Treze de maio - 1846

,mas s_e o 4Rev~en<lo Cura se dér á curiozidade d e passar ás 8 hnras da ndite proximo dos Quar– teis, ~-das g1rn rd as da pr aça, observará que os individnos da mesma tropa reverenciaõ corno ver– dadei ros C hristaõs ao Todo Poderozo; e nem lhe será custozo observar tãobem o exemplar á catârii en to que elles gu ardaõ dentr-o dos Tem– plos ; c;abendo- me por tanto o nob re or~ulho de t e r debaixo das minhas ordens huma tropa taõ respeitadora d a Re ligiaô do Estado, e cuja con – ducta á este respei to tem sido tal , que eu apello p ara os habi tan tes i mpar ciaes desta Cidade, e el– )es que d i~dô si a mesma tropa he costumada á offender Jl ,mm:al publ ica. Com ,nQtavel .acrimo– nia te rn; inou o _Reverendo Cu , a a sua represen– t açaõ declarando gue em in rl ividuos, que se di– zem sustentaculos das Instituições do Paiz se t qn1_aõ _µi:ús .re.prehensi veis os factos, sobre .que represento u: certamente o Reverendo Cura quiz maliciosamente pôr em duvida huma verdade incnntesta,·e l. A Maõ Omnipotente da Divina Provi rl epcia tem c.onstantem~nte guiado as Tro– vas Brasileiras para nos campos das hatalhas fi– carem setllpre vencedoras contra os externos e ínten:ws ini migos do Altar, da lndependencia do I mperio, e do Throno Constitucional; á vista do que he fo ra de duvida qu f' as mesmas tropas tem sirlo o su ,;tf'n taculo das lnstituiçoes do P.i iz, e o 1';1.i nist r9 rl a fgreja que mostra descon hecer esta verdade, naô está lonl!e de desconh.ece r taõbem a existe ncia do Ente S upremo; e seme lhante i~noranci a do Reve rendo Cura he digna rle se– v era repr1;- hensaõ, por que .taõbem offende o sen~o commum, e tal vez mesmo a moral publica. - Eu des1::jaria que estàs minhas refl...- xnes che– gassen~ ao conhecimento do Revnenrlo Cura; ruas V Ex.ª procéd.e rá á este respt:'Íto como julgar m;iis prudeote; e naõ concl uirei sem ro– g ;:ir a V. Ex.ª que ,·eleve os efü•itos do meu zelo p ela reputaçaõ dos individuos da class~, á que p ertPnço, contra o_s q uaes naõ deixo toda via de uz ar d.e severid :1,le, q uando convem, como V.Exª t erá reconhecido. D eos G uar,le a V. Ex.ª Quartel do Comman– do das A rmas <lo Pará 12 de Ma,·ço de 1846. - Illm. 0 e Ex rn. 0 Sn r. Desembargador Manoel Pa~ r anhos da S ilva Vello7.o, P resi iente da P rovin– c ia. - Jnaõ Frederico Caldwell, Oommandante das Jirmas. lll m.O P Rm. 0 Snr. - Lf-.'vo ao conhecimento de V. S. ª o desacato praticadr, hoje para com o SS. Saera rra-mto pela T r•,pa de 1 .ª .{.,inha desti– n ada pa ra o serviço da P raça. Lev::indo e u h,,j e o S ~{ S ac ramento a duas mulheres enfermas h uma na T raves!-la de S. Matheus, e outra na ~ua do P ,1ixaõ sahi da S~ em direitura pela R ua dos )i p,•cadores, e a Tropa postaà~ para a P arada, maud~da p~lo 01ficial ~u!'e.rior d9 dia,. -descubrindo-se, poz -joelhos em -terra, e armá~ em adoraçaõ de frente para o P<1lacio do Gover– no, e com as costas p ara o SS. Sacramento que passava pela sua retaguarda, e nenhuma só pra– ça acompanhou o ~S. Sacramento. Ao sahir da caza da primeira enferma passava (huma ~uar– Ja de Soldados do 4. 0 Batalhaô commandada por hum inferior, e cobertos caminhavaõ diante do SS. Sacramento sem lhe prt'starem adoraçaõ al– gnma. Sahindo da (!asa da segunda enferma em direitura ao Palacio do Governo ern pouca dis– tancia passou pelo SS. Sacramento o dito Offi– cial Superior do dia mont.ad. .1 no seu cavallo, e sem se a:pear apenas tirou ;a ,.sua barretina. A Guarda que sahio 'do IPala~io do Governo, como .para se afastar do .S~- Sacramento tomou a di– recçaõ ·da Rua dos M e rcadores, e seguida pela -Gua-raa -que -vinha do -Ho-,pital -Regimentãl fiê– nhum caso fizeraõ ,do SS. Sacramento para füe renderetn adoraçõe-., e .unicamente foi o ~$. Sa– cramento acompanhado por quatro Praças do Corpo de Artifüeria da -Guarda q ue existia - no H ospital H egimental. Foraõ todos estes actos of– fünsivos ,da Moral f.>Ub.lica m1!lito t:eprehensi Vt•is entre .Catholicos, e mui pri ncipalmente nos qu'e se cfür.em s11stentaculos das institu ícões do P aiz. A V. S. ª como primeira Aut.hori d~de Eccle~ias– tica ht~e na C ,1pital, a qnem sou suj eito façô ~erto todo o acontecido a-firn de q ue o ~orne na divida consideraçaô. Deos Guarde a V. S.ª FrFe;ue7,ia da S é 8 de !Vh i-ço de 18'46. - lllm. 0 e Rm. 0 Snr. Chaotre ~ai wu ndo Severino de Mattos, .Provizor, e Vi– gario Ge ral do Bispado. - O Coneg<> Cura ()ol– lado .Manoel Rodrigues Bicho. lllm. 0 e Exm. 0 Snr. - Repre!iienta,ndo--me o Reverendo Conego Cura da Sé sobre o desacato feito ao San tissimu S :i\cra rne nto no dia dr h0n tem pe la Tropa rle l. ª Lin ha desti naµ a para o ser viço qa Praça, na occaziaô de bir ~a<:ramentar d uas ~ufermas, como melµor se cr llige da mesma re– presentaçaõ, que remetto, es pero eia religíosi,la– de de V . Ex .a, que a t om&ndo em conside , a\·aõ, dê as di>vi 1as prov idencias, qu e j ulga r mais acer– tadas, a fim .de obstar semt-- lhantt .s irrevnf:'.ndas que t,, nto offendem a moral publica. Ül!!;O í-'-se V. Ex .ª relevar os effeitos rio nieo zdo, que só tem ern vista o bem da RPli !!iaõ. Oeo5 Guarde a V. Ex ª P <1 rá 9 de- Março de 1846. - lll rn . 0 e Ex m. 0 Snr. Commendarlor e D ,,sembarga<l or Manoel Paranhos da Sílva Vel– lqso, Presidente da Província do P drá - O Chantre Raimundo Sevérino de .Mattos, Vigari9 Geral do Bispado. --- Illm . 0 S11r. - Inteirndo do que V S ª expoem n_o seu Q i" cio rl t-:sta data, e d . q11 e con,.ta do ou– tfo 4u_e l~e dirigio o GoU..e_gq Çuca da .Sé, e r.o~

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