"ron, com Geothe e Vir.~ilio, Schiller e S.i.-de-.J1iranda, Sterne e Cervantes, Penelon e Vi.eira, Rabelai!i e Gil- Vicente, .Bd– dismz e Boyle, Kant e Voltoi,·e, I-Jt·rder e S ,níth, B1mtham e Corm;•nin, com os Encyclripedistas e com os Sancto~-Padrfs. cwri a Hibüa e com as tradições sanscritas, .,•om tudo o que a arte e sci– encia anti{(a, com tudo u que a arte em.fim e sciencia moderna teem produ?ido. Ve-se isto dos seus escript,,s, e er.pr ,f'iolmP-ute se oe d'este (JUf n-p,ora puhlicamos aµpzar de composto betn claramente ao correi· da penna. J~lr,~ ninda OS!ihn, e com isto sómente, 1!lle naõ faria o t/W:, f,zz -se nliõ funcfttsse a tudo isso o pro– fundo conhecimruto dos hnmens e dtts coi1Sas, do Cflra.çaõ humano e da razoõ humana se naõ fosse, atem de tudo o-mais, um verdadeiro homem do mundo que tem vivzdo nas côrtes com os prínci– pes no comµo com os homens de RUn-ra, no an.– bintde com os diplomoticos e hamúis d' Estado~no p,w/a111entu, nos tribunaes, nas acfldemias, com to– d,,rn as notabilidodPs de muitos paizes - e nos sa– lões em .fi: n com as mulftPres e<:om os frív ,dos do ·munrlo, com as eleguncias e com as fatuidades do .secuto. De. tantas obras de tam variado e;enero com que, ,em sua vida aindn tom curlu 1 este fecundo escri– ptor tem enriqaPcirJ,0 a nossa lint!.ua, é esta tal– vez, tornamos a dizer, a que rlle mais rlescuidflda– mente escreveu; mas é tombem a que. em 1ws1Sa opi– nfoõ, mais ma,-.tra os sf'Us immensos poderes intel– l~ctuaes. tl su 0 Prudiç •· õ vostissima, a sunfl::xihi– lidade de est11to espantosa, uma ptulusoph.ia trcms- cendente, e por fim de tudo, o natural indul![ente_ e óorri dP um coràçoõ recto, puro. ámígo da justi-· çrt, adorador da verdade e inimigo declarado de todo o soph.isma. . Tem sido accusar/o r/,e sceptico: é a accusaça~ mais absurda e que póde dr,nunciar em quPm a faz, ou grande ignora•zcia nu [[,ra11de iná fé '~w,ndo o . nosso mtcfor /anca maõ da cortmde e dPstruidora · arma do sarcasm~, que ellP mantja com tanta }or– ça e dexteridade, e que talvl'Z por isso mesmo, conscio de seu poder, elle t·ora vez toma nas maõs - veja-se que é sempre contra a hypncrisía, - contra os sophismas e-contra os hyµncritas e so– phistas de todos as cores que el.e ofaz OrmçrJs, opiniões, untimentos, respeita-ns sempre. .IJinda as suas ironias que tanto fe; •em, naô os diri#e nun– ca sobre inr/ividuos; ve-se que drspeza a facil vin• gança que, com taõ poderosa.~ a:rmas, pJdio tomar de inimigos que o naô pnupaõ, de in·vfiosos que o calumniam.. e a quem por cal/a diderio insulsn e ephemero com, que o teem pntendido -injuriar. elle podia condem11ar ao eterno opprobrio de um, pe– l-0urinho im.nortal rom as suas obras. ./Jinda bem que o naõ faz! mais immortaPs são as sua, obrqs, e quanto a nós, mais punidos firam os seus emulos com esse desprPzo do homem SUfH:1 ior que s1-- naõ a.ppercebe de sua malignidade insuli;a e in1Signi– ficante. t, oltando á accusaçaõ do septicismo, ninda di– zemos que não póde ser septico o esµirito qite , on– cebeu, e em si achou cnres com que pintar taõ vivos, eh :racteres de crença.s taô forfrs wmo· o de Cataõ, de Camões, d-e Fr . Luiz de S, vu– za - e aqui n'est11 nossa obra, os de Fr Diniz, de 1ormninha, da /r.,w,n F. o,tf'ÍsN,. .JVoõ arutlizam s agora as VJ./JGE.N\':!i .N..d' .MI YH.J1 TER RJJ: a obra naõ está ninda com., pleta e rwõ podia completar-se pot·tantu o juízo: diz1!mO,<: 1JÓmente -0 qvte todo.s dizem e o que todos prJdern iul~ar já. .IJ rJosso rO!!ü, e pnr faur ,rwis rligna da sua reputaça•õ esta seu.uf.l. 1 !0 publicnçaõ da obra, o ,,u– cloir ,,rntou-se a diri!!.il-a el.le mr,.~mo, co-rri11iu a, addit'ou-a. alterOU-ft em muitos partes. e o Wu , tn:r.e com as notos muis indispnis wi,i., pnra o ~erot :in– telligencia do texlo: de modo que suhir'á melhorada do que primeiro se imprur,ira . O primeiro volume ,:;ahirá nos primeiros dias do anno que mtra; o Sl'J!.·undo sr.umrá immediatomente, ./Js pessoas que quizerem assignar deverãú fa• zel o com ,a maior brevid:;de Pr,,ço para os assienrmtes só11,r..nte -1~0 réis. .ilssi , na se: em J~isb-oa , 110 Escriptnrio da Re– vistr1 Un iv1'rsal, rua dos Fari qUf,iios n. l) R~, I. 0 ,ar,. lar; no Porto, Fraru:i,,co Jo1,é < '.uutinlw, na Typographin Oommen:irtl Purfu,,nse , em Coim- bra, Joaquim .;1/ario ~oares de Pa'IJ,la, ,w lrn– pr<'nsa rJa l lniversirlade, .era . fliro, .José Co~lh.o dP Or1nJ/l llw, em Htaa_;r. l ,uzz d,i ../1.marfl l Fer– rc:ira, rua da E,m,t~ - da Car<.;ovan n, v 23, em
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